"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

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sábado, 16 de junho de 2018

O Despertar das Lembranças ("Aprendi a selecionar meus diamantes... pedaços de vidro já não me enganam mais!" — Tati Bernardi)



Crônica

O DESPERTAR DAS LEMBRANÇAS ("Aprendi a selecionar meus diamantes... pedaços de vidro já não me enganam mais!" — Tati Bernardi)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Hoje, ao despertar, fui surpreendido por uma visita inesperada. O passado, esse velho conhecido, bateu à minha porta, trazendo consigo um emaranhado de lembranças que se entrelaçam como fios de uma teia. Como diria o poeta Mario Quintana, o passado não reconhece seu lugar: está sempre presente. E assim, me vi imerso em um mosaico de memórias, um misto de momentos felizes e tristes, de amores vividos e perdidos, de vitórias celebradas e derrotas lamentadas.

Senti meus pilares – o físico, o espiritual e o mental – oscilarem. O controle sobre meu destino parecia escorregar por entre os dedos, como grãos de areia em uma ampulheta. Me percebi como um mero ente no meio do universo, parte de um projeto maior que não compreendo. Mas, já no crepúsculo da minha jornada, decidi que meus últimos dias serão vividos à minha maneira, do jeito que for possível.

Com o tempo, aprendi que não adianta cobrar demais das pessoas. Elas são o que são, e pressioná-las só gera frustração. Tudo segue um plano divino, e minha ansiedade não pode dominar-me. Continuarei a fazer meu trabalho com dedicação, mesmo que ninguém me escute ou valorize. Escreverei minhas crônicas, mesmo que poucos as leiam ou apreciem. Buscarei motivação dentro de mim mesmo, como Charlie Brown Jr. ensinou: “Eu faço da dificuldade a minha motivação”.

Hoje, mais uma vez, confirmei que a vida é uma surpresa constante. Não sabemos o que o próximo minuto nos reserva: planos e sonhos podem ser interrompidos por imprevistos e pesadelos. Amigos e amores podem se transformar em inimigos e desilusões. Saúde e alegria convivem com doenças e tristeza. O importante é viver bem, pois Deus está no controle – e se existe livre-arbítrio, prefiro não usá-lo.

Assim, encerro esta crônica: com a certeza de que cada lembrança é um fio no tecido da existência, e cabe a nós tecer a toalha de nossa história com sabedoria e gratidão. Cada dia é uma nova oportunidade para deitar e rolar na tapeçaria da vida, apreciando cada ponto, cada cor, cada textura. E, ao final, quem sabe, possamos olhar para trás e ver que, apesar de tudo, vivemos uma bela história.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. A presença do passado:

Como o autor descreve a visita do passado e como ela o afeta emocionalmente?

Que tipo de lembranças são evocadas pelo passado e como elas se relacionam com o presente do autor?

De que forma o passado pode ser interpretado como uma força que molda a identidade do autor?

2. A fragilidade da vida:

Como a visita do passado leva o autor a questionar sua própria trajetória e o papel que ele desempenha no universo?

Que sentimentos o autor experimenta ao se deparar com a fragilidade da vida?

Como o autor lida com a sensação de impotência diante da grandiosidade do universo?

3. A busca por significado e superação:

Apesar da fragilidade da vida, quais são as motivações do autor para continuar vivendo com intensidade?

Como o autor encontra significado em suas atividades, mesmo que elas não sejam reconhecidas ou valorizadas por outros?

Que tipo de filosofia de vida o autor parece seguir, e como ela o ajuda a superar as dificuldades?

4. Fé e livre-arbítrio:

Qual o papel da fé na visão de mundo do autor?

Como o autor concilia a crença em um plano divino com a ideia do livre-arbítrio?

A escolha do autor por entregar-se ao destino pode ser interpretada como uma forma de passividade ou de sabedoria?

5. A tapeçaria da vida:

Como o autor utiliza a metáfora da tapeçaria para representar a vida?

Que significado assumem as lembranças, os momentos felizes e tristes, na composição da tapeçaria da vida?

