"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 18 de dezembro de 2010

O FUTURO DA ESCOLA (Virtualismo Jurídico: coisificação oficial das pessoas.)

Crônica

O FUTURO DA ESCOLA (Virtualismo Jurídico: coisificação oficial das pessoas.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          “Escola indeniza professora que foi estuprada por aluno de 15 anos em plena sala de aula” (http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:TwYMRUWNDMYJ:youpode.com.br/%3Fp%3D12622+estupraram+a+professora&cd=1&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br) (acessado em 20/08/2016).
          A escola, aqui no Brasil, com certeza, não mais será o “paraíso” tão em breve. Ouvimos com muita frequência nos noticiários mundiais que mataram um professor, quebraram os braços e os dentes da professora, estupraram outra professora e por aí vai! Aqui em nosso caso, se os crimes praticados aos professores e crimes praticados aos alunos fossem indenizados pela escola pública brasileira, ela já não existiria mais! Já pensaram se todos os analfabetos funcionais e mal formados profissionais pedissem, junto à justiça, uma indenização à escola pelo tempo perdido e por outros crimes educacionais?
          Chegamos ao ponto de ficarmos atônitos, sem saber como será nosso amanhã nesse trabalho de lecionar. O mundo real em que vivemos nos oferece, também, essas atrocidades, e o porvir dos sonhos, da educação desejada, está distante e incerto demais. O primeiro é visível, embora potencialmente esteja insuportável, e já não tenha futuro, nem haja solução para suas mazelas no presente processo da história. O segundo, o qual, desejado por muitos, é invisível. Nós ficamos só com os olhos arregalados diante do invisível. Eu sinto dó dos assim visionários promissores do sistema educacional público, os quais conheço bem: deslumbradores do invisível, na esperança que vai melhor.
          Do meu ponto de vista, no papel de professor, necessitamos de um intelectual espirituoso bem intencionado, com poder de decisão, como ministro da educação brasileira, para repensar o sistema educacional. E que faça cumprir os reclames da filosofia tradicionalista, freando esse modernismo canceroso denominado construtivismo, interacionismo, sociointeracionismo, interacionismo sociodiscursivo, tudo junto, “escola nova”, sei lá mais do quê chamam essa podridão! E ainda se refugiam dizendo que ninguém ensina nada, as pessoas aprendem se quiserem. A escola não pode continuar sendo laboratório da política partidária, pois, assim continuará entregando ratos de laboratório feridos à sociedade, logo eles se vingarão cabalmente. Digo isso, confiando na tradicional lei do equilíbrio, a garantidora da revolução ou reviravolta. Jamais houve tantos experimentos frustrados nesse campo, que não dar mais para enganar! Agora ainda querem informatizar uma escola que sequer sabe lidar com o “joio e o trigo”, potencializando a "lambança". Vivemos com um senso de inferioridade tão gritante, restando apenas encaminharmos frequentemente nossos alunos questionadores ao Google. Nosso triunfo com o Google é completíssimo, ele abrange uma realidade que temos de engolir: A escola automatizada e sem produtividade original. Ou seja, a coisificação oficial das pessoas. O virtualismo, corroborando com os desacatos da escola de contato, presencial.
           Eu Creio num futuro pronto e acabado. Se quiserem chamar isso de predestinação, façam-no bem. Por isso, existem profetas verdadeiros; é inconcebível desvendar um futuro incerto. No entanto, não há nada mais tão criterioso que o destino. O futuro da escola é a sacudidura, quando todos sacarem os valores correspondentes ao prejuízo que ela lhes causou.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 18/12/2010
Código do texto: T2678741

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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

LIBERDADE DE EXPRESSÃO QUE OFENDE ( Não me calarei irresponsavelmente)

Crônica

LIBERDADE DE EXPRESSÃO QUE OFENDE ( Não me calarei irresponsavelmente)

