"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 13 de agosto de 2011

APELO A UM SINDICATO ( Talvez, só precisamos de alguém justo que interceda por nós.)


CRÔNICA

APELO A UM SINDICATO (Talvez, só precisamos de alguém justo que interceda por nós.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         A mudança de diretores escolares, tão frequente assim, faz do sistema vulnerável empresa. Porque esse processo gerou uma lacuna, ocasionando a atuação desorientada de todo mundo da unidade escolar, tendo de começar tudo de novo. Os fracos ganharam poder e circulam livremente. Nesse maneirismo, o sistema virou terra de ninguém, todos se dão às ordens fantasiosas ou não, só não se sabe de onde vêm. A experiência não conta, quem as tem não fornece por vingança. 
           No primeiro TCE (Trabalho Coletivo na Escola) do qual participei, nessa nova gestão, falaram-me oficialmente de uma planilha contendo novos critérios de avaliação. Os alunos ganharão "peso" e os professores perderão "peso", pensei se tratar de um lanche aditivado para todos nós, mas não, se tratava, na verdade, de mais trabalho ao professor com objetivo de facilitar “camufladamente” a aprovação sem mérito dos alunos. Poupando as energias deles, assim engordam, e nós emagrecemos, trabalhando mais. Que benção! Falaram-me também do tal bônus para os professores assíduos (enfermos atuantes), dobrando o salário — O "reconhecer".
           Tudo isso me fez lembrar a seguinte piada: “um indivíduo incomodado com dois cegos pedidores de esmola perto de seu estabelecimento comercial, quis se vingar deles, fingiu dar uma esmola generosa e anunciou: — Pega, é para vocês, R$ 50,00, dividam. Os cegos começaram a brigar, entre si, cada um pedindo sua parte. Por horas, foram um espetáculo aos curiosos que se aproximaram daquele ponto. Para acabar com a desavença, alguém teve de pensar por eles a possibilidade de ninguém não ter recebido nada.”
           Relacionando a parábola com nosso sistema educacional público, e o fato de nunca ter visto um cego rejeitar qualquer esmola, então, a sociedade goiana não rejeitará as facilidades de promoção gratuita. Por que nós professores deveríamos estar preocupados com a qualidade do ensino se somos apenas o chapéu dos pedintes e não o dinheiro? Talvez, só precisamos de alguém justo (sindicato), representando-nos devidamente. E qual professor, na circunstância em que vivemos, quer se dar ao luxo de acreditar na boa interseção? Prove ser pensante, analisando a reforma de critérios da avaliação na educação pública.
           Na planilha exemplo, a prova escrita receberá peso 4, ou seja, maior peso. Ora, se os alunos normalmente tiram nota baixa nas provas, isso me parece um blefe, uma vez eliminada a recuperação final. Se, ainda no bimestre, o professor só utilizasse três instrumentos de avaliação com os pesos indicados na tal planilha, como faria a média bimestral do aluno? E a nota substitutiva é uma recuperação de nota e não de conteúdo! Em qual momento da aula se aplicaria a repetição da prova para se obter a nota substitutiva, ou devemos substituir o instrumento avaliativo por outro que não nos fará trabalhar no contra turno, ou o aluno virará dois numa mesma aula, e o professor também? O diário de classe é uma complexidade, a Coordenadora faz uma chamada, e o professor faz outra! Esse cerco visa o aluno ou o professor? A incompatibilidade, já esperada, das duas chamadas, comprova a falta de função dos manejos com ela? Sugiro que façamos apenas um relatório a partir de uma autoavaliação do aluno e enfeitemos as estatísticas, sem atrair destruidoras consequências para todos nós. É como disse o Dr.João Batista Araújo e Oliveira, em entrevista a Rádio CBN, dia 16/08/2011: "As deficiências do sistema acabam punindo o professor".
           E a avaliação contínua, tão defendida pelos os doutores da educação, perdeu o lugar para os quatro instrumentos taxativos (pentagrama diabólico) da tal reforma? Ou vão coabitar nas intempéries de uma cultura tradicionalista? Que satisfação vou dar aos pais, questionadores na reunião para entrega de boletins, sobre critérios de avaliação?
Claudeko
Enviado por Claudeko em 13/08/2011
Reeditado em 13/08/2011
Código do texto: T3157505


Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

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quarta-feira, 27 de julho de 2011

SEGREDO DO VIVER PLENO (Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe. Oscar Wilde).




PENSAMENTO

SEGREDO DO VIVER PLENO (Viver é a coisa mais rara do mundo. A maioria das pessoas apenas existe. Oscar Wilde).

