"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

quinta-feira, 13 de outubro de 2016

A ESCOLA CONFESSIONAL DO INFERNO ("A religião prestou ao amor um grande serviço, fazendo dele um pecado" —Anatole France)



Crônica

A ESCOLA CONFESSIONAL DO INFERNO ("A religião prestou ao amor um grande serviço, fazendo dele um pecado" —Anatole France)

Por Claudeci Ferreira de Andrade


            Lendo uns pensamentos de Machado de Assis, deparei-me com este: "Deus, para a felicidade do homem, inventou a fé e o amor. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir fé com religião e amor com casamento". Como se trata dos pilares de sustentação da sociedade, vou acrescentar a escola, parafraseando o grande literato brasileiro: Deus, para o crescimento intelectual do homem, inventou o ensinar. O Diabo, invejoso, fez o homem confundir o ensinar com escola.
             Se essas entidades tradicionais desvirtuaram o princípio motivador do ideário divino, é bem merecida a falência. A prova de que Deus não está morto, é o bem vencendo o mal, trazendo de volta o equilíbrio: destruindo o que contamina a religiosidade, a família e a escola. Apesar da exploração da fé, "Deus constrói o seu templo no nosso coração sobre as ruínas das igrejas e das religiões." (Ralph Waldo Emerson). E apesar do manto de moral que pressupõe a casamento sagrado, lembra-nos Luis Fernando Veríssimo: "Quando o casamento parecia a caminho de se tornar obsoleto, substituído pela coabitação sem nenhum significado maior, chegam os gays para acabar com essa pouca-vergonha." E apesar do sistema educacional inchado de especialistas para ensinar, o Immanuel Kant também escancara a realidade ideológica da escola atual:  "Por isso que se mandam as crianças à escola: não tanto para que aprendam alguma coisa, mas para que se habituem a estar calmas e sentadas e a cumprir escrupulosamente o que se lhes ordena, de modo que depois não pensem mesmo que têm de pôr em prática as suas ideias.
          Então, naquela aula de sociologia, eu falava sobre as classes sociais. Segundo Weber e Durkheim e os seus critérios de estratificação. Meus alunos estavam sentados como estátuas, quietinhos, todos olhando para mim, POR MEDO DA COORDENADORA, a quem ameacei entregá-los. No final, eu lhes perguntei alguma coisa pertinente ao que acabara de dizer. Ninguém me respondeu nada. Não sabiam...! Do que valeu minha aula? Agora sou forçado a refletir nas aulas de inglês que assisti em toda a minha vida de estudante e hoje não sei nem o verbo "to be". Parece-me que as imposições é o dedo do homem estragando o ideal.
            "Mas tudo acaba onde começou". "A religião começou quando o primeiro patife conheceu o primeiro tolo." (Voltaire). Sim, depois a religião criou o casamento e a escola. Ainda tem quem ousa dizer que as melhores escolas são as confessionais. Portanto, religião não se discute, deixa eles fazerem o que querem, já dizia Napoleão Bonaparte : "A religião é ótima para manter as pessoas caladas".
Kllawdessy Ferreira

Comentários

Enviado por Kllawdessy Ferreira em 13/10/2016

Reeditado em 13/10/2016

Código do texto: T5790572 

Classificação de conteúdo: seguro



Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

ABAIXO AS HORAS EXTRAS FORÇADAS (Isso não entrou na reforma do Ensino Médio. )

       
 
Crônica

ABAIXO AS HORAS EXTRAS FORÇADAS (Isso não entrou na reforma do Ensino Médio. )