Por Claudeci Ferreira de Andrade
             Desta vez, foi convocada uma reunião extraordinária, arregimentando todos da escola, desde a porteira servente até a diretoria, as aulas terminaram, às 16h45, trinta minutos: tempo suficiente para a pauta, que seria a crônica do professor Claudeci - “Vaquinha, comportamento da plebe”. Então, tomaram conhecimento da mesma, por que ela foi lida no recreio, em segredo, na sala dos professores, e apenas cinco cópias impressas no computador da escola e ali distribuídas. Todavia, o assunto vazou!
           Ninguém nunca conseguirá entender as razões da minha reprimenda, sem deixar subestimar a sua própria inteligência. E muito mais, depois de lerem o texto em análise, surgiram os contrários, não sei o porquê, se era apenas um recorte real do nosso cotidiano. Os fracos e fortes questionaram a atitude da gestora! Sou suspeito ao dizer isto, pois sou o autor do tal texto, mas é um texto jornalístico de alto nível literário, totalmente ético, gramatical e semanticamente correto, completamente verossímil e de bons propósitos, preferi não escrever nenhum nome para dissimular os reais culpados. A dita crônica foi colada na folha da ata, assinada por todos os ouvintes e está ali como prova, visto que ela tem como foco principal a valorização do respeito ao outro. Por que os encarapuçados sentiriam-se ofendidos?  Não é a escola um ambiente cultural e de construção de cidadania? Ou a educada liberdade de expressão, princípio da democracia, não é validada entre os educadores? Se tacham minhas crônicas de ofensivas, todavia são mais suaves do que os relatórios oficiais dos incidentes escolares, desmaiariam se olhassem o Livro Ata, nomeando indiscriminadamente advertidos, culpados e castigados!
          Na tal reunião, fui interrogado o porquê de não ocupar minha coluna no jornal só com os feitos positivos da escola, logo respondi: “Para fazer melhorar não me interessa o que está certo, parabéns, mas me interessa o errado, isso sim precisa de conserto”. Aproveitando o ensejo, disse-lhes ainda que não inventei nada, apenas descrevi os fatos numa perspectiva didática e poética. Agora me refugio nas palavras do George Bernard Shaw: “Liberdade significa responsabilidade. E assim, tanta gente tem medo dela.”
          Muitas vezes, se confunde liberdade com libertinagem, só pela semelhança fonológica dos vocábulos. A libertinagem é violenta, viola o direito de outros, desdenha esses direitos, recusando a outros sua própria dignidade e valor com menosprezo, ela afasta-nos da verdade libertadora. Por outro lado, a liberdade é dignificante, santificadora, sagrada, desde que liberte-nos do egoísmo e dos erros aviltantes, a liberdade produz brilho gerador de um justo caráter, enaltece merecidamente; essa é minha proposta. Lamento por está fazendo uso dela e dizendo-lhes o que muitos não querem ouvir, como disse George Orwell: “Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir.” E se Deus me deu o dom da fala a fim de eu defender minha vida, por que sempre tenho de permanecer calado para sobreviver? Por isso, não me calarei irresponsavelmente. Assim, como não param de "dizer mentiras sobre  mim, não pararei de falar verdades sobre eles".
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 20/11/2010
Código do texto: T2626413

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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Professor acuado (Minicrônica - 100 caracteres)

Minicrônica

Professor acuado (Minicrônica - 100 caracteres)

Por Claudeci Ferreira de Andrade
Até cachorro late de mim, a rua é pública, escola também, provas têm; enciumados perguntam! Eis a questão: Vitima ou réu?
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 10/12/2010
Código do texto: T2664566

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Aprovação escolar sem mérito - Por Içami Tiba


Aprovação escolar sem mérito -Por Içami Tiba

Por Içami Tiba

O que mais fere um professor digno é ter que aprovar um aluno que não mereça. Mas por que o professor tem que aprovar aluno não merecedor?

Porque o professor é pressionado pelos governos, donos da escola, diretoria/supervisor de ensino/coordenador de área, pais do aluno não merecedor, insultuoso excesso de trabalho, aviltante salário, falta de condições adequadas de atualização do processo ensino/aprendizagem, mercantilização do ensino, falta de respeito/reconhecimento e abuso dos alunos, destruição do sonho ao abraçar a carreira de professor, que maltratam sua alma pela destruição de sua autoestima.

Professores do ensino público foram guilhotinados nas suas funções de ensino/aprendizagem quando se viram obrigados a aprovar todos os estudantes por uma lei que proibia a reprovação a não ser pelas faltas às aulas. Esta lei ficou conhecida como "aprovação automática". Aprender ou não deixou de ser significativo e o aluno era simplesmente aprovado. Os "beneficiados" por esta lei estão constatando pela sua vida prática o quanto foram prejudicados, pois o mercado de trabalho não emprega quem não tem competência, que é o que os alunos deixaram de adquirir ao não aprender o necessário para merecer um diploma. São formados até pelo ensino médio, mas são analfabetos funcionais.

