"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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domingo, 29 de novembro de 2009

O DIREITO DE NÃO ESTUDAR ( Quem não Respeita não Merece Respeito)







CRÔNICA

O DIREITO DE NÃO ESTUDAR ( Quem não Respeita não Merece Respeito)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         
Como seria se todos os brasileiros fossem formados academicamente da forma que quer a escola? À primeira vista, sabemos que têm muitos seduzidos pelos os incentivos educacionais dos governos e que vão ali apenas porque estão sequestrados mentalmente. É certo que os muitos diplomas ainda não acabariam com a pobreza e a miséria de nossa gente. Conheci uma pessoa formada em Direito que trabalhava vendendo churros nas esquinas da cidade; não deixa de ser honroso, o que questiono é a submissão aos apelos do academicismo. Qual era o grau de escolaridade do grande realista brasileiro, Machado de Assis? Os que querem exercer seu direito de não estudar, quando forçados a permanecer em uma sala de aula, atrapalham o que quer se formar para ser outra coisa na vida. Mas, o que se exige de um vendedor de churros? Apenas que saiba passar trocos e fabricar seus deliciosos petiscos, e para isso não se precisa de escola! Se alguém insiste em dizer que quem não estudou é menos feliz, esse é senão os simples pedagogos que são considerados leigos, pelo próprio sistema educacional, para ensinar no Ensino Médio.
            Por outro lado, se um semianalfabeto se tornou o presidente do país, um outro pode se tornar o apresentador de um programa de TV famoso, ou ainda o dono de uma grande empresa. Então, por esses não terem diplomas de formação acadêmica, estariam ilegais? "Machado de Assis pouco frequentou a escola, era autodidata. Aos 16 anos, na revista 'Marmota Fluminense', publica o seu primeiro poema: 'Ela'. Foi aprendiz de tipógrafo, revisor, colaborador com artigos em vários jornais, servidor público, Diretor-Geral do Ministério da Viação e presidente da Academia Brasileira de Letras ou a 'Casa de Machado de Assis'". http://valiteratura.blogspot.com.br/2010/11/joaquim-maria-machado-de-assis.html (acessado em 04/07/2015).
            Jesus também não tinha diploma algum e foi ele que disse: — “os pobres sempre tereis convosco”(Mt 26:11). Isso só reforça o veredicto do fracasso dos intolerantes que simplesmente colam a etiqueta de menos humanos sobre os não letrados da sociedade, para se autopromoverem, e assim humilhar os que dedicaram seu tempo em outros conhecimentos da vida e outras funções. A escola deveria ensinar, também, a respeitar a liberdade dos talentosos (autodidatas) que decidiram não precisar dela, para serem úteis e felizes nos aspectos práticos da vida. Aquilo que uma pessoa exclui de sua vida é o que em si mesmo lhe seria exatamente prejudicial.
            Na minha prática docente, gostaria de chorar, lamentando muito, por aqueles que sofrem em sala de aula, tentando por vezes a fio, frustradamente, acertar as questões das provas de Língua Portuguesa e entender as regras da gramática cheias de exceções. Mas não conseguem, não têm o dom, e então recorrem à indisciplina para chamar a atenção a si mesmos, por outros meios, tentando igualar-se aos colegas, por atalhos, portanto perturbando os demais. Agora resolvi não me importar com os que querem chamar minha atenção desse jeito, todavia decepcionados por não conseguir, nem uma coisa, nem outra; talvez “cairão na real”. E a escola os tacha de "evadidos"; eu tachado de sem "domínio de classe"!!!
            A dor do não letrado, aos olhos da escola, não se compara com a sua própria dor, ou melhor, com a dor da consciência por fazê-lo sofrer, perder tempo, alisando a cadeira que não queria. Um vendedor de churros "formado" é mais gente que um outro de igual eficiência não academizado?
            Minha mãe semianalfabeta  ensinou-me a ler e escrever sem os moldes da escola! Por que hoje, qualquer capacitação tem que ser no desenho do atual sistema educacional falido: presencial, semipresencial, EJA ou a distância; faltas reprovam; media mínima aceitável; provas e fraudes mil; controle de qualidade; não dispensar antes do lanche; arrecadação?! (a desordem na gradação aqui é intencional).
          Como se não bastasse: uma vez alfabetizado pode perder o direito de não ler. Porém, isso é muito diferente do não estudar! Ainda tem-se o direito de não estudar!? Escolaridade e inteligência não são a mesma coisa. 

