"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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domingo, 11 de junho de 2023

A PROFECIA CUMPRIDA E O IMPACTO DA PANDEMIA NA ESCOLA ("Se o que está profetizado em Apocalipse realmente acontecerá, não sei; mas o que sei, é que o terreno se encontra propício para a besta." — Duplo K)

 


A PROFECIA CUMPRIDA E O IMPACTO DA PANDEMIA NA ESCOLA ("Se o que está profetizado em Apocalipse realmente acontecerá, não sei; mas o que sei, é que o terreno se encontra propício para a besta." — Duplo K)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma manhã ensolarada, típica de um dia comum naquela escola. A sineta ecoou pelos corredores, anunciando o início da segunda aula. Caminhava pelos corredores como um observador curioso, atentando-me aos detalhes e particularidades daquele ambiente educacional no qual trabalhava.

Ao chegar na sala de aula que assumiria, deparei-me com uma cena intrigante. A professora que deixaria a sala estava cumprindo à risca a proibição da escola, que vetava o uso de celulares pelos alunos. Parecia que a escola era administrada por professores que também se privavam das tecnologias modernas. Uma ironia curiosa, que agora se mostrava irônica demais diante da nova realidade que enfrentávamos.

Nesse instante, desejei secretamente por algo inimaginável. Uma reviravolta completa em nossas vidas, algo que mudasse radicalmente a forma como vivíamos e nos relacionávamos com a tecnologia. E então, como que em resposta a esse desejo audacioso, veio a pandemia, com seu distanciamento social e ensino remoto.

A oportunidade que surgiu com o ensino remoto foi inegável. Os professores, que antes confiscavam os celulares dos alunos, agora tinham a chance de aprender a lidar com plataformas virtuais, videoconferências e compartilhamento de arquivos. Uma reviravolta inesperada que colocava todos em pé de igualdade tecnológica.

Enquanto as aulas presenciais aguardavam seu retorno, a esperança se enraizava em meu coração. A certeza de que aqueles professores jamais continuariam confiscando os celulares dos alunos, agora mais compreensivos e conscientes da importância desses dispositivos como ferramentas educacionais. E os alunos, por sua vez, não mais danificariam os equipamentos pedagógicos da escola, pois o professor, não mais um analfabeto digital, os instruiria corretamente sobre como ligar a TV.

Padrões e prioridades pareciam se inverter quando a realidade se tornava complexa. Foi então que, como um sopro de lucidez, ouvi a voz ecoar em minha mente: "E salve a COVID-19 que 'penetra somente em corpos incompatíveis com a vibração do amor ao próximo'". A profecia de Melissa Tobias se cumpria diante de meus olhos, fazendo-me refletir sobre a importância de cultivar o amor e a compaixão em tempos de crise.

Aquela experiência na escola, com todas as suas contradições e desafios, mostrou-me que, no final das contas, o que realmente importa é a forma como nos relacionamos uns com os outros. A tecnologia, os padrões de beleza, as escolhas individuais podem ser importantes, mas são os sentimentos e o amor ao próximo que dão verdadeiro significado à nossa existência.

No final, a profecia se cumpriu, não por um capricho do destino, mas como um lembrete de que somos seres interligados, que dependemos uns dos outros para enfrentar os desafios da vida. A tecnologia pode ser uma ferramenta valiosa.

sábado, 10 de junho de 2023

NO LIMBO ("Aquilo que não é consequência de uma escolha não pode ser considerado nem mérito nem fracasso" — Milan Kudera)

 


NO LIMBO ("Aquilo que não é consequência de uma escolha não pode ser considerado nem mérito nem fracasso" — Milan Kudera)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma noite sombria, mal peguei no sono já estava envolta em mistérios e inquietações. Encontrei-me perdido em meio a visões turbulentas, navegando pelas profundezas da minha própria existência. O livre-arbítrio, uma dádiva divina, ressoava em minha mente como um eco incessante, despertando questionamentos profundos. Afinal, se possuía o poder de construir meu próprio futuro, como um Deus em minha própria realidade, por que então parecia que Lúcifer triunfava repetidamente sobre minhas questões?

