"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

Aluno amigo e confiável traz baralho e denuncia o professor por deixá-lo jogar truco na aula dele. Estranho é condenar o professor que espera por eles concluírem as atividades propostas ali.
Claudeci Ferreira de Andrade

sábado, 26 de maio de 2018

ATO DE ACOLHER ("Os filhos precisam de ninho e de asas. Ninho é o acolhimento, o aconchego. Asas para ter liberdade para crescer." — Isabelle Ludovico)



Crônica

ATO DE ACOLHER ("Os filhos precisam de ninho e de asas. Ninho é o acolhimento, o aconchego. Asas para ter liberdade para crescer." — Isabelle Ludovico)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Eu sempre gostei de escrever. Desde pequeno, eu me sentia atraído pelas palavras, pelas histórias, pelas ideias. Eu tinha uma caneta e um caderno como meus melhores amigos, e neles eu registrava os meus pensamentos, os meus sentimentos, os meus sonhos.

Mas hoje, ao abrir o meu velho caderno, eu me deparei com um texto que me fez parar e refletir. Um texto que eu escrevi há muitos anos atrás, quando eu tinha 17 anos e estava no último ano do Ensino Médio. Um texto que revelava a minha visão da vida naquela época, uma visão pessimista e sem sentido.

O texto era uma espécie de resenha do livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, que eu havia lido por obrigação escolar. Eu me lembro de como eu me identifiquei com o personagem principal, um homem que narra a sua vida após a morte, fazendo um balanço negativo de sua existência. Eu me lembro de como eu fiquei impressionado com a frase final do livro: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”

Eu me lembro de como eu repetia essa frase para mim mesmo, como se fosse um mantra. Eu me lembro de como eu respondia a todos que me perguntavam sobre filhos com a mesma frase: “COMO PODERIA EU COMETER TAMANHO ERRO REPRODUZINDO A MISÉRIA QUE SOU?” Eu me lembro de como eu achava que a vida não tinha sentido, que o futuro não tinha esperança, que o amor não existia.

Mas hoje, ao reler esse texto, eu percebo o quanto eu mudei. O quanto a vida me surpreendeu. O quanto o amor me transformou.

Hoje, eu sou pai de uma linda mulher, fruto de uma relação desprotegida que aconteceu há muitos anos atrás. Uma menina que apareceu na minha vida como um milagre, como um presente divino. Uma menina que cresceu, se educou e se tornou uma jóia rara. 

Hoje, eu não preciso mais ler o defunto escritor. Eu encontrei em outros autores, mais simples e otimistas, uma inspiração para viver. Como Paulo Coelho, que disse: “Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único. Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia.”

Hoje, eu quero construir uma família honrada, onde o amor e o respeito sejam os pilares da nossa convivência. Porque eu aprendi com a sabedoria das escrituras: “A pessoa que se revolta contra o ensino e a correção acabará pobre e envergonhada; quem dá valor ao ensino e segue as instruções receberá honra.” (Provérbios 13:18 BV).

Hoje, eu desejo que a minha descendência seja abençoada por mil gerações, e que eu possa ser o exemplo de um pai que, apesar dos seus erros, buscou o caminho da redenção e do perdão. Pois, como disse Éder Moises: “Não lamente a flor caída. Logo ela te trará frutos e descendência.”

Hoje, eu escrevo esta crônica para contar a vocês a minha história de vida. Uma história que começou com um livro triste e terminou com um livro feliz. Uma história que mostra que a vida é cheia de surpresas e possibilidades. Uma história que prova que o amor é a força mais poderosa do universo.

E vocês? O que vocês pensam sobre a vida e o amor? O que vocês escolheram fazer com as suas vidas? O que vocês esperam do futuro?

Eu adoraria saber as suas opiniões.