Muitos donos de escola autodenominam-se como mantenedores. Pelo Houaiss, mantenedor é aquele que mantém, sustenta, defende, protege e vem da palavra espanhola mantener, que significa "manter, prover de alimento". Hoje, muitos mantenedores têm suas escolas como fontes de renda. Mensalidades pagas pelos alunos mantêm e 'alimentam' a escola. Uma escola privada que não gere renda torna-se financeiramente inviável e é fechada ou vendida. Os alunos como clientes de lojas "sempre têm razão". Basta reclamarem ou brigarem com um professor para ameaçarem procurar outra escola. O docente, num episódio como esse, pode ser advertido, punido ou até mesmo despedido pelo mantenedor. Esquecem-se os mantenedores escolares que os alunos geralmente estão pouco interessados em aprender e muito menos em estudar e querem ser aprovados. A maioria dos professores acaba sendo atropelada pelos interesses financeiros dos mantenedores. Os verdadeiros mantenedores são empresas, ONGs, instituições beneficentes que realmente sustentam escolas cujos alunos nada ou pouco pagam para estudar e aprender.

Quando surgem conflitos entre professores e alunos, a maioria dos diretores, supervisores e coordenadores de ensino acaba atendendo mais aos interesses dos alunos que ao currículo programático e os interesses pedagógicos. Eles temem pais querelantes que ameaçam denunciar e até processar a escola e seus funcionários para superproteger, mesmo que indevidamente, os seus filhinhos, verdadeiros príncipes herdeiros. As maiores vítimas das agressões nas escolas são os professores, o elo mais frágil da educação, quando deveria ser o mais forte, pois eles representam a escola na educação. 20% das agressões aos professores vêm diretamente dos pais.

Pais que vêm questionar por que o seu inocente filho está sendo perseguido por algum professor desalmado ou implorar para que o seu esforçado filho não repita de ano por causa de um único pontinho na nota. Esses pais estão financiando o despreparo e a má formação do seu filho quando assim o fazem. Professores são representantes sociais que os alunos têm que aprender a respeitar. Os filhos não podem cuspir no prato que comem e os alunos não podem maltratar os professores que os capacitam para a vida.

Quais foram os sonhos e as pretensões que alimentaram os professores quando jovens, para que eles resolvessem abraçar o magistério? Na sua etimologia, o Houaiss traz: lat. magisterìum,ìi 'dignidade, ofício de chefe; meio de curar, tratamento'. Mas a prática e os sistemas de educação no Brasil tiraram do docente a sua alma generosa, digna e necessária à formação dos futuros cidadãos, e colocaram no lugar a falta do reconhecimento, a impotência, a pobreza, a dificuldade e/ou impossibilidade de atualização na sua carreira e a desrealização do seu ofício, quando lhe tiraram a competência de avaliar se o aluno merece ou não ser aprovado

Içami Tiba Içami Tiba é psiquiatra e educador. Escreveu "Família de Alta Performance", "Quem Ama e Educa!" e mais 25 livros

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

PROFESSOR MARCA ALUNO?(Minicrônica 121 caracteres - ou minha primeira Nanocrônica


Minicrônica

PROFESSOR MARCA ALUNO?(Minicrônica 121 caracteres - ou minha primeira Nanocrônica)

Por Claudeci Ferreira de Andrade
          Apresentei-me ao terceiro noturno. Fuxicou a tal Aline: — Esse otário fala mal o Português! Acreditaram; eu ainda professor; ela, quem é agora?

(Lembraças do Colégio Estadual João Carneiro dos Santos, ano 2000)
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 22/11/2010
Código do texto: T2630393

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sábado, 13 de novembro de 2010

"VAQUINHA" PARA ENGORDAR (Tomar o café da manhã como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo)


Crônica

"VAQUINHA" PARA ENGORDAR (Tomar o café da manhã como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo)