Qual a mensagem final que o autor deseja transmitir ao leitor sobre a importância de viver cada momento com plenitude?

Dicas para responder às questões:

Leia a crônica com atenção e identifique os pontos principais.

Releia os trechos que abordam os temas das questões.

Utilize suas próprias palavras para responder às perguntas, de forma clara e concisa.

Fundamente suas respostas com exemplos da crônica e, se possível, com outras fontes de conhecimento.


sábado, 9 de junho de 2018

AUTODIVULGAÇÃO ("A popularidade tem matado mais profetas do que a perseguição" — Vance Havner)



Crônica

AUTODIVULGAÇÃO ("A popularidade tem matado mais profetas do que a perseguição" — Vance Havner)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

        
            Há algo de intrigante e desafiador nesse mundo moderno em que vivemos, algo que nos coloca diante de uma encruzilhada constante: ser um produto na vitrine ou ser nós mesmos, preservando a nossa identidade e privacidade. É uma dualidade que muitos de nós enfrentamos todos os dias, um delicado equilíbrio entre a necessidade de nos destacarmos e a importância de sermos fiéis à nossa essência.
            E é nesse palco incerto que se desenrola a história do ser humano contemporâneo. Um palco onde somos, ao mesmo tempo, atores e plateia de nossas próprias vidas. É uma busca constante por visibilidade, por reconhecimento, por diferenciação. Mas, ao mesmo tempo, é também uma jornada de autoconhecimento, de reflexão sobre quem somos e quem queremos ser.
           Como protagonista dessa crônica, me vejo em meio a esse dilema. Afinal, o que me define? Como posso ser autêntico e, ao mesmo tempo, me destacar em meio à multidão? É um quebra-cabeça complexo, cujas peças são moldadas pelas experiências, pelos valores, pelos relacionamentos e pela própria busca por identidade.
           Nessa busca, descubro que é essencial equilibrar as diferentes esferas da vida. Trabalho e lazer, dinheiro e experiências, tempo e destino - todos esses elementos se entrelaçam em um grande espetáculo, onde a harmonia é fundamental. É preciso separar um tempo para si mesmo, para as diversões que nos fazem sentir vivos, sem deixar que as responsabilidades nos engulam por completo.
            E, no meio desse turbilhão, as relações afetivas emergem como o alicerce de nossa existência. São elas que nos fornecem força nos momentos de fraqueza, apoio nos desafios e significado em meio à jornada. É nos abraços dos entes queridos que encontramos conforto e na troca sincera de afeto que descobrimos a verdadeira riqueza da vida.
           Mas, quem é esse ser humano complexo e contraditório que vive nesse dilema constante? Ele é como um "velho moço", como diria Camões, alguém que carrega consigo a sabedoria da idade e a curiosidade da juventude. Ele é um eterno aprendiz, sempre aberto a novas experiências e a novos conhecimentos.
           Esse ser humano respeita as opiniões alheias, reconhecendo a diversidade de pensamentos como uma riqueza da humanidade. Ao mesmo tempo, ele defende suas convicções com paixão, mantendo-se fiel aos seus princípios e valores.
            E, no fim das contas, ele sabe que a vida é efêmera, que a morte espreita a cada esquina, mas ele não teme o fim. Ele teme, sim, não viver plenamente, não aproveitar cada instante como se fosse o último. Ele anseia por sentir cada emoção como se fosse a primeira vez, por ser feliz e, acima de tudo, por ser ele mesmo.
           Nessa busca incessante pelo equilíbrio entre a essência e a exposição, o ser humano contemporâneo encontra sua própria voz, sua própria identidade. E, ao fazê-lo, nos ensina uma valiosa lição: que a autenticidade é o caminho para a verdadeira realização, e que sermos nós mesmos é o que nos torna únicos e inigualáveis. É um lembrete de que, no grande palco da vida, a melhor performance é a que reflete quem somos em nosso âmago.