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 26/12/2016
Reeditado em 26/05/2018
Código do texto: T5863642 
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sexta-feira, 25 de maio de 2018

sábado, 19 de maio de 2018

SOU ÁRVORE DESFOLHADA NO OUTONO, AINDA VIVA ("Os caluniadores são como o fogo que enegrece a madeira verde, não podendo queimá-la." — Voltaire)



Crônica

SOU ÁRVORE DESFOLHADA NO OUTONO, AINDA VIVA ("Os caluniadores são como o fogo que enegrece a madeira verde, não podendo queimá-la." — Voltaire)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Hoje acordei com uma sensação estranha, como se fosse um bicho magro de presépio, ilustrando o Natal de alguém, mas sem sentir a alegria da festa. Lembrei-me de uma cena da minha infância, quando eu subia em uma árvore para tentar pegar uma fruta apetitosa, mas nunca conseguia alcançá-la. Eu me esforçava, me arriscava, sacudia os galhos, mas nada adiantava. A fruta continuava lá, inatingível, rindo da minha frustração. Então eu descia, desanimado, e ficava jogando pedras na árvore, como se isso fosse me vingar.

            Essa cena é uma metáfora da minha vida atual. Eu tenho um objetivo, um sonho, uma esperança, mas parece que ele está cada vez mais longe de mim: ser sábio. É como ver o sol se pondo, ou sendo abandonado pelos seus raios. Eu quero me proteger, evitar desperdícios e excessos, controlar a impulsividade, fazer atividades leves, ser cordial com as pessoas. Mas isso não é suficiente para sair do marasmo em que me encontro. O fruto não cai de uma mão beijada.

               Então eu pensei: será que estou fazendo algo errado? Será que estou me conformando com pouco? Será que estou deixando de lutar pelo que quero? Será que estou perdendo a fé?

                 Foi aí que eu resolvi vestir uma camisa verde folha, que eu tinha guardada no armário. Eu gosto dessa cor, porque ela me lembra a natureza, a vida, a esperança. Eu me senti como um tapete de grama, cobrindo o chão das fazendas, fazendo as bestas felizes no campo. Eu pensei que talvez essa cor me trouxesse sorte, sucesso, felicidade. Mas logo percebi que isso era uma ilusão.

            A cor verde não é garantia de nada. Ela pode ser usada por ervas daninhas, que sufocam as plantas boas. Ela pode ser usada por árvores artificiais de Natal, que fingem ser naturais e alegres. Ela pode ser usada por pessoas falsas, que se escondem atrás de uma aparência de bondade e virtude.

               O que importa não é a cor que eu visto, mas a cor que eu sou. O que importa não é o fruto que eu vejo, mas o fruto que eu produzo. O que importa não é o destino que eu espero, mas o destino que eu faço.

               Por isso, decidi mudar de atitude. Em vez de ficar reclamando da vida, resolvi agradecer pelas dificuldades que enfrentei. Elas me fizeram sair do lugar, me fizeram crescer, me fizeram buscar novos caminhos. Em vez de ficar esperando pela compaixão dos outros, resolvi praticar a compaixão por mim mesmo e pelos outros. Ela me fez entender melhor as emoções e as motivações humanas, e também me fez superar o egoísmo e o orgulho. Em vez de ficar preso às minhas certezas, resolvi questioná-las e examiná-las. Elas me fizeram refletir profundamente e honestamente sobre as coisas, e também me fizeram estar aberto à correção e ao aprendizado.

               E assim eu descobri que a sabedoria não é algo que se possa obter por um método infalível ou por uma fórmula mágica. A sabedoria é uma jornada pessoal, que depende da minha disposição em questionar minhas certezas, em praticar a compaixão e em cultivar a humildade. Essa jornada fluida me torna verdadeiramente sábio.

E você? Qual é a sua jornada? Qual é a sua cor? Qual é o seu fruto?

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 22/12/2016

Reeditado em 19/05/2018
Código do texto: T5860874 
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sábado, 12 de maio de 2018

ENTRE CONSELHOS E INQUIETAÇÕES ("O casamento é como enfiar a mão num saco de serpentes na esperança de apanhar uma enguia." — Leonardo da Vinci)



Crônica

ENTRE CONSELHOS E INQUIETAÇÕES ("O casamento é como enfiar a mão num saco de serpentes na esperança de apanhar uma enguia." — Leonardo da Vinci)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Há dias em que a vida não espera você acordar para começar a cobrar sentido. E sábado, esse velho trapaceiro de promessas, sempre se apresenta como um convite ao descanso, mas mal sabe ele que carrego nas costas semanas inteiras de cansaço mal digerido. Às vezes, o sábado não é alívio; é interrogação.