Nessa terra, outrora repleta de promessas e possibilidades, minha dignidade parecia desvanecer-se como uma chama ao vento. Pois, ao contemplar aqueles que eram agraciados com a entrada no céu, percebia que não era por mérito próprio que alcançavam essa glória. Eram os méritos de Jesus que os conduziam às alturas celestiais. Diante disso, rejeitei a ideia de trilhar esse caminho e decidi permanecer na terra, em um estado de indigência moral, carregando a consciência de que não era digno dessa graça.

Contudo, o inferno também não me atraía, pois adentraria seus abismos pela força dos meus próprios méritos. Seria uma justiça amarga, é verdade, mas também reconfortante, sabendo que eu teria merecido aquela punição eterna. Foi então que me vi em um impasse existencial. Viver pela graça e através da graça seria abusar dos méritos alheios? Ou talvez, fosse melhor acreditar no livre-arbítrio e construir meu próprio paraíso, até mesmo convidando Satanás para partilhar do meu lar, privando-o de sua própria dignidade. Não seria pelos meus méritos, nem pela ausência deles, mas sim o fim seria o nada que precede a própria existência.

E assim, mergulhado nesse mar de questionamentos, acordei. Agora, desperto sei que a busca frenética por títulos divinos e poderes inalcançáveis é um labirinto sem saída. O verdadeiro sentido da vida não reside na tentativa vã de se equiparar a Deus (livre-arbítrio), mas sim na jornada interior em busca da nossa própria essência.

Convido cada um de vocês, leitores, a viver, não há escolhas. Em um mundo cheio de incertezas, encontrem coragem para serem autênticos, para abraçarem sua singularidade e caminharem em direção à predestinada plenitude . Pois, no fim das contas, a verdadeira dignidade não é encontrada nos méritos que acumulamos ou nos títulos que ostentamos, mas sim na honestidade consigo mesmo.

Assim, continuamos escravos das ambições vazias e da busca incessante por poder. Pois, já encontramos a grandeza na simplicidade de sermos quem somos, trilhando nosso próprio caminho a nós oferecido pela a integridade e o amor dos deuses. Que possamos aprender a valorizar a jornada, sabendo que o fim, afinal, é apenas o eco do vazio que antecede a nossa existência. CiFA

sexta-feira, 9 de junho de 2023

O LABIRINTO DAS AULAS ONLINE ("Talvez ver o lado bom das coisas, consista apenas em sempre ver que poderia ter um lado pior." — Érica M.)

 


O LABIRINTO DAS AULAS ONLINE ("Talvez ver o lado bom das coisas, consista apenas em sempre ver que poderia ter um lado pior." — Érica M.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Desde que as aulas migraram para o ambiente virtual, confesso que me rendi aos encantos dessa nova modalidade de ensino. A praticidade, a eficácia e a tranquilidade proporcionadas pelas tecnologias e mídias conquistaram meu coração. Aprendi a dominar os aplicativos mais populares e até adquiri um notebook de qualidade. Como é gratificante não ter que lidar com alunos indisciplinados na sala de aula e não presenciar a cena deles devorando lanches no espaço de estudo.

No entanto, nem tudo são flores na escola pública. Aqui, as coordenadoras parecem ter um excesso de tempo ocioso e inventaram uma infinidade de planilhas e relatórios para nos manter ocupados. Não que essas estatísticas sejam realmente úteis para melhorar a educação. Na verdade, elas apenas camuflavam as deficiências e justificavam a existência de funções dispensáveis.

