"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

RECUPERAÇÃO ESCOLAR À MODA DA CASA ("Um pai vale mais do que uma centena de mestres-escola." George Herbert)


Prosa poética

RECUPERAÇÃO ESCOLAR À MODA DA CASA ("Um pai vale mais do que uma centena de mestres-escola." George Herbert)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

             Hoje, na última semana do ano escolar municipal, estou aplicando provas e trabalhos para formar a nota dos alunos que apresentam um saldo negativo. Eu tenho que fazer isso como mandam as normas escolares; chamam isso de recuperação de nota. Porém, não é justo que a nota final do aluno beneficiado pela recuperação seja maior do que a do melhor aluno com atividades regulares, o qual não tirou dez, mas não ficou de recuperação. Quando isso acontece, aqueles que sobraram para os trabalhos facilitados, forçados à promoção, deixam em mim uma sensação de incompetência, pois a incompetência força à incompetência.
           E o histórico escolar de ambos tem valor diferente? É claro que sim! Maiores notas, maior prestígio e melhores oportunidades reais no mercado de trabalho. E, nesse caso, a justiça é cega porque não quer ver. Duzentas aulas de Língua Portuguesa no ano, resumem-se em apenas cinco na semana de recuperação. Esse sistema educacional é paciente e longânime. Ele é generoso e misericordioso, ou melhor, é sonolento. Mas, não será
0 assim para sempre! Todo aquele que rejeitar suas muitas chances de credenciamento não será pego de surpresa. Logo, não haverá recuperação. As rebeliões serão cada vez mais frequentes e atrozes contra o sistema educacional, favorecidos contra favorecedores; todavia quem irá abrir os olhos dele?
           Aliás, nessa reflexão ou desabafo, espero também me recuperar de traumas ou de problemas que com certeza estão associados a minha própria falta de cuidado com meu profissionalismo e caráter; eu devia me preocupar mais com o que disse William Shakespeare:  "Quem me rouba a honra priva-me daquilo que não o enriquece e faz-me verdadeiramente pobre." Não posso perder o contato com minha verdadeira identidade. Estou trabalhando, mantendo o foco para ser útil à sociedade. Disseram-me os anjos que só tenho de deixar a energia fluir no meu ritmo, abrindo passagem; que me desculpe os anjos, acho isso muito pouco, preciso mesmo é gritar para o mundo. Os charlatões da autoajuda mentiram para mim, anulando a existência da lei da concorrência: Acreditei no Henry Ford: "Um idealista é uma pessoa que ajuda os outros a prosperar." Tornei-me idealista, por isso, a minha alma ainda está na área de crise e ao lado do corpo cansado, sugerindo um desafio complexo para o intelecto e as emoções de alunos preguiçosos, exigindo-lhes disciplina e serenidade para viabilizar as lições adequadas. Isso é aula...
           
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 02/11/2016
Reeditado em 13/12/2016
Código do texto: T5810568
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sábado, 10 de dezembro de 2016

CONSERVAÇÃO DO PRÉDIO ESCOLAR ("Ninguém quer o bem público que não está de acordo com o seu." — Jean-Jacques Rousseau))


Crônica

CONSERVAÇÃO DO PRÉDIO ESCOLAR ("Ninguém quer o bem público que não está de acordo com o seu." — Jean-Jacques Rousseau)

Por Claudeci Ferreira de Andrade


             Demorei um pouco na sala depois do último toque da sirene, alguns alunos estavam esperando meu visto no caderno, quando um barulho forte de cadeiras e mesas batendo nas paredes da sala vizinha. Levantei-me assustado, quis proferir uma repreensão, mas eram as funcionárias da escola limpando a sala. Enfileiravam as mesas e empurravam com bastante força até amontoarem-nas à parede, desocupando o chão para limpá-lo. Empurravam novamente para o outro lado para desocupar o outro espaço que ainda precisava ser limpo. Então, a dança forçada das carteiras fechava aquela minha tarde de perturbação escolar. Quando elas perceberam que eu estava incomodado, agravaram a técnica, porém, continuei observando e continuaram arrastando mesas e cadeiras; o descuido era tanto que caiam frequentemente os móveis, fazendo uma explosão como a de uma bomba, porém não podiam se atrasar.
           Voltei para minha sala, donde aqueles poucos alunos testemunhavam o paradoxal cuidado do bem público. Refletindo aqui, quantas vezes eu pedi a meus alunos uma redação sobre a preservação do patrimônio escolar! Era um trabalho intensivo, além de fazê-los escrever, ainda teriam concurso de cartazes envolvendo todas as disciplinas com o tema. A preservação dos bens físicos da escola é um indicador de prosperidade. Quanto tempo vai durar sua escola? O que você está fazendo por ela hoje?
           Vi por muitas vezes também a coordenadora ensinando, a alunos displicentes, lições de bom comportamento, dizendo que não se pode riscar as carteiras, nem as paredes, e alguns até tiveram que lavar e polir sua mesinha. Sem a aprovação de seus pais, diga-se de passagem. 
           Sim, talvez elas fizeram aquele quebra-quebra para não ter que me pegar pelo o braço e jogar fora da sala, pois tinham tempo curto para fazer todo o trabalho de limpeza, e eu ali com aqueles meninos, na hora de ir embora. Visto isso, veio-me uma confusão mental, por que sempre a coordenadora vem às salas, pedindo aos alunos, para deixar as carteiras bem arrumadas e enfileiradas, sendo que os zeladores desmontam tudo imediatamente da forma mais desmazelada possível, para passar pano e fazer a limpeza? Essa é mais uma exigência sem sentido de quem briga por poder. A coordenadora não ensina nada para aluno, apenas vomita regras. Aprendi isso, naquele dia: Nem sempre, quem limpa, cuida! E quem tem que mostrar serviço o faz escravizando os outros com coisas inúteis. Mormente em se tratando do uso de bem público. E concordo com Chico Xavier: "Ambiente limpo não é o que mais se limpa e sim o que menos se suja". Sujar é o emprego de alguns, e limpar é o emprego de outros. Se não houver criminoso, não há polícia. 
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 10/12/2016

