"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 18 de fevereiro de 2017

OS RUÍDOS DENOTATIVOS E CONOTATIVOS DA ESCOLA ("Não reclame do barulho quando a sorte lhe bater a porta." — Farmer's Digest)


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OS RUÍDOS DENOTATIVOS E CONOTATIVOS DA ESCOLA ("Não reclame do barulho quando a sorte lhe bater a porta." — Farmer's Digest)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Nunca pensei sofrer tamanha perturbação, em época de segurança no trabalho, como tem acontecido na hora da aula. O problema é os que se cobrem com o manto de ajudador e prejudicam muito com seus motivos aparentemente nobres. Dessa vez, o funcionário da prefeitura aparando a grama do pátio escolar, com seu motor a gasolina rompendo todos os limites confortáveis, ele usava um abafador de ruído nos ouvidos, passeando em frente da porta das salas na hora da aula e não nos deram uma proteção. Não se podia fazer nada, nem ler, nem falar, pois ele estava fazendo o trabalho dele E EXIGINDO RESPEITO e admiração. Que HARMONIA ADMINISTRATIVA É ESSA, enquanto a Prefeitura e a Secretaria de Educação se atrapalham? 
            Em outra ocasião recente, uma colega recebeu indenização por ter o carro danificado com pedras lançadas por aparador de grama no pátio da escola, onde se estacionam os carros dos funcionários que ficam no mesmo espaço dos alunos. Uma grama aparada é bonita, mas não é urgente, podia um pensador com princípios educacionais agendar o trabalho para o Sábado não letivo. 
           Já presenciei também na hora da minha aula, homens ligando a furadeira com um barulho infernal, fixando os ventiladores, atrapalhando até a quarta sala daquele pavilhão. Então, o som de "makita" e de marteladas  é comum dentro da sala de aula, além do barulho das crianças que gostam da farra. Por que eles têm de se mostrar trabalhando, não basta entregar o trabalho bem feito? Todavia, perturbando, é melhor! 
            A liderança da escola não pode dispensar os alunos nem nesses dias improdutivos. Por isso, enquanto não se pode adiar a poda da grama nem a reforma da instalação elétrica, eu continuo questionando o respeito ao nosso trabalho.  Quem manda não se importa em submeter as crianças e professores àqueles níveis deseducadores de ruído. Uma prova de que a educação não é prioridade de ninguém, é, sim, palco dos maquiadores de prestígio. Continuo não vendo virtude alguma, quando um tem de prejudicar o outro só porque seu trabalho é "mais importante" e "urgente", mais do que uma tarde de aulas.
           Agora já são nove horas da noite, e ainda estou com o barulho do tal motor na cabeça, certamente os alunos também; não é para menos, pois ficamos um período todo expostos. Mas, o que ensinamos nas aulas não dura tanto tempo assim, ecoando na cabeça dos alunos. E deveria...? Pois estes perturbadores também foram alunos, por pouco tempo, diga-se de passagem, mas foram, e perturbar é uma extensão do que deu certo para eles. Todavia, quem se importa com o crescimento e a saúde dos outros? Querem fazer sua parte, mesmo que na maioria das vezes destruindo a contribuição social dos outros. Concorrência até nisso: não é promissora.
           Já que a educação não é prioridade de ninguém, eu sugiro que a gestão dispense os alunos até que o aparador de grama barulhento, transgressor dos limites permitidos de decibéis, faça seu trabalho, que muitos consideram mais importante que estudar em paz. Afinal, ele é importante mesmo, dando uma boa aparência, só paliativa no que precisa ser melhorado em todos os aspectos. Alivia momentaneamente, mas não é capaz de curar ou resolver os problemas da Educação, que vive de aparência. 
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 18/02/2017

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sábado, 11 de fevereiro de 2017

As PRIMEIRAs SEMANAs DE AULA ("A falta de transparência resulta em desconfiança e um profundo sentimento de insegurança".Dalai Lama)


