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MINHAS PÉROLAS

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

A farsa do sistema educacional brasileiro


A farsa do sistema educacional brasileiro
A educação no Brasil se tornou uma grande prisão

POR DIEGO QUIXABEIRA
2/02/2016

Vivemos em um país – com p minúsculo – idiotizado. Nunca permiti que minha escolaridade exercesse influência em minha educação. É estarrecedor saber que apenas 8% da população brasileira é, de fato, alfabetizada. A maioria esmagadora dos cidadãos é analfabeto funcional e sabem o que isso significa? Isso quer dizer que as tais leis cidadãs não possuem utilidade prática alguma. Um povo mantido na ignorância que não consegue ler um livro por ano não tem a mínima condição de pleitear por seus direitos. É extremamente lucrativo, do ponto de vista do vilipêndio da coisa pública e das políticas inescrupulosas, que as massas mantenham sua qualidade incapacitante e limitada de conhecimento, contentando-se com migalhas de cidadania e respeito. O racismo, o sexismo, o totalitarismo e outros tantos ismos só estão em alta no Brasil devido ao baixíssimo nível intelectual das pessoas. Os preconceitos e autoritarismo são dignos das mentes pequenas. Um povo esclarecido não se deixa dominar. Partidos políticos vão e vem sem que a realidade educacional do país avance. Estamos chafurdados na lama da ignorância, idolatrando BBB, destruindo nosso cérebro com redes sociais, homenageando Wesley Safadão e o nos orgulhando do gol de Wendel, tudo isso enquanto nossas escolas são tomadas por uma letargia intelectual e por um retrocesso de aprendizagem sem precedentes. O Brasil está afundando e ninguém está percebendo isso.
Se o conhecimento liberta, então a educação no Brasil se tornou uma grande prisão.
Graças a Deus que existe a Tunísia para não permitir que o Brasil seja o pior sistema educacional do mundo no ranking do Pisa. Ninguém disse nada sobre o Brasil ter ficado em 57º no ranking, mas todos choraram e quase entraram em depressão quando ele perdeu na Copa Mundial para Alemanha. Meu sonho é que ele tivesse o mesmo nível em educação do que a Alemanha. Vivemos um ciclo vicioso onde os professores fingem que ensinam, os alunos fingem que aprendem e os pais dos alunos fingem que acreditam que alguma coisa de útil foi colocada no bestunto de sua prole.
Como é possível uma instituição de ensino se gabar de que uma ínfima porcentagem de seus alunos passaram no exame de Ordem? O néscio ficou cinco anos frequentando o curso de Direito pra quê? Onde ele estava enquanto seu corpo jazia nos bancos acadêmicos? O mesmo acontece com Medicina, Pedagogia, Engenharia…
Precisar de cursinho para passar no exame da OAB – e a maioria precisa – é assinar o atestado de incompetência tanto dos alunos quanto do corpo docente. Será que irão cobrar receitas da culinária vegana numa prova da OAB ou matéria concernente ao curso de Direito? Curso este que o “sem luz” (tradução etimológica da palavra aluno) ficou cinco anos e não aprendeu nada. Tanto não aprendeu que precisou de cursinho!
Nada contra os cursinhos. Eles são apenas um sintoma muito claro de que o modelo educacional propugnado pelo MEC não funciona. É inoperante! A educação no Brasil é uma farsa! Sofremos de estagnação cognitiva crônica. Conheço dezenas de alunos que estudam para se sair bem nas provas. São os alunos de boutique. Adultos que já passaram a dezena dos 30 anos, fazendo cola mºinutos antes da avaliação. O aluno no Brasil não é ensinado a aprender a matéria. Ele é ensinado a passar na prova daquela matéria e assim que concluir a avaliação, já está salvaguardado, portanto, pode esquecer tudo o que aprendeu durante o semestre.
Esse cenário pode ser visto do ensino básico até a graduação e pós-graduação. Os alunos não sabem pensar por si mesmos e são moldados segundo os parâmetros incoerentes do MEC, com suas avaliações periódicas, seu currículo antiquado e suas vistas grossas diante das inúmeras Uni-esquinas que se constituem todos os dias no país. Falar em construtivismo em um país onde os alunos não sabem fazer cálculos primários ou ler um texto simples é uma contradição em termos. Mutatis mutandis, estamos debatendo sobre qual música deve ser tocada na sala nobre do Titanic, enquanto o casco do navio já se chocou com um iceberg. De que adianta a aquisição de um diploma se o aluno sai da universidade sem saber interpretar um texto com profundidade ou mesmo sem ter adquirido as competências e habilidades mínimas para o exercício de sua profissão.
São esses mesmos alunos que atenderão você inválida, quando não estiver conseguindo seu benefício na previdência. São eles que irão propor uma ação em seu favor, senhor motorista de ônibus, quando precisar receber indenização por danos morais. São os mesmos que irão cuidar do patrimônio da sua família e auxiliar na resolução de qualquer imbróglio jurídico que daí sobrevier. É esse engenheiro que deixará o prédio desabar por ter feito os cálculos errados. É esse médico que esquecerá a tesoura e o bisturi em seu estômago durante as intervenções cirúrgicas. Cuidado moça, o doutor poderá te assassinar enquanto você estiver colocando silicone nos seios ou melhorando a anatomia do seu nariz.
O Brasil falhou em educação e não serão os investimentos do pré-sal que vão extinguir a situação pré-histórica em que nos encontramos. Não precisamos de mais investimento em educação. Precisamos de uma mudança estrutural na maneira como se ensina. É preciso incentivar a leitura prazerosa, o senso crítico. Dar abertura aos alunos para arguirem sem o medo de serem avacalhados pela turma ou pelo corpo docente. É imprescindível dar um fim no modelo de avaliação que o aluno será submetido, para que ele não pense que aquela nota reflete sua aprendizagem. A aprendizagem se constrói com aulas dadas, mas principalmente com aulas estudadas. Será que esse é o destino do nosso País? A vida de gado, povo marcado e povo “feliz”?
(Diego Quixabeira e Souza, graduando em Direito – Cambury Adm. Empresa – Objetivo/Cepss)
http://www.dm.com.br/opiniao/2016/02/a-farsa-do-sistema-educacional-brasileiro.html

