O professor e o futuro das crianças
Diário da Manhã
José Ariosvaldo Alixandrino
Já não sei mais se posso dizer que atualmente existem professores ou educadores. Professor não mais ensina, professor agora é um resolvedor múltiplo. Dentro de uma sala de aula ele faz tudo e mais um pouco, menos o principal que é ensinar conteúdos!
_Fessooor ele robô meu lápis! _ É mentira fessor não foi eu não!
E aí, os palavrões começam, aqueles que nós sabemos quais são, né?! Estão por todos os lugares, principalmente nas músicas funk. Isso, quando não agridem fisicamente um ao outro. E se o professor for separar a briga, ainda é o culpado. _Foi o fessor que bateu no meu braço!
O professor tem que resolver o problema não se sabe como! Se ele separar a briga, foi ele quem bateu, se não separar, foi negligente! Aí, alguém questiona, cadê esse professor não viu isso e não fez nada? É meu caro, é um espeto e uma brasa! Para onde você vai?
Quando o professor tenta, e às vezes consegue disciplinar uma sala de aula, ensinar valores, mostrar o que é respeitar o próximo, e é rígido! Mais um grande problema ele tem. Vem o pai ou a mãe e reclama! Não aceitam que o filho seja corrigido. E muito menos entende que os professores mostram os caminhos para o mundo, a importância de aprender os conteúdos. E o que eles cobram e mostram é para que o aluno seja melhor amanhã.
Outro grande problema para o resolvedor múltiplo é a imperatividade! O aluno não quer fazer as tarefas, não para quieto, anda a sala inteira, corre, grita,xinga os colegas e o professor. Tudo isso ele pode fazer porque é imperativo. Acredito que existem sim crianças imperativas, mas a maioria na verdade, não recebeu foi educação da família que é a primeira escola da vida. Essa escola não precisa ensinar a ler e a escrever. Mas precisa ensinar valores, e principalmente, ensinar a importância em aprender. E de fato, ir para a escola para aprender a ler e a escrever.
Funk, esse é cruel! E o mais grave talvez de todos os problemas! Se não existisse e não tocasse nas rádios e nem fosse mostrado na televisão, as crianças não aprendiam tanta besteira. A maioria das letras falam só palavrão, denigre a imagem da mulher! E tem pai e mãe que acham bonito sua filhinha descer até o chão. _ Que gracinha! Aprender a ler, escrever e resolver oito ao quadrado elas não querem. Mas dançar o quadradinho de oito aprendem rapidinho. Só posso dizer, ah leklek, o que vai ser do futuro das crianças?
São tantos outros problemas para o resolvedor múltiplo, que eu escreveria páginas e mais páginas, falando sobre as infinitas funções do professor moderno. Não está fácil ser educador no Brasil, e acho que tende a piorar. Paulo Freire disse que "Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo". Como vai ser difícil ter pessoas para realmente mudar o mundo!
(José Ariosvaldo Alixandrino, formado em Letras e Pedagogia, cronista, professor nas prefeituras de Goiânia e Aparecida de Goiânia)
_Fessooor ele robô meu lápis! _ É mentira fessor não foi eu não!
E aí, os palavrões começam, aqueles que nós sabemos quais são, né?! Estão por todos os lugares, principalmente nas músicas funk. Isso, quando não agridem fisicamente um ao outro. E se o professor for separar a briga, ainda é o culpado. _Foi o fessor que bateu no meu braço!
O professor tem que resolver o problema não se sabe como! Se ele separar a briga, foi ele quem bateu, se não separar, foi negligente! Aí, alguém questiona, cadê esse professor não viu isso e não fez nada? É meu caro, é um espeto e uma brasa! Para onde você vai?
Quando o professor tenta, e às vezes consegue disciplinar uma sala de aula, ensinar valores, mostrar o que é respeitar o próximo, e é rígido! Mais um grande problema ele tem. Vem o pai ou a mãe e reclama! Não aceitam que o filho seja corrigido. E muito menos entende que os professores mostram os caminhos para o mundo, a importância de aprender os conteúdos. E o que eles cobram e mostram é para que o aluno seja melhor amanhã.
Outro grande problema para o resolvedor múltiplo é a imperatividade! O aluno não quer fazer as tarefas, não para quieto, anda a sala inteira, corre, grita,xinga os colegas e o professor. Tudo isso ele pode fazer porque é imperativo. Acredito que existem sim crianças imperativas, mas a maioria na verdade, não recebeu foi educação da família que é a primeira escola da vida. Essa escola não precisa ensinar a ler e a escrever. Mas precisa ensinar valores, e principalmente, ensinar a importância em aprender. E de fato, ir para a escola para aprender a ler e a escrever.
Funk, esse é cruel! E o mais grave talvez de todos os problemas! Se não existisse e não tocasse nas rádios e nem fosse mostrado na televisão, as crianças não aprendiam tanta besteira. A maioria das letras falam só palavrão, denigre a imagem da mulher! E tem pai e mãe que acham bonito sua filhinha descer até o chão. _ Que gracinha! Aprender a ler, escrever e resolver oito ao quadrado elas não querem. Mas dançar o quadradinho de oito aprendem rapidinho. Só posso dizer, ah leklek, o que vai ser do futuro das crianças?
São tantos outros problemas para o resolvedor múltiplo, que eu escreveria páginas e mais páginas, falando sobre as infinitas funções do professor moderno. Não está fácil ser educador no Brasil, e acho que tende a piorar. Paulo Freire disse que "Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo". Como vai ser difícil ter pessoas para realmente mudar o mundo!
(José Ariosvaldo Alixandrino, formado em Letras e Pedagogia, cronista, professor nas prefeituras de Goiânia e Aparecida de Goiânia)
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