"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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quinta-feira, 15 de junho de 2023

POLÍTICA DO RESPEITO ("A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana." — (Franz Kafka)

 


POLÍTICA DO RESPEITO ("A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana." — (Franz Kafka)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Em um dia ordinário, dentro do cenário caótico do sistema educacional, deparei-me com um professor que se autodenominava militante, ativista e de esquerda, para minha surpresa, impatriota. Sua postura antipatriótica ecoava em suas palavras, suas convicções destilavam o veneno do desprezo pela nação. E foi então que ele ousou dirigir suas palavras de desrespeito diretamente a mim, desdenhando da minha figura por estar ao lado dos que defendem o presidente Bolsonaro.

Senti-me ferido, atingido na minha essência como educador e como cidadão. Como alguém poderia menosprezar minha lealdade àqueles que acredito serem os guardiões do bem? No entanto, ao invés de ser consumido pelo ódio, resolvi refletir sobre as palavras desse professor impatriota.

Com calma e serenidade, decidi absorver a parte essencial do ditado popular que ele mencionara: "Una-se aos bons e será um deles". Percebi que, quanto mais conhecia aqueles que propagavam o ódio, a difamação e o maltrato, mais eu valorizava a postura de respeito e admiração que nutria pelos defensores do presidente.

Aprendi a distinguir entre a entidade e a pessoa, reconhecendo a importância de respeitar e obedecer às autoridades constituídas por Deus. O respeito às instituições é um mandamento que nos guia para o bem. Recordo-me dos tempos em que Lula era presidente e eu o abençoava como meu líder, pois a coerência reside em honrar a posição e a instituição, não necessariamente o indivíduo.

O paraíso, refleti, será habitado por aqueles que respeitam até mesmo a menor das criaturas, sejam elas animais ou vegetais. Quando o homem compreender a importância desse respeito, ninguém precisará ensiná-lo a amar o próximo. Essas palavras de Albert Schweitzer ecoaram dentro de mim, reforçando minha convicção de que a verdadeira grandeza se encontra na preservação das virtudes e na aplicação dos talentos.

Enquanto refletia sobre minha experiência como professor, percebi que minha missão é análoga ao governo do presidente Bolsonaro para o Brasil. Assim como ele enfrenta adversidades e críticas, enfrento desafios em sala de aula, ambas as posições despertam ódio e revolta. No entanto, compreendi que meu papel é ser um exemplo de respeito, compreensão e perseverança.

A minha jornada no ensino não se resume apenas a transmitir conhecimento, mas a cultivar valores e formar cidadãos conscientes. Minha atitude perante os desafios é que definirá meu legado como educador. E assim, como o professorado é minha ferramenta para moldar o futuro, percebo que o respeito às autoridades e aos outros seres humanos é o alicerce para construir uma sociedade justa e solidária.

quarta-feira, 14 de junho de 2023

A MÃO INVISÍVEL ("A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero." — Victor Hugo)

 


A MÃO INVISÍVEL ("A esperança seria a maior das forças humanas, se não existisse o desespero." — Victor Hugo) 

Por Claudeci Ferreira de Andrade

No instante em que meus olhos encontram meus inimigos castigados, um misto de sentimentos percorre meu ser. Não é a satisfação de ver seu sofrimento aumentar, mas sim o alívio de saber que o peso sobre meus ombros diminui. A vida, tão astuta, tece suas malhas, revelando-me a trama obscura de um câncer que me consome por dentro. Será um chamado do alto? Uma mensagem para que eu fuja desse labirinto de amarguras? Eu clamo ao meu criador, suplicando por uma nova prova, além da doença e da perseguição implacável. Arranca-me à força deste tormento que se tornou minha existência! Afinal, ninguém se liberta de um vício sem vislumbrar a luz que o guia.