Para piorar, fui submetido a fazer tarefas adaptadas para alunos com deficiência. Curiosamente, havia três "especialistas" contratadas pela escola para cuidar desses alunos em minhas turmas. Eu, que sou professor regente, sem formação específica nessa área, me vi obrigado e humilhado em desempenhar essa função extra; digo humilhado, porque levava bronca todos os dia, por não conseguir cumprir a dupla função. Na verdade, sou eu quem precisa de inclusão, pois não fui preparado para lidar com todas essas demandas. Seria ideal ter uma sala especial dedicada aos alunos com necessidades especiais, onde pudessem receber a atenção necessária.

E agora, confesso algo totalmente oposto ao que disse anteriormente. Não suporto mais as aulas online. Tudo demais enjoa. Não aguento mais responder a aplicativos, preencher planilhas, fazer relatórios e refazer atividades adaptadas para inclusão. Sou constantemente criticado por aqueles que jogam suas responsabilidades em minhas costas, e eu as deixo cair. Porém, já não tenho forças para lutar contra essa situação. Não consigo cumprir bem as obrigações alheias. A justiça não faz distinção de critérios. Eu clamo por aulas presenciais! Há muitas pessoas no sistema educacional, recebendo salários generosos, explorando a incompetência alheia. "As pessoas não são o que elas pensam", como bem disse no livro "Poder Além da Vida". Elas são o que são.

Refletindo sobre essa experiência tumultuada, percebo que a vida é repleta de labirintos e contradições. O que parecia um caminho promissor e confortável revelou-se um emaranhado de desafios e frustrações. As aulas online, que a princípio pareciam um refúgio, transformaram-se em um fardo insuportável. Nesse emaranhado, descobri a importância de lutar pelos meus direitos e não permitir que as responsabilidades alheias se tornem minha carga.

Portanto, é chegada a hora de buscar mudanças, de exigir o retorno às aulas presenciais. Não podemos permitir que a ineficiência e a negligência se perpetuem em detrimento de um sistema educacional justo e eficiente. Somos mais do que meros cumpridores de tarefas.

A SABEDORIA DOS ANTIGOS ("Nada se pode criar num lado senão à custa da dissolução no outro." — Bertrand Russell)

 

A SABEDORIA DOS ANTIGOS ("Nada se pode criar num lado senão à custa da dissolução no outro." — Bertrand Russell)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

No emaranhado de caminhos que compõem a vida, há momentos em que nos deparamos com situações inusitadas, capazes de despertar a curiosidade e fazer refletir sobre os desígnios do destino. Foi assim que me vi envolvido em um episódio singular, onde a sabedoria dos antigos se manifestou de maneira surpreendente.

Tudo começou em um dia comum, em que o sol parecia brincar com as nuvens no céu. Eu seguia meu caminho em minha bicicleta, pedalando no exercício da tarde, distraído com a paisagem, quando uma frase ecoou em minha mente: "O mundo e a vida são redondos, como uma bola, todos os caminhos levam ao mesmo lugar". Essas palavras, vindas de algum recôndito ancestral, pareciam fazer sentido naquele momento.

Foi então que um encontro improvável aconteceu. Homens temeriam as mulheres, aqueles que antes eram dominantes, agora se viam em posição de submissão. Os negros, outrora escravizados pelos brancos, encontravam sua voz e ascendiam ao poder, talvez com um desejo inconsciente de inverter os papéis históricos. Mas, observei que os suprimidos emergiam das sombras, buscando sua vez sob os holofotes da sociedade.

Todavia, foi na escola que essa teoria ganhou uma nova perspectiva. A sala de aula se transformava em um palco, onde os alunos assumiam o papel de juízes, avaliando e julgando cada palavra proferida pelos professores. Era a era dos canceladores, ávidos por notoriedade, dispostos a expor qualquer deslize ou desonra cometida por aqueles que detinham o conhecimento. Como o marido que revela a traição da esposa, expondo sua infidelidade, tornavam-se os cornos da própria história, mas não se importava para isso, desde que fizesse a vingança.

