"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sexta-feira, 7 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (22): Além das Palavras, a Busca pela Verdade Viva.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (22): Além das Palavras, a Busca pela Verdade Viva.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma manhã ensolarada, com o aroma suave das flores emoldurando o ar. Encontrei-me imerso em uma reflexão profunda sobre o significado da verdade em nossas vidas. Quantas vezes nos contentamos em conhecê-la apenas intelectualmente, sem mergulhar de fato em sua essência e nos comprometermos com ela?

Acreditei, por muito tempo, que bastava acumular conhecimento, encher minha mente de teorias e conceitos, para compreender plenamente a verdade. No entanto, algo dentro de mim sussurrava que essa visão era apenas uma parte da equação, uma visão limitada e restrita.

Percebi que a verdade vai além das palavras, dos conceitos abstratos e das definições precisas. Ela anseia por ser vivida, experienciada em toda a sua complexidade e profundidade. Conhecer a verdade apenas como informação é como ter um mapa do tesouro, mas nunca sair em busca do tesouro em si.

No entanto, compreender isso não foi suficiente. Era necessário dar o próximo passo, envolver-me de corpo e alma com a verdade. Afinal, como poderia afirmar que estava vivendo a verdade se me limitava a observá-la de longe, sem me deixar tocar por sua luz?

Era como se a verdade clamasse por uma entrega sincera, por um comprometimento verdadeiro. Acreditar intelectualmente em Deus não era o suficiente; era preciso encontrá-Lo e adorá-Lo na realidade, experimentar uma profunda conexão com o divino que transcendesse todas as palavras e teorias.

Foi então que, em um momento de silêncio e reflexão, senti uma extraordinária impressão de prazer pessoal. Era como se a verdade, antes apenas conceito, se tornasse viva em mim. Um júbilo indescritível invadiu meu ser, e compreendi que havia encontrado um tesouro muito além das minhas expectativas.

A partir desse encontro transformador, minha vida se encheu de significado e propósito. Cada dia se tornou uma oportunidade de viver a verdade em ações concretas, de deixar que ela permeasse todos os aspectos da minha existência. A busca pela verdade se tornou uma jornada de autodescoberta e crescimento contínuo.

Assim, caro leitor, convido-o a ir além das palavras e dos meros conceitos. Permita-se adentrar o território do vivido, do experienciado. Conhecer a verdade é importante, mas viver a verdade é uma experiência que transforma vidas.

Abra-se para a extraordinária aventura de encontrar a verdade na realidade, de permitir que ela ecoe em cada fibra do seu ser. Somente assim poderemos transcender as limitações do intelecto e experimentar a plenitude da verdade em todo o seu esplendor.

Que essa jornada seja uma fonte de inspiração e desperte em você a coragem de viver uma vida verdadeira. Pois, no fim das contas, é quando nos entregamos à verdade que descobrimos a liberdade que ela proporciona.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (21): Além das Controvérsias, a Busca pela Verdade.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (21): Além das Controvérsias, a Busca pela Verdade.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Desde tempos imemoriais, a humanidade se debate em intermináveis discussões e controvérsias sobre o que é a verdade. Filósofos, teólogos e pensadores de todas as épocas buscaram decifrar esse enigma que parece escapar das nossas mãos. Mas, será que as palavras, os debates acalorados, as opiniões fervorosas realmente nos aproximam da verdade?

Lembro-me das inúmeras vezes em que me envolvi nessas discussões acaloradas, argumentando com eloquência, apresentando razões e conclusões embasadas. Acreditava, ingenuamente, que através do meu intelecto aguçado e da minha habilidade retórica, eu poderia compreender plenamente a verdade. No entanto, agora percebo que estava equivocado.

A verdadeira essência do cristianismo, a busca pela genuinidade, não reside nas disputas intelectuais ou nas conquistas meritórias. Ela transcende as palavras e encontra morada em um lugar muito mais profundo: a posição interior alcançada pela atividade salvadora de Cristo. É nesse encontro íntimo com a divindade que nos tornamos verdadeiros cristãos.

Há uma capacidade pessoal, um despertar da consciência, que nos permite compreender o valor inestimável de nos dedicarmos completamente a Cristo, de estabelecer uma união indissolúvel com Ele. Essa união, esse relacionamento íntimo, é o distintivo da Sociedade Espiritual de Cristo, é o que nos diferencia dos demais.

Compreendi, ao longo da minha jornada, que a verdadeira salvação não está nas opiniões dos homens ou nas conclusões dos debates. Ela se revela na nossa relação de total dependência com uma Pessoa viva, em reconhecermos a presença ativa e transformadora de Cristo em nossas vidas. É somente nessa entrega plena que nos envolvemos e nos comprometemos verdadeiramente com a essência da verdade.