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Nesta minha profissão, entra semana e sai semana, e a rotina me consome depressa, ainda ouso chamá-la missão, sacerdócio ou educação. E meus chefes, que me cobram serviço, coerentes ou não com o objetivo geral, chamam-me de colega! Já estive melhor em outras reflexões, porém nesta, estou cansado demais para pensar, andando à caranguejo, olhando para trás e achando tudo normal. Inclusive explico por que esta semana foi mais cansativa. Imagina ir dormir às três da madrugada, em dois dias úteis, digitando notas de aluno como uma obrigação do trabalho na escola, não bastava ser uma nota bimestral, mas teria de registrar as quatros colunas para o aplicativo fazer a média aritmética. Experiência insana, se o uso da produção não é urgente, ainda não chegou o quarto bimestre. Mas, minha colega que é coordenadora de muitos anos cobra-me o fechamento em uma data rígida sob ameaça de me relatar ao diretor, e a cobrança é sem escrúpulo à vista de todos: "você ainda não lançou as notas!" E os outros colegas ficam felizes por não ser assim com eles: foram pontuais, anteciparam suas insônias. Porém, podia ser com qualquer um, se estivessem em meu lugar, que preciso trabalhar em duas escolas.
           Preencher diário de classe com várias colunas de nota para justificar um bom trabalho, é trabalho não criativo, diga-se de passagem atrofia-nos! Por isso me chamam de preguiçoso! Não priorizo, ainda porque o final do ano está longe. Mesmo assim, estou sem nenhuma condição de estabelecer conversa que fortaleça algum dos laços respeitáveis, podendo apenas aumentar as diferenças, este é meu aperfeiçoamento: retração que se parece com resiliência. Ouvir o outro neste momento não será um aprendizado, estou incapaz de compreender as expectativas do contexto, tomado por raiva. Assim, se faz um homem na linha de montagem.
           A outra parte é boa: o preparo das aulas. Eu aprendo muito, refresco minha memória e treino minhas habilidades. Apenas reclamo de ter aulas bem preparadas e mal conduzidas, pois dependo do público alvo, não selecionado por mim. E eu também não fui selecionado por ele.  Isso não entrou na reforma do Ensino Médio. O que diria Arthur Schopenhauer sobre receptividade dos doutores lecionando em salas de aulas do Ensino Fundamental e Médio do atual sistema educacional? Baseando-me em sua frase: "Uma pessoa de raros dons intelectuais, obrigada a fazer um trabalho apenas útil, é como um jarro valioso, com as mais lindas pinturas, usado como pote de cozinha." Eu diria que falta motivação para a boa formação continuada.
Kllawdessy Ferreira

Comentários

Enviado por Kllawdessy Ferreira em 01/10/2016
Reeditado em 04/10/2016
Código do texto: T5778020
Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 10 de setembro de 2016

A ESCOLA MAQUIAVÉLICA ( "Usar a inversão de valores para conseguir o que se quer sempre será uma estratégia maquiavélica e ardilosa." — Edson Caserna