Nesse turbilhão de eventos sensíveis da sociedade, percebi que a sabedoria dos antigos estava certa. A roda da vida girava incessantemente, trazendo à tona o que estava adormecido, revertendo papéis e quebrando paradigmas. A escola, outrora o ambiente onde o conhecimento era transmitido, tornava-se a aluna, aprendendo a lição de que o poder estava nas mãos daqueles que antes eram apenas receptores passivos.

Porém, ao refletir sobre essa revolução, não pude deixar de sentir um certo desencanto. Seria esse o rumo certo para a educação? O apagão na educação que tanto temíamos seria inevitável? E assim me veio à mente outra frase dos antigos: "Tudo acaba como começou". A roda da vida, implacável em seu movimento circular, parecia indicar que, apesar das mudanças, estaríamos fadados a retornar ao ponto de partida, às mesmas questões e conflitos.

Enquanto observava o mundo ao meu redor, compreendi que a verdadeira sabedoria não está em inverter os papéis ou impor a supremacia de um sobre o outro, mas sim na busca por uma harmonia verdadeira, na construção de uma sociedade em que todos sejam respeitados e valorizados. A escola... CiFA

quinta-feira, 8 de junho de 2023

A DESIGUALDADE EM MEIO AO CAOS ("No Brasil, quando o feriado é religioso, até ateu comemora." — Jô Soares)

 


A DESIGUALDADE EM MEIO AO CAOS ("No Brasil, quando o feriado é religioso, até ateu comemora." — Jô Soares)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Hoje, em meio às tensões do dia-a-dia, algo surpreendente aconteceu. Pessoas se aproximaram, oferecendo uma parceria que poderia mudar minha vida. Mas, antes de me lançar nessa oportunidade, precisei organizar meus pensamentos, pois sentia que estava em um compasso diferente das pessoas ao meu redor.

Era sexta-feira, a Paixão de Cristo, um dia carregado de significados. Decidi evitar confrontos com chefes e me dedicar a cuidar de mim. Massagens e meditações pelas redes sociais se tornaram minha aposta para enfrentar esse mundo desgraçado, que parece desconsiderar o amor construído em favor de critérios egoístas.

Percebi minha própria inadequação, resistindo à superioridade imposta e buscando igualdade de gêneros. Reconheci que meu machismo era estúpido, pois não compreendia quando elas expunham seus corpos nas redes sociais. Mas se um homem ousasse compartilhar a mesma foto, ele seria acusado de crime e poderia ser preso ou pagar fiança, sem direito a questionamento algum.

Lembrei-me da união da campanha feminista com a parada gay, que fortaleceu a marcha das vadias. Em um momento ético e disciplinar na escola, pedi para um aluno homossexual mudar de lugar durante a aula, seguindo os princípios da instituição. Fui erroneamente chamado de homofóbico, e todos riram.

Olhando para trás, percebo que essas experiências me ensinaram lições valiosas. As tensões da vida nos desafiam, mas nossa resposta a essas situações define quem somos. Em meio ao caos, devemos lutar por igualdade e questionar os padrões impostos pela sociedade. É importante buscar harmonia entre as pessoas, independentemente de seu gênero ou orientação sexual.

A vida é um filme cheio de momentos difíceis, mas também de oportunidades para criar um enredo melhor. Cabe a cada um de nós transformar esse filme em uma narrativa de igualdade, justiça e respeito mútuo.