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 29/11/2009
Código do texto: T1950298

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.
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sábado, 28 de novembro de 2009

Uma escola - Poema de Francisco Marques

Uma escola

Uma escola
entre o desamparo e o colapso
lá despejam-se alunos


faltar ou assaltar
são normais
agredir ou ser agredido
o fado diário

Nessa escola
espelho da sociedade
em que caímos
a vida em escola
é como
estar num ghetto
só com a diferença
que o ghetto
são os professores

Será
esta a solução
para despejar
e colocar nos professores
aquilo que os pais
e os politicos
deveriam fazer

Nessa escola
espelho da vida social de hoje
as aulas são campos de batalha
e a escola uma guerra social
colapso
deste país
chamado Portugal

FM
Francisco Marques

domingo, 22 de novembro de 2009

CONSIDERANDO A BREVIDADE DA VIDA (Não temos tempo para divagarmos!)




Crônica

CONSIDERANDO A BREVIDADE DA VIDA (Não temos tempo para divagarmos!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade
          Um homem globalizado é inútil por ser diluído em muitas vertentes, apenas tocando superficialmente nisto ou naquilo, não realiza nada com profundidade. E quando morre, deixa apenas uma pedra tumular atrás de si, com pobre escrições, nada mais. Pois a "cobra é venenosa, mas não pode dar pernada". Ninguém é bom em tudo. Assim, cada pessoa deve descobrir sua vocação e se especializar em algo. Ter um ponto forte para ser procurado por ele. Isso é prova que os homens precisam de especialistas em suas específicas necessidades, completando-se uns aos outros, mesmo falando outra língua, porque existem os especialistas em traduções, também.
            Quem se prontificaria a ser um doutor em latim? Uma língua morta há muito anos! Quem vai precisar do serviço de um profissional assim? Todos procuram lidar com trabalhos que dão muito dinheiro e por sinal estão na moda. Quanto ganha um professor de latim? Pela raridade, o preço aumenta!
            Descubra sua inclinações naturais e se entregue à perfeição! A Bíblia diz: 1 Pedro 4:10 (Edição Revista e Atualizada - 1993)
"Servi uns aos outros, cada um conforme o dom que recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus." Não temos tempo para divagarmos! 
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 22/11/2009
Código do texto: T1938425


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TINHA UMA "CABEÇA DE BODE" EM MEU CAMINHO (Eu me transformei em seu Demônio porque você sempre foi o meu Demônio)







CRÔNICA

TINHA UMA "CABEÇA DE BODE" EM MEU CAMINHO (Eu me transformei em seu Demônio porque você sempre foi o meu Demônio)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma manhã de outono quando me vi diante do espelho da sala dos professores, ajustando a gravata que nunca pensei que usaria neste contexto. As folhas secas dançavam do lado de fora da janela, como se celebrassem minha chegada tardia à profissão que, sem que eu soubesse, me aguardava há tanto tempo.

Vinte e cinco anos se passaram desde que fui aprovado no concurso para a educação estadual, trinta anos desde que fui expulso do pastorado da igreja adventista. Naquela fatídica demissão, senti-me em queda livre, sem paraquedas, empurrado para um precipício por mãos que fingiam me apoiar. Muitos aguardavam ansiosamente minha queda, mas o destino - ou seria a providência? - tinha outros planos para mim.

Lembro-me do dia em que entrei pela primeira vez em uma sala de aula como professor. O cheiro de giz e a expectativa nos olhos dos alunos me trouxeram uma sensação familiar, reminiscente dos tempos em que eu pregava do púlpito. Mas havia algo diferente, algo mais terreno. Cresci em escolas paroquiais, onde aprendi a depositar minha fé em Deus, e agora me via navegando por um mar desconhecido de salas de aula e gestões variadas.

Ao longo dos anos, vi-me transformado. O jovem pastor cheio de certezas deu lugar a um educador repleto de questões. As leituras, as experiências em sala de aula, os embates com diferentes estilos de gestão - tudo isso moldou um novo eu. Um eu que espera menos de si mesmo, mas que paradoxalmente tem mais a oferecer ao mundo. Perdi a fé cega, mas não a determinação de contribuir para melhorar o sistema educacional público brasileiro, assim como buscava fazer no ministério evangélico.

Houve momentos de dúvida, é claro. Noites insones em que me perguntava se havia interpretado mal minha jornada. E se as vozes maldosas estivessem certas? E se eu estivesse enganado sobre meu propósito? Mas então, como um raio de sol atravessando nuvens densas, vinha a certeza: meu chamado agora era lutar não contra demônios metafísicos, mas contra a ignorância e a desigualdade.

