"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 26 de agosto de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(22) Questionando Rótulos e Desvendando Virtudes.

 


Ensaios

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(22) Questionando Rótulos e Desvendando Virtudes.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O ensaio aborda a importância da busca pela sabedoria e como diferentes características de personalidade, como a simplicidade, o escárnio e a tolice, podem impedir o indivíduo de alcançar essa virtude. No entanto, é crucial questionar essa abordagem e explorar a ideia de que rotular alguém como "simples", "escarnecedor" ou "tolo" pode ser redutivo e limitado.

Ao examinar a noção de busca por sabedoria, é fundamental considerar que a complexidade da vida moderna muitas vezes exige um entendimento mais amplo do que pode ser encontrado somente por meio da autocrítica e autorreflexão. A noção de que alguém que vive uma rotina diária é automaticamente um indivíduo simples desconsidera as nuances das responsabilidades, desafios e aprendizados que podem ocorrer em diferentes contextos. Como disse o filósofo francês Blaise Pascal: "A simplicidade é o último grau de sofisticação". Além disso, a Bíblia nos ensina que a simplicidade não é sinônimo de ignorância, mas de humildade e confiança em Deus: "O Senhor preserva os simples; quando me encontrava enfraquecido, ele me salvou" (Salmo 116:6).

Além disso, a visão crítica do "escarnecedor" pode ser revista. A sociedade moderna exige uma abordagem cética para muitas informações e normas. O ceticismo pode, de fato, impulsionar a busca pela verdade e pela compreensão aprofundada, em vez de simplesmente aceitar a sabedoria convencional. O desafio de preconceitos e a disposição de questionar o status quo podem levar a descobertas e inovações significativas. No entanto, é preciso ter cuidado para não cair no cinismo ou na arrogância, que podem afastar as pessoas da sabedoria divina. Como alertou o filósofo grego Sócrates: "Só sei que nada sei". E como advertiu o apóstolo Paulo: "Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá" (Gálatas 6:7).

Quanto à caracterização de um "tolo", é importante lembrar que a ignorância não é necessariamente um estado permanente, e rotular alguém como tal pode minar o potencial de crescimento. Ao invés de julgar apressadamente, a abordagem mais construtiva seria encorajar a educação contínua e a disposição de aprender com os erros. As pessoas podem superar suas fraquezas, desde que estejam dispostas a se educar e se abrir para novas perspectivas. Como afirmou o filósofo chinês Confúcio: "A ignorância é a noite da mente, mas uma noite sem lua e sem estrelas". E como declarou o rei Salomão: "O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; todos os que cumprem os seus preceitos revelam bom senso" (Salmo 111:10).

Em resumo, o ensaio desafia a noção de que categorizar as pessoas como "simples", "escarnecedoras" ou "tolas" é suficiente para entender sua busca por sabedoria. Ao invés de adotar uma visão restrita dessas características, é importante adotar uma abordagem mais empática e reconhecer que todos têm a capacidade de crescer e evoluir. A busca pela sabedoria deve ser moldada por uma análise crítica e uma abertura para o aprendizado constante, em vez de rótulos simplistas.

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(21) Sabedoria: Dom Divino ou Humano?

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(21) Sabedoria: Dom Divino ou Humano?

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A sabedoria é um dos valores mais almejados pela humanidade. Desde os tempos antigos, os homens buscam a sabedoria como um meio de compreender a realidade e orientar suas ações. No entanto, o que é a sabedoria, e como ela pode ser alcançada? Neste ensaio, iremos analisar a visão bíblica da sabedoria, representada pela figura da Senhora Sabedoria em Provérbios, e contrastá-la com outras perspectivas filosóficas e científicas.

A Bíblia apresenta a sabedoria como um dom de Deus, que pode ser obtido por aqueles que o temem e obedecem aos seus mandamentos. Em Provérbios 1:20-33, a sabedoria é personificada como uma mulher que clama nas ruas, convidando a todos para ouvirem seus conselhos e advertências. Quem atende à sua voz será abençoado com segurança, prosperidade e felicidade; quem a despreza sofrerá as consequências de sua insensatez. A sabedoria, portanto, é vista como uma fonte de vida e bem-estar, que está disponível para todos que a buscam com sinceridade.

No entanto, essa visão pode ser questionada por uma análise crítica da realidade. A sabedoria não é tão simples nem tão acessível como parece. Ela envolve um processo complexo de aprendizado e reflexão, que requer esforço, dedicação e humildade. Além disso, a sabedoria não está restrita a uma única fonte ou tradição, mas é fruto da interação entre diversas formas de conhecimento e experiência. A sabedoria não é exclusiva de uma religião ou cultura, mas é universal e plural.