Crônica da vida escolar

As PRIMEIRAs SEMANAs DE AULA ("A falta de transparência resulta em desconfiança e um profundo sentimento de insegurança".Dalai Lama)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Na primeira semana de aula, aparecem alunos de muitos lugares, com muitos perfis, porque a escola não seleciona seus alunos: o filtro é frouxo. À vista disso, enche as salas de gente devendo documento, muitos deles nem tem plano de ser aluno, muito menos de ser estudante, estão ali para se mostrar, aproveitando a farra ou fazendo farra. Na data determinada pelo o calendário escolar, as aulas têm que começar, por isso, funcionam de qualquer jeito, pois o horário de aula não está pronto, cheguei a lecionar até três aulas de filosofia numa mesma turma na mesma semana. Mas, eu mereço, porque sou pontual e assíduo! Porém, muitos desses visitantes dos primeiros dias querem só pegar a autorização da escola para adquirir o vale transporte e carteirinha de estudante, depois saem. Outros vêm, fingindo de aluno, para vigiar a namorada até ganhar segurança de que a tal estará em lugar seguro ou só para dizer que ela tem um dono, logo não retornará mais. Outros ainda vão para a sala do terceiro ano do Ensino Médio, mesmo sabendo que foram reprovados no segundo: vai que cola...! Eu já vi alguns alunos que "formaram", e outros que mudaram de escola, mas aparecem nos primeiros dias para matar a saudade dos colegas ou ostentar que foram matriculados no colégio militar, ou em um outro particular; dentro de uma semana, vão embora; mas deixam a sua forma de mau comportamento. Em todas as minhas aulas desse período temporário, aplico uma atividade genérica, sabendo que nem posso cobrar aprendizado, ai de mim se aplicar uma avaliação na segunda semana de aula! Por esses motivos, resta-me levar um lápis para acrescentar muitos nomes fantasmas nas listas provisórias de chamada, pois muitos que estão ali, nem foram devidamente matriculados. E a rotatividade dos flutuantes tiram nossa estabilidade sem medo de punição. 
           Já na segunda semana de aula,  começa o rodízio, aparecem os espertalhões, que aproveitaram para dormir em casa um pouco mais. São conscientes do mau andamento das atividades escolares nesse início. Então, levaram algumas faltas nas folhas improvisadas de chamada, mas nem se intimidaram, elas não os prejudicarão, são poucas demais e leva um tempo para cadastrar as turmas no sistema informatizado. E isso não será feito até que os professores esquadrinhadores da harmonia, mexam com alunos de todas as salas, remanejando-os para separar os conversadores dos outros conversadores, misturando-os com os "nerds", e alguns professores continuam pedindo as mudanças, mesmo percebendo que a medida não resolve nada: a aparência de laboriosidade garante o perfil. Eu até me dobraria em elogios, se as turmas fossem compostas por dedicados e não dedicados. Se mudando de lugar, mudasse o caráter do aluno, estaria valendo, mas não muda, apenas a fruta podre apodrece as outras.
           No início da terceira semana, quando o horário de aulas já está pronto, mudam-se as normas da modulação, porque não podia daquele jeito, reprovou a Secretaria de Educação. Lá vai o diretor "remodular" todos os professores e então, mais uma semana sem horário novamente. Confusão total! A constante mudança faz parte da estratégia das autoridades da educação, para manter a unidade dependente e apreensiva, "pisando em ovos". Se tem que mudar nunca se especializam em nada, essa é a ideia, a rotatividade não dá tempo para melhorar nada. Aí descobre-se que o quadro de professores não está completo, não sobrou nenhum para ser o coordenador; porém, as turmas não podem ser liberadas mais cedo, e o circo pega fogo. Os veteranos se desdobram além do limite.
            Só no segundo mês, depois do "Carnaval", a poeira vai baixando e uma boa porcentagem dos 209 dias letivos já foi para o ralo. E acho uma boa medida, se a primeira semana de aula já tivesse o horário das aulas, alunos com seus livros e uniforme. A direção só desse o tiro para largada quando todos estivessem prontos para a competição. Assim, a credibilidade aumentava. Infelizmente é o que acontece todos os anos, importando-se mais com a quantidade, que tem a ver com a aparência; em detrimento da qualidade, que tem a ver com resultados. O bom seria, só convocasse os atletas para correr quando a pista estivesse pronta. Disse J.F. Leão: "A prática do trabalho em equipe com respeito, lealdade, generosidade, empatia, transparência, são fatores essenciais para uma conduta ética e vencedora."   