Claudeci Ferreira de Andrade
          Eu sempre vi a liderança da escola como uma aristocracia. Todos, ali, somos graduados, temos altas posições e privilegiada vocação diante da sociedade, os que ainda nem são mestres e doutores já alimentam esse nobre objetivo. Não nos devemos contentar, pois, com um inferior senso de valor pessoal se por acaso aparecer. Devemos reclamar, sim, a plenitude do respeito e da consideração social.
          Mas, em uma dessas arrecadações para festejar (vaquinha), nas quais nunca faltam desentendimentos, o tempo fechou por aqui. Foi quando o professor de inglês, com língua afiada, mandou o coordenador ir tomar naquele lugar, que vileza! Todavia, o coordenador sequer concordou, exigindo-lhe o respeito devido. O desbocado professor pediu sua contribuição de volta, o coordenador, por sua vez, com as mãos trêmulas e nervoso, restituiu-lhe, então o matador de "vaquinha" saiu pisando faceiro, dando rabanadas e não compareceu na comemoração. A celeuma estava estabelecida!
          A tendência de alguns, no ambiente escolar, contra a moral e o respeito ao outro é o que há de pior. As ofensas e oposição tomam o lugar dos bons costumes e da ética. Neste caso, a desaprovação de comportamentos desta natureza é nosso dever. Porque se não, pouco a pouco a estatura moral e profissional do grupo começa a definhar. Para nós, os maus exemplos nunca deveriam ocupar lugar de motivação a nossa vida. Quantas vezes, fui vilipendiado por me negar a contribuir com o lanche deles, Pois detesto comer no meu ambiente de trabalho, mesmo eu dizendo que não provarei sequer do pão de queijo quentinho e apetitoso, ainda sim, fazem pressão com comentários constrangedores e desnecessários, querendo me forçar a pagar.
          Há muitas pessoas que, em virtude de seu desejo de manter boa posição com o vulgo, abrem mão da beleza do bom senso. Quantas convicções pessoais do profissionalismo genuíno são afrouxadas pela submissão à "ralé".
          Reconheçamos como coisa de grande monta, sermos julgados pela comunidade e sermos achados em faltas, uma vez que todos, ansiamos por aprovação. De todos os fatores determinantes de nossa posição na qualidade de bons seres humanos, o mais e realmente importante é o respeito ao outro. Já que perguntar jamais ofende, eu gostaria de saber, e sem querer ser indelicado, por que toda reunião de professor tem de haver "comida"!? Bolos e petiscos, estimulando o apetite fora de hora, lembram-me farra! Eu aprendi sobre os princípios da boa educação alimentar, nunca comer entre as refeições. Sempre me pareceu no comer de três em três horas, um desrespeito ao organismo, pois se termina o almoço já está pensando sobre o lanche em seguida, nem se fez a escovação necessária para a conservação dos dentes, isso é viver para comer e não comer para viver. Por isso é recomendado o jejum afim de obter maior clareza no raciocínio e desintoxicação do organismo. "
Portanto, o jejum promove uma resposta aumentada à recuperação de doenças, desintoxica o fígado, rins, intestino. Purifica o sangue, ajuda à perda de peso e a água ajuda na excreção de toxinas. Melhora acuidade visual e aumenta sensibilidade gustativa, limpa o mau hálito."http://espacoviva.com.br/wp/tag/jejum/ (acessado em 12/08/2016).
           "O resultado do estudo mostra que os pacientes com diabetes tipo 2 devem seguir a máxima de tomar o café da manhã como um rei, almoçar como um príncipe e jantar como um mendigo'', Kahleova. (http://endometrioma.blogspot.com.br/2013/09/quantas-vezes-ao-dia-devo-comer-isso-e.html) - acessado em 12/08/2016.
           O que devo dizer àquela funcionaria da limpeza da escola, pois nem olha em mim, sem nem mesmo os cumprimentos formais, se achando a bonitona, vem me interromper na sala de aula, pedindo-me dinheiro para comprar refrigerante  coroando a despedida da coordenadora pedagógica, herdeira de uma merecida aposentadoria? Que estreita relação profissional é essa, alimentando tamanho interesse na integração das funções da escola, só nesses momentos? Pense o que quiser de mim, eu não acredito em boas intensões. Ainda mais, nesse caso, é interesse egoísta!
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 13/11/2010
Código do texto: T2612945

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segunda-feira, 1 de novembro de 2010

A Bandeira da Paz (“faça ao outro somente aquilo que gostaria que o outro lhe fizesse”)




Crônica

A Bandeira da Paz (“faça ao outro somente aquilo que gostaria que o outro lhe fizesse”)


