"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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domingo, 25 de junho de 2023

20 DE ABRIL: A COMUNIDADE ESCOLAR DIANTE DA AMEAÇA ("Educar uma pessoa apenas no intelecto, mas não na moral, é criar uma ameaça à sociedade." — Theodore Roosevelt)



20 DE ABRIL: A COMUNIDADE ESCOLAR DIANTE DA AMEAÇA ("Educar uma pessoa apenas no intelecto, mas não na moral, é criar uma ameaça à sociedade." — Theodore Roosevelt)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Hoje, 20 de abril, ocorreria um massacre generalizado nas escolas, especialmente neste dia do massacre de Columbine e aniversário de Hitler. Eu, ao adentrar os portões da escola, deparei-me com uma atmosfera carregada de tensão e apreensão. Os corredores, que costumavam ecoar risos e conversas animadas, estavam agora silenciosos e vazios. Uma nuvem sombria pairava sobre o ambiente, alimentada pela ameaça iminente de violência.

Notava-se a ausência de muitos alunos, que, temerosos pelos rumores que circulavam, optaram por não arriscar. Até mesmo alguns professores, habitualmente dedicados e presentes, faltaram ao chamado, preocupados com a segurança de todos. Era uma cena desoladora, um cenário onde o medo imperava e a normalidade do dia letivo havia sido cancelada.

Em meio a esse turbilhão de emoções, pude perceber o poder daqueles que buscavam semear o caos. Os bandidos, ávidos por sua própria agenda obscura, haviam alcançado seu objetivo de interromper a rotina educacional. Contudo, em seu triunfo momentâneo, revelaram sua verdadeira natureza: a destruição e a inquietação.

Apesar do clima sombrio, uma semente de esperança permanecia. Aqueles que decidiram enfrentar o medo e estar presentes na escola mostraram sua coragem e determinação. Entre os corredores silenciosos, erguiam-se vozes de solidariedade e união, reafirmando o valor da educação e o desejo de um ambiente seguro e acolhedor.

Embora o dia tenha sido diferente do esperado, com aulas interrompidas e o temor pairando no ar, a força da comunidade escolar não foi apagada. Os estudantes e educadores uniram-se em resiliência, prontos para enfrentar as adversidades e construir um futuro mais brilhante. Ainda que as sombras tenham tentado se sobrepor à luz, a determinação e a esperança prevaleceram.

E assim, ao contemplar tudo o que vi hoje, pude testemunhar a capacidade humana de resistir e superar obstáculos. O poder do conhecimento e da solidariedade mostrou-se como uma força inabalável, capaz de desafiar até mesmo as ameaças mais assustadoras. Que esse dia sirva como um lembrete de que, unidos, podemos transformar o medo em coragem e a escuridão em luz.

Parabéns pelo pensamento! 

REFLEXÕES DE UM EDUCADOR: DESAFIANDO A PANELINHA ("⁠Tem várias pessoas maravilhosas que não são da nossa panelinha." — Charles Canela )

 


REFLEXÕES DE UM EDUCADOR: DESAFIANDO A PANELINHA ("⁠Tem várias pessoas maravilhosas que não são da nossa panelinha." — Charles Canela )

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Nas infindáveis reuniões pedagógicas, mergulho em um mar de contestações. É como se estivesse caminhando em um campo minado, onde cada passo pode detonar uma explosão de críticas. A falta de afinidade com a maioria dos presentes faz com que minhas ideias sejam alvo constante de questionamentos desfavoráveis. E ali, naquela sala, a ideologia da "panelinha" prevalece, fortalecendo os laços daqueles que se levantam contra mim. É um paradoxo curioso, pois aqueles que se levantam contra mim também fazem parte da mesma panela que os cozinha. Percebo que seria mais fácil ser aceito se eu simplesmente ecoasse o que desejam ouvir.