Nesse sentido, podemos recorrer a outras perspectivas filosóficas e científicas que nos oferecem diferentes concepções de sabedoria. Por exemplo, para Sócrates, o filósofo grego considerado o pai da filosofia ocidental, a sabedoria consistia em reconhecer a própria ignorância e buscar incessantemente o conhecimento através do diálogo crítico. Para ele, "só sei que nada sei" era o princípio da sabedoria. Já para Aristóteles, outro filósofo grego influente, a sabedoria era a forma mais elevada de conhecimento, que abrangia tanto a ciência quanto a filosofia. Para ele, "a sabedoria é o conhecimento das causas primeiras e dos princípios".

A ciência também nos oferece uma visão da sabedoria como um produto da investigação racional e empírica da realidade. A ciência busca descobrir as leis que regem o universo e explicar os fenômenos naturais através de teorias e experimentos. A ciência nos permite compreender melhor o mundo em que vivemos e desenvolver tecnologias que melhoram nossa qualidade de vida. A ciência também nos desafia a questionar nossas crenças e preconceitos, e nos estimula a buscar novas descobertas e soluções.

Portanto, podemos concluir que a sabedoria é um conceito multifacetado, que envolve diferentes dimensões do conhecimento humano. A sabedoria não é encontrada apenas na religião ou na Bíblia, mas também na filosofia, na ciência e em outras formas de expressão cultural. A busca pela sabedoria requer uma atitude aberta e crítica, que respeita a diversidade e valoriza o diálogo. A sabedoria não é um fim em si mesma, mas um meio para alcançar uma vida mais plena e significativa.

terça-feira, 22 de agosto de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(20) Crenças e Caminhos: Sabedoria na Era da Diversidade

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(20) Crenças e Caminhos: Sabedoria na Era da Diversidade

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A sabedoria é um tema central na literatura bíblica, especialmente nos livros de Provérbios, Eclesiastes e Jó. Nesses livros, a sabedoria é apresentada como um dom de Deus, que orienta o homem para uma vida justa, próspera e feliz. A sabedoria também é personificada na figura da Senhora Sabedoria, que convida os homens a segui-la e a rejeitar a loucura e o pecado.

No entanto, essa visão da sabedoria pode ser questionada à luz da realidade humana, que é marcada pela complexidade, diversidade e pluralidade. A vida não é simples nem linear, mas cheia de desafios, dilemas e contradições. A sabedoria não é única nem absoluta, mas relativa e contextual. A sabedoria não é estática nem imutável, mas dinâmica e adaptável.

Neste ensaio, pretendo analisar criticamente a proposta da Senhora Sabedoria, que oferece aos homens uma jornada intrincada e eterna pela busca da sabedoria. Para isso, vou considerar três aspectos: a premissa de que a rejeição dessa oferta resulta em um desinteresse futuro por parte da sabedoria; a sugestão de que as escolhas pessoais conduzem aos problemas da vida; e a afirmação de que o Deus Criador oferece sabedoria através dos céus, da Bíblia e de pregadores.

Em primeiro lugar, a premissa de que a rejeição da oferta da Senhora Sabedoria resulta em um desinteresse futuro por parte da sabedoria implica uma visão determinista e fatalista da natureza humana. Essa visão ignora a possibilidade de arrependimento, conversão e transformação pela graça de Deus, que é revelada nas Escrituras e na história. A Bíblia mostra vários exemplos de pessoas que mudaram de atitude e de comportamento depois de terem rejeitado ou ignorado a sabedoria divina. Um desses exemplos é o próprio Salomão, que escreveu os Provérbios, mas que se desviou da sabedoria no final da sua vida, seguindo outros deuses e cometendo injustiças (I Reis 11:1-13). No entanto, ele se arrependeu e reconheceu a sua vaidade (Eclesiastes 12:8-14). Outro exemplo é o apóstolo Paulo, que perseguiu os cristãos, mas que se converteu depois de ter uma visão de Jesus no caminho de Damasco (Atos 9:1-22). Portanto, há uma esperança para os tolos e os pecadores, pois Deus é paciente e misericordioso (II Pedro 3:9).