A imagem que me vem à mente é a de um dedo firmemente ligado à mão. Assim como o dedo encontra sua função e significado ao estar conectado à mão, nós encontramos nossa verdadeira identidade e propósito quando estamos profundamente ligados a Cristo. É nessa união que a realidade da salvação se revela em toda a sua plenitude.

Portanto, convido você, caro leitor, a transcender as meras discussões intelectuais, a ir além das controvérsias que tantas vezes nos distraem e nos afastam do essencial. Busque a conexão íntima com a Pessoa viva de Cristo, mergulhe na experiência espiritual que transcende as palavras e os argumentos.

Pois a verdadeira busca pela verdade vai além das teorias e das elocubrações mentais. Ela nos convoca a uma transformação interior, a uma entrega sincera e profunda. É nesse encontro com a divindade que encontramos a resposta para os anseios mais profundos da alma e descobrimos o caminho da verdadeira realização.

Que possamos, então, deixar de lado as pretensões intelectuais e nos envolvermos com as coisas loucas do Espírito.

quinta-feira, 6 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (20): Além da Lógica.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (20): Além da Lógica.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A transformação interior, aquela que transcende as fronteiras da lógica humana, é um mistério profundo que habita a alma de cada ser humano. Por mais que tentemos compreendê-la, por mais que busquemos argumentos racionais e coerentes, a verdadeira metamorfose da alma escapa às nossas habilidades limitadas. Não é por meio de debates acalorados ou discussões acaloradas que alguém se torna um verdadeiro cristão, mas é alguém que professa e vive os princípios do cristianismo original.

Podemos nos dedicar a investigar a verdade com uma inteligência brilhante e magnífica, desvendar os segredos mais profundos do universo, mas isso não nos garante a condição de cristãos autênticos. A verdadeira essência do cristianismo não pode ser encontrada apenas nos recônditos da mente humana, nas elucubrações intelectuais. Ela transcende os limites da razão e penetra no âmago do coração.

Refletindo sobre minha própria jornada, percebo que a transformação interior vai além da compreensão intelectual. É um despertar da alma, uma conexão íntima com algo maior do que nós mesmos. É um mergulho profundo nas águas da espiritualidade, onde a fé e a entrega se encontram.

Lembro-me das vezes em que busquei respostas apenas na racionalidade, na busca pela coerência lógica. Mas foi somente quando me permiti abrir as portas do coração, quando deixei de lado as pretensões intelectuais e me entreguei à experiência espiritual, que encontrei a verdadeira transformação.

E aqui estou eu, como um viajante que percorreu caminhos tortuosos, mas que finalmente encontrou o verdadeiro sentido da vida. Compreendi que a verdadeira transformação interior não é algo que se conquista com palavras eloquentes ou argumentos persuasivos. Ela é um fruto que nasce do encontro com o divino, um despertar da alma para a presença de algo sagrado.

Portanto, convido você, leitor, a transcender as limitações da lógica humana, a abandonar as ilusões de que a verdade pode ser completamente compreendida e explicada. Permita-se adentrar no território do mistério, onde a fé e a espiritualidade se encontram. Abra o coração para a possibilidade de uma transformação real, da descoberta de um propósito maior.

Pois a verdadeira essência do cristianismo não pode ser contida em palavras vazias ou em argumentos racionais. Ela é uma chama que arde no íntimo de cada um de nós, uma força que nos impulsiona a viver com amor, compaixão e verdade.

Que possamos, então, abandonar a ilusão de que podemos alcançar a transformação interior apenas com a força do intelecto. Que possamos abrir as portas da nossa alma para a presença divina, permitindo que a verdade se revele em nós e nos guie em cada passo.

Pois a verdadeira transformação não se encontra nas páginas dos livros ou nas palavras dos sábios, mas sim no encontro íntimo com o Filho de Deus.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (19): A Sombra da Falsidade.

 


Crônicas

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (19): A Sombra da Falsidade.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Infelizmente, neste vasto mundo em que vivemos, há uma sombra que paira sobre a igreja e encontra morada no coração de muitos pastores. Um desejo quase irresistível, que os consome e os leva a abraçar sem qualquer resistência a falsidade e a distorção da realidade, confundindo-as com a autenticidade. É como se a verdade, essa joia tão preciosa, tivesse sido comprometida e escondida sob uma aparência enganosa, camuflada em trapos de falsa virtude.