Naquela manhã, o sol ainda bocejava, e meu celular já se remexia feito criança ansiosa por colo. Uma mensagem chegou antes mesmo que eu conseguisse calçar os chinelos. Era uma mulher — dessas que mal conhecem a gente, mas enxergam consolo no tom das nossas palavras. Procurava ajuda. Não técnica, nem jurídica — era da alma que ela falava. A vida conjugal estava em colapso e, por algum motivo indecifrável, eu era a tábua flutuando no naufrágio dela.

Sorri de canto, não por desdém, mas por reconhecimento. Ah, quantas vezes fui também o náufrago à procura de tábuas! Engraçado como, com o tempo, trocamos de lugar sem perceber: deixamos de nos afogar para ajudar a remar barcos furados dos outros. Ou fingimos saber remar.

Enquanto pensava em como responder, sentei-me na varanda e deixei o vento da manhã me lembrar quem sou. Tantos amigos me convidando para festas, encontros e programações coloridas — todas com aquela alegria embalada a vácuo, pronta para consumo rápido. Mas não. Nunca fui bom em multidões. Já participei de tantos sorrisos de ocasião que hoje, só de pensar, me dá coceira na alma.

Voltei à mensagem. A angústia dela pingava entre as palavras. O marido estava distante, ela aflita. E eu ali, com o celular na mão e o coração em dúvida. Até onde vai o papel de quem ouve? O quanto de si se pode entregar sem que alguém confunda empatia com obrigação? Há fronteiras invisíveis nas relações humanas que, quando rompidas, nos cobram caro — às vezes em silêncio, às vezes com gritos.

Enquanto buscava palavras que não doem, me dei conta de que talvez, o que ela mais precisasse fosse alguém que a escutasse sem julgamentos. Não conselhos. Apenas presença. E isso, sim, eu podia dar. Escrevi algo breve, humano, sem soluções milagrosas. E enviei.

Na sequência, a casa ficou em silêncio. O café esfriava na xícara, e meus pensamentos fervilhavam. Lembrei-me de tantas outras histórias que vieram até mim do nada — pessoas que veem em você uma espécie de farol, sem saber que você também se perde no nevoeiro de vez em quando.

O sábado passou arrastado, como se testasse minha paciência. Nenhum evento, nenhuma epifania. Apenas essa constatação inquieta: vivemos cercados de gente que clama por compreensão, enquanto nós mesmos tateamos por algum sentido. Às vezes, tudo o que nos resta é oferecer a escuta e manter o coração em paz.

Naquela noite, já deitado, pensei em como é tênue a linha entre consolar e ser consumido. Entre ajudar e adoecer. A vida, nesse ponto, é um pouco como andar sobre corda bamba: exige equilíbrio, sim, mas principalmente atenção para não se tornar personagem de uma história que não é sua.

E assim, como quem fecha um livro antes do fim, adormeci com a sensação de que viver é também saber dizer “não sei”. Que às vezes, não ter todas as respostas é a maior demonstração de sabedoria.


Duas questões discursivas sobre o texto:


Como a experiência de oferecer conselhos pode ser desafiadora e quais são os limites da nossa capacidade de ajudar os outros?

De que forma a sociedade molda nossas percepções sobre relacionamentos, sexualidade e a busca por felicidade?

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sábado, 5 de maio de 2018

A FOLGA("Dei folga ao meu coração. Dei a ele dias de felicidade simples, pura... a liberdade de amar quem quer que seja, ou que não seja ninguém." — Camille Mamona Spinola)



Crônica

A FOLGA ("Dei folga ao meu coração. Dei a ele dias de felicidade simples, pura... a liberdade de amar quem quer que seja, ou que não seja ninguém." — Camille Mamona Spinola)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O último sino do semestre escolar ecoou pelos corredores, trazendo consigo uma mistura de alívio e exaustão. Parado no meio da sala de aula vazia, senti o peso dos últimos meses se materializar em meus ombros. Cada reunião, avaliação e cobrança parecia um tijolo em uma muralha que me separava do mundo exterior, transformando a vida escolar em um drama incessante.