Crônica

A ESCOLA MAQUIAVÉLICA ( "Usar a inversão de valores para conseguir o que se quer, sempre será uma estratégia maquiavélica e ardilosa." — Edson Caserna)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         O que pretende o sistema educacional com a sua frouxidão de prática e de propósitos, maquiando com tópicos da democracia:  "Por fora, bela viola; por dentro, pão bolorento " — Pitty. E adotam a cartilha de Maquiavel (Educador de príncipe - "Os fins justificam os meios" é uma famosa frase significando que qualquer iniciativa é válida, quando o objetivo é conquistar algo importante.). Percebo, na atual conjuntura, o porquê da inversão de valores: o aluno é colocado como o centro de tudo no sistema educacional, enquanto deveria ser os saberes. "[...] Cuidado com aquele para o qual você dá poder, pois a criatura pode voltar-se contra o criador e arruiná-lo" (Ercília Macedo-Eckel. Maquiavel, polêmico e atual:DM, OP 10/09/2016, pág. 17). 
           É exatamente isso que está acontecendo: o fim está equivocado, e mais gravemente, acontece na escola pública a supervalorização dos gráficos altos. Estão ensinando que os fins justificam os meios, a exemplo de não se importarem com a falta de qualidade, visando só a quantidade. Classes cheias de alunos "empoderados" sem o nível prerrequisito para a tal série. Produza o que produzir; o que der, deu! O problema está em focar no fim espúrio. Se as normas fossem empregadas, o medo do castigo faria com que boas ações fossem imediatamente estabelecidas. Quem dera fosse, os meios justificando os fins. As ações bem direcionadas por si só seriam a inspiração motivadora, os índices seriam alcançados automaticamente. A qualidade seria a preocupação primeira em cada passo dado no rumo certo. Gustave Flaubert disse: "O sucesso é uma consequência e não um objetivo".
          Falsos moralistas, aproveitadores do sistema, unicamente cuidando de afiar suas denúncias, porque sabem que dentro da folga democrática são ouvidos e levados a sério, embora o denuncismo ou "delação privilegiada" é um tipo de educação para a traição, mais ainda não deixou de ser geradora de revolta e motiva as pessoas a uma confusão e desatino, em relação ao fim nobre. É como disse Diógenes: "Entre os animais ferozes, o de mais perigosa mordedura é o delator; entre os animais domésticos, o adulador". A escola insiste em ensinar que cidadão é aquele que percebe criticamente sua realidade e denuncia as supostas mazelas. O líder democrático gosta de denúncias? Maquiavel diria que a crueldade do líder é necessária, a prática da justiça seria a única forma de piedade. Dentro da mesma escola estamos em guerra, pela luta de classe e pelo emprego. E em "tempo de guerra a crueldade torna-se indispensável". Não se trata adversários de guerra a pão-de-ló. Porém, a escola dá o melhor cardápio em lanche como se esse fosse o alvo principal! Não estou falando da violência crua e sem sentido que ocorre na escola entre alunos/professores, mas falo sim da batalha intelectual e ideológica para ocupar as vagas superiores e privilegiadas.
           Como um governo expande seu território? Josué, Calebe e o povo de Israel conquistaram a Canaã prometida com piedade e amor? Não. O que eles fizeram não produziu vínculos duradouros. Uma coisa é parecer cruel e outra coisa é ser de fato cruel. É preciso se cuidarem o gestor e os coordenadores, pois não devem nem se mostrar pessoalmente cruéis. Se faz necessário que toda crueldade política deve ser justificada, por causa das eleições para o próximo mandato. Porém devem ser firmes no compromisso com a verdade e honestidade. Já me disseram que aluno não é amigo de professor e o professor não deve ser amigo de aluno, mas deve reinar entre eles apenas uma amizade fundamentada totalmente no bom interesse recíproco. E finalmente, os meios justificarão os fins e não o contrário. "O príncipe que chega de viagem estaria mais seguro se 'fosse mais temido do que amado'"? (http://impresso.dm.com.br/edicao/20160910/pagina/17)
          Então, que crueldade milagrosa é essa? É manter a palavra dada segundo a justiça; fazer cumprir o regimento interno; agir no interesse de uma causa nobre; manter a postura. As estatísticas maquiadas não são causa nobre! Tudo deve está imediatamente na direção do alvo supremo da escola: passar o conhecimento útil, e não passar o aluno de série à revelia.       
Kllawdessy Ferreira

Comentários
Enviado por Kllawdessy Ferreira em 09/09/2016
Reeditado em 10/09/2016
Código do texto: T5756044 
Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

domingo, 21 de agosto de 2016

IMPOSIÇÃO SEM CLASSIFICAÇÃO ("Estabilidade de servidores na administração pública é desigualdade social."—Georgeana Alves)



Crônica

IMPOSIÇÃO SEM CLASSIFICAÇÃO ("Estabilidade de servidores na administração pública é desigualdade social."—Georgeana Alves)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

                        Aquele ano, fiquei fora do tal "Olimpíada de Língua Portuguesa: Escrevendo o Futuro", porque estava lecionando só gramática. O lado bom disso é que não tive o trabalho extra de ler aquele "mundaréu" de redações de aluno. A Secretaria de Educação Municipal tornou a inscrição obrigatória para todas as escolas de ensino fundamental, ela mesma  assumiu as orientações. Cá, na escola em que trabalho, outro lecionava as aulas de redação. Quando eu ensinara redação, fazia parecer um trabalho fácil, pois gosto e sei fazê-lo bem. Assim despertou a cobiça do outro, que no grito ganhou esse componente curricular (usurpara de mim). Achei injusto e sem um propósito nobre, pois quando peço para meu aluno escrever, eu dou-lhe o exemplo. E vejo como é ridículo um professor que nunca publicou nada e não sabe produzir uma crônica é professor de redação. Mas, nossos gestores não se preocupam com qualidade, apenas querem resolver seus problemas administrativos. Foi aí que cometi um grave erro contra mim mesmo: deixei-me levar pelas preferências dos outros nem briguei. Cobiçaram minha tranquilidade e venceram-me politicamente.
           Agora, analisando o contexto geral, na fase final da tal Olimpíada de Língua Portuguesa, 2016, descubro os muitos critérios e afazeres que compunham o novo desenho do concurso, então só me pus a assistir aos colegas, tentando resolver seus milhões de dúvidas junto aos responsáveis. Como se a eles não bastasse, ainda têm de ler os infindáveis tutoriais da empresa, somando-lhes a fina responsabilidade de classificar as redações de aluno de péssima caligrafia; para pouco resultado, diga-se de passagem; visto que, também, as chances de premiação são mínimas pela a abrangência de contingente.
           Por isso, quero ressaltar ainda que eu não acreditava que teria algum professor de redação disposto a se inscrever nas edições subsequentes da Olimpíada de Língua Portuguesa: Escrevendo o Futuro", mas até hoje existe esse concurso. Pois, nunca foi problema por não terem  nenhuma premiação, até agora, com certeza jamais largarão as aulas de redação por desânimo, deve está rendendo dinheiro para alguns. Já que perguntar não ofende, como será a Olimpíada de Língua Portuguesa pós pandemia?  "A ameaça do mais forte faz-me sempre passar para o lado do mais fraco." — François Chateaubriand)
             Contudo, estou pronto para aplaudir em pé futuros  finalistas no nosso município (se houver algum), sem nenhum rancor:  "Ao vencedor, as batatas".
Kllawdessy Ferreira