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 11/02/2017

Reeditado em 11/02/2017

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sábado, 4 de fevereiro de 2017

MÁ-LÍNGUA (DI)FAMA ("Uma resposta inteligente consegue ser mais ofensiva do que um palavrão." — O Sábio K)


Texto

MÁ-LÍNGUA (DI)FAMA ("Uma resposta inteligente consegue ser mais ofensiva do que um palavrão." — O Sábio K)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Sapos, HOJE, por razões politicamente corretas, estou a espancá-los, vejam bem: os "sapos" que eu devia engolir estão sendo enxotados. Eu tenho pedras e paus para eles, vou continuar atacando-os para matar: saltam, camuflam-se no ambiente, rebolam e dão seu jeitinho brasileiro, “deitam e rolam”, contudo já os descobri, não me enganam mais. Eles pensam que se inchando me amedrontam pelo volume, ao contrário, eles se tornam alvos mais visíveis e mais acessíveis. Mas, continuarei a golpeá-los, tocando-os para bem longe, com palavras duras e verdadeiras também. É ASSIM MESMO, eles são MUITO feios e nunca morrem, HÁ SEMPRE alguém PRONTO, criticando-me com sua "asquerosmice". AQUI, CABEM NOVAMENTE AS PALAVRAS DE MÁRIO QUINTANA: "Não tenho Vergonha de dizer que estou triste, Não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez de se matarem, fazem poemas: Estou triste por que vocês são burros e feios E não morrem nunca..." Quem diz que eu não sei como tirar proveito das oportunidades que a vida me deu? No entanto, espero em Deus poder reconstruir minhas veredas, afinal, cada dia é um novo dia de Ano Novo. E todos os fenômenos da natureza clamam por harmonia, de modo que nenhum dos problemas vai me derrotar, porque eu sou natureza também, e as leis da natureza são infalíveis. E todos aqueles que estão "pagando sapo" para mim, querendo me prejudicar, serão derrotados, porque a natureza sabe como resolver os seus problemas completamente. Cobras e lagartos tornam os tempos intragáveis, deixando-me fisicamente e emocionalmente fragilizado. Considerando que o lado emocional tende a interferir com o funcionamento adequado do meu corpo: nas glândulas, o estrago é duplo. Não é a minha autocrítica suficiente para mim? Uns beijam os sapos, eu prefiro enxotá-los...! Não tenho dom de princesa.
            Há muitas pessoas cordatas, alegres, graciosas, submissas, doces e reverentes com as quais não tenho contato; mas, sei que estas são cobras que engolem sapos! Elas poderão me fazer sentir como um rei em questão de segundos. Elas são quentes, tipo, charmosas e agradáveis. Elas não são nem ásperas nem grosseiras. Por isso devo aceitar qualquer companhia que seja minimamente aceita. Ninguém merece aquele tipo asqueroso! Preciso de pessoas humanas de verdade! "As palavras de um homem justo ajudam outras pessoas a viver melhor, mas o homem mau só sabe xingar e ofender". (Pv 10:11 BV).
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 04/01/2017

Reeditado em 04/02/2017
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sábado, 28 de janeiro de 2017

DEVO-LHE BOA COMPANHIA ("As más companhias são como um mercado de peixe; acabamos por nos acostumar ao mau cheiro". — Provérbio Chinês)


Texto

DEVO-LHE BOA COMPANHIA ("As más companhias são como um mercado de peixe; acabamos por nos acostumar ao mau cheiro". — Provérbio Chinês)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Hoje, os meus passos estão harmoniosamente alinhados com a vontade do Criador. Já que, como terráqueo que sou, fechado no circuito estreito das relações mal digeridas, pelo menos, impulsiona-me a um momento de reaproximação com pessoas do bem para inverter o quadro. Eu olho para os grandes momentos de alegria vindouros, porque vejo o futuro como Deus vê. Os virtuais não celebram! Na internet, mandei mensagens e cumprimentos de aniversário, comentei outras, tentando achar anjos. Mas, "eu atirei no meu pé", quando fiz alguns comentários otimistas acerca de alguns posts no Facebook, alguns nem sequer mereciam minha atenção, eu dei o meu 'like', distribui os pontos apenas para mostrar bondade através do estabelecimento de novas relações. "Gosto de pessoas estúpidas e idiotas – elas me fazem rir." — Augusto Branco. E eles também "atiraram no meu pé", quando postei coisas que julguei ser bastante informativas e ninguém apreciou. Constatei que eram infernais. Foi um dia de tiroteio inútil. Aliás, tiro no pé sempre levo, alguém sempre me joga farpas se opondo às minhas provocações "intelectuais", embora meus textos levantem o seu espírito de vingança não era para tanto. Todavia, porque os mal-influentes estão sempre interrompendo a caminhada de outros! Não preciso de intercessor. Perdoe-me, se atirei também em seu pé! Não necessariamente em relação à integridade física - Agora, estou extremamente cuidadoso ao atravessar a estrada. Se minha mãe ainda estivesse viva, diria para mim que, antes de qualquer decisão, devo pensar com muita calma e, de certa forma, negligenciar os interesses e desejos de ser o que não posso ser.