sábado, 30 de janeiro de 2016

FALAR A MESMA LÍNGUA É O QUÊ? ("Fazendo a mesma coisa dia após dia, não há de se esperar resultados diferentes." — Albert Einstein)


             Em quase todas as reuniões de professor se fala de salário, e uma outra expressão que não pode faltar é: "Devemos falar a mesma língua". Todo fracasso de qualquer projeto pedagógico aconteceu por que não falaram a mesma língua. Se na unidade escolar, há dois professores completamente diferentes na forma de trabalhar, quem vai falar a língua de quem para a coisa funcionar? Mas, se um desses é a coordenadora, então tem-se de falar a linguagem dela. Contudo, os colegas insistem em não falar a mesma língua! A coordenadora diz simpaticamente que o professor tem total autonomia em sua classe, é autoridade máxima ali, logo em seguida, determina semana de prova; dia de avaliação, que devem ser vistoriadas, e determina a quantidade de nota a ser lançada por quantidade de aula; e se é média, ou soma, ou a divisão; data de entrega de plano de curso e mais plano de aula de acordo com o currículo; projeto carnaval e outros, para anexar ao plano de aula; preenchimento orientado da ficha de avaliação processual e contínua da disciplina. Nesse caso, falar a mesma língua é abandonar a alegria de sua liberdade profissional para se submeter às normas da denominação.
          O que é falar a mesma língua na escola, então? Seria não revelar as injustiças e incoerências do sistema e continuar liderando graças a ignorância do aluno? Ah, seria unir-se à maioria para fazer valer o objetivo dos que mandam. Então, falar a mesma língua se parece mesmo com abuso de poder!!! É uma farsa, ninguém pensa igual, só se esforça para fazer igual sob ameaça ou quando o feito é maravilho, digno de repetição. "A lei de ouro do comportamento é a tolerância mútua, já que nunca pensaremos todos da mesma maneira, já que nunca veremos senão uma parte da verdade e sob ângulos diversos." (Mahatma Gandhi).
           Falar a mesma língua na escola se parece também com incoerência: um professor falta e, para fechar a boca dos alunos, manda-se outro, que "está de janela" no horário, para assumir aquela aula, cumprindo a aula que ele não deu na semana passada. Aí o governo paga duas vezes a mesma aula. Quem faltou está recebendo por aquela aula amparado por um atestado médico, e quem tapou o buraco também ganhará por ela, pois está devendo por falta não justificada. Mas, ninguém vai dizer nada por não cortar o ponto de ninguém, e temos que falar a mesma língua.
           Falar a mesma língua na escola é parceria em qualquer direção, então como será falar a mesma língua com quem professa fé religiosa diferente, quando se quer fazer uma oração ou rezar antes das atividades pedagógicas do dia? "Ora, duas pessoas poderão caminhar lado a lado se não estiverem de acordo?" (Am 3:3). "Jamais vos coloqueis em jugo desigual com os descrentes. Pois, o que há de comum entre a justiça e a injustiça? Ou que comunhão pode ter a luz com as trevas? … II Cor 6:14-16). Por isso, querem-nos no mesmo caminho que lhes leve para o inferno!
            Não sei que língua é falada quando a diretora interrompe minha aula para recados, assim se expondo por pouca coisa e estimulando os alunos que não gostam de mim, que geralmente são os que têm nota baixa em minhas disciplinas,  a falarem mal de mim, por que lhes foi feito a pergunta: "como estão suas aulas e seus professores?" Desde quando o aluno (cliente) fala a mesma língua do professor? Ética é falar a mesma língua: "Pois é mais fácil controlar os subjugados se todos falam uma só língua–melhor ainda se for a do dominador."  (Renan C. Ferreira).
          Nós nos sentamos juntos porque falamos a mesma língua ou porque falamos a mesma língua sentamo-nos juntos? É como diz a Edna Frigato: "Quer mesmo saber o que é falar a mesma língua? É se manter de boca fechada, e engolir toda essa podridão gestada no ambiente escolar, que nos é enfiada goela abaixo todo dia." Assim como engole em seco o professor das últimas aulas do período, pois são aulas menores causando-lhe o prejuízo no andamento de sua matéria. Mas, ele quer economizar esforço! Então, reclamar por quê? Eis professor e aluno falando a mesma língua! Só o medo e a ditadura nos fazem falar a mesma língua. 
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 22/01/2016
Reeditado em 30/01/2016
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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