Vejo esses pastores, com seus discursos vazios, apresentando a verdade diluída em lugares-comuns, em frases decoradas e em palavras que se dissolvem no ar. Acreditam, equivocadamente, que estão no caminho da verdade, pois se baseiam em propriedades materiais, em supostas excelências morais, em pensamentos sadios e em raciocínios humanos. No entanto, se esquecem de algo essencial, algo que vai além dessas superficialidades terrenas.

A verdade não reside em adornos exteriores, não se limita a uma fachada brilhante que encanta os olhos e seduz os incautos. A verdade verdadeira, aquela que transforma vidas, requer um rejuvenescimento espiritual, uma renovação íntima que só pode ser alcançada pela presença genuína de Cristo Jesus em cada coração.

Pergunto-me como chegamos a esse ponto, em que a verdade é banalizada e deturpada, em que os valores essenciais são substituídos por um verniz enganoso. Será que nos perdemos pelo caminho, cegados pela tentação de buscar a aprovação dos homens em vez da orientação divina? Será que nos esquecemos de que a verdade é um tesouro que não pode ser comprado ou trocado por ilusões passageiras?

Olho ao redor e vejo almas sedentas, buscando desesperadamente por algo real, algo que transcenda as superficialidades do mundo. E é a elas, a essas almas cansadas, que devemos voltar nossa atenção e nossos esforços. Pois é nelas que reside a esperança de resgatar a verdade do seu confinamento, de revelar sua beleza autêntica em meio à névoa de engano.

Que possamos despir-nos das vestes da hipocrisia e mostrar ao mundo a verdadeira face da verdade. Que possamos ser instrumentos de luz, guias na escuridão, levando em nossas palavras e ações a genuína presença de Cristo, que nos transforma e nos capacita a viver em plenitude.

A mensagem é clara: a verdade requer mais do que meras palavras ou aparências. Ela exige um compromisso íntimo, uma busca constante pela presença divina em nossas vidas. Somente assim poderemos dissipar as sombras da falsidade, resgatar a confiança perdida e revelar ao mundo o verdadeiro caráter do Criador.

Que possamos, então, despertar para a responsabilidade que nos foi confiada. A responsabilidade de sermos guardiões da verdade, de preservá-la e transmiti-la de geração em geração.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (18): A Responsabilidade da Busca pela Verdade.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (18): A Responsabilidade da Busca pela Verdade.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A verdade requer responsabilidade. Essas palavras ressoam em minha mente como um lembrete constante de que a verdade não pode ser monopolizada ou aprisionada. Ela é um elemento divino que transcende qualquer denominação ou indivíduo. Dizer-se o portador absoluto da verdade é, na verdade, uma forma de desmerecê-la, de diminuir sua grandiosidade.

Mas, o que leva uma igreja ou uma pessoa a arrogar-se como a única depositária da verdade, especialmente quando se trata dos últimos dias e do destino do mundo? Essa é uma pergunta que me inquieta, que me faz refletir sobre os limites do poder humano e a fragilidade da nossa compreensão.

A verdade, para merecer confiabilidade, não precisa ser confinada a um hábito específico, a uma denominação estabelecida ou a um indivíduo credenciado. Ela é algo muito maior, mais profundo e sagrado. A verdade é uma teoria divina, entrelaçada nos recessos do coração de cada ser humano, na medida em que cada um assume a responsabilidade por ela.

Somos seres dotados da capacidade de discernir entre o certo e o errado, de buscar a verdade e de compreender os mistérios do universo. Essa busca não é exclusiva de uns poucos privilegiados, mas sim uma jornada que cada um de nós é convidado a empreender.

No entanto, por que essa arrogância pecaminosa que permeia alguns, que os leva a se autonomearem como os únicos detentores da verdade divina? Por que essa ânsia desmedida por controlar e manipular a crença dos outros, em vez de incentivá-los a explorar sua própria conexão com o sagrado?

Ao longo da história, testemunhamos exemplos de indivíduos e instituições que se colocaram acima de qualquer questionamento, que se julgaram como os únicos guias para a humanidade. Mas será que a verdade pode ser tão limitada, tão restrita a um único ponto de vista?

A verdade é vasta e multifacetada. Ela se revela de diferentes maneiras para diferentes pessoas, e é nossa responsabilidade respeitar e valorizar essa diversidade de perspectivas. Não cabe a nós impor nossa visão como a única correta, mas sim compartilhar nossas experiências, aprender uns com os outros e caminhar juntos em busca de uma compreensão mais profunda.