Sim, minha lição de hoje é que devo colocar uma grande ênfase na minha reputação. Enquanto a maior parte das pessoas persegue a vulgaridade: atrás de sucesso. As poucas sábias valorizam a reputação e seus relacionamentos acima de todos os outros objetivos. Eu queria ser assim. Mas, tem sempre alguém para me dar um “tiro no pé” e, como vingança, dou-lhe "tiro no pé'', assim, a guerra que me constrói não acaba nunca.

Kllawdessy Ferreira


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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 07/01/2017

Reeditado em 28/01/2017

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sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

QUEM ABANDONA NÃO VAI EMBORA (Abandono é quando o barco parte e você fica—Sandra Regina)



Prosa Poética

QUEM ABANDONA NÃO VAI EMBORA (Abandono é quando o barco parte e você fica—Sandra Regina).

Por Claudeci Ferreira de Andrade
           Hoje me senti o Maior Abandonado da canção do Cazuza, procurando me apoiar em alguém. Como alternativa, estou perdido, porque é conveniente, ainda estou me adequando a uma nova situação em que muda sempre as regras e condições, é assim todo final de dia na escola.

“Migalhas dormidas do teu pão
Raspas e restos
Me interessam
Pequenas porções de ilusão
Mentiras sinceras me interessam
Me interessam...”

           E devo também considerar que na quarentena, eu perdi alguns aspectos de mim mesmo. Talvez seja o caso de ter que me recompor em outra quarentena. Muitas vezes, a vida parece uma viagem em círculo e torna-se confusa como se ela não me levasse a lugar algum. Eu não vejo opções ou não tenho a capacidade de saber o que fazer. Tenho sentimentos de isolamento, e meus movimentos não estão conduzindo ao progresso; tanto no campo profissional, relacionamento ou valores pessoais. Será se isso é apenas por minha incapacidade de ver onde uma escolha me levará, se eu fizer isso ou aquilo? Quero ser desencorajado à inutilidade. A minha inércia mental também enfraquece minha capacidade comunicativa, especialmente agora no pós-pandemia, pré-submetendo-me a julgamentos motivados pela emoção de quem não tem razão e ainda está doente. Sinto um misto de medo e curiosidade. Mesmo assim, essa homogeneidade circunstancial sugere que estou aberto a ouvir uns e outros e ainda considerar diferentes pontos de vista, sou um filósofo da vida. Nada é perder tempo, tudo é aprendizagem. QUEM ABANDONA o amigo, antes já quebrou a amizade. 
           Eu sempre desisti de alguma coisa para obter outra melhor. Deixei de lado os prazeres e o tempo livre das noites de sábado para me preparar e dar boas aulas. Deixei de lado a diversão passiva da televisão para manter meus olhos nos livros. Abandonei os meus amigos que preenchiam meu tempo para alimentar a alma com o silêncio da solidão. Abandonei os membros da minha família que ainda acreditavam em mim! Desisti de outros empregos onde teria outras oportunidades de melhoria financeira para ser um bom professor. Por isso digo, por não serem mais interessantes para mim, foi que os abandonei! Eram vínculos vazios, sem amizade alguma: Quando precisarem de mim, eles voltarão: os prazeres, as diversões, os amigos, as farras, a família! A vida é cíclica! Logo eu os procurarei novamente, ainda que, desde já, lhes garanto que não será para sempre! A troca de posição também nos dá conhecimento. 
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 15/01/2017

Reeditado em 17/01/2017
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sábado, 14 de janeiro de 2017

ASSIM SE ACHA CULTURA ("Tudo que você é contra, te enfraquece. Tudo que você é a favor, te fortalece." — Wayne Dyer)