Caminhei lentamente para casa, arrastando os pés e os pensamentos. O sol de verão castigava o asfalto, mas uma brisa suave soprava, como se a natureza quisesse me consolar. Foi então que tive uma epifania: eu precisava de um refúgio, um oásis em meio ao deserto de responsabilidades que havia se tornado minha vida.

Ao chegar em casa, meus olhos pousaram sobre ela: a velha rede no quintal, pendurada entre duas árvores frondosas. Ali estava meu santuário, meu portal para a liberdade. Sem hesitar, deixei a pasta cair no chão e me dirigi ao quintal, sentindo a grama fresca sob meus pés descalços.

Deitei-me na rede com um suspiro profundo, sentindo as fibras se ajustarem ao meu corpo cansado. O balanço suave era como um acalanto, embalando não apenas meu corpo, mas também minha alma inquieta. As folhas das árvores dançavam ao vento, criando um jogo de luz e sombra que hipnotizava meus olhos.

Naquele momento, decidi que aquela tarde seria minha. Não haveria telefonemas para atender, mensagens para responder, nem planos de aula para preparar. O mundo lá fora poderia esperar. Ali, naquela rede, eu era apenas eu mesmo, livre das amarras do dever e das expectativas alheias.

As horas passavam, mas o tempo parecia ter perdido o significado. Observei as nuvens no céu, formando figuras que me lembravam dos desenhos dos meus alunos. Sorri ao pensar neles, percebendo que, apesar do cansaço, ainda havia amor pelo que eu fazia.

À medida que o sol começava a se pôr, pintando o céu com tons de laranja e rosa, senti uma mudança dentro de mim. A irritação e a tristeza que me acompanhavam há semanas começavam a se dissipar, dando lugar a uma serenidade há muito esquecida. Percebi que este momento de aparente "preguiça" era, na verdade, um ato de autocuidado essencial.

Enquanto as primeiras estrelas surgiam no céu, fiz uma promessa a mim mesmo: tornaria estes momentos de pausa uma prática regular, não apenas nas férias, mas também nos dias comuns. Esta tarde de descanso absoluto na rede do meu quintal se revelou um presente precioso, um espaço onde a tranquilidade podia reinar e os problemas se dissiparem como folhas ao vento.

Ao me levantar da rede, senti-me renovado, como se tivesse emergido de um sono profundo e restaurador. O amanhã traria seus desafios, sem dúvida, mas agora eu estava pronto para enfrentá-los com um novo olhar. Compreendi que o verdadeiro ócio não é a ausência de ação, mas a presença de reflexão, um espaço de leveza que alimenta a arte, a poesia e a filosofia.

Querido leitor, se você se identificou com minha história, permita-me deixar um convite: encontre sua própria "rede". Pode ser um lugar, uma atividade ou simplesmente um momento de silêncio. Dê a si mesmo a permissão de pausar, de respirar, de simplesmente ser. Pois é nestes momentos de aparente inatividade que muitas vezes encontramos nossas maiores inspirações e forças.

Não se deixe acusar de preguiçoso por buscar esse refúgio. O trabalho e o esforço não são inimigos, mas a necessidade de uma pausa é vital. Esta é uma oportunidade para desacelerar, para se permitir uma pausa na rotina frenética e recarregar as energias.

E você, quer se unir a mim nesse oásis de tranquilidade? Quer se balançar na rede e deixar o tempo se desmanchar como um sonho? Venha, não hesite. Juntos, podemos encontrar um refúgio no simples ato de relaxar, nos perder no tempo e nos reencontrar na vida, celebrando o prazer de simplesmente existir. Quem sabe, em sua própria jornada de autodescoberta, você não encontre um poema guardado no peito, esperando para ser compartilhado com o mundo?

Duas questões discursivas sobre o texto:

Qual a importância do ócio e da pausa na rotina para o bem-estar mental e emocional, especialmente em um mundo cada vez mais acelerado?

Como a busca por um momento de descanso e reflexão pode influenciar a nossa capacidade de lidar com as demandas do trabalho e da vida cotidiana?