Comentários

Enviado por Kllawdessy Ferreira em 19/08/2016
Reeditado em 20/08/2016
Código do texto: T5733490
Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

SEQUELA DO "DISTANCIAMENTO" (“A nossa oração e o nosso clamor devem ser sempre do tamanho do choro do mundo”. — Pr. Cpl. Moacir J Laurentino)


Crônica

SEQUELAS DO "DISTANCIAMENTO" (“A nossa oração e o nosso clamor devem ser sempre do tamanho do choro do mundo”. — Pr. Cpl. Moacir J Laurentino)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Hoje, neste domingão, estou vazio, um tanto reservado e reflexivo; mas sinto um despertar de meu lado afetuoso, o qual me conduz no abrir meu coração para uma pessoa de confiança. Preciso desabafar para alguém que saiba se colocar no lugar do outro! Ando muito na defensiva com relação a meus sentimentos, achando que ninguém os merece. Será que se eu for sincero atrairei sua compreensão? O meu desejo é apenas de estar junto, participando da vida da cidade, caminhando com quem possamos aproveitar as experiências para nosso enriquecimento mútuo. Conversar, aprender juntos, consolidar o que nos poderia unir. Mas, estou só... infelizmente; Isto é real, perdido no caminho e tentando voltar! 
            Que filho ou filha alguma atenderia essa necessidade, senão uma mãe? "Se o clamor de uma alma indo para o inferno não nos faz repensar no que estamos fazendo do evangelho, é inútil a nossa crença que estamos salvos. (Adriana Bacelar Lima. Nunca fui pai para não deixar de ser filho dependente, as decepções de filho são menos doloridas, pois são aliviadas com a certeza do apoio familiar. Quero colo de uma "mãe de leite"! Dizem os entendidos que criança criada com leite de mulheres diferentes é mais inteligente. Como eu queria sê-lo para reclamar menos. O tolo é assim: quando é ofendido, logo todos ficam sabendo.
Kllawdessy Ferreira

Comentários
Enviado por Kllawdessy Ferreira em 14/08/2016
Reeditado em 14/08/2016
Código do texto: T5728230
Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

OS TOLOS OFENDIDOS, VINGANÇA EXAGERADA (“Para os puros, todas as coisas são puras...” Tt 1:15.)


OS TOLOS OFENDIDOS, VINGANÇA EXAGERADA (“Para os puros, todas as coisas são puras...” Tt 1:15.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Enquanto o sol se despede do dia, o entardecer de minha existência, vejo-me em uma batalha pessoal. Mais uma luta, uma ferida aberta, um trauma que talvez tenha sido causado pela minha própria negligência ao meu nome e caráter, não sube me protejer. Como Shakespeare sabiamente disse, “Quem me rouba a honra priva-me daquilo que não o enriquece e faz-me verdadeiramente pobre.” Sinto uma perda, uma perda atribuída às ações levianas de outros que não gostam de mim. Não mereço esse julgamento injusto. Estou trabalhando honradamente, mantendo o foco, buscando o caminho da felicidade, ajudando meu próximo. Mas, para um final feliz, meu anjo da guarda me disse que só preciso deixar a energia fluir no meu ritmo, abrindo caminho, não abra mão de ser professor.