GRUPO DE TRABALHO NO WHATSAPP ("Esses idiotas da tecnologia se julgam mais livres porque trabalham pelo WhatsApp em casa no domingo." — Luiz Felipe Pondé)



Crônica

GRUPO DE TRABALHO NO WHATSAPP ("Esses idiotas da tecnologia se julgam mais livres porque trabalham pelo WhatsApp em casa no domingo." — Luiz Felipe Pondé)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Na escola que proibia o telemóvel, existiam professores que se proibiam às tecnologias. Agora, estão sofrendo mais que galinha para largar o choco! E force-lhes a muitas aulas síncronas e assíncronas. Quando voltarem às aulas presenciais, continuarão tomando os celulares dos alunos em nome da disciplina? Certamente, os alunos nunca mais estragarão os equipamentos pedagógicos, porque o professor, analfabeto digitalmente, solicitou-lhes para ligar a TV. A inteligência está para a beleza, assim como o luxo para a pobreza. EM TEMPO DE DESESPERO, a inteligência é uma deformidade, e a beleza uma pobreza, vale até a inversão de valores, testa-se tudo! A maioria continuará vencendo até a morte chegar para todos, mais cedo ou mais tarde...! E salve a COVID-19 que "penetra somente em corpos incompatíveis com a vibração do amor ao próximo", como disse  Melissa Tobias, autora do livro A Realidade de Madhu.
           Hoje ouvi uma expressão interessante de uma professora na hora da reunião pedagógica, a primeira desse ano, diga-se de passagem: — "O aparelho celular para o aluno é uma extensão de si mesmo". Apesar de tudo, após a pandemia da Covid-19, alguns professores incoerentes continuarão proibindo o uso de aparelho celular em sala de aula! Isto é, se as aulas voltarem a ser totalmente presenciais um dia. Então, o outro pulou acolá, dizendo: —"É proibido pelo regimento". Todavia, eu continuo achando que o problema não é o aparelho celular e nem do regimento antigo e desatualizado, mas sim a imprudência das pessoas, fazendo mau uso da ferramenta e, no momento impróprio. Agora que o uso é obrigatório para a escola virtualizada, será que já aprenderam a fazer um bom uso?
           Alguns professores também não abrem mão de sua extensão intelectual - o celular -  afinal há muitos aplicativos atraentes, interessantes e úteis. Então, toda escola em que trabalho tem um grupo oficial no Whatsapp (agora tem um para cada classe), com a proposta de agilizar os trabalhos. Porém, a rigidez proibitória implantada ao aluno, sobre o uso do aparelho, não é aplicada à distribuição das postagens ali. Não há hora e nem conteúdo discriminado, faz-se de tudo: Dão-se aulas e vendem-se bolsas, batom, frutas; evangelizam-se os colegas; esbaldam-se em bom dia, boa tarde e boa noite; tiram-se as diferenças com ameaças e tudo. Meia noite, ouço o sinal; Chegou mais uma mensagem! Esforço-me para ler logo, pois pode ser um comunicado da direção, assim talvez trabalho melhor! Nada, é só mais um "kkkkk" incentivando a discórdia sobre "modulação". O valor que tinha o Whatsapp foi levado à escola e vice-versa. É notório... Os aplicativos deveriam ser só o meio não o professor.
            Aí, morre a mãe ou o pai do coordenador; a família do professor tal sofre um acidente, está muito ferida; já o outro está passando mal em casa mesmo. Então, os solidários enchem a conta de afetuosas condolências: "sinto muito pela perda", "vai dar tudo certo", "Deus te abençoe e conforte" e "tenha fé". Todavia, a ala dos insensíveis e festeiros está postando, ao mesmo tempo e no mesmo local, fotos de alta resolução de bolos, salgadinhos, frutas e refrigerantes, tudo junto e misturado, mostrando ao grupo sua felicidade, pois à reunião que os moribundos não puderam ir foi bem gratificante. Não sei por que as pessoas gostam de se mostrar sorridentes, especialmente os que usam aparelho odontológico para consertar os dentes! Por aqui se vê até idosos com sorriso metálico, como adolescentes. Especialmente os professores gostam de se fotografar na beira de um córrego ou praia e ostentam nas redes sociais. Ou se sentam à porta da rua, na calçada, com uma lata de cerveja na mão, mostrando-se estufados de prazer, mas tudo isso não bastará se não fizerem uma "selfie".
          Aqui só estou sentido falta da pornografia, até porque a violência já aparece abundantemente nas noticias "linkadas", ainda bem, não tem aluno adicionado no grupo da coordenação. Entretanto é possível uma invasão dum filho de algum componente descuidado do grupo entrar e fazer a tal traquinagem! Talvez, dirá como eu: — "faltam só as pornografias comuns nessas mídias de relacionamento para o grupo 'bombar'". Ah! desculpe-me, eu esqueci que se trata de um grupo oficial de trabalho criptografado.
           Eu também criei um grupo no whatsapp com alunos da equipe de teatro da escola, com o intuito de desenvolver melhor os trabalhos, mas tornou-se uma "brigaiada" e banalização de tudo, por final, "grilei" e o excluí. Porém, tem de funcionar, se quiser conviver com o que pressupõe ser o distanciamento da repressão. Por isso, não sei até quando as tecnologias deixarão de ser problema para as entidades educativas  tradicionais!? Já dizia o Mário Quintana: "Sempre me senti isolado nessas reuniões sociais: o excesso de gente impede de ver as pessoas..." Eu diria que essas pessoas virtuais não gostam de mostrar a sua intelectualidade.
           Você invade minha liberdade, e eu, a sua privacidade. Pois é, e não reclame de falta de privacidade nas redes sociais. Se ali tem todas as suas informações, foi você quem lá postou. Portanto, deixe de se fazer de vítima. Depois de tudo, vou fechando aqui com as palavras de Alexandre Dumas Filho, escritor francês: "A felicidade aparente é a que nos procura mais inimigos".
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 19/01/2016
Reeditado em 21/01/2016
Código do texto: T5516221
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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