Portanto, que cada um de nós se lembre da responsabilidade que acompanha a busca pela verdade. Não nos deixemos seduzir pela tentação de nos autoproclamarmos como os únicos detentores dessa grandiosidade divina. Em vez disso, abracemos a humildade, a abertura e a generosidade de espírito, permitindo que a verdade floresça em seu esplendor, livre de amarras e restrições.

Que cada passo que damos nessa jornada nos aproxime da verdade, mas também nos conecte uns aos outros, formando uma teia de compreensão e respeito mútuo. Pois, afinal, a verdade que buscamos transcende fronteiras e pertence a todos nós. É uma chama eterna que ilumina nossos corações e nos lembra que somos, todos filhos de um só Deus.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (17): A face oculta dos pastores.

 




ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (17): A face oculta dos pastores.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Esses pastores não só roubam a confiança genuína que os seus fiéis têm em Deus, como roubam, também, o direito deles conhecerem o verdadeiro caráter do Criador! Dizem de si, os únicos portadores da Verdade para o mundo. Vejam esta nota: “Os Adventistas do Sétimo Dia não são meramente outra igreja ou denominação religiosa. Representam o plano de Deus para os últimos dias, para restauração da original obra evangélica de Jesus” (Trezza, 1972, p96). “Vós e eu não devemos hesitar nem ser tímidos em declarar que a igreja Adventista do Sétimo Dia é a verdadeira igreja de Deus no mundo hoje” (Pierson, 1975, p100). Ah, como essas palavras ressoam de forma irônica para aqueles que conhecem a história da origem do movimento Adventista.

E assim começa a minha crônica, caro leitor, um relato emocionante que desvendará os véus de uma realidade surpreendente. Nestas linhas, mergulharemos no turbilhão de eventos que revelam a face obscura de alguns pastores, cujas ações vão muito além da simples subtração de recursos ou da manipulação de mentes.

É preciso compreender a magnitude desse roubo: o desvio da confiança de pessoas devotas, que depositam sua fé nas mãos desses líderes espirituais. Eles se erguem como os únicos portadores da Verdade, os mensageiros diretos de Deus para o mundo. Afirmam com veemência que a sua igreja, a igreja Adventista do Sétimo Dia, não é apenas mais uma entre tantas, mas sim o próprio plano divino para os últimos dias, a restauração da obra evangélica original de Jesus.

Tal proclamação poderia soar grandiosa e inspiradora, se não fosse pela triste ironia que se esconde nos bastidores dessa narrativa. Aqueles que conhecem a história da origem do movimento Adventista compreendem o quão desajustadas são essas afirmações. Lá, nas entrelinhas, desvela-se um jogo de manipulações e desvios que mancham a pureza da fé.

Esses pastores, com suas palavras eloquentes e promessas divinas, escondem uma verdade incômoda: eles sequestram não apenas a confiança dos fiéis, mas também o conhecimento do verdadeiro caráter do Criador. Ao se colocarem como intermediários inquestionáveis entre Deus e o mundo, eles aprisionam a busca individual pela espiritualidade genuína e engessam a possibilidade de uma conexão direta com o divino.

Agora, meu caro leitor, permita-me conduzi-lo por uma jornada de descobertas. Através das páginas desta Antologia de crônica reflexivas, revelarei os eventos que marcaram essa trajetória. Acompanhe-me, desvendaremos os véus da verdade e refletiremos sobre a importância de enxergar além das aparências, de questionar o que nos é apresentado como inquestionável.

Não se trata apenas de desmascarar os ladrões de confiança, mas também de reafirmar a sã consciência.

quarta-feira, 5 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (16): Quem São os Ladrões de Deus?

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (16): Quem São os Ladrões de Deus?

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ah, como é intrigante contemplar a passagem do tempo e como as palavras dos profetas ecoam através dos séculos. Malaquias, o sábio e inspirado profeta do Velho Testamento, ousou denunciar uma realidade obscura: líderes religiosos de sua época estavam ousadamente "roubando" de Deus. E não apenas eles, mas também os fiéis que, por sua vez, se tornavam ladrões ao se recusarem a oferecer os dízimos e as ofertas sagradas. Entretanto, algo mudou ao longo dos tempos, com o advento do Novo Testamento. O princípio da compostura santificada emergiu, revelando a importância da modéstia e da boa educação. Deus, agora, desejava que nos pautássemos por Sua própria norma moral, e não por nossos próprios conceitos volúveis.