A intenção daquela aluna não tinha o mínimo propósito de melhorar sua família ou fortalecer seu casamento. Ela levou seu marido ao diretor e ali expôs sua maneira irrefletida de agir, sem a intenção de melhorar também a escola e seus estudos. Ela denegriu a imagem de um professor de muitos anos de serviço prestado àquela unidade escolar, um professor de boa índole e utilidade comprovada. Ela subestimou a capacidade de leitura de mundo, compreensão e interpretação do meu diretor, escrevendo a ele aquela denúncia. Ela não pensou que eu poderia divulgar minha versão original. Ela só pensou em dar um motivo para me expulsarem da escola, queria prejudicar meu profissionalismo, pois apenas imaginou que eu poderia perder o emprego do qual sustento minha família como castigo pelo que fiz, não com a intenção imputada por eles. Afinal, a coordenadora pedagógica adora fazer relatórios negativos sobre professores para se projetar na função que ocupa por favores políticos, então atende a coveniência para agradar da comunidade! E os alunos maldosos sabem disso: é o caminho mais curto para o diretor.
Depois de tudo, eu ainda seria professor dela, em péssimas circunstâncias de ensino e aprendizagem. Se ela considerava minha atitude tão criminosa, por que não foi à polícia, onde há investigadores competentes, em vez de fazer “justiça” com as “próprias mãos”? E em que escola eles aprenderam isso, pois são rápidos em denunciar picuinhas, sem nem conversarem comigo (Sem dar chance de defesa à vítima)?
Bem sei que um erro não conserta o outro, porém quero me justificar. Num momento vago da aula, comecei a ler as mãos de alguns. Infelizmente, ela se aproximou e me deu a mão para eu falar seu futuro. Segurei sua mão e falei coisas triviais, nada comprometedor, era apenas uma brincadeira à vista de todos. Gosto de agir assim com meus alunos para facilitar a relação professor/aluno, gerando confiança e lucro na aprendizagem (já que eram adultos da EJA). Mas, ela não entendeu e, incentivada pelo namorado ciumento, maldosamente foi juntando ódio e premeditando os fatos com a finalidade de me acusar de assédio sexual. Como sou um péssimo profeta, não sabia que iria ter revelações do seu futuro tão pressionado assim. No final, não aprendi nada com suas ameaças e denúncias. Só me fizeram, mais uma vez, consciente das possibilidades de fracasso de minha profissão e, por tabela do sistema educacional, porque esse não é um caso isolado. Vou morrer sem saber em que parte eu a ofendi! “Para os puros, todas as coisas são puras…” Tt 1:15.
Nunca pensei que houvesse necessidade de divulgar esse texto, um retrato da minha tolice, considerando que aprendi com a Bíblia que “Quando o tolo é ofendido, logo todos ficam sabendo, mas quem é prudente faz de conta que não foi insultado.” (Prov. 12:16). Mas, o fiz porque, agora acho, que ele vai ser útil para alguém também iludido pelo sistema. Essas formas de vingança de aluno e seus donos estão cada vez mais frequentes não só na escola, mas também em qualquer outro trabalho. “Louco não é o homem que perdeu a razão. Louco é o homem que perdeu tudo menos a razão.” (G. K. Chesterton).

sábado, 13 de agosto de 2016

"QUEM SÃO ELES?, QUEM ELES PENSAM QUE SÃO?" ("Quando todo mundo quer saber é porque ninguém tem nada com isso." — Millôr Fernandes)