Kllawdessy Ferreira


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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 10/02/2017

Reeditado em 09/06/2018
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sábado, 2 de junho de 2018

OPORTUNIDADE ("Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano". — Voltaire)



Crônica

OPORTUNIDADE ("Encontra-se oportunidade para fazer o mal cem vezes por dia e para fazer o bem uma vez por ano". — Voltaire)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            **Um Novo Começo: O Ano Letivo e Suas Promessas**

Hoje, o sol raiou mais uma vez, e com ele, a esperança de um novo começo se fez presente. As ruas ganharam vida, e o município se agitou com a chegada das aulas. Era o início de um capítulo inexplorado, repleto de oportunidades para conhecer novas pessoas e construir relações que, embora fossem predominantemente com crianças e adolescentes, eu sabia que não seriam menos significativas.

Não, eu não subestimava essas amizades. Sabia que, mesmo nos olhos jovens e nas mentes em formação, residia um poderoso potencial. Suas opiniões sobre mim, suas percepções, poderiam traçar meu caminho até lugares inimagináveis, onde o reconhecimento e a realização aguardavam ansiosamente.

Minha intuição me sussurrava que esse era o início de algo grandioso. Eu me sentia determinado, consciente do que desejava e do que precisava fazer para conquistar meu merecido lugar sob os holofotes. Por enquanto, esse era meu segredo, uma fagulha de potencial pronto para incendiar o futuro.

O dia se desenrolava diante de mim, e com ele vinham surpresas, nem todas agradáveis. Mas eu estava preparado para enfrentá-las, pois sabia que o amanhã me aguardava com novas decisões a serem tomadas. As palavras sábias de Albert Einstein ecoavam em minha mente: "No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade."

O ano anterior havia sido uma etapa, agora nascia outra: este novo ano. Era um período repleto de novidades, um capítulo ainda em branco esperando para ser escrito. Afinidade, como Artur da Távola disse, é retomar a relação de onde ela parou, sem lamentar o tempo de separação. As oportunidades de amadurecimento estavam ali, e eu estava pronto para abraçá-las.

Este momento era meu, cheio de possibilidades. Eu estava disposto a me abrir para os novos contatos que certamente surgiriam. Aprimorar minha expressão e minha comunicação era essencial, pois o presente era o momento de aproveitar as chances de ser reconhecido pelo meu valor.

Minhas ideias estavam em ação, meus projetos ganhavam vida, mas eu sabia que não podia abandonar meu lado estrategista. Outras pessoas poderiam já ter trilhado esse caminho antes de mim. As pessoas que cruzavam meu caminho naquele dia eram as melhores para meu caminho de sucesso, e cada uma delas poderia ser a chave que abriria as portas para um futuro brilhante.

Então, quem seria você, meu caro leitor? Neste novo começo, estamos todos reunidos na mesma jornada, ansiosos por descobrir as surpresas que o futuro nos reserva. A vida é uma viagem emocionante, e eu estou pronto para embarcar nessa aventura com coragem, determinação e a certeza de que cada dia traz consigo a promessa de algo extraordinário.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 02/02/2017
Reeditado em 02/06/2018
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sábado, 26 de maio de 2018

ATO DE ACOLHER ("Os filhos precisam de ninho e de asas. Ninho é o acolhimento, o aconchego. Asas para ter liberdade para crescer." — Isabelle Ludovico)



Crônica

ATO DE ACOLHER ("Os filhos precisam de ninho e de asas. Ninho é o acolhimento, o aconchego. Asas para ter liberdade para crescer." — Isabelle Ludovico)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Eu sempre gostei de escrever. Desde pequeno, eu me sentia atraído pelas palavras, pelas histórias, pelas ideias. Eu tinha uma caneta e um caderno como meus melhores amigos, e neles eu registrava os meus pensamentos, os meus sentimentos, os meus sonhos.

Mas hoje, ao abrir o meu velho caderno, eu me deparei com um texto que me fez parar e refletir. Um texto que eu escrevi há muitos anos atrás, quando eu tinha 17 anos e estava no último ano do Ensino Médio. Um texto que revelava a minha visão da vida naquela época, uma visão pessimista e sem sentido.