Percebi, nessa jornada, que o verdadeiro desafio da educação não está nos livros ou nas políticas públicas, mas na tendência humana de buscar soluções individuais para problemas coletivos. Como Adão e Eva no paraíso, muitos de nós estamos tentados a "comer o fruto" para benefício próprio, esquecendo que o destino de um afeta o destino de todos. O sistema educacional enfrenta desafios pela falta de colaboração e entendimento mútuo.

É nesse momento de incertezas que figuras dos escalões superiores do sistema educacional surgem com propostas que podem ser vistas como outro milagre, não só para mim, mas para milhares de professores e alunos que anseiam por oportunidades para transformar a sociedade através da educação de qualidade. O drama se intensifica quando aqueles que se autoproclamam revolucionários se veem confrontados por desafios inesperados.

Enquanto ajusto minha gravata uma última vez antes de entrar na sala de aula, reflito sobre a ironia da minha situação. Fui expulso de um paraíso imaginário apenas para encontrar meu verdadeiro propósito no mundo real. E mesmo que eu não saiba exatamente qual será meu fim, tenho certeza de uma coisa: cada dia nesta sala de aula é uma oportunidade de criar um pequeno paraíso terrestre, onde o conhecimento é o fruto que todos são encorajados a compartilhar.

Então, com um sorriso nos lábios, abro a porta da sala. O burburinho dos alunos cessa, e quarenta pares de olhos se voltam para mim. É hora de começar mais uma aula, mais uma chance de mudar o mundo, um estudante de cada vez. Afinal, a educação só avançará quando percebermos que nossos problemas individuais são reflexos de questões coletivas que precisam ser enfrentadas em conjunto. Não é isso que fazem os verdadeiros milagres?

Questões Discursivas:

1. O texto "Um Paraíso Terrestre na Sala de Aula" apresenta uma jornada inspiradora de um ex-pastor que se encontra na profissão de professor. A partir da trajetória do narrador, desde sua saída do pastorado até a atuação na educação pública, explore as contradições e desafios vivenciados por ele, considerando as relações entre fé, propósito individual e as lutas pela melhoria da educação no Brasil.

2. A partir da reflexão do autor sobre a necessidade de um olhar coletivo para os problemas da educação, discuta como a individualização das dificuldades e a falta de colaboração entre os envolvidos no sistema educacional podem comprometer o alcance de soluções eficazes.

3. O texto destaca a importância de "ir além das aparências" e de valorizar as qualidades interiores das pessoas. Com base em suas próprias experiências e reflexões, apresente exemplos de situações em que você presenciou a beleza interior de alguém, mesmo que essa pessoa não se encaixasse nos padrões estéticos convencionais.

4. O narrador do texto afirma ter aprendido a "lição mais valiosa da vida: a verdadeira beleza reside no caráter, na bondade e na compaixão". Discuta como essa lição pode ser aplicada em diferentes áreas da vida, como nos relacionamentos pessoais, na vida profissional e na busca pela felicidade individual e coletiva.

5. O texto termina com o narrador sonhando com um "mundo onde a verdadeira beleza, aquela que nasce da alma, seja reconhecida e valorizada por todos". Imagine como seria esse mundo ideal e quais ações cada um de nós pode tomar para contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e compassiva, onde a verdadeira beleza seja celebrada em sua plenitude.

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sábado, 14 de novembro de 2009

ISTO É INCLUSÃO ESCOLAR? ( “O direito de todos estarem juntos não é maior que o direito individual ao desenvolvimento”, apontou o MEC, em 2020)




ISTO É INCLUSÃO ESCOLAR? ( “O direito de todos estarem juntos não é maior que o direito individual ao desenvolvimento”, apontou o MEC, em 2020)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O sino tocou, anunciando o início de mais um dia na escola onde leciono há anos. Entre tantos alunos, havia um que se destacava, não por suas conquistas, mas pelo caos que semeava. Ele era incluído no sistema por ser portador de baixa audição, mas, ironicamente, era o mais indisciplinado de todos. Esse aluno já havia sido ameaçado de expulsão várias vezes, mas isso nunca se concretizou devido à proteção oferecida pelo projeto inclusivo.

Ele quebrava vidros, derrubava mesas e carteiras, maltratava colegas, gritava, entrava e saía da sala à vontade e nunca fazia as atividades propostas. O mais intrigante era que, mesmo com esse comportamento, ele tinha seguidores. Outros alunos, ditos normais, inspiravam-se nas suas ações e o imitavam. Trocaram-no de sala, mas não adiantou. Havia até quem dissesse que ele cuspia na bandeja de lanche dos outros.