Em segundo lugar, a sugestão de que as escolhas pessoais conduzem aos problemas da vida implica uma visão individualista e simplista da realidade humana. Essa visão desconsidera as influências externas, como a sociedade, cultura e contexto familiar, que também moldam as nossas ações. A vida não é apenas resultado das nossas decisões, mas também das circunstâncias que nos cercam. A Bíblia mostra vários exemplos de pessoas que sofreram por causa de fatores alheios à sua vontade ou responsabilidade. Um desses exemplos é o de Jó, que era justo e temente a Deus, mas que perdeu tudo o que tinha por causa de uma aposta entre Deus e Satanás (Jó 1:1-22). Outro exemplo é o de Jesus Cristo, que era inocente e santo, mas que foi crucificado por causa dos pecados da humanidade (Isaías 53:4-6). Portanto, há uma complexidade para os justos e os ímpios, pois Deus permite o sofrimento para provar a nossa fé ou para cumprir o seu propósito (Romanos 8:28).

Em terceiro lugar, a afirmação de que o Deus Criador oferece sabedoria através dos céus, da Bíblia e de pregadores implica uma visão exclusivista e dogmática da revelação divina. Essa visão exclui a pluralidade de crenças e perspectivas no mundo contemporâneo, que desafia a ideia de que uma única fonte de sabedoria oferece respostas universais. A sabedoria não é monopólio de uma religião ou de uma tradição, mas se manifesta de maneiras diversas e multifacetadas. A Bíblia mostra vários exemplos de pessoas que receberam sabedoria de outras fontes além das mencionadas. Um desses exemplos é o de Moisés, que foi educado na ciência dos egípcios, que eram politeístas e idólatras (Atos 7:22). Outro exemplo é o de Daniel, que aprendeu a sabedoria dos caldeus, que eram astrólogos e magos (Daniel 1:17-20). Portanto, há uma diversidade para os sábios e os simples, pois Deus se revela de formas variadas e surpreendentes (Hebreus 1:1-2).

Em conclusão, a proposta da Senhora Sabedoria, que oferece aos homens uma jornada intrincada e eterna pela busca da sabedoria, merece ser abordada de uma perspectiva mais ampla e crítica. A sabedoria não é uma fórmula pronta e definitiva, mas uma busca constante e dinâmica. A sabedoria não é uma garantia de felicidade e prosperidade, mas uma orientação para a justiça e a paz. A sabedoria não é uma imposição de Deus, mas um convite à sua comunhão.

sábado, 19 de agosto de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico I(19) Loucura e Pecado: Uma Análise Crítica da Visão Moralizante

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico I(19) Loucura e Pecado: Uma Análise Crítica da Visão Moralizante

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A visão comum entre fanáticos religiosos, é que a loucura e o pecado são garantias de ruína. No entanto, essa perspectiva é problemática e carece de uma análise mais aprofundada. Ao me basear em argumentos bíblicos e filosóficos, este ensaio busca validar a visão moralizante sem fanatismo. Entretanto, qualquer abordagem simplista que não leva em consideração a complexidade da condição humana, é repugnante.

Aqui eu refuto a visão de que loucura e pecado levam à ruína, apesar de ser uma constatação bíblica e histórica. Porém é necessário reconhecer que a Bíblia é um texto sujeito a interpretações e que suas mensagens podem ser abordadas de maneiras diversas. Generalizar o pecado como um fator determinante para a ruína ignora a graça divina e a capacidade de transformação humana.

O argumento bíblico de que "tolos e pecadores estão caindo, e não há nada que eles possam fazer para impedir" (Pv 11:21) é excessivamente pessimista. Essa visão fatalista desconsidera a importância da responsabilidade pessoal e da capacidade de mudança. Autores como Viktor Frankl enfatizam a liberdade interior do ser humano, que pode escolher seu caminho e transcender suas circunstâncias.

Além disso, a interpretação literal de passagens bíblicas como a história de Adão e Eva (Gn 3:1-24) não considera outras perspectivas teológicas. A narrativa do pecado original pode ser entendida simbolicamente, representando a vulnerabilidade humana à tentação e o afastamento da vontade divina. A visão de que o pecado é uma condição inerente a todos os seres humanos (Rm 3:23; 5:12) também requer uma análise crítica, pois ignora a diversidade e complexidade das experiências individuais.

Em vez de adotar uma visão determinista, é necessário considerar o equilíbrio entre graça divina e responsabilidade humana. A Bíblia, por exemplo, ensina sobre a capacidade de redenção através da graça de Deus e do arrependimento pessoal (Ef 2:8-9; 2Co 5:17). A responsabilidade humana é reconhecida na busca pela salvação e pela transformação de caráter.

Portanto, é essencial questionar a visão simplista de que loucura e pecado levam à ruína. A complexidade da condição humana exige uma análise mais abrangente, considerando tanto as questões espirituais quanto as nuances psicológicas e sociais. A busca por uma compreensão mais completa da relação entre fé, responsabilidade e transformação é fundamental para um diálogo enriquecedor e equilibrado sobre esse tema.