O texto era uma espécie de resenha do livro “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, que eu havia lido por obrigação escolar. Eu me lembro de como eu me identifiquei com o personagem principal, um homem que narra a sua vida após a morte, fazendo um balanço negativo de sua existência. Eu me lembro de como eu fiquei impressionado com a frase final do livro: “Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”

Eu me lembro de como eu repetia essa frase para mim mesmo, como se fosse um mantra. Eu me lembro de como eu respondia a todos que me perguntavam sobre filhos com a mesma frase: “COMO PODERIA EU COMETER TAMANHO ERRO REPRODUZINDO A MISÉRIA QUE SOU?” Eu me lembro de como eu achava que a vida não tinha sentido, que o futuro não tinha esperança, que o amor não existia.

Mas hoje, ao reler esse texto, eu percebo o quanto eu mudei. O quanto a vida me surpreendeu. O quanto o amor me transformou.

Hoje, eu sou pai de uma linda mulher, fruto de uma relação desprotegida que aconteceu há muitos anos atrás. Uma menina que apareceu na minha vida como um milagre, como um presente divino. Uma menina que cresceu, se educou e se tornou uma jóia rara. 

Hoje, eu não preciso mais ler o defunto escritor. Eu encontrei em outros autores, mais simples e otimistas, uma inspiração para viver. Como Paulo Coelho, que disse: “Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único. Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia.”

Hoje, eu quero construir uma família honrada, onde o amor e o respeito sejam os pilares da nossa convivência. Porque eu aprendi com a sabedoria das escrituras: “A pessoa que se revolta contra o ensino e a correção acabará pobre e envergonhada; quem dá valor ao ensino e segue as instruções receberá honra.” (Provérbios 13:18 BV).

Hoje, eu desejo que a minha descendência seja abençoada por mil gerações, e que eu possa ser o exemplo de um pai que, apesar dos seus erros, buscou o caminho da redenção e do perdão. Pois, como disse Éder Moises: “Não lamente a flor caída. Logo ela te trará frutos e descendência.”

Hoje, eu escrevo esta crônica para contar a vocês a minha história de vida. Uma história que começou com um livro triste e terminou com um livro feliz. Uma história que mostra que a vida é cheia de surpresas e possibilidades. Uma história que prova que o amor é a força mais poderosa do universo.

E vocês? O que vocês pensam sobre a vida e o amor? O que vocês escolheram fazer com as suas vidas? O que vocês esperam do futuro?

Eu adoraria saber as suas opiniões.

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 26/12/2016
Reeditado em 26/05/2018
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sexta-feira, 25 de maio de 2018

sábado, 19 de maio de 2018

SOU ÁRVORE DESFOLHADA NO OUTONO, AINDA VIVA ("Os caluniadores são como o fogo que enegrece a madeira verde, não podendo queimá-la." — Voltaire)



Crônica

SOU ÁRVORE DESFOLHADA NO OUTONO, AINDA VIVA ("Os caluniadores são como o fogo que enegrece a madeira verde, não podendo queimá-la." — Voltaire)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Hoje acordei com uma sensação estranha, como se fosse um bicho magro de presépio, ilustrando o Natal de alguém, mas sem sentir a alegria da festa. Lembrei-me de uma cena da minha infância, quando eu subia em uma árvore para tentar pegar uma fruta apetitosa, mas nunca conseguia alcançá-la. Eu me esforçava, me arriscava, sacudia os galhos, mas nada adiantava. A fruta continuava lá, inatingível, rindo da minha frustração. Então eu descia, desanimado, e ficava jogando pedras na árvore, como se isso fosse me vingar.

            Essa cena é uma metáfora da minha vida atual. Eu tenho um objetivo, um sonho, uma esperança, mas parece que ele está cada vez mais longe de mim: ser sábio. É como ver o sol se pondo, ou sendo abandonado pelos seus raios. Eu quero me proteger, evitar desperdícios e excessos, controlar a impulsividade, fazer atividades leves, ser cordial com as pessoas. Mas isso não é suficiente para sair do marasmo em que me encontro. O fruto não cai de uma mão beijada.

               Então eu pensei: será que estou fazendo algo errado? Será que estou me conformando com pouco? Será que estou deixando de lutar pelo que quero? Será que estou perdendo a fé?