No entanto, seu boletim ostentava notas seis em todas as matérias, em todos os bimestres. "Estava sempre na média". Na verdade, estávamos reféns dele, nivelados por ele. Não podíamos reprová-lo. O nível da classe era puxado para baixo.

A tal socialização, defendida por muitos psicopedagogos, parecia ser a única justificativa para manter esse tipo de aluno na comunidade escolar. Ele não acompanhava o ritmo dos regulares e, muitas vezes, não ensinava nada de bom. Em uma ocasião, incentivei-o a escolher um grupo para um trabalho de nota do quarto bimestre. Infelizmente, ele escolheu seus "discípulos". Ele apenas assinou o trabalho pronto e, claro, o resultado foi péssimo, recebendo uma nota quatro.

Como eu poderia explicar isso ao resto do grupo, se o aluno "especial" tinha que ficar com seis? Seria justo dar a mesma nota a todos por extensão da misericórdia atribuída a ele? Que critério eu poderia aplicar para incluí-lo notoriamente na baixa qualidade apresentada, sem sofrer penalidades, discriminação ou escárnio de colegas e superiores?

O mais cômico — ou trágico — foi quando ele descobriu sua nota quatro. Foi imediatamente à sala dos professores e, entre gritos e baixarias, dirigiu-me os piores palavrões e ameaças. Com o dedo em riste no meu nariz, ele vociferou: "Eu não posso tirar menos que a média, eu sou doente! Consertem minha nota ou vou te denunciar, seu professor de merda!"

Ele não tinha a capacidade dos outros, mas se aproveitava da condição de "especial" para se beneficiar. A inclusão, nesse caso, parecia mais uma desculpa para justificar o injustificável. A autoestima do aluno pela socialização não compensava o prejuízo semântico da palavra "especial". Uma discriminação não vale a outra.

Sem um professor de apoio, a situação era insustentável. E os colegas de classe? Ninguém os consultava sobre como se sentiam. A inclusão escolar parecia uma competição desleal, onde, em vez de um superar o outro, todos se nivelavam por baixo. Ao ler sobre estratégias educacionais, eu me condenei por compartilhar minha experiência. Mas, por um momento, culpei quem insistia em que todos somos iguais.

Até que alguém me explique convincente e claramente que tipo de inclusão é essa, continuarei afirmando: "De tanto passarem a mão na cabeça do deficiente, esquecem-se de formar o seu caráter social". E na escola, temos que suportar outros "pseudoinclusos". Assim, o meu trabalho se torna deficiente, diluído e sem qualidade. Já não sei mais quem precisa de inclusão. Carrego a deficiência que mutila a aprendizagem da maioria. Inclua-me fora disso! Quero ser um ser social e não imposto. Pelo amor de Deus, tire-me dessa inclusão!

Como Valdeci Santos sabiamente disse: "Todas as deficiências são aceitáveis e passíveis de inclusão social, menos a do caráter". Por isso, salvo exceções, insisto: a inclusão precisa ser repensada para verdadeiramente beneficiar a todos.

Enquanto observo o pátio da escola pela janela, vejo o aluno rindo com seus amigos. Por um momento, vislumbro o potencial escondido por trás da rebeldia. Talvez, penso eu, a verdadeira inclusão comece quando conseguirmos enxergar além dos rótulos, quando pudermos exigir o melhor de cada um, independentemente de suas limitações.

O sino toca novamente. É hora de voltar à sala de aula. Respiro fundo, reunindo forças para mais um dia. Porque, apesar de tudo, ainda acredito que podemos fazer melhor. Que podemos construir uma escola verdadeiramente inclusiva, onde cada aluno, cada professor, cada funcionário se sinta valorizado e desafiado a crescer.

E quem sabe, um dia, quando o sino tocar, ele anunciará o início de uma nova era na educação. Uma era de inclusão real, de respeito mútuo e de crescimento coletivo. Até lá, continuo minha jornada, um dia de cada vez, na esperança de fazer a diferença, mesmo que seja para um único aluno.

Questões Discursivas:

1. A inclusão como ferramenta de nivelamento por baixo ou como potencial para o desenvolvimento individual e social?

Discuta criticamente a partir do texto a relação entre a inclusão escolar de alunos com deficiência e o nivelamento da qualidade do ensino para baixo. Analise os argumentos do autor a favor e contra essa perspectiva, considerando os desafios e as oportunidades que a inclusão apresenta para o aprendizado de todos os alunos.

2. Entre a falsa inclusão e a verdadeira inclusão: qual o papel da escola e da sociedade na construção de uma educação de qualidade para todos?