Por Claudeci Ferreira de Andrade

          A bandeira da paz correu entre os colégios da Cidade de Senador Canedo, mais uma vez, fui participar de uma dessas entregas, do Colégio Estadual João Carneiro ao Pedro Xavier, de cujos laços ainda estão muito estreitos, compartilhando professores e alunos, foram nove quilômetros de caminhada, ida e volta, tempo suficiente para pensar sobre o tema. Comecei por esta reflexão: todos os anos se faz isso e não muda nada, a onda de violência, por aqui, continua aumentando!
          A verdade é que assistimos a esse tipo de manifesto sem pensar devidamente em seu significado. Para alguns das unidades escolares é apenas mais uma farra, uma forma de matar aula. Eu vi o reboliço e as algazarras dos alunos durante o percurso. Mas, com tudo isso, ainda me pareceu algo positivo. Nunca entendi a paz como um lago de água parada, ou a ausência de problema e conflito, ou ainda a condição de imobilidade e êxtase quando não precisamos pensar em coisa alguma, ou de fazer alguma coisa.
          Paz é o equilíbrio das forças opostas, esse equilíbrio é praticamente inatingível sem a movimentação do "fiel da balança". Todas as pessoas têm sede de paz, e a política utilizada é que deve ser balanceada.
          A religião contaminou todos os segmentos da sociedade com uma angústia existencial,  impondo a realidade da morte como consequência do que o homem faz ou deixa de fazer e a posse do paraíso na mesma condição. E ainda a isso também chama de paz libertadora, eu o chamo de conturbação pela culpa. A certeza da morte aniquila a vontade de viver ou acende um desespero para usufruir da vida de qualquer forma no pouco tempo restante. Schopenhauer, objetivando saciar a sede de paz aos humanos, aconselha o silêncio, o jejum, a castidade, a renúncia sistemática, a fuga temporária da realidade por meio da arte ou de práticas orientais de meditação. Penso que o filósofo, em parte, tenha razão, mas sem nunca me esquecer de minha existência, mesmo sem pensar o bastante para ser percebido (Obrigado René Descartes)! Parece-me que passeatas, batendo panela na rua, pedindo ao bandido para não me matar, não funciona!
          Paz é satisfação, e a encontramos em situações diferentes. A Paz encontrada por mim em um momento específico, você encontra semelhante em outro, provavelmente não podemos usufruir da mesma paz em um mesmo evento, então vem a necessidade do equilíbrio para nascer a satisfação ali, eu contribuo com um pouco de mim e você de si. Este conflito gera a paz! “Amar o próximo como a ti mesmo” casa bem com “faça ao outro somente aquilo que gostaria que o outro lhe fizesse”. Depois de uma negociação bem sucedida, às partes sempre sobra a paz.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 01/11/2010
Código do texto: T2591058

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domingo, 24 de outubro de 2010

FELIZES OS QUE REPRESENTAM (O que significa dançar conforme a música?)

CRÔNICA

FELIZES OS QUE REPRESENTAM (O que significa dançar conforme a música?)

 Por Claudeci Ferreira de Andrade
          A diferença entre um professor sábio e um tolo, ambos alvo de todas as acusações de igual forma, não é muito notória. Considere um profissional que sempre está em atrito com os colegas por não ter o tal jogo de cintura, porém já tem algumas cartas marcadas nas mangas. Ambos os tipos são de professores formados, têm conteúdo, dominam seus conhecimentos, todavia terminam aí, simplesmente aí! Contudo, não lhes Faltam a vadiagem. Eles se sentem bem em fazer tudo certinho à vista de todos, para terem a consciência limpa. Mas, isso não basta. Eles precisam também de esperteza. Na sua mente, há de ter sempre uma saída, ou seja, o plano “B”. É assim o politicamente correto para quem ensina. 
          Um professor é como político, pode ser moralmente correto, pode amar a justiça e a decência, mas ao ser bom mesmo, não pode lhe faltar a “manha”, esta a qual só os dotados de senso de oportunista adquirem. No Brasil, sem dissimulação não se prospera. É como disse Mônica de Castro: "Toda trama requer uma boa dose de frieza e dissimulação". De todos atuantes na educação, os mais astuciosos, refiro-me, são os que galgam os postos melhores. São os conquistadores da confiança. Estes prometem e não cumprem, e só estes têm o direito de ditar o velho lugar comum: “faça o que eu digo e não faça o que eu faço” e por aí vai: Ô, vida falsificada, por aqui! Para que servem os diplomas bem merecidos, senão para dissimular o saber?!
          Dizem os fingidos: "amanhã só teremos três aulas, mas não devemos dizer para os alunos, senão eles não virão". A coisa funciona assim, porém os alunos não podem saber disso"! Por último, os alunos espertalhões também têm suas técnicas e descobrem os enigmas, confeccionados com a embromação de índices e estatísticas bonitas. "Não dá nada".
           Quando um professor é notificado, denunciado, acusado, faltou-lhe a sagacidade suficiente que o faz invisível aos olhos vagueantes dos mais maliciosos, sedentos pela novidade.  Ou seja, cansou-se de viver a vida cênica. Seu problema foi a perda da perspicácia. É assim o fazer bem feito?
          A verdade jamais se considera completa sem um pouco de malandragem, aqui faço minha a oração de Cássia Eller: “Eu só peço a Deus um pouco de malandragem...” Para eu ser um "bom profissional".
          Os ludibriões do sistema educacional estadual têm comportamento diferenciado quando atuam também no municipal. Um sistema largo favorece mais oportunidade para lambança. Parecem até ser duas pessoas, mas são dois empregos de 40 horas aula. Fazer 80 horas aula de efetivo trabalho por semana, têm que ser muito ardilosos!
          Nossa preocupação de conveniência não tem sido as consequências a longo prazo, mas as soluções imediatas e momentâneas, que o amanhã cuide de si mesmo, portanto não podemos esconder dores do ontem. Na escola, funciona a técnica Ricuperuna (Rubens Ricupero*), como regra geral: “Eu não tenho escrúpulos, o que é bom a gente fatura, o que é ruim a gente esconde”. Salve-se quem puder com toda "lábia"! O que significa dançar conforme a música?
—*Atualmente é diretor da Faculdade de Economia da Fundação Armando Álvares Penteado, e presidente do Instituto Fernand Braudel, que promove pesquisas, debates e publicações sobre problemas institucionais como educação e segurança, política econômica, política energética, desenvolvimento econômico e relações internacionais.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 24/10/2010
Código do texto: T2576517