                 Foi aí que eu resolvi vestir uma camisa verde folha, que eu tinha guardada no armário. Eu gosto dessa cor, porque ela me lembra a natureza, a vida, a esperança. Eu me senti como um tapete de grama, cobrindo o chão das fazendas, fazendo as bestas felizes no campo. Eu pensei que talvez essa cor me trouxesse sorte, sucesso, felicidade. Mas logo percebi que isso era uma ilusão.

            A cor verde não é garantia de nada. Ela pode ser usada por ervas daninhas, que sufocam as plantas boas. Ela pode ser usada por árvores artificiais de Natal, que fingem ser naturais e alegres. Ela pode ser usada por pessoas falsas, que se escondem atrás de uma aparência de bondade e virtude.

               O que importa não é a cor que eu visto, mas a cor que eu sou. O que importa não é o fruto que eu vejo, mas o fruto que eu produzo. O que importa não é o destino que eu espero, mas o destino que eu faço.

               Por isso, decidi mudar de atitude. Em vez de ficar reclamando da vida, resolvi agradecer pelas dificuldades que enfrentei. Elas me fizeram sair do lugar, me fizeram crescer, me fizeram buscar novos caminhos. Em vez de ficar esperando pela compaixão dos outros, resolvi praticar a compaixão por mim mesmo e pelos outros. Ela me fez entender melhor as emoções e as motivações humanas, e também me fez superar o egoísmo e o orgulho. Em vez de ficar preso às minhas certezas, resolvi questioná-las e examiná-las. Elas me fizeram refletir profundamente e honestamente sobre as coisas, e também me fizeram estar aberto à correção e ao aprendizado.

               E assim eu descobri que a sabedoria não é algo que se possa obter por um método infalível ou por uma fórmula mágica. A sabedoria é uma jornada pessoal, que depende da minha disposição em questionar minhas certezas, em praticar a compaixão e em cultivar a humildade. Essa jornada fluida me torna verdadeiramente sábio.

E você? Qual é a sua jornada? Qual é a sua cor? Qual é o seu fruto?

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 22/12/2016

Reeditado em 19/05/2018
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sábado, 12 de maio de 2018

ENTRE CONSELHOS E INQUIETAÇÕES ("O casamento é como enfiar a mão num saco de serpentes na esperança de apanhar uma enguia." — Leonardo da Vinci)



Crônica

ENTRE CONSELHOS E INQUIETAÇÕES ("O casamento é como enfiar a mão num saco de serpentes na esperança de apanhar uma enguia." — Leonardo da Vinci)

Por Claudeci Ferreira de Andrade


Ah, este sábado. Nem um dia a mais, nem um dia a menos, apenas um capítulo singular em meio à página corrida do calendário. Mas, eis que este sábado, como muitos outros, resolveu se diferenciar. A rotina matinal, habitualmente silenciosa, foi interrompida por um sinal digital, um aviso virtual de que alguém desejara trocar palavras comigo, uma conexão instantânea para dividir preocupações e inquietações.

E assim, adentrando o mundo das conversas digitais, vi-me na posição curiosa de ser abordado para um aconselhamento. Um pedido para compartilhar meu olhar sobre os meandros da vida conjugal, como se eu fosse um cicerone de relações complexas. Instantaneamente, senti-me como alguém que atravessa uma ponte de madeira velha e podre, passo a passo, cauteloso em cada movimento. As amizades online, os labirintos emocionais de desconhecidos, é um terreno em que piso com prudência. Quem sou eu para interferir nas linhas cruzadas do destino de alguém? (Dono de mulher não é amigo de ninguém, aliás só das amigas dela, vacilou o pai de família, trabalhador adultera. Ele é a medida que julga todos homens).

Mas é aquela velha história do gato escaldado, que teme até as águas mais calmas. As lições do passado, os tropeços e as quedas, todos eles forjaram um escudo de cautela em torno de minha alma. "Gato escaldado tem medo de água fria", dizem. Assim, olhando para trás, vejo um rastro de desafios superados, de obstáculos transpostos com destemor. As ameaças dos ciumentos, as sombras da dúvida, todas elas foram dissipadas pelo esforço constante. E, como alguém que enfrentou a tempestade, encontrei-me agora como um especialista em navegar nesses mares tumultuosos.