A ARMADILHA DA HONRA PERDIDA ("Não respondas ao insensato com semelhante insensatez, para não te igualares a ele." — Prov. 26:4)

 

A ARMADILHA DA HONRA PERDIDA ("Não respondas ao insensato com semelhante insensatez, para não te igualares a ele." — Prov. 26:4)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Naquele dia, logo depois da pandemia de Covid-19; após encerrar minha aula, duas alunas do segundo ano, se aproximaram com uma intenção maliciosa. Sentaram-se à minha mesa e me prepararam uma armadilha. Uma delas, prestes a sair da escola, me fez uma pergunta provocativa: "Professor, faz quanto tempo que o senhor não "pega" uma mulher?" Não estranhei, a escola estava repleta de adolescentes erotizados e propagadores de preconceitos (Etaríssimo É CRIME), mas eu não poderia deixar passar essa oportunidade para me defender. Decidi nivelar a situação e respondi que saía semanalmente com prostitutas, pois valorizava o lazer de qualidade. Sem perceber, ela gravou tudo com o celular e divulgou minha imagem sem consentimento, roubando minha honra uma vez mais.

Nesta crônica, não revelarei o nome delas, pois meu objetivo é outro: eternizar minhas experiências na escola, exercendo minha profissão de forma legal e honesta. Soube da divulgação através de outro tipo de aluno, aqueles que não se dedicam às atividades escolares e fingem ser amigos dos professores para ganhar "pontos". O representante de turma fica pressionado pelos dois lados, e sua opinião é incerta. No entanto, o ocorrido é sempre levado ao conselho de classe, deixando de lado questões mais relevantes para o ensino/aprendizagem.

Que tipo de aluno entrevista o professor buscando conhecimento acadêmico com perguntas inteligentes, enquanto filma com o celular? Esses são raros, quase extintos. No entanto, algumas pessoas podem ter sido prejudicadas durante o período do lockdown, pois ficaram sem aulas presenciais e tiveram que aprender em casa, o que pode ter sido mais difícil para elas. A pandemia de Covid-19 expôs as realidades graves do Brasil: miséria, fome, medo, carências múltiplas, insegurança, vulnerabilidade. O futuro pós-pandemia é incerto, cheio de dúvidas e perguntas. Mas os momentos de crise também são oportunidades de mudança, e o desafio está diante de nós.

Alunos que abandonam a escola não deveriam ter permissão para retornar, especialmente se a razão da transferência foi indisciplina. Nossas ações e escolhas vêm de Deus, do Diabo ou de nós mesmos. "Os espinhos que me feriram foram produzidos pelo arbusto que plantei." É importante refletir sobre isso. Devemos enfrentar os desafios com integridade e jamais permitir que os outros nos roubem nossa dignidade. A educação é uma jornada que requer respeito e responsabilidade de todas as partes envolvidas. Que possamos aprender com as adversidades e transformá-las em oportunidades de crescimento pessoal e coletivo.

A EDUCAÇÃO PÚBLICA É UM TIRO NO PÉ. ("As pessoas querem aprender a nadar e ter um pé no chão ao mesmo tempo." — Marcel Proust)

 


A EDUCAÇÃO PÚBLICA É UM TIRO NO PÉ. ("As pessoas querem aprender a nadar e ter um pé no chão ao mesmo tempo." — Marcel Proust)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Eu, conhecedor dos benefícios do uso das cruzadinhas em sala de aula, nesta semana fui interrompido por uma aluna do segundo ano do Novo Ensino Médio, quando ela me perguntou se eu não tinha conteúdo da Secretaria de Educação para ensiná-la. Então, envergonhado e humilhado, usei o plano "B" também reconhecendo minha fragilidade frente à coordenação da escola, no caso de uma denúncia ( o "de menor" sempre tem razão).

           A utilização das palavras cruzadas em sala de aula tem por finalidade desenvolver entre outras habilidades a de estimular a memória, o raciocínio e o pensamento.  A vantagem de se usar esse suporte pedagógico em sala de aula de modo lúdico, é que colabora para desenvolver nos estudantes a escrita e compreensão do sentido das palavras e sua ortografia. Esquematizadas como "espaços fechados de escrita", não há como preenchê-los, escrevendo incorretamente. A utilização das palavras cruzadas como ferramenta didática procura criar oportunidades onde o desafio e a curiosidade são favorecidos, facilitando o trabalho de construção do conhecimento. Funciona como um apoio didático eficaz que inventa situações vivas e variadas a partir desta prática.