A autocrítica de um professor ( É assim também no Ensino Médio - que nem eu, Prof. Piero!)



Texto

A autocrítica de um professor


Por Piero Sbraggia em 29/12/2015 na edição 883

   
            Antes de se matricular em um curso de graduação em Jornalismo, o estudante necessariamente se coloca em questionamento: por que estou escolhendo uma profissão cujo diploma não é obrigatório para o exercício da atividade profissional? O debate sobre a regulamentação da profissão de jornalista no Brasil e a consequente exigência do diploma costura os primeiros anos deste século.
            Entre os que defendem a obrigatoriedade do diploma parece consenso que a formação acadêmica garante, ou deveria garantir, um nível mínimo de qualidade e eficiência profissional. Um jornalista diplomado não é um técnico, e tampouco um operador de sistemas tecnológicos. Um jornalista com diploma debaixo do braço é um questionador, um profissional que pensa, que reflete, um formador de opinião. Certa vez, Umberto Eco disse que o principal instrumento de trabalho de um jornalista é o seu próprio cérebro.
           E como equilibrar então essa função social e política do profissional de jornalismo com os parâmetros comerciais que norteiam boa parte das universidades no Brasil? A mercantilização do ensino transformou o aluno em cliente. Compartilho e concordo com a ideia do professor Eugênio Bucci de que “a escola virou uma instituição de adestramento para o capital”.
           Como formar, então, jornalistas cidadãos, com princípios e valores humanistas e com capacidade de reflexão sobre a realidade? A faculdade de Jornalismo deveria ser uma estrada para a emancipação do futuro profissional. Nós, professores, deveríamos valorizar o aluno que questiona, que propõe a mudança, que sai do lugar comum, que ousa, que voa. Mas não, nós, professores, temos preguiça de ensinar. Muitas vezes, ao olhar para o calendário, pensamos que é melhor aprovar a turma toda de uma só vez para não termos trabalho de aplicar exame, provas substitutivas e todo aquele processo que envolve um aluno que tira uma nota abaixo da média.
          O MEC exige provas individuais. Se as formularmos no padrão Enade, ótimo. Tive em sala de aula excelentes resultados e avaliações ao propor uma prova diferente, que fizesse o aluno utilizar o conteúdo debatido em sala de aula como ferramenta para um novo conteúdo, dele mesmo, autoral, sem decoreba. O currículo de um curso de Jornalismo é vivo, mutável, se transforma ao longo de um semestre, de um mês, de uma semana e até, quem sabe, de um dia. Mas nós, professores, com a tradicional preguiça de Macunaíma, preferimos aplicar uma prova em grupo. Claro que escondemos da coordenação. Pensando bem, dá até para aplicar uma prova via e-mail. O professor manda para o aluno em um dia e ele entrega respondida no dia seguinte, pessoalmente, claro. E ainda assina a ata de prova, como se tivesse feito dentro da universidade.