Acredito na criatividade divina que tudo permeia, e nela deposito minha esperança. Estou pronto para ouvir e obedecer às Suas vontades, mesmo que estas pareçam insondáveis aos olhos humanos. Se, porém, o caminho for prosseguir nesta jornada tortuosa, peço coragem, força, luminosidade e resiliência para enfrentar as tormentas sem permitir que os ataques dos adversários comprometam a qualidade do que faço: transmitir conhecimento àqueles que relutam em aprender. A indecisão, sabemos, é o estopim que nos lança ao abismo do desespero. No entanto, mesmo diante das agruras, persiste em mim a esperança de um futuro melhor. É por isso que temo o mal, pois ainda aguardo o bem que sei possível. Lembremos, então, que ninguém ousa subir em uma árvore e atirar pedras quando esta não oferece frutos saudáveis a colher.

Que a Mão Invisível que guia nossos passos nos conduza à redenção, seja ela qual for. Que sejamos corajosos em nossa trajetória, enfrentando as provações e descobrindo, em cada desafio, o propósito maior que nos conduz. Pois, no fim das contas, é a nossa fé que nos sustenta diante das adversidades, nos mostrando que a vida é tecida por fios misteriosos que, muitas vezes, só compreendemos ao olhar para trás. E, quem sabe, um dia possamos encontrar a paz tão almejada, libertando-nos das amarras invisíveis que nos aprisionam.

FUGIR NÃO É COVARDIA É, SIM, SABEDORIA ("Ninguém pode fugir ao amor e à morte." — Públio Siro)

 


FUGIR NÃO É COVARDIA É, SIM, SABEDORIA ("Ninguém pode fugir ao amor e à morte." — Públio Siro)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era um dia como tantos outros no sistema educacional, uma rotina aparentemente tranquila, até que me deparei com desafios intensos. Alunas problemáticas, como um bando tempestuoso de rebeldes, ergueram suas vozes contra o meu método de ensino. Fui acusado injustamente de roubo de notas, como se o meu comprometimento fosse uma ameaça ao suposto sucesso deles. A falta de respeito dos alunos impregnou o ambiente e complicou ainda mais a missão de educá-los. Ninguém consegue ensinar alguma coisa para quem não confia em seu professor. Sentindo-me acuado, busquei freneticamente uma saída, uma redenção para escapar dessa perseguição: Orei, confiante nas palavras do salmista:  “Eu [Deus] o livrarei, porque a mim se apegou. Eu o protegerei, pois conhece o meu nome. Ele me invocará, e eu responderei. Na angústia estarei com ele. Eu o livrarei e glorificarei” (Salmo 91:14-15). Onde estavam as ursas do profeta Eliseu, prontas para trazer justiça e alívio?

Enquanto tentava compreender essa batalha contra os moinhos de vento, a reflexão sobre uma pandemia psicossomática me invadiu. Uma catástrofe que poupou apenas aqueles que sabiam vibrar com amor ao próximo. Curiosamente, sinto uma atração sombria por essa força avassaladora, mesmo que isso signifique a minha própria destruição.
É intrigante, mas a falha dos nossos detratores em nos prejudicar pode despertar uma sensação de triunfo. Suas acusações vazias revelam a fragilidade daqueles que não conseguem resolver suas próprias batalhas internas e externas. E assim, eu acredito que buscar justiça pessoal não é uma atitude injusta para quem sofreu a injustiça inicial. Somente aquele que vivencia o dano em sua plenitude compreende a necessidade de equilibrar as forças.
Escrevo esta crônica como uma arma para buscar a justiça que me foi negada, usando palavras como flechas para atingir o cerne do problema. Afinal, numa jornada de adversidades, não podemos permitir que as circunstâncias e acusações infundadas nos definam. Somos seres além das injustiças que nos são impostas. Somos capazes de transcender e reescrever a nossa própria história. Receba!

terça-feira, 13 de junho de 2023

SER INTELIGENTE É SER DESCONFIADO ("Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho certeza absoluta." — Albert Einstein)

 


SER INTELIGENTE É SER DESCONFIADO ("Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana. Mas, em relação ao universo, ainda não tenho certeza absoluta." — Albert Einstein)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

É mais um dia de aula nessa sala movimentada, repleta de alunos com suas personalidades únicas. Entre eles, há uma aluna que se destaca pela falta de interesse e comportamento inadequado. Sentada na mesinha do fundo, balança os pés sobre a cadeira, conversando e buscando chamar atenção.

