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domingo, 11 de junho de 2023

A JORNADA PARA O PRECIPÍCIO ("A vida é sobre aceitar os desafios ao longo do caminho, escolhendo seguir em frente e aproveitando a viagem." — Roy T. Bennett)

 


A JORNADA PARA O PRECIPÍCIO ("A vida é sobre aceitar os desafios ao longo do caminho, escolhendo seguir em frente e aproveitando a viagem." — Roy T. Bennett)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

No meio do caos da rotina escolar, sou arrastado pelas ondas de pressão que as mães impiedosas desencadeiam. Elas se aproximam da coordenadora e da diretora, exigindo que seus filhos ajam sem limites, como se as rédeas da disciplina tivessem sido soltas. Eu me vejo imerso nessa batalha, um confronto diário que testa minha paciência e habilidade para conciliar os interesses de todos. O peso recai sobre meus ombros, e eu, como professor, me vejo obrigado a assinar relatórios para proteger a escola de mim mesmo, como se eu fosse uma ameaça aos próprios alunos que busco orientar.

A cada incidente, um registro é feito, manchando minha reputação e ocupando seu lugar nas pastas empoeiradas da burocracia escolar. E percebo, com desalento, que a denúncia de alunos indisciplinados à coordenação pedagógica não traz consigo a esperança de solução, mas sim o fortalecimento do ciclo vicioso. Pais desprovidos de educação não se preocupam em educar seus filhos, mas encontram nos professores um alvo fácil para suas denúncias incessantes. E assim, a escola, tão essencial na formação de indivíduos, se torna uma figura controversa, uma "prostituta" social que se aproveita da situação atual para sobreviver.

Ao refletir sobre essa experiência angustiante, vejo claramente a instituição de ensino transformada em um palco de desafios e desgastes. Os professores se veem enredados em um labirinto de demandas conflitantes, entre os anseios dos pais e as restrições impostas pela própria escola. O propósito genuíno da educação, aquele que deveria nortear nossos passos, é subjugado e esquecido, substituído por um jogo de interesses e uma disputa por poder e segurança no emprego. A função de um professor, outrora vocacionada, se resume a segurar os alunos na sala, enquanto o verdadeiro aprendizado escapa por entre nossos dedos.

No entanto, não podemos permitir que a educação seja prostituída por interesses pessoais e negligências. Devemos resgatar a dignidade desse pilar fundamental da sociedade, reafirmando nosso compromisso com a formação de cidadãos responsáveis, críticos e solidários. É necessário superar as adversidades, unir esforços e reconstruir o caminho para uma educação verdadeiramente transformadora.

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