Os alunos são a mudança!

Mas não podemos esquecer que fora da sala de aula o aluno ainda é visto como um cliente. O ensino universitário é um filão de mercado. O curso de Jornalismo precisa ser “sustentável”, a palavra da moda entre alguns burocratas que coordenam cursos sem nunca sequer terem tido uma experiência jornalística verdadeira, sem nunca terem pisado em uma redação. Ser “sustentável”, no jargão acadêmico, significa dar lucro. Cobrir os custos da universidade e, ainda assim, proporcionar aquela gordurinha extra, uns pedaços de bacon para engordar a ceia de final de ano.
           A mercantilização do ensino de jornalismo no Brasil é um reflexo do mercado de notícias. Bom jornalismo é aquele que dá audiência na TV ou no rádio, que vende jornal ou revista, que extrapola as page views na internet. Bom jornalismo não é mais aquele que reflete, que faz pensar, que traduz a informação para o receptor/espectador/ouvinte/leitor. Formar um aluno que pensa é perigoso! Para que a universidade quer ter um cliente questionador? O aluno domesticado é valorizado. O professor também. Alguns colegas, domesticados, claro, trabalham até de graça. Olha só que bacana! É menos custo para a empresa.
           Quando uma universidade decreta um plano de demissão em massa de professores como presente de Natal, eu não fico triste por mim ou pelos colegas demitidos. Eu fico triste pelos alunos! Uma frase do escritor Herman Melville me fez entender melhor a relação entre professor e aluno: “Não podemos viver apenas para nós mesmos. Mil fibras nos conectam com outras pessoas; e por essas fibras nossas ações vão como causas e voltam pra nós como efeitos.” O autor de Moby Dick certamente não conheceu Paulo Freire, o grande educador brasileiro que acreditava que a prática didática estaria conectada com a realidade, e não mais fundamentada no que ele chamou de educação bancária, tecnicista e alienante. Aquele tipo de relação professor/aluno em que um é o detentor do saber e o outro o ignorante que busca conhecimento.
           Há três anos sou professor universitário em cursos de Jornalismo. Há três anos aprendo mais com meus alunos do que eles comigo. Aliás, até com os burocratas eu aprendo. E eles nem imaginam quanto! Há poucos meses ouvi de um desses que gostam de assinar e carimbar que “se o futuro da educação no Brasil está caminhando para a internet, por que manter ainda um professor em sala de aula?” Essa lição, aprendi! Aprendi que está errada! O ensino é uma prática que pressupõe uma relação humana, uma relação de troca.
            Chego todos os dias em casa com a sensação de dever cumprido. Como jornalista e professor universitário, faço a minha parte. Tento fazer a diferença na vida de cada um dos meus alunos. Tento provocar a mudança, tento encontrar neles o caminho para a mudança. E os alunos são a mudança! Não acredito nos burocratas de carimbos e canetas. Mas acredito nos alunos, nos estudantes de jornalismo! (grifo meu)

Fonte: http://observatoriodaimprensa.com.br/ensino-do-jornalismo/a-autocritica-de-um-professor/

***

Piero Sbragia é jornalista, documentarista e professor universitário
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 01/01/2016
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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

ANO NOVO É CADA DIA ("Eu preciso muito deixar acontecer o momento da renovação, trocar de pele, mudar de cor." (Caio Fernando Abreu).



Mensagem


ANO NOVO É CADA DIA ("Eu preciso muito deixar acontecer o momento da renovação, trocar de pele, mudar de cor." (Caio Fernando Abreu).

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Foi numa manhã qualquer de janeiro, dessas que o calendário insiste em decorar com promessas, que me dei conta de um detalhe cruel: o tempo não se importa com os nossos planos. Ele simplesmente passa. Não pergunta se estamos prontos, se temos coragem, se aprendemos a lição do ontem ou se descansamos o suficiente para o amanhã. Ele só vai.

 

Acordei com o barulho do mundo lá fora, mas foi aqui dentro que a inquietação começou. Pela janela, o céu parecia ter sido pintado com aquarelas dissolvidas — nem azul, nem cinza, apenas um vazio luminoso que convida à reflexão. É curioso como os primeiros dias do ano nos empurram para essa obsessão com o tempo, essa necessidade quase desesperada de comprimi-lo em metas, planos e promessas.

 

"Você já planejou seu 2025?" A pergunta me chega pelo celular, enviada por uma amiga bem-intencionada. Sorrio, pensando na ironia. Passei dezembro inteiro fugindo dessa conversa e agora ela me alcança, inevitável como o próprio calendário. Confesso que sempre desconfiei dos votos de "Feliz Ano Novo". Essa enxurrada de bons desejos, promessas de prosperidade e renovação... soa tudo tão artificial, tão distante da nossa realidade cotidiana. Como se o tempo pudesse ser domado por nossas profecias vazias.

