Enquanto o sol se despede do dia, o entardecer de minha existência, vejo-me em uma batalha pessoal. Mais uma luta, uma ferida aberta, um trauma que talvez tenha sido causado pela minha própria negligência ao meu nome e caráter, não sube me protejer. Como Shakespeare sabiamente disse, “Quem me rouba a honra priva-me daquilo que não o enriquece e faz-me verdadeiramente pobre.” Sinto uma perda, uma perda atribuída às ações levianas de outros que não gostam de mim. Não mereço esse julgamento injusto. Estou trabalhando honradamente, mantendo o foco, buscando o caminho da felicidade, ajudando meu próximo. Mas, para um final feliz, meu anjo da guarda me disse que só preciso deixar a energia fluir no meu ritmo, abrindo caminho, não abra mão de ser professor.
A intenção daquela aluna não tinha o mínimo propósito de melhorar sua família ou fortalecer seu casamento. Ela levou seu marido ao diretor e ali expôs sua maneira irrefletida de agir, sem a intenção de melhorar também a escola e seus estudos. Ela denegriu a imagem de um professor de muitos anos de serviço prestado àquela unidade escolar, um professor de boa índole e utilidade comprovada. Ela subestimou a capacidade de leitura de mundo, compreensão e interpretação do meu diretor, escrevendo a ele aquela denúncia. Ela não pensou que eu poderia divulgar minha versão original. Ela só pensou em dar um motivo para me expulsarem da escola, queria prejudicar meu profissionalismo, pois apenas imaginou que eu poderia perder o emprego do qual sustento minha família como castigo pelo que fiz, não com a intenção imputada por eles. Afinal, a coordenadora pedagógica adora fazer relatórios negativos sobre professores para se projetar na função que ocupa por favores políticos, então atende a coveniência para agradar da comunidade! E os alunos maldosos sabem disso: é o caminho mais curto para as denúncias chegarem ao diretor.
Depois de tudo, eu ainda seria professor dela, em péssimas circunstâncias de ensino e aprendizagem. Se ela considerava minha atitude tão criminosa, por que não foi à polícia, onde há investigadores competentes, em vez de fazer “justiça” com as “próprias mãos”? E em que escola eles aprenderam isso, pois são rápidos em denunciar picuinhas, sem nem conversarem comigo (Sem dar chance de defesa à vítima)?
Bem sei que um erro não conserta o outro, porém quero me justificar. Num momento vago da aula, comecei a ler as mãos de alguns. Infelizmente, ela se aproximou e me deu a mão para eu falar seu futuro. Segurei sua mão e falei coisas triviais, nada comprometedor, era apenas uma brincadeira à vista de todos. Gosto de agir assim com meus alunos para facilitar a relação professor/aluno, gerando confiança e lucro na aprendizagem (já que eram adultos da EJA). Mas, ela não entendeu e, incentivada pelo namorado ciumento, maldosamente foi juntando ódio e premeditando os fatos com a finalidade de me acusar de assédio sexual. Como sou um péssimo profeta, não sabia que iria ter revelações do seu futuro tão pressionado assim. No final, não aprendi nada com suas ameaças e denúncias. Só me fizeram, mais uma vez, consciente das possibilidades de fracasso de minha profissão e, por tabela do sistema educacional, porque esse não é um caso isolado. Vou morrer sem saber em que parte eu a ofendi! “Para os puros, todas as coisas são puras…” Tt 1:15.
Nunca pensei que houvesse necessidade de divulgar esse texto, um retrato da minha tolice, considerando que aprendi com a Bíblia que “Quando o tolo é ofendido, logo todos ficam sabendo, mas quem é prudente faz de conta que não foi insultado.” (Prov. 12:16). Mas, o fiz porque, agora acho, que ele vai ser útil para alguém também iludido pelo sistema. Essas formas de vingança de aluno e seus donos estão cada vez mais frequentes não só na escola, mas também em qualquer outro trabalho. “Louco não é o homem que perdeu a razão. Louco é o homem que perdeu tudo menos a razão.” (G. K. Chesterton).