Por Claudeci Ferreira de Andrade

              Só existe vida plena e feliz no limiar da morte, por isso me arrisco tanto. Os que têm medo da morte não vivem as experiências dos superadores da barreira da mesquinhez existencial. A VIDA É MAIS GOSTOSA  E FRUITIVA QUANDO VIVEMOS PERTO DA MORTE, DE FORMA QUE PODEMOS CONTEMPLAR SEU MORTÍFERO FULGOR, EXPERIMENTAR SEU GOSTO FATAL, SENTIR SEU FUNESTO CHEIRO, com a certeza que ainda estamos do lado de cá, pelo menos por enquanto. Tudo isso se mistura numa emoção sem par, antes mesmo da sua autoentrega ao pó da terra: Deus absolve o espírito! Parece-me pleonástico dizer sobre a eternidade não morrer, mas o seguinte silogismo é válido: se Deus e seus atributos são eternos; a morte é um atributo de Deus, logo a morte é eterna. É como diz Friedrich Nietzsche: "Até Deus tem um inferno: é o seu amor pelos homens." E no fim último se misturam: morte e prazer, assim disse Paulo Rodrigues: "O coração de um defunto bate mais do que O de um vivo."
          Na defesa da vida, há o prazer da morte E VICE-VERSA. E deixar a velha de preto com foice na mão por último é convidá-la para a sobremesa, a parte melhor da refeição universal. Então, comenta Caroline Nunes Souza: "Também acho que quem tem medo da morte não vive, apenas passa pela vida, sem ao menos levar algo dela. Mas, gosto de pensar que todo dia É o meu último dia, pois assim faço tudo o que quero, e tenho tempo de consertar meus erros. Afinal de contas, não podemos ter medo da morte, mas temos que pensar que podemos morrer a qualquer instante". Eu diria que assim se vive melhor.
Claudeko
Enviado por Claudeko em 26/07/2011
Alterado em 27/07/2011
Código do texto: T3119467

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terça-feira, 26 de julho de 2011

Haja Paz (Poema Cordelino)

Texto

HAJA PAZ

HAJA PAZ
Claudeci Ferreira de Andrade

Paz que o mundo precisa!
Qual será a paz deste mundo tão vil?
A transgressão a desfaz como jamais se viu!
Professores fazendo sermões, ensinando a escutar
E atrás dos canhões também, ficam a se ocultar.
Paz que o mundo precisa!
A paz que o homem constrói, num tratado que assina,
Na data se destrói, a violência predomina!
Mas, a verdadeira paz em suma não mudou,
Ela existe nas lições que JESUS nos ensinou.
Paz que o mundo precisa!
Claudeko
Enviado por Claudeko em 02/05/2009
Alterado em 29/06/2009
Código do texto: T1571158

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Comentários
20/07/2011 15:19 - Gedeon Campos
Eis me aqui nesta passagem, nesta leitura que fiz nem pensei escrever nada, mas pra meter meu nariz, deixo mi'a pergunta fria desde quando a poesia, seu cronista (in)feliz.(KKKK,... HÁ-BRAÇOS!)
29/07/2010 22:33 - Neusa Storti Guerra Jacintho
A Paz de Jesus a você, Claudeko, que a merece porque é um filho de Deus!! Haja a Paz!! abç gde


24/01/2010 16:14 - Alcione Pereira
É verdade amigo poeta! A paz verdadeira só mesmo vindo de Deus! Jesus Cristo deixou bem claro no seu Sermão do Monte (Mateus dos capítulos 5 ao 7). O apóstolo Paulo disse que a paz vinda dos governos humanos seria falsa, basta ler em 1-Tessalonicences 5:3.


02/07/2009 21:32 - Angeluar
PAZ ...PALAVRA TAO PEQUENA E DIFICIL DE CONQUISTAR E NAO TEM PREÇO QUE PAGUE SEU VALOR...



quinta-feira, 7 de julho de 2011

A Marcha das Vadias e o Jogo das Aparências ("Não somos o que nos aconteceu, mas o que escolhemos nos tornar." - Carl Jung)



Crônica




A Marcha das Vadias e o Jogo das Aparências ("Não somos o que nos aconteceu, mas o que escolhemos nos tornar." - Carl Jung)


Por Claudeci Ferreira de Andrade

Assustei-me, confesso, quando ouvi falar pela primeira vez da "marcha das vadias" chegando ao Brasil. Como uma tempestade silenciosa, o próprio nome carregava uma promessa de confronto: um rastro de polêmicas que ecoaria por meses, talvez anos, nas discussões sobre gênero, sexualidade e poder. Em tempos onde a igualdade de gênero se tornou um lema, qualquer palavra, qualquer gesto que um homem faça em direção a uma feminista é julgado como machismo ou, no melhor dos casos, como uma cantada indesejada. E ai dele se ousar contrariar! O contraponto, muitas vezes, o destrói. Essa tensão, esse medo, me fez questionar: será que isso é justo? Ou, pior ainda, será que é humano?


Entretanto, como em qualquer movimento social, a linha entre o certo e o errado, entre o rebelde e o repressor, torna-se tênue. A revolução dos conceitos, que às vezes promete libertação, pode gerar um ciclo vicioso, um jogo de aparências que nos impede de enxergar além da superfície. Observo, por exemplo, o fascínio por aquelas que se intitulam "vadias", mulheres que parecem quebrar todas as regras e limites estabelecidos pela sociedade. Para alguns, são símbolos de liberdade; para outros, um mero reflexo de depravação disfarçada de empoderamento. Mas quem sou eu para julgar? Afinal, a escolha é delas, e a liberdade é o que buscamos. Ou não?