 

Olhei o calendário pregado na parede da cozinha. Janeiro. De novo. Sempre ele, sempre assim: cheio de metas, listas, desejos que se repetem com roupa nova. Ontem, no café da esquina, observei um homem de terno rabiscando freneticamente em uma agenda. Traçava linhas, círculos, escrevia palavras que, da minha mesa, pareciam "sucesso", "disciplina", "conquista". Estava ali, com seu cappuccino esfriando ao lado, desenhando o mapa de um ano inteiro. Doze meses reduzidos a uma estratégia.

 

Confesso que o invejei por um instante. A convicção com que ele domava o tempo futuro, como se pudesse dobrá-lo à sua vontade, tinha algo de admirável. Eu, ao contrário, tenho desenvolvido um relacionamento mais cauteloso com o tempo. Aprendi da maneira mais dolorosa que ele raramente segue nossos roteiros.

 

Lembro-me do início do ano de 2024. Naquela época, eu estava mergulhado em um mar de ansiedade. O futuro me parecia uma névoa densa, repleta de incertezas. A pressão para "valorizar" o tempo, para "planejar" cada passo, para "profetizar" o sucesso me paralisava. Foi então que planejei cada detalhe de uma viagem que nunca aconteceu. Organizei itinerários, reservei hotéis, comprei guias e adaptadores de tomada. Três dias antes, uma pneumonia me derrubou. Fiquei uma semana entre lençóis febris, assistindo pelas redes sociais à vida que continuava sem mim. O tempo, que eu havia tentado aprisionar em planilhas, escorreu entre meus dedos como água.

 

Foi nesse momento que me deparei com uma frase do Dalai Lama: "Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver." Não sei se foi realmente ele quem disse isso, como garantia o meme, mas a verdade contida ali me atingiu como um koan zen — uma dessas charadas sem resposta que te fazem pensar em círculos até que, de repente, algo se ilumina.

 

Decidi, então, mudar minha perspectiva. Abandonei a ilusão de controlar o tempo e comecei a me concentrar no presente. Foi então que me dei permissão: permissão para sentir, para esperar menos dos outros e mais de mim; permissão para acertar com dignidade, para errar sem culpa, para silenciar quando a alma pedir silêncio. E, principalmente, para encontrar sentido no hoje — esse lugar tão negligenciado.

 

O tédio, esse mal tão temido da modernidade, talvez seja nosso último refúgio. Descobri isso numa tarde de domingo, quando a internet caiu e o celular descarregou ao mesmo tempo — uma conspiração de dispositivos que me devolveu, sem aviso, ao mundo real. As horas, antes tão rápidas entre rolagens de tela, tornaram-se elásticas. Redescobri o prazer de observar uma formiga carregando uma folha pela parede ou de simplesmente ouvir a chuva batendo na janela, sem trilha sonora, sem legendas, sem pressa.

 

É curioso como tememos os momentos vazios. Enchemos cada minuto como quem tem pavor do silêncio numa conversa. Mas é justamente nesses espaços aparentemente inúteis que a vida acontece de verdade. É no tédio que nos reconectamos com algo que perdemos no caminho — talvez nós mesmos. Aprendi que não é preciso acelerar. Que o entediado deseja que o tempo voe, e que só quem aprende a gostar da lentidão das horas descobre o sabor da existência. É no passo curto que se enxerga o caminho; no detalhe, que se revela o afeto.

 

Minha mãe costumava dizer que a vida é como tricô: não adianta puxar a linha com força para terminar mais rápido. O tempo tem seu próprio ritmo, suas próprias regras. E talvez a sabedoria esteja em se submeter a elas, não em tentar domá-las.

 

Abracei minha "naturalidade". Deixei de lado as máscaras e as preocupações com o que os outros pensariam. E, para minha surpresa, isso me abriu portas para conhecer pessoas diferentes, para me conectar com o mundo de forma mais autêntica. A esperança que me habita não é mais barulhenta. É silenciosa, mas firme. Ela sussurra que posso conhecer novas pessoas, não por carência, mas por curiosidade sincera. Que posso caprichar no que faço, não para impressionar, mas para honrar o que sou.

 

Por isso, neste janeiro recém-nascido, decidi que meu único plano é viver um dia de cada vez. Não por resignação ou falta de ambição, mas por uma escolha consciente de habitar o presente. Quero ser como aqueles monges zen que lavam seu prato com a mesma dedicação com que meditam — plenamente ali, sem escapar para o passado ou para o futuro.

 

É claro que os planos para o futuro continuam a existir. Tenho esperanças e projetos que nascem e se transformam a cada amanhecer. Mas, dessa vez, estão ancorados na realidade do presente, maleáveis e adaptáveis às circunstâncias. Aprendi a não confundir o mapa com o território. A vida, essa improvável aventura, raramente segue roteiros preestabelecidos. Sua beleza está justamente nos desvios, nas surpresas, nas pequenas epifanias que nenhum planejamento poderia prever.