           Antes da pandemia, o professor tradicional podia usar essa didática, fiz muito isso, mas agora diante de alunos arrogantes, prepotentes, militantes, ativistas, os ditos cidadãos críticos e analíticos, dos tempos modernos, já não é mais favorável; os tais não medem o peso de sua ignorância, prontos ao denuncismo. Eles estão assim; na minha aula anterior, um aluno (Joãozinho justiceiro) pediu meu "canetão" para escrever algo no quadro, então lhe permiti, e ele escreveu: "A escola permite assédio e não permite 10 minutos de atraso". Portanto, não lhe questionei nada a respeito, "bosta quanto mais se mexe, mais fede". Eles têm muita vontade de prejudicar alguém. Cheguei a pensar que essa aluna foi orientada por outros "mestres" que não tem minhas habilidades, porque ela sozinha não tinha demonstrado competências alguma; por isso não insisti naquele dia, nas outras salas; julguei que outros tivessem também contaminados ideologicamente. Desisti, nunca mais aplicarei palavras cruzadas na aula de Língua Portuguesa. Vencido pelo cansaço! — Palavras Cruzadas é só um método, o conteúdo é da matriz curricular básica. "Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer." (Bob Marley).

ESPIANDO DE LONGE ("Eu não fico procurando muita coisa, revirando, espiando, o que importa é o 'daqui pra frente'.'' — Bianca Alves Melo)

 


ESPIANDO DE LONGE ("Eu não fico procurando muita coisa, revirando, espiando, o que importa é o 'daqui pra frente'.'' — Bianca Alves Melo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Às vezes, as pessoas têm medo de serem discriminadas e, por isso, se protegem muito. Mas, ironicamente, essa proteção excessiva acaba causando outra forma de discriminação, fazendo com que elas se sintam solitárias e abandonadas. É como se um buraco atrai-se outro buraco. Além disso, às vezes nos sentimos obrigados a usar certas palavras que são consideradas politicamente corretas, mesmo que não concordemos com elas. É como se estivéssemos presos e não pudéssemos expressar nossos verdadeiros pensamentos.

Eu espiando de longe! O silêncio pesava no ar, como se o medo tivesse amordaçado a todos nós. Em meio as pessoas normais, avistei uma figura solitária, alguém que representava estas minorias modernas, buscando aceitação excessivamente. No entanto, essa autodefesa o levava à solidão e ao abandono. As pessoas ao redor se afastavam, temerosas de ofender e enfrentar processos judiciais. Palavras se tornaram armadilhas, silenciando as vozes. Chamavam o sedento de respeito de "mimimizeiro" e o deixavam entregue a sua própria sorte.

Eu, por outro lado, continuei observando atentamente — Quando meus inimigos cometem erros, não os interrompo — Então, esperava-o que tropeçasse em suas próprias falhas, sabendo que a lição seria mais poderosa do que qualquer palavra minha.

As palavras sábias de Nietzsche ecoavam em minha mente. Assim como abelhas e aranhas extraem o néctar das flores, cada um de nós escolhe o que absorver do mundo ao nosso redor.

Às vezes, as pessoas têm medo de dizer o que pensam por medo de ofender alguém ou ter problemas legais, como um processo judicial. Mas ficar em silêncio o tempo todo pode ser prejudicial. Devemos falar com responsabilidade e ter coragem de expressar nossas opiniões, mesmo que sejam diferentes das dos outros. Assim, podemos construir uma sociedade em que as pessoas conversem e se respeitem, mesmo com pontos de vista diferentes. É como numa conversa com um amigo, podemos discordar, mas ainda nos respeitamos.

Que não nos calemos diante das adversidades. Que usemos nossas palavras com sabedoria para superar o abismo que nos separa e construir um mundo mais justo e inclusivo.