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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

PRESSÁGIO PROFÉTICO ("⁠Aquele que sabe ler as nuvens, pode ser considerado vidente". — A. L. Volovitch)


Crônica

PRESSÁGIO PROFÉTICO ("⁠Aquele que sabe ler as nuvens, pode ser considerado vidente". — A. L. Volovitch)


Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Hoje, uma coruja desembarcou no umbral do meu portão, desceu como um alienígena, eu passei a poucos centímetros por baixo, e ela não se mexeu. Temo esse presságio, sendo desfavorável para a minha saúde. Talvez, iminente doença. Só espero que o mal do corpo seja atenuado com um tratamento imediato. Eu queria que fosse uma doença de amor: oxalá fosse viver uma gratificante experiência amorosa, amorosa felicidade, e vida pacífica e feliz. Mas, com certeza não será! É hora de namorar a morte e casar com ela, talvez! Mesmo em anos de casamento desacreditado, há tempo para nós dois coabitarmos do jeito que Deus prometeu, não me importando se tivermos acabado de nos conhecermos. Eu vou ter que abrir mão do humor  jovial e da boa natureza para o meu encontro necrófilo com você. A flexibilidade é altamente necessária neste momento. Pois, no purgatório ninguém é feliz.
            DIANTE do presságio, não sou nada! serviu apenas para eu encontrar a certeza do limiar do meu ser, vou entrar em contato com minha criança interior, pedir-lhe-ei permissão para desfrutar mais um pouco de minha vida. A repugnância é mais rica à medida que vou mais fundo nas sombras. A partir de hoje, sinto a necessidade de me orientar melhor, cultivar lazer criativo, pensar EM VIVER MAIS. Mas, alguém do Demônio vai me acelerar rumo a imperfeição e me tornar improdutivo. 
           Não, talvez não seja nada do acima exposto, a coruja veio apenas para advertir que a harmonia estabelecida entre o meu passado e o presente estabelece uma fase positiva para ajustar as rotinas e articular com a família. Estou tentando juntar os cacos de minha vida. E tentar reajustar meus hábitos e estabelecer metas para ajudar a me reconciliar com minhas obrigações. Embora algumas fantasias possam minar meu julgamento, eu ainda acredito que o que está ocorrendo é um bom presságio, pois outros conselheiros astrológicos dizem que sonhar com coruja simboliza amizade, apoio, sucesso social e realização. 
            Seja o que for, eis-me aqui. 
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 05/11/2016
Reeditado em 30/11/2016
Código do texto: T5813805
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sábado, 26 de novembro de 2016

AUTODISCIPLINA E POSSE DE SI MESMO ("Ninguém vence o mundo se primeiramente não vencer a si mesmo através da autodisciplina". NannyeDias)