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sábado, 28 de abril de 2018

ENTERRANDO DEFUNTO ("EM TERRA SECA, SÓ se PLANTA DEFUNTO". — www.fotolog.terra.com.brkaduartes)



Crônica

ENTERRANDO DEFUNTO ("EM TERRA SECA, SÓ se PLANTA DEFUNTO". — www.fotolog.terra.com.brkaduartes)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

             Desde sempre, as segundas-feiras foram meu refúgio, meu oásis de esperança na semana. Pode ser que minha perspectiva seja a de um eterno otimista, ou talvez eu simplesmente acredite que cada dia nos traz a chance de recomeçar, de fazer melhor. Afinal, a vida é um ciclo, e o começo de uma semana é um convite à mudança.
            Mas, para muitos, as segundas-feiras são como um inimigo silencioso, um fardo a ser carregado. Reclamam como se fossem amaldiçoadas, como se todos os infortúnios do mundo acontecessem unicamente nesse dia. São as vítimas de suas próprias extravagâncias do final de semana, pagando o preço das escolhas irresponsáveis. Mas eu não sou assim. Encaro a segunda-feira com a determinação de quem vê um novo começo, uma oportunidade de deixar para trás o passado e abraçar o presente.
           Hoje, como em tantas outras segundas-feiras, eu acordo com a alma leve, com a convicção de que a semana será repleta de desafios e possibilidades. Não me permito ser consumido por notícias negativas ou pelas tempestades que assolam o mundo. Não permito que o pessimismo e o medo corroam meu ânimo. A inércia e a preguiça não são minhas companheiras, pois não pretendo me render à mediocridade.
            Procuro enxergar os presságios positivos, os motivos para agradecer, os motivos para seguir em frente. Reflito sobre o amor daqueles que me são caros, sobre as conquistas alcançadas através de esforço e dedicação, sobre as notícias animadoras compartilhadas por amigos.
             E, como é típico das minhas segundas-feiras, busco novas experiências, desafios instigantes e oportunidades de crescimento. Não me limito à zona de conforto, mas me aventuro em projetos inovadores e ousados. Aceito o risco e a incerteza que vêm com novos horizontes. Cada erro é uma lição, cada acerto é uma vitória.
             Nessas segundas-feiras que tanto prezo, não me envergonho de procurar conselhos sábios e compartilhar ideias com amigos que não são envolvidos emocionalmente. Valorizo a opinião alheia e busco enriquecer minha visão com perspectivas diversas. Ouvir e refletir são partes essenciais do meu processo de crescimento.
             Sei que a vida não é perfeita, que obstáculos e desafios surgem a todo momento. Sei que a tristeza, a decepção e a frustração são companheiras possíveis. Sei que o mundo está repleto de tragédias e desgraças. Mas sei também que a vida é feita de oportunidades, de superação, de solidariedade.
            E, assim, compartilho com vocês, nesta crônica, meu olhar otimista sobre a vida. Minha crença de que as segundas-feiras são convites a recomeços, a uma semana de realizações e descobertas. Pois, como costumo dizer, sou um "nazireu" de segunda-feira: não me envolvo com defuntos, mas estou disposto a enterrá-los quando necessário.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 05/12/2016
Reeditado em 28/04/2018
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sábado, 21 de abril de 2018

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA ("O Autoexame é a mais sábia forma que o ser humano pode exercer antes de julgar os outros." (Vantuilo Gonçalves)



Crônica

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA ("O Autoexame é a mais sábia forma que o ser humano pode exercer antes de julgar os outros." (Vantuilo Gonçalves)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           


