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sábado, 15 de setembro de 2012

LEIS CONVENIENTES E PARCIAIS ("Quanto maior o número de leis, tanto maior o número de ladrões." — Lao-Tsé)



Crônica da vida escolar

LEIS CONVENIENTES E PARCIAIS ("Quanto maior o número de leis, tanto maior o número de ladrões." — Lao-Tsé)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Ao ler o pensamento de Barão de Montesquieu: "As leis inúteis debilitam as necessárias". Então, logo, vinculei a esse fenômeno o insucesso da maioria dos gestores escolares eleitos, dando lugar para os interventores estaduais. Mas, agora acho que é a má escolha de seus coordenadores, porque a conveniência individual gera inconveniência geral! E os iguais se protegem.
          Por aqui, não se pode vender iguarias e guloseimas nas dependências da escola pública. E Justificam sua CONDUTA, dizendo: — "É lei, vem de cima". Esse tipo de proibição geralmente desfigura muitas simpatias, motivando  os comuns a muitas denúncias. Assim, os superiores imediatos são obrigados a criarem outras leis para coibir, forjando consequências para quem transgredir as normas maiores. 
          Todavia, foi isto mesmo que me disse a diretora, por não declararem sua isenção à Receita Federal, as escolas entraram em dívida. Será se a culpa foi da unidade ESCOLAR? Não importa, então, ela deve pagar! Para isso, já foi formulada uma exceção na lei, dando à escola o direito, dela mesma, vender quaisquer bugigangas arrecadando dinheiro de qualquer lugar. Eu fui obrigado a vender ingressos de "sorvetada", e a estrategia usada foi do mesmo nível, dei um ponto em português ao aluno comprador, a fim de não pagar os ingressos do meu bolso. Também todos os professores estavam vendendo os tais com estrategias mil. Logo posso, já que outrora as coordenadoras nos autorizaram a dar nota em troca de frutas para "o café da manhã das mães". Agora, interessamos apenas em sanar a dívida! Minha maior preocupação aqui não é o vender ou deixar de vender, seja qual for a coisa, mas as leis inúteis do sistema educacional, homologadas a atender particularidades próprias da exploração. Quanto mal fazia o vender os docinhos na escola que não faz mais? Meus "Vales-transportes" se atrasaram este mês, será se foram incluídos no "vale-tudo"? Quando se trata da confecção do diário eletrônico, ora somos orientado digitar quatro avaliações no resumo final, ora só três, um bimestre é uma coisa, outro bimestres, outras diretrizes. E por essa falta de uma legislação firme, o professor morre de velho e não aprende fazer autônomo e corretamente o diário de classe. A propósito, para quem não sabe aonde ir, qualquer caminho está correto. 
          Outras bobagens acontecem, aliás é difícil descobrir uma norma ESCOLAR útil, por serem elas mais transgredidas que obedecidas. No entanto, o sistema vai de vento em popa: paradoxal, heim! Qual eficácia tem uma norma cheia de derivações e exceções? Não se pode "subir aula" de forma alguma, o professor não é dois, o aluno ir para casa mais cedo nem pensar. Porém, ao pagar aulas de greve, pode tudo, qualquer negociação, trabalhos quaisquer, e até aos sábados e feriados, nesse caso, a conveniência parcial impera. Uma lei pedindo a ser burlada é inútil. pois não atende a justiça geral. Se o público alvo não compreendeu o benefício da proibição, não tem disposição para se submeter. Alguém já tinha dito: "a BOA lei nasce do meio do povo".
          Uma administração que vive "apagando fogo", como diz o ditado, não cumpre um bom mandato. Os imprevistos são os furos da lei, ou prova de sua inutilidade. Exemplificamos com os fenômenos do tempo, regidos por leis naturais perfeitas, diga-se de passagem, porém, lidas por critérios imperfeitos - "subleis" - dos meteorologistas. Se não choveu no dia previsto e da forma prevista pelos noticiários, nesse caso, não foi incompetência das leis naturais, mas de quem as lera, ou melhor, das derivadas. Existem problemas inúteis, frutos de atividades desnecessárias. O mal necessário é aquele que direciona as leis necessárias!
          Um chefe legislando em causa própria e com leis parciais é frágil demais, porque não atende os interesses da maioria alvo. Assim, tais leis pedem para ser quebradas, e a quebra de uma leva a anarquia de outras. O "manda quem pode e obedece que tem juízo" já era. Quem não tem  juízo ordena o que lhe é conveniente, e a conveniência da escola quase sempre não a é a mesmo da comunidade geral. PROIBIÇÕES INFUNDADAS ENFRAQUECEM O CÓDIGO DE BOA CONDUTA. Indisciplina é falta de rumo e, improdutividade, não basta apenas estar no caminho certo, tem de rumar da maneira certa e no lado testado!!! A bússola sempre está firmemente apontando para o norte. 
Claudeko
Enviado por Claudeko em 29/04/2012
Reeditado em 14/09/2012
Código do texto: T3639409
Classificação de conteúdo: seguro


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