Prosa poética

AUTODISCIPLINA E POSSE DE SI MESMO ("Ninguém vence o mundo se primeiramente não vencer a si mesmo através da autodisciplina". Nannye Dias)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Hoje, um domingo oco, uma nova semana à vista, um caminho a ser percorrido; ao meu lado, uma pessoa com um problema na "coluna vertebral", queixando-se de dor, como vou caminhar com ela? Eu tenho um objetivo, preciso está ME movendo na direção certa e com confiança. Mas, apesar dos motivos que me atrasam, NÃO POSSO ESTÁ NEM UM pouco relutante e hesitante em seguir em frente, MESMO que seja SOZINHO e em qualquer situação. Se não é para o meu coração brilhar com um sentimento de companheirismo, então que seja em total liberdade. Não estou aqui me desprendendo das amarras, porque gosto de está solitário, é porque não suporto mais as prisões. Tudo tem a ver em me permitir e me expressar com espontaneidade. Há conforto em estar em posse de minha própria personalidade, ASSIM JÁ DISSE JOHANN GOETHE: "Não se possui o que não se compreende". E aqui falo da minha vida para me conhecer melhor, assim, PORÉM, fica mais fácil culpar os meus inimigos, oferecendo-lhes detalhes verdadeiros de tudo que sou — amontoando brasas em sua cabeça. Sou a profecia de minhas crônicas emocionais que VOCÊ lê e me atribui renovos em cada leitura. Confio ao SEU entendimento a minha melhor imagem: física, moral e mental. Sou também como a tensão entre a Lua e a Terra que não assombra mais ninguém, apenas faz as marés e acorda os vulcões. EU PROVOCO SUAS OBSERVAÇÕES A MEU RESPEITO, PORQUE QUERO MELHORAR os seus instintos; embora marés lhes afoguem e vulcões lhes sufoquem, não pretendo sua morte. "Compre a verdade e não abra mão dela, nem tampouco da sabedoria, da disciplina e do discernimento." Pv 23:23 NVI)
            Mas, estou fugindo dos como disse Paul Valéry:  "Quem não pode atacar o argumento ataca o argumentador." Eu preferia não ter liberdade de expressão e ter muitos vigiando o que eu digo, do que expressar-me livremente onde ninguém respeita minha expressão. Abaixo a democracia que os egoístas mandam, salve a ditadura onde os justos podem mandar.

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 20/11/2016

Reeditado em 26/11/2016

Código do texto: T5829269 
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O PROFESSORADO BIPOLAR ("E aí, a bipolaridade chega, o sorriso que estava no rosto sai, a música que estava a tocar para, a alegria some. E isso já não é estranho para mim". — Maxsander Barros)


Crônica

 Os momentos festivos na escola são muitos, diga-se de passagem; dessa vez, foram antecipadas as celebrações do Dia dos Professores. São nesses momentos que percebemos a intensidade dos prazeres da vida presente; e, quando isso acontece, até mesmo, as responsabilidades são vistas como agentes de estabilidade e bem-estar. Não sei por que o professor ainda morre de estresse! Com tantos lanches gostosos e na companhia de tantas pessoas agradáveis; tudo isso, muito serviu para me estimular a criatividade; por isso, tenho muitos motivos para fazer esta crônica da vida escolar. Agora, depois da pandemia, creio que estou passando por uma revolução emocional. E estou certo que minha privacidade irá sofrer uma nova configuração. Mas, não tem problema, pode me incomodar com sua alegria... ela me serve mais que o tal "distanciamento social". 
            Os outros momentos na escola são tristes, assim: Alegria de pobre dura pouco. Então, estas situações desbotadas fazem-nos esquecer aquelas muito rapidamente. Já é o mês de outubro, estou me preparando para viver momentos de tristeza. POR ESTA época, a minha profissão não é apenas ensinar, é também "dar" uma nota para o aluno, eu preciso redobrar o meu cuidado com as tarefas do trabalho, para não ser erradamente acusado de injusto. Mesmo assim, a difamação profissional é frequente neste lugar. A única chance que tenho é abandonar a vaidade e deixar minha insignificante capacidade falar a meu favor. DESEJARIA, pelo menos, que o final da semana fosse só uma prisão para o coração; mas hoje, eu nem vou dormir lidando com esse TAL diário eletrônico! Tenho de confessar a vocês que estou passando por uma forte crise existencial: uma mistura de insatisfação e esperança, isso não é fácil de lidar, porém, há uma luz no final do túnel, dizendo que ainda posso acreditar na liberdade. A esperança das FÉRIAS é a distração do dia, fazendo-me sonhar e planejar uma bela viagem. Eu vou viajar, aprender coisas novas,  inspirar-me ... porque essa lamúria causa-me mais tristeza ainda.
            O professor bipolar é assim: SOU RUIDOSO. GOSTO DE FALAR; FALO muito; e FALO alto. ESTOU sempre pronto a dar a MINHA opinião, mesmo sendo geralmente ignorante a respeito do assunto em questão, tendo sido SOLICITADO ou não a dá-la. Se ME deparo com qualquer resistência, simplesmente aumento o tom. CORRIJO qualquer outra pessoa que esteja falando, buscando pequenos detalhes que são irrelevantes. Talvez, VOCÊ SE PAREÇA COMIGO ou não! Se não, não é professor público. "Os sentimentos do coração humano, tanto a tristeza quanto a alegria, só são conhecidos por quem sente; ninguém pode ver, conhecer ou sentir as emoções de outra pessoa" (Pv 14:10 BV).


Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 30/10/2016
Reeditado em 26/11/2016
Código do texto: T5807545
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