Crônica

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA 

("O Autoexame é a mais sábia forma que o ser humano pode exercer antes de julgar os outros." (Vantuilo Gonçalves)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           É hora de iluminar os recônditos da minha vida, desvendar as sombras, e encarar de frente as "baratas" nojentas que se escondem nos cantos obscuros do meu ser. Por tempo demais, varri meus problemas para debaixo do tapete, fingindo que não existiam, mas agora, eventos estranhos têm se tornado uma constante, e a necessidade de enfrentar meus medos se torna inescapável.
             Quantos segredos carrego comigo, quais são as questões que tanto me atormentam durante a noite, entremeadas em pesadelos perturbadores? É hora de encarar as mentiras que conto para mim mesmo, de admitir que há coisas que prefiro ignorar e evitar. Esse desabafo, essa reação dramática que agora compartilho, pode comprometer meus relacionamentos, mas também revela a verdade sobre como lido com minhas próprias aflições.
             As criaturas perturbadoras que infestam meu mundo interno estão no território inconsciente, emocional e sexual do meu mapa psicológico. Elas são meus medos mais profundos, e é para lá que devo me dirigir se desejo encontrar respostas. Será que consigo me libertar desse fardo que me atormenta? Charles Bukowski disse uma vez: "Cheguei numa fase da minha vida que vejo que a única coisa que fiz até agora foi fugir, fugir de mim mesmo, do meu nada, e agora não tenho mais para onde ir, nem sei o que vou fazer, fui péssimo em tudo." Essa frase ecoa em mim como um espelho que reflete minha própria jornada.
             A vida não deveria ser apenas sofrimento, mas também uma festa constante. Entre as expectativas não cumpridas, a certeza da morte e a possibilidade de uma condenação eterna, é difícil encontrar uma justificativa para viver. Quando o riso se esvai, o coração carrega o peso da tristeza. Talvez eu saiba muito sobre o sofrimento do seu coração porque conheço o sofrimento do meu próprio.
              Então, encontro consolo nas palavras de Miralva Viana: "Pensamentos bons ou ruins estão a todo momento cercando a nossa mente, poeta. É preciso filtrá-los. Jogando fora toda a sujeira que nos faz explodir de rancor e angústia. Os bons pensamentos são remédios infalíveis, indicados para todos os males."
             À medida que desvelo minha própria jornada interior, descubro que é preciso enfrentar nossos demônios internos para encontrar a redenção. É uma jornada solitária, mas necessária. A verdadeira coragem reside em despir-se da máscara que oculta nossos medos e enfrentar a nós mesmos, mesmo que isso signifique confrontar nossas imperfeições. Essa é a estrada para a libertação, e apenas através dela podemos alcançar uma vida mais autêntica e significativa.
              Portanto, que o amanhã cuide de si mesmo, pois o que importa é a coragem de olhar nos olhos do nosso eu mais sombrio e encontrar a luz que está em cada um de nós. Não podemos negar nossas baratas, nossos monstros interiores, mas podemos escolher não deixá-los controlar nossa vida. A verdadeira libertação está em sermos donos de nossa própria jornada, e é nessa busca incessante que encontramos a verdadeira essência da vida. Não fuja de si mesmo, encontre-se, e seja livre.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 04/12/2016
Reeditado em 21/04/2018
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sábado, 14 de abril de 2018

PROVIDÊNCIA OU COINCIDÊNCIA, MINHA PATERNIDADE! ("Súplica... Papai do céu, Ama meus amores, Protege o que é "meu"... Francismar Prestes Leal)



Crônica

PROVIDÊNCIA OU COINCIDÊNCIA, MINHA PATERNIDADE! ("Súplica... Papai do céu, Ama meus amores, Protege o que é "meu"... Francismar Prestes Leal)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