Com base no relato do professor, explore os desafios da inclusão escolar quando atrelada à falsa ideia de igualdade e à falta de suporte adequado. Discuta as medidas necessárias para construir uma escola verdadeiramente inclusiva, que promova o desenvolvimento individual e social de todos os alunos, valorizando as diferenças e potencializando as habilidades de cada um.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A Utilidade do Inútil



FRASE

A Utilidade do Inútil

Se se tirar as inutilidades da Escola, tira-se o emprego de muitos!
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 11/11/2009
Código do texto: T1917510


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domingo, 8 de novembro de 2009

INVERSÃO DE VALORES É ISSO ( Bruna Surfistinha, mais um exemplo de sucesso sem doutorado algum!)








CRÔNICA

INVERSÃO DE VALORES É ISSO ( Bruna Surfistinha, mais um exemplo de sucesso sem doutorado algum!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Que situação é esta: um semianalfabeto foi reconhecido, por letrados, como um dos "melhores presidentes do Brasil", enquanto doutores, mestres e graduados varrendo as ruas da cidade do Rio de Janeiro (garis)!? Nada contra gari, diga-se de passagem, é apenas uma questão de justa adequação e coerência, eles são muito importantes, porém não se exige doutorado deles.
(http://lidadiaria.blogspot.com.br/2009/11/ele-vai-por-que-nao-artigo-mirian.html) (acessado em 08/01/2013). E
(http://www.guj.com.br/posts/list/142160.java#765982) (acessado em 06/06/2015)
          Eu, na qualidade de professor, não teria o que responder, para meus alunos, se um dia me fizessem a pergunta acima. Talvez me ativesse numa evasiva, citando outro assunto, desesperadamente, tentando explicar alguma coisa; aí então, estou preferindo, nesse caso, as palavras do Miguel do Rosário: “Penso nisso porque ainda me recupero de uma notícia lida na Folha, sobre uma estudante de Turismo que foi quase linchada na Universidade de São Bernardo (Uniban) porque vestia uma microssaia. Reflitam comigo. A garota saiu de casa, numa comunidade pobre, sem ser molestada na rua. Entrou num ônibus, onde causou apenas o frisson natural. Enfim, circulou por toda a parte tranquilamente. É na Universidade, porém, que ela encontrou o ambiente mais agressivo, mais preconceituoso, mais brutal. Centenas de estudantes se aglomeraram em volta dela gritando "Puta! Puta! Puta!". Rapazes tentavam pôr o celular entre suas pernas para tirar fotos. Ela teve que ser escoltada por seis policiais militares para sair do prédio. Há uma explicação para isso. É a prepotência do fraco. O sujeito entra na universidade e acha que é melhor que os outros. Perde a humildade natural do ser humano. Perde o senso democrático.”
         Mas, o que é mais embaraçoso para mim é que vivo no meio educacional, porém a realidade me obriga a dar razão para o Ex-Presidente Lula quando disse: — “Tem muita gente que acha que inteligência está ligada à universidade. Isso é burro. A universidade não dá nada disso. A política é uma ciência que exige muito mais inteligência” (sic).
        Então que meus alunos continuem se perguntando: — o que estou fazendo na escola se a universidade é um alvo corroído? E enquanto as respostas não vêm, usufruam, alunos e familiares, dos programas de incentivo dos governos para a Educação Fundamental, média e superior desviando a atenção do povo dos necessários objetivos.
         Eu acreditava que fora da escola, ou seja, sem estudar, ninguém prosperaria. Por isso, estudei o suficiente para, só agora, entender que fora dos muros da escola há um mundo próspero que faz a diferença, o mundo da política. Onde...(— "Um intelectual ficar assistindo a um operário que tem o quanto ano primário ganhar tudo o que queria ter ganhado e não ganhou por incompetência é muito difícil mesmo" - Mais uma vez acertadamente, disse Lula). "Nada é mais humilhante do que ver os tolos vencer naquilo em que fracassamos."(Gustave Flaubert). Não é seu FHC?
         Agora surge a Bruna Surfistinha, ela seria mais um bom exemplo de sucesso na literatura e na música sem diploma de doutorado. Então, por que as vozes imperativas continuam mandando as crianças para a escola, se todavia os exemplos de sucesso desestimulam-nas? Pois os meios acadêmicos já não são suficientes se para os fins têm muitos atalhos! Será que Ruy Barbosa estava certo quando disse: "Há tantos burros mandando em homens de inteligência, que, às vezes, fico pensando que a burrice é uma ciência" (http://www.youtube.com/watch?v=PxnzoofSRTQ) (06
/06/2015).
Se se tirar as inutilidades da Escola, tira-se o emprego de muitos!
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 08/11/2009
Código do texto: T1912573

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