É nesse misto de experiência e apreensão que mergulho nos convites do fim de semana. Os amigos chamam, as festas e os eventos aguardam, prometendo colorir meu tempo de descanso. Mas os limites que tracei para mim são como fronteiras intransponíveis, traços de minha própria natureza. A farra, as multidões, a energia efervescente – tudo isso, com moderação, pode ser bom. Porém, minha disposição muitas vezes flutua, e é raro que eu me entregue plenamente à euforia. Não sou um recruta no exército das amizades superficiais. A prostituição social pode prosperar, mas não encontrará em mim um aliado fiel.

Agora, ao ser abordado pela mulher que me procura, o marido é o foco da preocupação. Cabe a mim manter as rédeas, não me envolver em danças perigosas. Empatia, sim, mas sem absorver responsabilidades alheias. Um ombro amigo pode ser um porto seguro, mas estabeleço limites, regras que podem – ou não – ser quebradas, desde que a balança da vida as justifique. "Só vai para a prostituição, por livre e espontânea vontade, quem tem vocação", disse Nelson Barh, e de alguma forma, essa frase ecoa em meu raciocínio. Uma justificativa, uma forma de explicar a própria escolha.

Mas, no fim, paira a inquietação. Por que lutamos contra a prostituição, contra o negócio que vende amor, quando essa batalha, tão antiga quanto a humanidade, continua persistente? Prostituição, palavra que evoca julgamentos, opiniões impregnadas de moralidade. Prostitutas e clientes, os papéis estabelecidos e desafiados ao longo das eras, mas a troca de afeto comercializado resiste. A eterna prostituição que trafica sentimentos, que traduz o imponderável em cifras, que desafia a própria noção de moral e ética.
E assim, neste sábado singular, navego pelas águas revoltas das palavras e das emoções. Entre conselhos e desabafos, entre dilemas e certezas vacilantes, sigo adiante, um navegante nas correntezas da experiência. A vida, esse intricado novelo de escolhas e sentimentos, segue, e eu sigo com ela, aprendendo, questionando, refletindo. "Morrendo e aprendendo", como dizem. E enquanto as incertezas persistem, resta-me enfrentar as marés com o coração aberto e a mente alerta, disposto a decifrar os enigmas que o universo humano insiste em lançar em meu caminho. 
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 10/12/2016

Reeditado em 12/05/2018

Código do texto: T5849607 

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sábado, 5 de maio de 2018

A FOLGA("Dei folga ao meu coração. Dei a ele dias de felicidade simples, pura... a liberdade de amar quem quer que seja, ou que não seja ninguém." — Camille Mamona Spinola)