“Vocês ouviram o que foi dito aos seus antepassados: ‘Não matarás’, e ‘quem matar estará sujeito a julgamento’.

Mas eu lhes digo que qualquer que se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento. Também, qualquer que disser a seu irmão: ‘Racá’, será levado ao tribunal (sinédrio). E qualquer que disser: ‘Louco! ’, corre o risco de ir para o fogo do inferno – Mateus 5:21,22, Versão NVI.

quinta-feira, 17 de agosto de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(18) O Enigma da Retribuição Divina: Reflexões Teológicas e Filosóficas

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(18) O Enigma da Retribuição Divina: Reflexões Teológicas e Filosóficas

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O presente ensaio tem como objetivo analisar o enigma da retribuição divina, isto é, a ideia de que aqueles que conspiram para causar o mal estão apressando a própria morte. Essa ideia é encontrada tanto nas narrativas bíblicas quanto nas reflexões filosóficas, revelando uma visão de que a justiça divina é intrinsecamente ligada às ações humanas. Para isso, serão utilizadas citações bíblicas e filosóficas que ilustram e sustentam essa concepção.

A Bíblia condena o assassinato como uma violação do sexto mandamento: "Não matarás" (Êxodo 20:13). Aqueles que conspiram para matar alguém estão agindo contra a vontade de Deus e contra a dignidade da vida humana, que foi criada à imagem e semelhança de Deus (Gênesis 1:27). Além disso, aqueles que planejam e executam o assassinato estão apressando a própria morte, pois Deus é justo e não deixa o sangue inocente impune. Como diz o apóstolo Paulo: "Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará." (Gálatas 6:7).

A Bíblia está repleta de exemplos de como Deus pune os assassinos com a mesma medida que eles usaram para tirar a vida dos outros. O rei Salomão, um dos homens mais sábios que já existiu, advertiu seu filho contra os conspiradores sanguinários, que se juntavam para roubar e matar os inocentes (Provérbios 1:10-19). Ele disse que eles estavam armando uma armadilha para si mesmos e que o seu sangue seria derramado (Provérbios 1:18-19). Salomão sabia que Deus protege a vida dos homens e que Ele é o juiz supremo de todas as coisas (Eclesiastes 12:14).

Jezabel e Acabe foram mortos por causa da sua cobiça e crueldade contra Nabote, um homem justo que possuía uma vinha (I Reis 21:1-24). Hamã foi enforcado na forca que ele havia preparado para Mardoqueu, um servo fiel do rei da Pérsia, por causa do seu ódio e inveja (Ester 7:8-10). Judas Iscariotes se enforcou depois de trair Jesus Cristo, o Filho de Deus, por trinta moedas de prata (Mateus 27:3-5). Esses casos mostram que Deus não se agrada daqueles que derramam sangue inocente e que Ele retribui a cada um segundo as suas obras (Salmos 62:12).

A retribuição divina transcende as páginas sagradas e encontra ressonância no pensamento filosófico. A filosofia socrática, por exemplo, explora a ideia de que a alma é afetada pelo bem e pelo mal que faz, refletindo a noção de que a ação humana é intrinsecamente conectada às consequências que se seguem. E como afirmado por Sócrates, "o mal que alguém faz a outrem não permanece na outra pessoa, mas reflete de volta ao autor original". Outros filósofos também abordaram essa questão, como Sêneca, que disse: "O mal que fazemos não nos atrai tanto como aquele que recebemos." E Epicuro, que afirmou: "A justiça é a vingança do homem em sociedade, como a vingança é a justiça do homem em estado selvagem."

Em suma, o enigma da retribuição divina é um tema que nos desafia a pensar sobre a relação entre ação e consequência, tanto no plano individual quanto no coletivo. A partir das narrativas bíblicas e das reflexões filosóficas, podemos compreender que a justiça divina não falha e que aqueles que conspiram para causar o mal estão trilhando um caminho de autodestruição. Essa compreensão nos leva a questionar as nossas próprias escolhas e valores, bem como as implicações sociais e históricas das nossas ações. Assim, somos convidados a buscar uma vida pautada pela ética, pela bondade e pelo respeito ao próximo.

terça-feira, 15 de agosto de 2023

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(17) O Equilíbrio entre Advertências e Graça: Uma Reflexão Teológica sobre a Natureza Humana e o Perdão Divino

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio I(17) O Equilíbrio entre Advertências e Graça: Uma Reflexão Teológica sobre a Natureza Humana e o Perdão Divino

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Neste ensaio teológico, analisamos a passagem bíblica sobre os pássaros atraídos pela rede do passarinheiro, que serve como uma advertência contra a tolice humana diante das consequências do pecado. A analogia utilizada pelos autores bíblicos nos lembra que, assim como os pássaros, podemos ser cegos pela ganância e nos entregar a caminhos destrutivos. Essa mensagem ressalta a importância de nos afastarmos da tentação e do pecado.