Em busca de orientação, busquei a sabedoria de um psicólogo. Ele sugeriu que eu construísse uma cumplicidade com meus colegas pedagogos, ouvindo-os com mais atenção e buscando compreender suas perspectivas. Talvez, ao fazer isso, eles se tornassem mais receptivos às minhas ideias e opiniões durante as reuniões. Contudo, questiono-me: se eu seguir por esse caminho, quem entre eles realmente desejará melhorar o sistema educacional? Ao me acomodar, tornar-me-ia apenas mais um membro da "panelinha do comodismo". É inevitável lembrar das palavras impactantes de Gengis Khan: "Eu sou um castigo de Deus. E se você não cometeu grandes pecados, Deus não teria enviado um castigo como eu."

Lamento profundamente não poder contribuir de maneira mais efetiva e estabelecer um diálogo produtivo com meus colegas pedagogos durante essas reuniões. Não me sobra espaço para demonstrar um interesse genuíno por suas perspectivas e opiniões, então enquanto permaneço fiel às minhas próprias ideias, resistindo à pressão da "panelinha". É verdade que meus conceitos talvez ainda não estejam totalmente consistentes e fundamentados, mas meu propósito é buscar uma educação de qualidade dentro de um sistema mais justo. Não podemos esperar resultados grandiosos se persistirmos nas mesmas práticas obsoletas.

Quero deixar claro aos leitores atentos: neste texto, não busco apenas ser diferente por mero capricho, mas sim dissolver o que nos incomoda e tem sido contraproducente. Pondero sobre a possibilidade de construir relacionamentos com meus colegas pedagogos, mas questiono se isso seria verdadeiramente útil para a melhoria do sistema educacional ou se seria apenas uma concessão à pressão do grupo. Inspirado pela citação marcante de Gengis Khan, mantenho minha lealdade às minhas próprias ideias e luto por uma educação de qualidade dentro de um sistema mais justo, mesmo que isso signifique enfrentar a panelinha da educação. O mercenarismo é o câncer da educação.

sábado, 24 de junho de 2023

AOS MASSACRANTES DE ESCOLA ("Quem sabe o que é correto age corretamente (...) O verdadeiro conhecimento leva a agir corretamente." — O Mundo de Sofia)

 


AOS MASSACRANTES DE ESCOLA ("Quem sabe o que é correto age corretamente (...) O verdadeiro conhecimento leva a agir corretamente." — O Mundo de Sofia)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma vez, em um mundo onde as vozes daqueles que fracassaram ecoavam com acusações implacáveis, questionava-se se os ex-alunos fracassados seriam capazes de destruir as próprias escolas que um dia frequentaram. Um olhar além das aparências revela que são eles os responsáveis pelos trágicos massacres de estudantes? Nessa teia de incertezas, emergem os desafios ocultos que os ex-alunos enfrentam, desafios não previstos pelas instituições de ensino. Cada indivíduo traz consigo uma jornada singular, carregada de experiências ímpares. No entanto, é inegável que a busca por bodes expiatórios prevalece quando o fracasso se instaura.

As escolas, pilares fundamentais que fornecem educação e oportunidades para o crescimento e desenvolvimento dos alunos, não possuem poderes miraculosos. A responsabilidade do sucesso ou fracasso individual não pode ser imputada diretamente ao sistema educacional como um todo. E então, surge o questionamento: devemos permitir que aqueles que não desejam trilhar o caminho do conhecimento escapem impunes?

A resposta reside na união e no fortalecimento mútuo. Reconhecer que o sucesso ou fracasso de ex-alunos não pode ser atribuído exclusivamente às escolas é fundamental. Cada um é protagonista de suas próprias escolhas e ações na trajetória da vida. As escolas têm um papel importante na formação dos alunos, porém, não podem ser culpadas por todos os desafios enfrentados pelos ex-alunos. Em vez de buscar culpados, é essencial trabalhar em conjunto para aprimorar e fortalecer nossas instituições de ensino, criando um ambiente de aprendizado positivo e inclusivo. A mudança só será alcançada por meio de soluções construtivas.