Crônica

A FOLGA("Dei folga ao meu coração. Dei a ele dias de felicidade simples, pura... a liberdade de amar quem quer que seja, ou que não seja ninguém." — Camille Mamona Spinola)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Hoje é o último dia do semestre escolar, e eu estou exausto. Não aguento mais as reuniões do conselho de classe, as avaliações dos alunos, as cobranças dos pais, as fofocas dos colegas. Sinto que estou sendo julgado o tempo todo, por tudo e por todos. Minhas emoções estão à flor da pele, e qualquer coisa me irrita ou me entristece. Parece que eu vivo em um drama constante, sem saída nem solução.
            Por isso, decidi dar-me um presente: uma tarde de descanso na rede. Sim, na rede. Aquela que fica no quintal da minha casa, entre duas árvores frondosas. Aquela que me convida a relaxar, e esquecer dos problemas, a sonhar acordado. Aquela que me faz sentir como se eu fosse um pássaro livre, voando pelo céu azul.
           Não quero saber de nada hoje. Não quero ler, nem escrever, nem estudar. Não quero ver televisão, nem ouvir música, nem navegar na internet. Não quero atender o telefone, nem responder mensagens, nem conversar com ninguém. Só quero deitar na rede, e deixar o tempo passar.
            Não me chame de preguiçoso. Eu não odeio o trabalho, nem o esforço. Eu só preciso de um tempo para mim mesmo, para recarregar as energias, para renovar as ideias. Eu só quero ser um pouco mais lento, mais tranquilo, mais leve. Eu só quero aproveitar o ócio criativo, aquele que inspira a arte, a poesia, a filosofia.
           Eu sei que amanhã tudo vai voltar ao normal. Eu sei que vou ter que enfrentar os desafios da vida, os conflitos do trabalho, os relacionamentos complicados. Eu sei que vou ter que ser responsável, organizado, produtivo. Mas, hoje não. Hoje, eu vou ser apenas um preguiçoso feliz.
            E você? Você quer se juntar a mim? Você quer ser minha companhia de rede? Você quer ser meu motivo extra de inspiração? Você quer ouvir o poema que eu tenho guardado no peito? Você quer sentir o prazer de não fazer nada? Então, venha, não tenha medo. Venha se balançar comigo na rede. Venha se perder comigo no tempo. Venha se encontrar comigo na vida.          
Kllawdessy Ferreira
Enviado por Kllawdessy Ferreira em 07/12/2016

Reeditado em 05/05/2018
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sábado, 28 de abril de 2018

ENTERRANDO DEFUNTO ("EM TERRA SECA, SÓ se PLANTA DEFUNTO". — www.fotolog.terra.com.brkaduartes)



Crônica

ENTERRANDO DEFUNTO ("EM TERRA SECA, SÓ se PLANTA DEFUNTO". — www.fotolog.terra.com.brkaduartes)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

             Desde sempre, as segundas-feiras foram meu refúgio, meu oásis de esperança na semana. Pode ser que minha perspectiva seja a de um eterno otimista, ou talvez eu simplesmente acredite que cada dia nos traz a chance de recomeçar, de fazer melhor. Afinal, a vida é um ciclo, e o começo de uma semana é um convite à mudança.
            Mas, para muitos, as segundas-feiras são como um inimigo silencioso, um fardo a ser carregado. Reclamam como se fossem amaldiçoadas, como se todos os infortúnios do mundo acontecessem unicamente nesse dia. São as vítimas de suas próprias extravagâncias do final de semana, pagando o preço das escolhas irresponsáveis. Mas eu não sou assim. Encaro a segunda-feira com a determinação de quem vê um novo começo, uma oportunidade de deixar para trás o passado e abraçar o presente.
           Hoje, como em tantas outras segundas-feiras, eu acordo com a alma leve, com a convicção de que a semana será repleta de desafios e possibilidades. Não me permito ser consumido por notícias negativas ou pelas tempestades que assolam o mundo. Não permito que o pessimismo e o medo corroam meu ânimo. A inércia e a preguiça não são minhas companheiras, pois não pretendo me render à mediocridade.
            Procuro enxergar os presságios positivos, os motivos para agradecer, os motivos para seguir em frente. Reflito sobre o amor daqueles que me são caros, sobre as conquistas alcançadas através de esforço e dedicação, sobre as notícias animadoras compartilhadas por amigos.
             E, como é típico das minhas segundas-feiras, busco novas experiências, desafios instigantes e oportunidades de crescimento. Não me limito à zona de conforto, mas me aventuro em projetos inovadores e ousados. Aceito o risco e a incerteza que vêm com novos horizontes. Cada erro é uma lição, cada acerto é uma vitória.
             Nessas segundas-feiras que tanto prezo, não me envergonho de procurar conselhos sábios e compartilhar ideias com amigos que não são envolvidos emocionalmente. Valorizo a opinião alheia e busco enriquecer minha visão com perspectivas diversas. Ouvir e refletir são partes essenciais do meu processo de crescimento.
             Sei que a vida não é perfeita, que obstáculos e desafios surgem a todo momento. Sei que a tristeza, a decepção e a frustração são companheiras possíveis. Sei que o mundo está repleto de tragédias e desgraças. Mas sei também que a vida é feita de oportunidades, de superação, de solidariedade.
            E, assim, compartilho com vocês, nesta crônica, meu olhar otimista sobre a vida. Minha crença de que as segundas-feiras são convites a recomeços, a uma semana de realizações e descobertas. Pois, como costumo dizer, sou um "nazireu" de segunda-feira: não me envolvo com defuntos, mas estou disposto a enterrá-los quando necessário.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 05/12/2016
Reeditado em 28/04/2018
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sábado, 21 de abril de 2018