No meio de todo o burburinho, a aluna decide me questionar sobre o horário de término da aula. É evidente que ela quer deixar claro que não se importa com isso e anseia por ir embora rapidamente. Mas por que perturbar a aula desse jeito?

Respondo de maneira firme que a aula acabará quando a sirene tocar. Como era esperado, a reação da aluna não é das melhores. Ela se ofende, assim como outros jovens mimados desta época, e me chama de mal educado.

Defendo-me, explicando que é preferível tratá-la com indiferença e ser rotulado como mal educado do que me esforçar para ser gentil e educado, apenas para ser injustamente acusado de algo tão grave como pedofilia. Parece que, entre professor e aluno, sempre sobram problemas para o professor.

Os alunos sentem-se desrespeitados quando os professores os repreendem por comportamentos inadequados, como sentar nas mesas e colocar os pés nas cadeiras. Ou quando pedem silêncio, mas preferem falar alto e causar bagunça. Nem mesmo posso mencionar que a letra deles é feia e ilegível.

Essa experiência toda me faz refletir sobre a difícil posição do professor e a importância de estabelecer limites e regras na sala de aula. Lidar com alunos que não valorizam o ambiente de aprendizado e desrespeitam os professores é um desafio constante. No entanto, mesmo diante das dificuldades, é crucial manter a postura e buscar ensinar, mesmo com todos os obstáculos. Afinal, não há outra opção para o professor senão sustentar sua família.

segunda-feira, 12 de junho de 2023

O "NOVO-NORMAL" DA EDUCAÇÃO ("Nunca desista do controle. Viva sua vida sob suas próprias regras." — Breaking Bad)

 


O "NOVO-NORMAL" DA EDUCAÇÃO ("Nunca desista do controle. Viva sua vida sob suas próprias regras." — Breaking Bad)

Por Claudeci Ferreira de Andrade


Em meio ao retorno das aulas presenciais, deparo-me com uma realidade distinta. Não podemos simplesmente resgatar o passado, é preciso abraçar o presente transformado, o "novo-normal".

A educação, assim como todos nós, se reinventou. Nossas janelas para o conhecimento agora são telas, desafios inéditos surgiram. As aulas online trouxeram praticidade, mas também nos distanciaram.

Contudo, não podemos deixar que a conexão humana se perca. A empatia, a compreensão e a dedicação mútua são fundamentais. Precisamos ir além das câmeras desligadas e dos microfones silenciados, buscando maneiras de nos aproximar e criar uma atmosfera de aprendizado que supere a distância.

Ao refletir sobre essa experiência, compreendo que a educação vai além das circunstâncias. Ela está enraizada em nosso desejo de aprender, de crescer e de nos conectarmos. Mesmo diante dos desafios, é nosso comprometimento e dedicação que farão a diferença.

Assim, encaremos o "novo-normal" com coragem e determinação. Valorizemos cada momento de aprendizado, seja ele presencial ou virtual. Nutramos a chama do conhecimento, pois é através dele que encontramos transformação.

Apesar das adversidades, a educação permanece como a luz que nos guia, moldando o futuro. Lembremo-nos de que, independentemente do "normal" em que nos encontremos, a jornada do aprendizado é constante e nos abre portas para infinitas possibilidades.

domingo, 11 de junho de 2023

QUAL O SENTIDO DA ESCOLA PÓS-PANDEMIA? ("Uma coisa já sabíamos, e a pandemia confirmou, as pessoas que mais falam geralmente são as que menos sabem." — Reviane Bernardo)

 


QUAL O SENTIDO DA ESCOLA PÓS-PANDEMIA? ("Uma coisa já sabíamos, e a pandemia confirmou, as pessoas que mais falam geralmente são as que menos sabem." — Reviane Bernardo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Na sala de aula, as dinâmicas de poder se invertem, onde os outrora humilhados encontram prazer em humilhar seus mestres. O respeito transformou-se em ironia, e a relação professor-aluno desmorona em desgaste.

Recordo-me dos tempos em que as palavras "sim senhor" ecoavam pelos corredores, quando o aprendizado era um caminho de admiração mútua. Agora, somos tratados como "queridões", e o elogio é distorcido em cantadas indesejadas. O medo de elogiar um aluno e ser mal-interpretado consome minhas palavras e sufoca a liberdade de expressão.