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sexta-feira, 15 de outubro de 2010

QUEM SE IMPORTA COM OS PROFESSORES? (REFLEXÃO PARA O DIA DO PROFESSOR)

CRÔNICA

QUEM SE IMPORTA COM OS PROFESSORES? (REFLEXÃO PARA O DIA DO PROFESSOR)

Por Claudeci Ferreira de Andrade
         Vida de professor dignifica o homem e o promove a um grande ser humano. É o ser que abre mão de todas as oportunidades de projetar-se socialmente, pois todas as outras profissões têm o prestígio que merecem, mas o professorado não! Ao escolher ser professor, alimento ainda o grande desejo de servir melhor a sociedade. Mas, só vejo impossibilidades mil! Quem teria a capacidade de aferir a largura e a profundidade do valor da atuação de um educador para que o dignifique justamente?
          É difícil para eu dizer isso, especialmente porque sou um deles, mas o professor competente já influenciou os mais nobres cérebros, os que estão nas culminâncias da sociedade. Porém, são estes mesmos que deveriam ver a utilidade e a importância daqueles que os ajudaram a formar as bases do conhecimento que usarão o resto de sua vida. As autoridades políticas do país não adotam uma política de reconhecimento ao professor assim como prestigiam as outras profissões financiadoras  das grande campanhas eleitorais. Não é ciúmes, é coerência! Não reivindico méritos aos que querem exaltar-se a sim mesmos como pessoa somente; aos que buscam alcançar os aplausos e o favor da sociedade; aos que são regidos pela ambição, aos que têm por alvo principal serem grandes, aos que amam a fama; aos que cobiçam honras. Não. Mas, sim, aos que só desejam exaltar o magistério; aos humildes que procuram refletir o bom exemplo; aos que preferem ser usados pelo saber; aos que têm por objetivo supremo ser o mestre ideal; aos que amam os seus bons alunos; aos que não prejudicam a honra geral.
          Quando meu amigo, Professor Murilo, em tom de brincadeira, nomeia-me de "Sacerdote da Educação", então ele me ensina que a grandeza desse ofício está no viver desprendido ao servir. E devo crer que fui escolhido por Deus para fazer o que estou fazendo. Mas, se esse trabalho não atrai honrarias a mim, pelo menos tenho a certeza que me dar capacidade de ser cada dia melhor no serviço de formar cidadãos e a mim mesmo.
          Uma das coisas essenciais nas quais se deve pensar nesses dias: é a necessidade de aprender cada vez mais para servir aos necessitados com o prazer à altura que nenhuma ambição pessoal pode jamais alcançar.  O educador nunca será um verdadeiro educador, a menos que leve muito a sério o significado de ensinar.
          Porém, o que vemos é que nem os próprios professores se importam com eles mesmos! Onde estão as assembleias de reivindicações?
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 15/10/2010
Código do texto: T2558128

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