Acredito que não seja surpresa para ninguém o fato de que um homem não se torna ladrão, assassino ou mentiroso de uma hora para outra. Essas transgressões insidiosas, traiçoeiras como a própria natureza humana, se estabelecem sorrateiramente em nosso âmago. Assim como Hazael, cujo desejo ardente de se tornar rei foi alimentado a cada dia, ou Lúcifer, que ousou almejar ser "semelhante ao Altíssimo", as sementes da ambição perversa são plantadas e nutridas, até florescerem em maldade absoluta (Heppenstall, 1976, p204). Que ironia, então, que até mesmo o apóstolo Paulo tenha reconhecido sua própria condição de ladrão dos irmãos, ao pegar doações destinadas às igrejas locais para ministrar em outros campos missionários, em suas próprias palavras: "A outras congregações roubei, por aceitar provisões, a fim de ministrar a vós" (II Co 11:8 TNMES).

Mas, e hoje? Quais palavras podemos encontrar para rotular aqueles pastores que, de grandes igrejas, sede, apropriam-se das ofertas e dízimos de um pequeno grupo de irmãos, enviando-os para outros propósitos? Será que esses recursos realmente chegam ao seu destino ou são meras ilusões? Afinal, não nos esqueçamos de que "nem ladrões, nem avarentos... nem os roubadores, possuirão o reino de Deus" (I Co 6:10 BSEP). Talvez seja sensato sugerir que apenas quando não houver mais necessidades a serem supridas na congregação local, quando todas as empreitadas estiverem plenamente executadas, então sim, poderíamos direcionar nossa ajuda a outros irmãos distantes, uma responsabilidade dos que estão mais próximos. Ou ainda, somente em circunstâncias urgentes e indispensáveis, Deus mesmo providenciará o deslocamento do missionário, assim como fez com o iluminado apóstolo Paulo gratuitamente e outros, provendo meios miraculosos e inexploráveis sem que ninguém fosse prejudicado.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (15): Dízimos para quem?

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (15): Dízimos para quem?

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Havia uma época em que os dízimos eram uma obrigação sagrada, uma taxa estipulada e ajustada, entregue no templo para sustentar os sacerdotes, os levitas e até mesmo o rei com seus funcionários. Era uma forma de garantir o funcionamento da Tenda da Reunião, onde se realizavam os rituais e cerimônias religiosas. Lembro-me do que li sobre esses dias, em que o povo trazia suas ofertas, conscientes de que estavam contribuindo para o sustento daqueles que se dedicavam ao serviço sagrado.

No entanto, Jesus, o Filho de Deus, não foi um cumpridor estrito dessas tradições e formalidades do templo. Não há registro algum de que Ele tenha pago dízimo. E isso me faz refletir sobre a importância que Ele atribuía às práticas cerimoniais. Na verdade, as referências ao templo em Seus ensinamentos são escassas, exceto quando se trata dos sumos sacerdotes, que, infelizmente, desempenharam um papel negativo em Sua trajetória.

A reserva de Jesus em relação ao pagamento da didracma, uma moeda utilizada para as ofertas no templo, e à prática do Corbã, que envolvia dedicar algo a Deus em detrimento dos pais, revela uma visão crítica dessas práticas religiosas. Ele se conformava perfeitamente com a manipulação e as conotações negativas associadas aos sacerdotes. Lembro-me do que li sobre como as autoridades do templo temiam a Sua influência sobre o povo e planejavam Sua morte. Foi uma época conturbada, na qual as tradições e os interesses humanos se chocaram com a mensagem transformadora de Jesus.

A verdade é que Jesus veio para estabelecer uma nova aliança, uma nova forma de relacionamento entre Deus e os homens. Ele ofereceu a Si mesmo como o único sacrifício aceitável, Seu próprio corpo sem pecado, para selar essa nova aliança. Ele se tornou o elo vital entre a Terra e o Céu, transcendendo os limites do sistema sacerdotal anterior. Os compromissos sacerdotais, os dízimos e as práticas cerimoniais perderam sua relevância diante da grandiosidade desse sacrifício supremo.

Ao refletir sobre tudo isso, percebo que a mensagem de Jesus vai além da observância externa de rituais e contribuições materiais. Ele nos convida a uma transformação interior, a uma comunhão sincera e verdadeira com Deus. Ele nos ensina que não é por meio de obrigações religiosas ou de tentativas de ganhar mérito que encontramos a verdadeira paz com Deus. É pela fé em Jesus, pela entrega de nosso coração a Ele, que podemos experimentar a liberdade espiritual e a verdadeira adoração.

Portanto, questiono: uma vez que Jesus veio para mudar o paradigma, uma vez que Ele se tornou o sacrifício perfeito e abriu um novo caminho para a humanidade, para quem seriam os dízimos? O livro de Hebreus explora profundamente essas questões, revelando como o antigo sacerdócio faliu.