Crônica


"QUEM SÃO ELES?, QUEM ELES PENSAM QUE SÃO?" ("Quando todo mundo quer saber é porque ninguém tem nada com isso." — Millôr Fernandes)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Era a primeira reunião pedagógica do mês de agosto, deste ano. O que deveria ser o primeiro dia de aulas do segundo semestre, foi o tal momento pedagógico. Não foi diferente ali, do que comumente acontece; ouvi e tive que aceitar determinações e outras coisas de tirar lágrimas dos olhos de crocodilo. Aprovaram inclusive o que em outras reuniões já tinham condenado, é o vai e vem da inutilidade, como pedaços de fezes boiando n'água. Meu voto está sempre na minoria. Não vale nada!
           Não compreendo alguns colegas de trabalho, professores maduros até. Nas reuniões pedagógicas, não são muito dados a ideias inovadoras; graças a Deus, ainda há aqueles poucos que se propõem a uma pequena ousadia. Na verdade, eu não sei o que quis dizer a colega quando reclamou de um professor desta unidade que  afrouxa demais as normas com os alunos para ganhar a simpatia deles: tornar-se o "bonzinho" é querer aparecer. E ela chegou ao absurdo de exigir que os colegas não sejam bonzinhos, pois desconfiava que ela mesma poderia se passar por má, visto ser a única "rígida" da escola, a seu modo: supostamente "Ideal"?
            Eu sempre acreditei que a diversidade cultural  faz o conhecimento legítimo. Por isso, senti-me muito agredido com esse desejo de uniformização no trato com o aluno, pois os procedimentos didatísticos unificados como rega geral, propostos nos manuais de Paulo Freire, tolhe a criatividade de professores e alunos. Esse tipo é capaz de afirmar que só ele procede corretamente. Será se ela está sugerindo que todos da unidade escolar trabalhem do seu jeito para não ter distinção? Ou melhor, será se ela quer anular o direito de escolha do aluno de gostar desse ou daquele professor? Mas, eu continuo pensando que se todos pensassem igual, ninguém pensaria grande. Assim como disse Carlos Drummond de Andrade: "Ninguém é igual a ninguém. Todo o ser humano é um estranho ímpar." Estaria ela, pensando no crescimento da escola em que trabalha ou só está pensando em si mesma, não querendo ser rejeitada sozinha? Como os "bonzinhos" em busca de aceitação, ainda que por vias diferentes. 
           O maior medo do professor inseguro é que os seus alunos venham a gostar mais dos outros do que dele. Para seu conforto digo, ninguém consegue desagradar a todo mundo, bem como não se consegue agradar todo mundo. O professor de quem os alunos gostam mais é o de educação física. Será se todos os demais enciumados deverão dar "bolas" aos alunos para se equipararem? O Horácio já disse: "O invejoso emagrece com a gordura dos outros".
           Se tratam assim os colegas, como tratam os seus alunos? Assim, nos conselhos pedagógicos que deveriam apurar as melhores ideias para as mudanças da educação, cultivam-se ainda esses atrofios. A educação não cresce porque deixou muitos para trás, e aqueles retardatários ainda lutam com o apoio dos fracos a fim de continuar na zona de conforto. Um conselho de classe ou uma reunião pedagógica é boa, quando trata de coisas que preservam a zona de conforto para a maioria. Uma andorinha só não faz verão, por isso tudo continua igual!
"Andorinha lá fora está dizendo:
— Passei o dia à toa, à toa.
Andorinha, andorinha, minha canção é mais triste:
— Passei a vida à toa, à toa."
(Manuel Bandeira)

Kllawdessy Ferreira

Comentários

Enviado por Kllawdessy Ferreira em 09/08/2016
Reeditado em 13/08/2016
Código do texto: T5723318
Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

SENTINDO-ME AGRADECIDO (“Dad gracias en todo, porque esta es la voluntad de Dios para con vosotros en Cristo Jesús.” 1 Tesalonicenses 5:18).



Crônica

SENTINDO-ME AGRADECIDO (“Dad gracias en todo, porque esta es la voluntad de Dios para con vosotros en Cristo Jesús.”-1 Tesalonicenses 5:18).