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA ("O Autoexame é a mais sábia forma que o ser humano pode exercer antes de julgar os outros." (Vantuilo Gonçalves)



Crônica

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA ("O Autoexame é a mais sábia forma que o ser humano pode exercer antes de julgar os outros." (Vantuilo Gonçalves)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           


Crônica

O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA 

("O Autoexame é a mais sábia forma que o ser humano pode exercer antes de julgar os outros." (Vantuilo Gonçalves)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           É hora de iluminar os recônditos da minha vida, desvendar as sombras, e encarar de frente as "baratas" nojentas que se escondem nos cantos obscuros do meu ser. Por tempo demais, varri meus problemas para debaixo do tapete, fingindo que não existiam, mas agora, eventos estranhos têm se tornado uma constante, e a necessidade de enfrentar meus medos se torna inescapável.
             Quantos segredos carrego comigo, quais são as questões que tanto me atormentam durante a noite, entremeadas em pesadelos perturbadores? É hora de encarar as mentiras que conto para mim mesmo, de admitir que há coisas que prefiro ignorar e evitar. Esse desabafo, essa reação dramática que agora compartilho, pode comprometer meus relacionamentos, mas também revela a verdade sobre como lido com minhas próprias aflições.
             As criaturas perturbadoras que infestam meu mundo interno estão no território inconsciente, emocional e sexual do meu mapa psicológico. Elas são meus medos mais profundos, e é para lá que devo me dirigir se desejo encontrar respostas. Será que consigo me libertar desse fardo que me atormenta? Charles Bukowski disse uma vez: "Cheguei numa fase da minha vida que vejo que a única coisa que fiz até agora foi fugir, fugir de mim mesmo, do meu nada, e agora não tenho mais para onde ir, nem sei o que vou fazer, fui péssimo em tudo." Essa frase ecoa em mim como um espelho que reflete minha própria jornada.
             A vida não deveria ser apenas sofrimento, mas também uma festa constante. Entre as expectativas não cumpridas, a certeza da morte e a possibilidade de uma condenação eterna, é difícil encontrar uma justificativa para viver. Quando o riso se esvai, o coração carrega o peso da tristeza. Talvez eu saiba muito sobre o sofrimento do seu coração porque conheço o sofrimento do meu próprio.
              Então, encontro consolo nas palavras de Miralva Viana: "Pensamentos bons ou ruins estão a todo momento cercando a nossa mente, poeta. É preciso filtrá-los. Jogando fora toda a sujeira que nos faz explodir de rancor e angústia. Os bons pensamentos são remédios infalíveis, indicados para todos os males."
             À medida que desvelo minha própria jornada interior, descubro que é preciso enfrentar nossos demônios internos para encontrar a redenção. É uma jornada solitária, mas necessária. A verdadeira coragem reside em despir-se da máscara que oculta nossos medos e enfrentar a nós mesmos, mesmo que isso signifique confrontar nossas imperfeições. Essa é a estrada para a libertação, e apenas através dela podemos alcançar uma vida mais autêntica e significativa.
              Portanto, que o amanhã cuide de si mesmo, pois o que importa é a coragem de olhar nos olhos do nosso eu mais sombrio e encontrar a luz que está em cada um de nós. Não podemos negar nossas baratas, nossos monstros interiores, mas podemos escolher não deixá-los controlar nossa vida. A verdadeira libertação está em sermos donos de nossa própria jornada, e é nessa busca incessante que encontramos a verdadeira essência da vida. Não fuja de si mesmo, encontre-se, e seja livre.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 04/12/2016
Reeditado em 21/04/2018
Código do texto: T5843273 
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