No fundo, o que realmente me choca é perceber que, muitas vezes, essa liberdade vem acompanhada de uma contradição dolorosa: a das que se escondem atrás de um falso moralismo, aquelas que, ao negarem a própria essência, acabam aprisionadas em uma casca de hipocrisia. Esses seres, embora com aparência recatada, são igualmente propensos à decepção e ao engano, mascarando uma depravação escondida sob o véu da moralidade socialmente aceitável.


Já as mulheres do meio, as que buscam o equilíbrio, parecem ser as mais desejadas. Elas não são nem totalmente rebeldes, nem completamente conformistas. Agradam a todos, com um charme natural que, embora não se imponha de forma arrojada, revela-se como a verdadeira força da feminilidade. Não se perdem em manifestações de rebeldia nem se deixam consumir pela mediocridade da apatia. Sabem como caminhar entre os extremos sem se perder no jogo de contradições que todos, invariavelmente, jogamos.


Os garanhões da vida, os sedutores incansáveis, não se atêm a uma única escolha. Buscam a variedade, como beija-flores que se alimentam de diversas flores, mas que nunca permanecem muito tempo em nenhuma delas. São, de certa forma, escravos de seus próprios desejos fugazes. Tolstoi, com sua sabedoria, disse certa vez: "O amor começa quando uma pessoa se sente só e termina quando uma pessoa deseja estar só." Talvez seja esse o ciclo que os sedutores alimentam, sem perceber que a busca por afeto, em última análise, é sempre uma busca pela própria paz interior.


Quando penso nas mulheres que se tornam viciantes aos olhos dos homens, vejo-as como a personificação de um desejo que não pode ser facilmente saciado. Penso naquelas que também são viciadas, que buscam algo além do físico, algo que transcende a carne e toca a alma. Porque, no fim, a atração verdadeira nunca é apenas pela aparência ou pela facilidade das conquistas. A convivência, o toque constante do tempo, as trocas de olhares e palavras, são os elementos que fazem as mulheres — e os homens — se tornarem não apenas atraentes, mas fascinantes. E, se algo separa mulheres de "vadias", como bem disse Bia Bandeira, é justamente a atitude com que elas lidam com as suas escolhas e com as consequências delas.


Há uma grande verdade que os homens, em sua maioria, escondem: o medo das mulheres. Mas não de qualquer mulher. Temem aquelas que têm poder, que exalam confiança, que se recusam a se submeter aos padrões de uma sociedade que insiste em rotulá-las. Quanto mais bonita, imponente e decidida, mais essas mulheres assustam os homens inseguros. E eu me incluo nessa categoria: a insegurança é uma condição humana universal. E, mesmo que pareça estranho, nós, homens e mulheres, somos feitos da mesma essência. A diferença está no que fazemos do que a vida fez de nós.


Hoje, olhando para essa realidade que se impõe, vejo que o que importa não é quem estamos tentando ser ou o que os outros pensam de nós, mas sim como nos tornamos nós mesmos. Talvez a liberdade verdadeira seja a coragem de não precisar agradar a todos, mas a honestidade de sermos, no fundo, quem somos. E, para isso, é preciso coragem. Coragem para viver a própria verdade. Coragem para não ter medo da marcha das vadias, das morais quebradas, ou dos padrões impostos. Porque, no final das contas, o que nos salva é a verdade que nos permite ser humanos, e não as máscaras que nos forçam a usar. "Conhece-te a ti mesmo." – Sócrates.


Como um bom professor de sociologia do Ensino Médio, apresento 5 questões discursivas sobre o texto fornecido:

1. O texto inicia com uma reação à "Marcha das Vadias". De que forma o autor descreve essa reação inicial e quais questões sociais esse movimento levanta?

2. O autor menciona um "jogo de aparências" e diferentes rótulos atribuídos às mulheres ("vadias", "moralistas", "equilibradas"). Como essa classificação contribui para a discussão sobre estereótipos de gênero e a busca por liberdade?

3. A citação de Tolstoi ("O amor começa quando uma pessoa se sente só e termina quando uma pessoa deseja estar só.") é utilizada no texto. Qual a relação estabelecida entre essa citação e a reflexão sobre os "garanhões" e a busca por afeto?

4. O autor afirma que "há uma grande verdade que os homens, em sua maioria, escondem: o medo das mulheres". Que tipo de mulheres, segundo o texto, despertam esse medo e por quê?

5. Na conclusão, o autor defende que "o que nos salva é a verdade que nos permite ser humanos, e não as máscaras que nos forçam a usar". Como essa afirmação se relaciona com a discussão sobre autenticidade, padrões sociais e a "Marcha das Vadias" apresentada ao longo do texto?