Aos domingos costumo ir à feira da praça da matriz da Senador Canedo, fico por ali até o sol esquentar, só compro alguma coisa, quando os feirantes das verduras abaixam os preços. Sentado à banquinha de revistas do meu amigo: Osvaldo. Fico assistindo ao movimento, então nessa ocasião, presenciei um incidente muito interessante: uma dupla de irmãos, vieram perguntando, por ali, quem poderia trocar 10 reais em duas de cinco. Era o dinheiro dos dois. Foi quando um dos senhores, o vendedor de espetinho, o que tem bons hábitos, se dispôs a ajudar o garoto e a garota, então ela se mostrando mais "esperta", ao mesmo tempo mostrou-se também ingrata, imediatamente devolveu ao senhor a nota por que estava com uma rasgadura de dois centímetros mais ou menos na dobra do meio. O senhor, sem graça e decepcionado, verificou se estávamos assistindo aquilo, ainda conseguiu pensar rapidamente como um professor e disse:
           — Já que você não quer, devolva-me as duas de cinco e dou-lhe a mesma nota de dez reais que me deu. E assim foi feito.
           Aqui todos nós aprendemos, pelo menos, cinco grandes lições para a vida, a primeira é a mesma que se aprende do lugar comum: "cavalo dado não se olha os dentes". E a segunda lição: quem faz um favor quer ser valorizado por ele. Nada é de graça!
             Eu continuei por ali, o suficiente para acompanhar o resultado final. Foram-se e trocaram o dinheiro em outro lugar. E, não demorou muito, os dois jovens voltaram, atraídos pelo cheiro suculento daqueles bem preparados espetinhos. O irmão já tinha gastado a parte dele, agora só restavam os cinco reais da mocinha. Ao retornar ao local, a abordagem foi indiferente, mas ela ainda me parecia arrogante, como se fosse um cliente com dinheiro suficiente para pagar o que pedir. E o vendedor não menos vendedor, atendendo com prestimosidade.
           — Quanto é um espetinho? A pergunta tocou animadamente os tímpanos daquele professor da vida com a cabeça esfumaçada dentro da nuvem que subia da churrasqueira, queimando a gordura que caía da carne na brasa viva.
           — Um é três reais e dois por cinco - disse ele.
            Então insistiu a garota salivando — pois me dê dois.
           Eu também estava salivando como cachorro diante de um daqueles assadores panorâmicos de frango, ao ver os espetinhos borbulhantes que o tal homem entregou para a jovem. Então, o clímax veio agora. Ela mostra-lhe uma nota de cinco reais com algumas palavras escrita à caneta, e o churrasqueiro se recusou a recebê-la e assim, com a mesma moeda, pagou-a, ou melhor, grudou nos espetinhos que já estavam na mão da menina e lhe disse:
            — Aquela nota um pouco rasgada que você recusou, quando troquei seu dinheiro, estava melhor que esta que você quer me passar agora. Dê-me aqui os espetinhos.
           Os garotos viraram as costas em retirada, e o meu fio de baba esticou-se até romper-se à altura do meu coração. E ardeu meu cérebro como aqueles espetinhos que voltaram para brasa. Saí dali construindo um pensamento: A desgraça do espertalhão é achar que todo mundo é bobo, sendo ele o único otário.
           Às vezes, temos de fechar os olhos para algumas coisas para ver outras, assim é o visionário de sucesso.
           Então, o jornaleiro da banca de revista, que comungava comigo os mesmos ensinamentos, no calor dos olhares atônitos, contou-me uma anedota ilustrativa, atribuída a Rui Barbosa: "O cachorro do Sabido Rui furtou uma linguiça do açougue. No dia seguinte, o Mestre foi comprar a carne de todos os dias. Então, ouviu do espertalhão açougueiro: — Seu Rui, quero lhe fazer uma consulta, se o senhor é açougueiro e meu cachorro pegasse uma linguiça de seu estabelecimento e a devorasse, o que o senhor faria?
           — Eu faria o dono do cachorro pagar!
           — Pois é, o seu cachorro pegou uma linguiça aqui de vinte reais.
           — Então vamos acertar, a consulta custa R $40, menos os R $20 da linguiça, você me deve Vinte ainda."
            A última lição daquela comédia, abstraí quando comparei o fato com a parábola: Quem quer fazer justiça com as próprias mãos, faça-a primeiro a si mesmo.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 10/01/2017
Reeditado em 14/01/2017
Código do texto: T5878171
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