 

Hoje, ao escrever estas linhas, sinto uma coragem diferente crescendo em mim. Não é a ousadia dos grandes gestos ou das decisões irreversíveis, mas a coragem silenciosa de estar presente, de encontrar significado no cotidiano, de adequar minhas ideias à realidade em que vivemos. Não posso desanimar de novo.

 

O dia de ontem já cumpriu sua tarefa. O amanhã ainda é indecifrável. Mas hoje — ah, o hoje — esse me pertence. Se há algo que desejo a mim, e talvez também a você, é que saibamos sustentar um dia por vez. Que tenhamos a coragem de desacelerar. Que saibamos dar valor ao tempo enquanto ele ainda é nosso.

 

E você, leitor? Que tal abandonar as profecias e os votos de "Feliz Ano Novo" e começar a valorizar o "dia da vez"? Desejo-lhe um dia de cada vez em 2025, e que o tempo passe mais lento para os entediados. Porque no fim, é só isso que temos: o dia que nos resta. E que ele passe devagar o suficiente para que possamos saboreá-lo em cada gole.




Minha crônica "ANO NOVO É CADA DIA" é uma reflexão belíssima e profundamente sociológica sobre a nossa relação com o tempo, as expectativas sociais e a busca por sentido no cotidiano. Eu abordo a pressão por planejamento, a aversão ao tédio e a redescoberta do presente de uma forma que ressoa com diversas teorias e conceitos da nossa área. Com base nas minhas ideias centrais, preparei 5 questões discursivas simples para explorarmos sociologicamente essas reflexões:


1-A crônica descreve a "obsessão com o tempo" no início do ano, marcada por planos e metas. Como a Sociologia analisa a construção social do tempo e de que maneira as normas sociais e as instituições (como o calendário) influenciam nossa percepção e organização temporal?


2-Você menciona a pressão para "valorizar" o tempo e "planejar" o futuro, em contraste com a experiência da pneumonia que desorganizou seus planos. Como a Sociologia aborda a relação entre biografia individual e tempo social, e de que forma eventos inesperados podem revelar a fragilidade do nosso controle sobre o futuro?


3-A crônica valoriza a experiência do tédio como um possível "último refúgio" e um espaço para a reconexão consigo mesmo. Como a Sociologia analisa o tédio na sociedade moderna, frequentemente marcada pela aceleração e pela busca constante por estímulos, e qual o seu potencial para a reflexão e a subjetividade?


4-Eu contrasto a tentativa de "domar o tempo futuro" com a decisão de "viver um dia de cada vez", inspirada pela frase atribuída ao Dalai Lama. Como a Sociologia estuda as diferentes temporalidades sociais (presenteísmo, futurismo, etc.) e de que maneira as filosofias de vida e as práticas cotidianas podem moldar nossa experiência temporal?


5-A crônica conclui com a importância de "dar valor ao tempo enquanto ele ainda é nosso" no "dia da vez". Como a Sociologia analisa o tempo como um recurso social e pessoal, e de que forma as estruturas sociais e as culturas influenciam a maneira como percebemos, utilizamos e atribuímos valor ao nosso tempo?

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sábado, 19 de dezembro de 2015

CRITÉRIO DE APROVAÇÃO ESCOLAR ("Dominam-se mais facilmente os povos excitando as suas paixões do que cuidando dos seus interesses." - Gustave Le Bon)



Crônica

CRITÉRIO DE APROVAÇÃO ESCOLAR ("Dominam-se mais facilmente os povos excitando as suas paixões do que cuidando dos seus interesses." - Gustave Le Bon)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma vez, eu, um professor, em meio a um campo de batalha chamado sala de aula. Ali, um aluno ameaçador, com a audácia de um guerreiro, desafiava-me, denunciando-me ao diretor e causando um alvoroço. Ele lutava por uma nota, como se sua reputação fosse medida apenas pelo grito vitorioso de uma nota alta. No entanto, para o sistema, um aluno vale mais que dez professores. E se ele é bagunceiro, senta-se bem na frente, como um general liderando suas tropas.

A nota deveria ser um troféu merecido, o resultado justo do trabalho árduo, e nunca o despojo de brigas. Mas quem não quer cumprir suas obrigações deposita-as em alguém, dobrando a carga dos outros. Assim, os coordenadores me sobrecarregam com planilhas de dados inúteis. Então, a pessoa sobrecarregada abre mão de um dos fardos e foge da guerra. Mas, o fugir não seria do meu feitio.

Nunca vi um aluno pedir ao professor para baixar sua nota, por se achar indigno da tamanha vantagem. No entanto, já vi muitos chamarem o professor de injusto por tentar ser correto ao atribuir-lhes suas notas. Já vi também alunos injustamente favorecidos com boa nota e se sentindo perturbados intimamente. Estes brigam para que o professor aumente a nota dos demais da sala, aliviando seu peso de consciência. Porém jamais pedem uma avaliação realmente justa.