Que essa reflexão nos inspire a encarar os obstáculos com coragem e responsabilidade, enxergando além das aparências e buscando a transformação coletiva. Somente juntos poderemos construir um futuro onde as escolas sejam verdadeiros refúgios de crescimento e sabedoria, abrindo caminhos para um mundo melhor.

sexta-feira, 23 de junho de 2023

OS DONS E AS RESPONSABILIDADES FAZEM OS HOMENS DIFERENCIADOS ("Os Homens são precisamente diferenciados conforme as realizações de suas necessidades básicas". — Marcos Costa)

 


OS DONS E AS RESPONSABILIDADES FAZEM OS HOMENS DIFERENCIADOS ("Os Homens são precisamente diferenciados conforme as realizações de suas necessidades básicas". — Marcos Costa)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Eu sempre gostei de ensinar, mas confesso que nem sempre foi fácil. Hoje mesmo, tive um episódio que me deixou bastante chateado e pensativo. Um aluno me questionou, impondo-me suas leis e dizendo que do professor deveria ser exigido o uso do uniforme, já que eles são obrigados a usá-lo (se o professor pode eu também posso...), transferindo as obrigações deles para mim. Querem copiar minhas fraquezas para se defenderem das suas, porém não veem minhas virtudes para norteá-los.

Eu fiquei surpreso com a audácia dele e tentei explicar-lhe com calma a diferença entre os papéis de aluno e professor, e a importância de respeitar a autoridade de quem tem mais experiência e conhecimento. Mas ele não quis me ouvir e continuou a desafiar-me com argumentos falaciosos e insolentes. Então lhe respondi com a seguinte parábola:

Se todo motorista habilitado não pode estacionar nas calçadas e nem furar o sinal vermelho, mas ao policial, com sua viatura, é permitido. Porque ele tem o selo da infalibilidade, pois está revestido de poder em sua missão. O aluno tem sua missão; sobretudo, o professor tem outra de maior responsabilidade e comprometimento. Ninguém é igual em seu papel. Essa ideologia "comunista" de papéis IGUALADOS é satânica. O Lúcifer ensinou para a Eva que poderia ser igual a Deus, nivelando o Criador às suas criaturas. E até hoje, ele trabalha, através de seus instrumentos, para fazer o homem crer que é portador de livre-arbítrio, construtor de seu próprio futuro. O espírito de rebeldia cega os filhos da perdição para não ver a autoridade de quem foi posto para ensinar e ser exemplo. "A autoridade nesta terra é imperfeita. Nenhum marido, pai, professor ou rei é perfeito. Eles cometem erros e muitos. Mas, isto não importa, pois a posição dele exige temor, obediência, reverência e confiança. Esta é a lei de Deus. E qualquer pessoa que questioná-la é um animal bruto precisando ser abatido" (IIPe 2:10-12; Jd 1:8-10; Rm 13:1-7).

O aluno ficou em silêncio por alguns segundos e depois saiu da sala sem dizer uma palavra. Eu não sei se ele entendeu a lição ou se ficou ainda mais revoltado. Mas eu espero que um dia ele perceba que eu só quis ajudá-lo a crescer como pessoa e como cidadão. Eu sei que minha missão é difícil e às vezes ingrata, mas eu não desisto dela. Porque eu amo o que faço e sei que estou cumprindo um propósito maior do que eu mesmo.

quinta-feira, 22 de junho de 2023

O NOVO ENSINO MÉDIO: UM LABIRINTO DE DESAFIOS E DESCONTENTAMENTO ("Não adianta enfeitar o cocô com florzinha, a merda já está feita". — Michely Deotti)

 


O NOVO ENSINO MÉDIO: UM LABIRINTO DE DESAFIOS E DESCONTENTAMENTO ("Não adianta enfeitar o cocô com florzinha, a merda já está feita". — Michely Deotti)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma vez, em um país distante, uma escola onde algo estranho acontecia. Os alunos eram aprovados sem mérito algum. Parecia que o viver era gratuito, sem esforço ou luta. A gratuidade enfraquecia a vontade de lutar, anulava a dignidade. Todos eram nivelados por baixo, sem diferenciação. Mas eu acreditava que a generosidade trazia prestígio. Aqueles que davam, que tinham algo a oferecer, eram valorizados. A abundância, o excesso, a facilidade, roubavam a laboriosidade das pessoas, tiravam o valor das coisas e dos eventos. O que é raro e especial é que tem valor.