Contudo, ao abordar essa questão, devemos ter uma visão equilibrada. A Bíblia, com suas metáforas e ensinamentos morais, também nos revela a misericórdia e o perdão oferecidos por Deus. Salmo 103:12 enfatiza que Deus afasta nossas transgressões tão longe quanto o Oriente está do Ocidente, oferecendo-nos a oportunidade de nos arrepender e recomeçar.

O cerne da mensagem é que, apesar de nossas fraquezas e tendências pecaminosas, Deus é um Deus de amor e compaixão, pronto para perdoar e acolher aqueles que se voltam para Ele. A fé nos ensina que, ao invés de nos entregarmos ao desespero, devemos buscar a sabedoria divina para discernir o que é correto e resistir às tentações do pecado.

É fundamental entender que o pecado é uma realidade presente na vida humana, mas a graça divina nos oferece a chance de nos libertar desse fardo. Devemos refletir sobre as advertências da Bíblia, mas também abraçar a esperança da transformação espiritual e da redenção. Romanos 6:14 lembra que o pecado não nos dominará, pois estamos sob a graça divina.

Portanto, esse ensaio ressalta a importância de equilibrar a advertência contra o pecado com a compreensão do amor e perdão de Deus. Devemos buscar a retidão, resistindo às tentações, mas também confiando na graça divina para nos guiar em nossa jornada espiritual. Somente assim poderemos alcançar a verdadeira liberdade e paz espiritual, como ensina João 8:36: "Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres."

Assim, concluímos que a sabedoria reside na compreensão de nossa natureza pecaminosa, reconhecendo nossas fraquezas e buscando a orientação divina para viver uma vida de retidão e fé, confiando na promessa da graça e do perdão divino. Essa jornada espiritual nos conduz à liberdade genuína e à paz interior, sendo guiados pela luz do amor divino que nos resgata do pecado e nos conduz à verdadeira reconciliação com Deus.

domingo, 13 de agosto de 2023

O QUE REALMENTE VALE A PENA? ("É muito melhor viver sem felicidade do que sem amor". -- William Shakespeare)

 


O QUE REALMENTE VALE A PENA? ("É muito melhor viver sem felicidade do que sem amor". -- William Shakespeare)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Eu estava lendo Mario Quintana, e ele me impressionou com essa frase: "A felicidade bestializa, só o sofrimento humaniza as pessoas." Então lhe questionei sobre precisar jamais procurar o sofrimento, ele é inerente! Mas, a felicidade se procura sim! Lembrei-me do John Stuart Mill: "Aprendi a procurar a felicidade limitando os desejos, em vez de tentar satisfazê-los." Tudo em nome da humanização! Por isso, nem gosto de comer, de dormir, de "f" e tomar banho! Só o necessário, mantendo o grau de infelicidade já conseguido. Pensando nisso: como apenas o necessário, logo me privo do viver para comer; Dormir se parece muito com morrer, e isso não me agrada; "transar" é muito esforço obtendo breve prazer, o orgasmo de 5 segundos de forma alguma vale a meia hora de suor; banhar estraga a pele, os óleos naturais nos protegem de insetos picadores. E me defendo, usando as palavras de Albert Einstein: "Jamais considerei o prazer e a felicidade como um fim em si e deixo este tipo de satisfação aos indivíduos reduzidos a instintos de grupo". Por que as pessoas comuns se esforçam tanto para mostrar prazer ou desfrutando da vida? Fazem de tudo, e há aqueles que se sentam à porta da rua com uma latinha de cerveja na mão, sendo visto por muitos, que ele bebe e farreia; é o "lascadão na vida".

Agora compreendo o filósofo, Luiz Felipe Pondé quando disse em seu texto: "Deus me livre de ser feliz": "A mania da felicidade nos deixa retardado" Preparar-se para o pior é uma forma de antecipar a qualificação própria do prazer. Depois de tudo, posso dizer que só o combate nos faz felizes. Uma luta prenuncia outra luta. Querer ser feliz é querer parar de sofrer e sem sofrimento não há viver. Então prefiro viver lutando, pois o contrário é atrofiar meus talentos. Na luta, há outra felicidade!