A incerteza paira sobre nós, professores, e sobre os jovens que anseiam por um futuro vazio e sem sentido. Como posso traçar um plano perfeito de aula, se a própria essência da educação parece desmoronar diante de nossos olhos? O desencanto toma conta de todos, e a escola se torna uma prisão de almas desesperançadas.

Mas, em meio a esse turbilhão de desafios, não posso deixar que a chama da esperança se apague. Ainda há alunos sedentos por conhecimento, ansiosos por uma mudança. Neles encontro forças para enfrentar os obstáculos, sabendo que cada batalha travada é uma semente plantada em busca de uma transformação.

Assim como eu, outros professores enfrentam as agruras dessa jornada, mas não nos deixamos ser vencidos, mesmo que a modernidade tente sufocar nossos questionamentos. É preciso lembrar que a educação transcende os muros das escolas. Que tipo de profissionais e cidadãos estamos devolvendo para a sociedade? Quem dera fôssemos os guardiões do saber, responsáveis por moldar mentes e corações. Porém, é o mundo que molda a escola.

A voz dos educadores já não ecoa mais com otimismo, e os jovens estão sem inspiração, incapazes de quebrar as correntes que os aprisionam. A educação já não é mais um farol de esperança, um refúgio para os sonhadores e uma ferramenta de libertação.

Que a busca pelo sentido da educação não se perca, pois é através dela que encontraremos a luz capaz de guiar nossos passos nesse caminho tortuoso. E assim, quem sabe, possamos reavivar o verdadeiro propósito da educação e resgatar a esperança que se perdeu.

A JORNADA PARA O PRECIPÍCIO ("A vida é sobre aceitar os desafios ao longo do caminho, escolhendo seguir em frente e aproveitando a viagem." — Roy T. Bennett)

 


A JORNADA PARA O PRECIPÍCIO ("A vida é sobre aceitar os desafios ao longo do caminho, escolhendo seguir em frente e aproveitando a viagem." — Roy T. Bennett)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

No meio do caos da rotina escolar, sou arrastado pelas ondas de pressão que as mães impiedosas desencadeiam. Elas se aproximam da coordenadora e da diretora, exigindo que seus filhos ajam sem limites, como se as rédeas da disciplina tivessem sido soltas. Eu me vejo imerso nessa batalha, um confronto diário que testa minha paciência e habilidade para conciliar os interesses de todos. O peso recai sobre meus ombros, e eu, como professor, me vejo obrigado a assinar relatórios para proteger a escola de mim mesmo, como se eu fosse uma ameaça aos próprios alunos que busco orientar.

A cada incidente, um registro é feito, manchando minha reputação e ocupando seu lugar nas pastas empoeiradas da burocracia escolar. E percebo, com desalento, que a denúncia de alunos indisciplinados à coordenação pedagógica não traz consigo a esperança de solução, mas sim o fortalecimento do ciclo vicioso. Pais desprovidos de educação não se preocupam em educar seus filhos, mas encontram nos professores um alvo fácil para suas denúncias incessantes. E assim, a escola, tão essencial na formação de indivíduos, se torna uma figura controversa, uma "prostituta" social que se aproveita da situação atual para sobreviver.

Ao refletir sobre essa experiência angustiante, vejo claramente a instituição de ensino transformada em um palco de desafios e desgastes. Os professores se veem enredados em um labirinto de demandas conflitantes, entre os anseios dos pais e as restrições impostas pela própria escola. O propósito genuíno da educação, aquele que deveria nortear nossos passos, é subjugado e esquecido, substituído por um jogo de interesses e uma disputa por poder e segurança no emprego. A função de um professor, outrora vocacionada, se resume a segurar os alunos na sala, enquanto o verdadeiro aprendizado escapa por entre nossos dedos.

No entanto, não podemos permitir que a educação seja prostituída por interesses pessoais e negligências. Devemos resgatar a dignidade desse pilar fundamental da sociedade, reafirmando nosso compromisso com a formação de cidadãos responsáveis, críticos e solidários. É necessário superar as adversidades, unir esforços e reconstruir o caminho para uma educação verdadeiramente transformadora.