No entanto, o governo oferecia o estudo gratuito, mas parecia fugir dessa mesma gratuidade. Isso desencorajava os desconfiados, afinal, qualquer pessoa desconfia quando algo é grande e anunciado aos quatro cantos. A dificuldade, por outro lado, desenvolve o caráter e fortalece a vontade de estudar. Mas agora, com o Novo Ensino Médio, as coisas se complicaram ainda mais. A reforma permitia que qualquer pessoa com "notório saber" pudesse dar aula, mesmo sem ter cursado a universidade e obtido um diploma. Isso explicava por que eu tive dificuldade em me encaixar na escola onde trabalho há anos. Ah, Novo Ensino Médio, como você me desafia!

O "mais educação" virou PIA, e agora são as "trilhas". Excessos de um lado, falta de outros. As modalidades se condensavam, privando os jovens da paciência e treinando-os para a impaciência. O Novo Ensino Médio, essa criança mimada e sem definição, nasceu morto.

A vida é dura, o mercado de trabalho é implacável. Como disse o Frei Anselmo Fracasso: "Acariciar para depois castigar é o mesmo que enfeitar os condenados antes de levá-los à forca". Precisamos estar preparados, enfrentar os desafios com coragem e determinação, sabendo que a vida pode ser difícil, mas é nesse enfrentamento que crescemos e nos tornamos pessoas melhores.

Que possamos valorizar o esforço, o estudo, a busca pelo conhecimento. Que não nos acomodemos na gratuidade, mas busquemos a excelência e a superação. A vida nos cobra, e devemos estar prontos para enfrentar as adversidades. Assim, podemos construir um futuro de realizações e conquistas, com a certeza de que nosso esforço será recompensado.

quarta-feira, 21 de junho de 2023

A COMPATIBILIZAÇÃO DOS EVENTOS DA VIDA ("O que é distinto não o pode ser por sí só, só o é por meio da distinção". — Isaac da Conceição)

 


A COMPATIBILIZAÇÃO DOS EVENTOS DA VIDA ("O que é distinto não o pode ser por sí só, só o é por meio da distinção". — Isaac da Conceição)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

No meio das complexidades da existência, percebo que não há dois caminhos à nossa frente, mas um só, e nossa escolha consiste em um estado de espírito: o da vida e o da morte. É como se o céu se revelasse quando estou bem e vivo o inferno quando estou mal. Embora pareçam se bifurcar, na verdade são interligados pelas circunstâncias que nos cercam. É como se o diabo, com suas artimanhas, criasse a ilusão de que esses caminhos são paralelos, mas, na verdade, eles se entrelaçam num jogo manipulado por Deus.

Cada momento vivido contém um pouco de vida e um pouco de morte, como uma dança entre essas duas realidades. É uma composição dual onde nada é em vão. Assim como uma semente de caju destinada a se tornar um cajueiro, há também em seu âmago a possibilidade de alimentar um mamoeiro. É a reutilização das substâncias da natureza, um ciclo contínuo e interligado.

A vida e a morte não são caminhos paralelos, assim como a luz e as trevas, o profano e o sagrado. Nada é absolutamente puro ou absoluto. Sempre há um pouco de luz nas trevas e um pouco de pecado na pureza. A vida traz consigo um resquício de morte, e a morte, por sua vez, traz consigo a promessa de um novo ciclo de vida. Tudo se entrelaça e se mistura, não existe uma totalidade.

Percebo que meu batismo é o da compatibilidade, pois as substâncias são compatíveis dependendo da dosagem. Existe um ponto de fusão entre esses dois mundos, onde as influências divinas agem, dando sentido a essa complexa teia da existência.

Ao refletir sobre essa experiência, compreendo a importância de aceitar as dualidades da vida e encontrar equilíbrio em meio a elas. Nada é simplesmente bom ou ruim, certo ou errado. Tudo possui nuances e é essencial enxergar além das aparências. Aprendo a valorizar cada momento da vida, sabendo que a morte está presente, e a enfrentar a morte com coragem, sabendo que a vida continua em outros ciclos.

Que possamos compreender a interconexão de tudo ao nosso redor e encontrar paz em meio às incertezas e contradições da existência. É nesse entendimento que reside a verdadeira sabedoria.