Por Claudeci Ferreira de Andrade


           Hoje é outro dia certamente, porém ontem foi assim: diversão, contato com amigos, e pessoas próximas coloriram meu dia. Novidades boas e informações quentes chegaram através do ambiente. Boas notícias trouxeram também esperanças e mais fé. Usei minhas habilidades naturais para responder à altura. Aprendizado em alta! Após o frisson do dia 7 de julho, meu aniversário, vi o quanto as pessoas - chave de minha vida - deitaram e rolaram nas expressões fortes, sentimentais e as mais diversas possíveis. Os amigos da internet falavam como se elas fossem verdadeiras, mas muitas delas são apenas frutos virtuais! Ainda bem que atrás do computador, pelos menos, são corajosas e espontâneas, deviam ser mais responsáveis no uso das palavras, pois se mentiram para mim, produziram em mim uma felicidade sem necessidade, daquelas que não fazem bem. Nunca saberei o que eles sentem sinceramente por mim. O melhor é que ainda estou feliz de verdade, fez-me muito bem! Foram mais de duzentas felicitações de parabéns no Facebook. Respondi a todas com a melhor apresentação que pude. E ainda hoje, obrigado! “Dad gracias en todo, porque esta es la voluntad de Dios para con vosotros en Cristo Jesús.”- (1 Tesalonicenses 5:18).
           Todavia quero destacar aqui, duas pessoas tóxicas que me chamaram de arrogante. Aferi por isso o seguinte significado: Etimologicamente, o termo “arrogante” se originou a partir do latim "adrogare", que significa “para exigir”, ou seja, utilizado para definir a personalidade de alguém que se achava no direito de exigir um reconhecimento do mundo que, na realidade, não merece. Então, se estou lhes considerando tóxicas, seriam merecedores também do veneno que destilo? Estou apenas exigindo que cada um se mereça por eu estar grávido de seus exemplos. Por que não podemos ser vice-versa honrosamente? Como posso merecer ser importante para vocês?! Já que a etimologia da palavra importante é o que foi importado para dentro.
Kllawdessy Ferreira

Comentários

Enviado por Kllawdessy Ferreira em 08/07/2016
Reeditado em 08/07/2016
Código do texto: T5691210
Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 2 de julho de 2016

DOMÍNIO DE CLASSE X DOMÍNIO DE CONTEÚDO ("Tome um rumo diferente do de costume, e quase sempre estará certo." Jean-Jacques Rousseau)