             Pela internet, fui descoberto por minha filha, uma jovem incrível e bonita, que chegou à minha vida trazendo outras vidas. A revelação da paternidade tardia trouxe à tona um turbilhão de emoções e, de certa forma, redefiniu meu sentido de moralidade. Saber que agora tenho alguém que me considera como pai, enchi-me de uma sensação de plenitude, como se novas perspectivas se abrissem à minha frente. E quando eu morrer, ela usufruirá dos retraços  de minha existência material. 
           Mas, há os hipócritas que observam! Com suas máscaras de simpatia e sorrisos fáceis, logo começaram a lançar dúvidas sobre a providência divina por trás dessa bênção. Ridicularizavam a ideia de que Deus poderia estar envolvido em nossa história em particular, considerando-a um mero acidente da vida, ainda condenável por ter sido fruto da fornicação. No entanto, não podia deixar que tais comentários me abatessem, pois ainda acredito firmemente que tudo acontece por um propósito, controlado pelo Criador.
           Lembrei-me das palavras de Provérbios: "As leis do Senhor dão força e segurança para quem obedece, mas são a desgraça de quem se revolta contra Deus" (Pv 10:29 BV). A fé na providência divina foi e será o que me mantém firme diante dos conflitos e das adversidades que enfrentei e enfrento.
           Naquele dia fatídico, da descoberta, uma onda de reflexão tomou conta de mim. Compreendi que, embora acreditar em Deus e em Sua ação no mundo fosse importante, não poderia ignorar a complexidade da vida. O acaso, as coincidências e os eventos aleatórios também fazem parte desse tecido intricado que chamamos de existência.
           No entanto, a crença na providência divina não me tornava um fatalista, e sim alguém que buscava encontrar significado mesmo na imprevisibilidade da vida. Com as três netinhas, já crescidas, novos elementos a mais em meu mundo desconhecido, sentia que as relações eram fortalecidas e que a compreensão entre nós crescia a cada dia.
            Conforme o tempo passava, compreendi que Deus direciona a vida. A prevenção, buscando evitar erros e doenças, é importante, mas não podemos controlar tudo. A vida é cheia de surpresas, e nossa jornada está repleta de altos e baixos, como uma montanha-russa de emoções.
           Os eventos que nos moldam e nos transformam muitas vezes escapam de nossa compreensão racional. Olhando para trás, percebo que meu destino de ser pai se cumpriu de maneira única, com encontros e acontecimentos que eu jamais poderia ter previsto.
           Essa jornada de descobertas, de fé na providência divina, e de aceitação do imprevisível, trouxe-me lições valiosas sobre a vida e sobre mim mesmo. Concluo que, ao invés de tentar controlar cada aspecto de minha existência, devo abraçar a incerteza e encontrar força na fé.
            Assim, sigo adiante, agradecendo pelas bênçãos que recebo, aprendendo com os desafios que enfrento, e confiando que o Criador guiará meus passos, e os de minha família, mesmo que nós nem sempre compreendemos os caminhos pelos quais Ele nos conduz. A vida é uma viagem de surpresas, e é nesse imprevisível cenário que encontramos nosso verdadeiro propósito e significado.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 03/12/2016

Reeditado em 14/04/2018
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sábado, 7 de abril de 2018

INSÔNIA EXISTENCIAL ("Sentimentos, impulsos e sensações são domesticáveis e isso aprendemos com a idade!"— Sophi para os íntimos)



Crônica


INSÔNIA EXISTENCIAL  ("Sentimentos, impulsos e sensações são domesticáveis e isso aprendemos com a idade!"— Sophi para os íntimos)

Por Claudeci Ferreira de Andrade


           Foi uma noite em que o sono me abandonou. Revirei na cama por horas, atormentado pelos pensamentos confusos. Estava esgotado, pois passei o dia ajustando notas dos alunos no diário eletrônico, e também fazendo outras coisas a mais. Quando a frustração domina, a história não transmite a "poesia" desejada.

Agora, estou aqui tentando controlar meu instinto agressivo, antes de sucumbir aos conflitos internos entre o bem e o mal. Resistindo bravamente ao desejo de "suicídio". Sempre evitei litígios e polêmicas com os outros, buscando paz. Contudo, o silêncio não é remédio para aplacar os conflitos internos. Aqui dentro, é inevitável.

Meus temores sufocam minhas emoções, mas não posso expressá-los para não mostrar fraqueza. Pergunto a mim mesmo se vale a pena "engolir sapos" em troca de estabilidade, pois, aos poucos, estou perdendo o controle. Ah, a Liberdade de Expressão: nenhum educador se sacrificou por ela, pois precisam do emprego. Eu também evito correr esse risco, buscando neutralidade, mas não quero mais carregar esse fardo. Desejo fazer parte da alegre companhia dos entusiastas, irreverentes e energéticos.

Só(mente) a mente revela quem somos por dentro. Tememos nossa própria espontaneidade, assim como os primitivos temiam o fogo. Preciso aprender a acender essa chama e domesticá-la.

É essencial equilibrar emoções e expectativas sociais. Autenticidade e liberdade de expressão representam desafios. A verdadeira essência vai além das fronteiras impostas. A vida vai além de representar papéis.

Decido abraçar minha humanidade, aceitar falhas e limitações. Não buscarei mais objetivos ilusórios. Liberto-me das pressões e expectativas impostas. É hora de viver minha espontaneidade, explorar meu potencial. Não serei um mártir, mas um indivíduo autêntico em busca da plenitude. Se quiserem me assassinar, far-me-ão um verdadeiro mártir da Educação.

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 27/11/2016

Reeditado em 07/04/2018

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