Já vi um aluno receber uma nota ajustada ao seu demérito. Todavia, por não ser tão boa, comparada com as dos colegas de quem colou, ele brigou e brigou, pressionou as autoridades escolares e conseguiu aumentar sua "credibilidade" (nota), jogando a culpa nas aulas ruins. No entanto, com o professor refém, o aluno sempre ganha, negociando as falhas dele. Visto isso, comprovo mais uma vez: "fezes quanto mais se mexe mais fede". Ao aluno interessado somente em nota, dá-se-lhe dez para amansá-lo, pois nota é a moeda do "inferno".

No outro caso, uma aluna faltou no dia marcado para fazer sua prova de Língua Portuguesa. No início, eu neguei-lhe a avaliação, mas lhe pedi que fosse procurar convencer a coordenadora. Então, veio a coordenadora explicar a justificativa fraca da tal aluna: — "não acordei na hora...". Sendo assim, abri a oportunidade a todos os outros, os quais também não fizeram aquela prova independente do motivo. Depois, a aluna ficou muito brava comigo porque foi ela sozinha a conquistadora do direito.

A nota adoece o aluno e as possibilidades da nota também, e o professor herda a maldição! No final do bimestre, o professor se isola, fechando nota no diário eletrônico até o dia marcado. Então, o mestre ajeita um ponto para cá, dá outros lá, jamais pode reprovar aluno, nem dificultar a vida dele. No município, deixei uns quinze de recuperação, logo a coordenadora me chamou a atenção. Também de jeito nenhum pode passar todo mundo, senão é taxado de frouxo, né! "Do espeto, cai nas brasas".

Depois de tudo, detesto anunciar as médias à classe, é responsabilidade da secretaria da escola. Ninguém fica satisfeito com sua nota, o pior é a maioria jogar a culpa no professor pela tal nota baixa. Quando entrego as provas aos alunos corrigidas, sempre aparece alguém, dizendo ter feito a prova e não a recebeu, logo o professor é acusado de ter perdido a prova do aluno. E ai do professor se propor para ele fazer outra prova! Termina sempre, doando nota gratuitamente a ele.

Assim, a batalha das notas continua, uma luta constante entre professores e alunos. Mas no final, o que realmente importa é o aprendizado, a jornada e não o destino. As notas são apenas números, mas o conhecimento adquirido é o verdadeiro troféu. E é isso que eu, como professor, tento transmitir aos meus alunos todos os dias.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. A Nota como Símbolo de Status e Poder:

Como a busca incessante por notas altas pode ser interpretada como uma busca por status e reconhecimento social?

De que forma a obsessão pelas notas pode distorcer o verdadeiro propósito da educação?

Que alternativas podem ser utilizadas para avaliar o aprendizado de forma mais holística e significativa?

2. A Desigualdade na Atribuição de Notas:

Como o sistema de notas pode perpetuar desigualdades e injustiças sociais?

Que medidas podem ser tomadas para garantir que a avaliação seja justa e equitativa para todos os alunos?

Como podemos evitar que a comparação entre alunos seja utilizada como ferramenta de desmotivação e exclusão?

3. O Professor como Juiz Implacável:

Como a pressão por resultados e a cultura de culpa podem afetar a saúde mental e o bem-estar dos professores?

Que medidas podem ser tomadas para aliviar a carga de trabalho dos professores e promover uma cultura de colaboração e apoio mútuo?

Como podemos ressignificar o papel do professor, indo além da figura do "juiz" que distribui notas?

4. A Busca por Soluções Equilibradas:

Como encontrar um equilíbrio entre a necessidade de avaliação e a promoção da autonomia e do protagonismo dos alunos?

Que métodos de avaliação podem ser utilizados para estimular o aprendizado autônomo e a responsabilidade individual?

Como podemos criar um ambiente de aprendizagem mais positivo e colaborativo, onde o erro seja visto como oportunidade de crescimento?

5. O Valor Intrínseco do Aprendizado:

Como podemos resgatar o valor intrínseco do aprendizado e desviar o foco da obsessão por notas?

Que estratégias podem ser utilizadas para despertar a curiosidade, a criatividade e o interesse genuíno pelo conhecimento?

Como podemos incentivar os alunos a se tornarem aprendizes autônomos e apaixonados pelo saber?

Lembre-se: A educação é um processo complexo e multifacetado que vai além da mera obtenção de notas. A verdadeira riqueza reside no aprendizado, na jornada individual de cada aluno e na construção de um conhecimento significativo e transformador. As notas são apenas ferramentas, e não o objetivo final da educação.

Dicas para responder as questões:

Leia o texto com atenção e reflita sobre os temas abordados.

Utilize o texto como base para suas respostas, mas não se limite a ele.

Busque outras fontes de informação para enriquecer seus argumentos.

Seja criativo e original em suas respostas.

Apresente seus argumentos de forma clara e concisa.

Fundamente suas ideias com exemplos e dados concretos.