Texto

DOMÍNIO DE CLASSE X DOMÍNIO DE CONTEÚDO ("Tome um rumo diferente do de costume, e quase sempre estará certo."
Jean-Jacques Rousseau)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Sou um professor tachado de "sem domínio de classe". Colegas e superiores fazem-me sentir, por isso, sujo e imundo, inadequado; sendo diferente da maioria e sem nenhum elogio de coordenador algum.
            Analisando a palavra DOMÍNIO, concluí; está sendo ela, e especialmente nesse caso, inadequada para o meio promissor de uma boa metodologia educacional, ela coisifica os alunos. Mesmo assim, que impregne quem quer que seja, menos a mim! Pois, é uma palavra doce na boca de muitos administradores sem conteúdo, que não querem fazer a parte correta de seu trabalho. Segundo o Google, diz-se dela: "supremacia em dirigir e governar as ações de outrem pela imposição da obediência; dominação, império. 2. direito ger. reconhecido de propriedade e supremacia de um indivíduo ou indivíduos sobre outro(s)." Para esses, o ideal seria lecionar às cadeiras vazias, porque não se movimentam e podem ser arrastadas. Aqui, estou preferindo o sentido poético da palavra: "domínio"! Como disse Clarice Lispector: "A palavra é meu domínio sobre o mundo".                 Na minha licenciatura, não me ensinaram a dominar aluno e nem controlar classe alguma, não existia essa doutrina. Tudo que aprendi no meu curso superior foi dominar, sim, os conteúdos da matéria pertinente. E quero crer que faculdade nenhuma tem como preocupação primeira preparar professores com domínio de classe. Todavia, com o passar do tempo fui percebendo que os alunos não queriam conteúdo, viciados na parte mais fácil: "seguir vendados a formatação". Com isso, fui também me desculpando, e entendi ainda o comportamento de alguns colegas que usam a fórmula mágica de entregar "boas aulas": "domínio de classe". Para isso, os professores, de forma geral, passam uma grande parte do tempo de uma aula — estatísticas oficiais estimam uma média de 20% — impondo  silêncio, ou melhor, tentando o controle da classe. Cobrar do professor domínio de classe é, no mínimo, culpá-lo de atrapalhador do trabalho da coordenadora de indisciplina. Faz o professor, mais uma vez, se sentir como descompromissado em lugar do aluno irreverente. E se ele reprovar esse aluno e mais outros, em um bimestre, na tentativa de controlá-los pela ameaça da nota, também é recebido como afronta ao sucesso do coordenador e da escola toda, podem despencar os índices de aprovação.
            Cada vez mais se aprende menos nas classes superlotadas das escolas públicas, e a secretaria de educação insiste em fechar salas que não seguram, pelo menos, vinte alunos, isto é, quando não une as turmas. A verdade é que a indisciplina e o mau comportamento dos alunos impedem a transmissão dos saberes da matéria que devia ser a vida da escola. Para o médico, não lhe importa mais a avaliação do CRM, feita por superiores, interessa-lhe a do cliente que paga a consulta. Para o professor, quem é mais importante? No caso, parece ser o emprego. Porque quando funde as salas de poucos alunos, o professor perde sua carga horária, e o coordenador pedagógico não tem nada a ver com isso!
            O domínio de classe não tem a bênção do filósofo Platão que nos aconselha ensinar, valorizando a liberdade dos aprendizes, dando-lhes o direito para disputarem positivamente colocações melhores e não uniformizando-os: "Não eduques as crianças nas várias disciplinas recorrendo à força, mas como se fosse um jogo, para que também possas observar melhor qual a disposição natural de cada um." (Platão). Parece-me que o melhor método não é "cortar as asas, mas direcionar o voo dos pássaros". Não é possível que os grandes filósofos estejam errados em detrimento da nova pedagogia, quando questionam a eficiência dela: "É por isso que se mandam as crianças à escola: não tanto para que aprendam alguma coisa, mas para que se habituem a estar calmas e sentadas e a cumprir escrupulosamente o que se lhes ordena, de modo que depois não pensem mesmo que têm de pôr em prática as suas ideias." (Immanuel Kant).
            É por essa razão e outras mais, estarei sempre errado, enquanto a escola estiver interessada apenas em quantidade! Assim, o lanche gostoso da escola atrai só estômagos vazios, as mentes e os cérebros férteis dos jovens sedentos do aprender são postos de lado.  A maior denúncia de que o conforto do silêncio manipulado é prejudicial, está na presença legalizada de alunos analfabetos, os quais não sabem assinar seu próprio nome, no sexto ano fundamental.
           Professores pressionados a pressionar, esquecem-se de estudar sua disciplina de formação para treinar técnicas de controle de comportamento. E no pouco tempo que lhes resta, colocam os alunos para copiar do livro na ânsia, ou esperança de obter a calma deles. Mas, o que aprendem alunos que só copiam as páginas do livro? Ou o que ensinam os professores que só enchem o quadro, copiando do livro coisas... para os alunos copiarem. Cidadania é saber fazer silêncio voluntariamente para aprender o que o mestre ensina. Contudo, hoje, os alunos não veem mais em seus professores alguém depositário de conhecimento, porém só mais um copista com a letra bonita. Esse método também não funciona mais, o professor se esforça para encher o quadro e os alunos conversando, terminando ele; aqueles só tiram uma foto da lousa. Esse tipo de educador detesta aparelho celular na sala, diga se de passagem. Aulas expositivas de reflexão são encaradas como enrolação. No noturno, tive a seguinte orientação, para manter os alunos sentados na última aula, pois eles põem a mochila nas costas dez minutos antes, tencionando a antecipação do término, encher o quadro com textos, mesmo todos sabendo que não resolve, eles saem assim mesmo, ignorando o conteúdo escrito. E os que saem justificam-se à coordenadora: — "Aquele professor não está passando nada, não!" O pior é que elas acreditam, pois cobram as mesmas medidas em todas as reuniões pedagógicas: — "tem professor aqui que os meninos não param na sala de aula..." Nesse momento, eu sempre penso que elas estão falando sobre mim.
           Os alunos que ficam fora da sala, na hora da aula, sempre conseguem seus intentos: fazer a coordenadora brigar com o professor... Mas, a mesma coordenadora obriga o dito professor a dar-lhe uma segunda chance para fazer as atividades que eles se recusaram a fazer nas aulas normais. Então, "Há um velho ditado assim: 'O cachorro volta ao que vomitou, e o porco é lavado apenas para voltar e revolver-se de novo na lama' (...)" - II Pd 2:22 BV).
Kllawdessy Ferreira

Comentários
Enviado por Kllawdessy Ferreira em 28/06/2016
Reeditado em 30/06/2016
Código do texto: T5681699
Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.