"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

⁠TOQUE EM MIM...("Preencha o minuto em que você acha impossível perdoar por 60 segundos de distanciamento." — Rudyard Kipling)
           Hoje, uma coruja pousou no meu portão, quando eu saía para trabalhar; desceu como um alienígena, e se assentou no batente superior. Passei por baixo, e ela não se mexeu, eu temi que esse presságio fosse desfavorável para a minha saúde. Talvez, iminente doença, trazendo o coronavírus. Graças a Deus, até agora, nada aconteceu de ruim. Só espero que o mal da saúde seja atenuado com a certeza de um tratamento eficaz. O gavião que a espreitava do poste correu atrás dela. Eu queria que fosse a representação de uma solução qualquer para o que quer que vier: doença de amor é bem vinda: oxalá fosse viver uma gratificante experiência amorosa, amorosa felicidade, e vida pacífica e feliz. Porém, parece-me que esta não é a melhor interpretação! É hora de me preparar para o pior! Até porque vivemos em anos de pandemia, não dá para ficar devaneando, não há tempo para plantar, só para colher, agora a circunferência está fechando, andamos do fim para o começo. Eu vou me esforçar para ter um humor mais jovial e boa natureza para o meu encontro com você, apesar do distanciamento obrigatório. A flexibilidade é altamente necessária neste momento. No purgatório ninguém é feliz. Inversão de valores: Sofrer deveria ser opcional. Ser feliz deveria ser obrigatório.

Claudeci Ferreira de Andrade

sábado, 26 de outubro de 2013

A REPESCAGEM NA EDUCAÇÃO ("Em uma enchente a função da água é selecionar classes sociais." — Murillo Leal)


Crônica

A REPESCAGEM NA EDUCAÇÃO ("Em uma enchente a função da água é selecionar classes sociais." — Murillo Leal)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           
            A minha pergunta é: por que um indivíduo cursaria três anos de Ensino Médio frente a tamanha facilidade dos cursos instantâneos? 
          Mas, eu conheço o ENCCEJA, certificador de aluno com somente uma prova. E conheço as justificativas dos alunos da EJA, quando lhes pergunto por que estão matriculados nessa modalidade. Todos me dizem: — eu não tive oportunidade de estudar quando era jovem! Portanto, penso que muitos desses são os refugos do sistema educacional regular. Pois pelo tanto que reclamam de tudo, deve ter sido aqueles que nunca levaram a sério sua juventude estudantil. Não pode ser falta de oportunidade, o governo, desde que me entendo por gente, dá todo suporte obrigatório: transporte, bicicleta, uniforme, tablet, livro, lanche, bolsas mil e aulas no 0800 como dizem eles. E uns são bastante agradecidos, outros ainda revoltados arremessando cadeira na professora!
https://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/aluno-de-18-anos-arremessa-cadeira-e-deixa-professora-ferida-em-escola-do-df.ghtml -  acessado em 30/01/2019.
           Onde estão eles agora: os formados da EJA? Procurando os atalhos da vida! Então, a EJA foi inventada para esses mesmos. O governo tem modalidades para todos até para os que se fazem de coitadinhos sugadores nas tetas públicas. Depois, o diploma de todos têm a mesma validade, comparando com outras modalidades.  Se a educação fosse séria não existiria EJA ou só teria EJA! "As academias coroam com igual zelo o talento e a ausência dele."(Carlos Drummond de Andrade).
          Se os evadidos da modalidade regular soubessem que podiam voltar, mesmo depois de alguns meses de ausência, com o direito de fazer as atividades avaliativas de recuperação e sem contabilizar as suas faltas, a EJA teria menor demanda! Porém, até lá, que os empregadores saibam selecionar os melhores. Por que a sociedade precisaria desses dois pesos e duas medidas?! O saber é prazeroso, mas o aprender é doloroso! O cérebro do tolo dói e cansado procura atalhos.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 21/04/2013
Reeditado em 26/10/2013
Código do texto: T4252567
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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

sábado, 19 de outubro de 2013

O DELATOR SE AUTODELATA ("A lógica do delator é a de pretender fortalecer uma amizade, destruindo outras."— Eber Ivo)



Crônica

O DELATOR SE AUTODELATA ("A lógica do delator é a de pretender fortalecer uma amizade, destruindo outras."— Eber Ivo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Eu já tinha falado desta realidade; quando o professor repreende o aluno, isso será usado contra SI mesmo. Mas, eu me esqueci de dizer sobre a mutação do "vírus". Nesta semana, pensando que estava fazendo bonito e contribuindo com o sistema, apresentei, em segredo, alguns nomes de alunos descuidados ao estudar, pelo
menos em minha matéria, à coordenadora. No dia seguinte, outros alunos mais dedicados, da mesma sala, enciumados e ofendidos por não ter mostrado seus vistos à coordenadora e desconhecedores das intenções da mesma, ainda queriam reconhecimento. Então a mim delataram sobre a coordenadora ter pego os cadernos só das fulanas de tal, na minha ausência, para conferir a matéria de língua portuguesa. Como os alunos delatores queriam mostrar serviço (só teme quem deve) e eram os melhores, cumpridores de suas atividades, usaram-me maldosamente e foram contra a coordenadora, e nem sabiam que me mostravam a ponta dum "iceberg" crônico. As alunas escolhidas à inspeção foram exatamente as que eu tinha reclamado delas, por não ter conteúdo algum nos seus cadernos.
          O mais interessante desta luta por um restrito reconhecimento é, baseada nos cadernos, a coordenadora fez maquiavélicos relatórios à tutora (inspetora escolar), querendo dizer que o professor que não faz caderninho de plano de aula ministra uma aula sem conteúdo, ou seja, na linguagem delas: "não passa nada para o aluno". Assim, todos ficaram sabendo da minha inadimplência com os planos de aula. E aqui deixo claro os motivos de jamais os fazer, não por irresponsabilidade, justifico, mas por convicção profissional (Não preciso de caderninho de plano modelado e desenhado para apresentar uma boa aula e enriquecedora; se elas precisam, que o façam!). Porém, os planos de aula beneficiam mais a coordenadora do que professores e alunos! Pois quem é a parte mais interessada neles? Além do mais, será se constará nos meus planos de aula as "frutíferas" interrupções do tempo de minha aula, por colegas "bem planejados"? Pois, constantemente tenho cedido parte de minhas aulas, quando não uma e outra integralmente, a outro professor (combinado ou não), atrasando minha matéria (a todo instante uma pessoa está à porta da minha sala pedindo licença para interromper)!
           Qual professor não é calejado de tantas frustrações nesse sentido? Faz o plano e nada se cumpre dele, a sala de aula é viva, então sempre impera a improvisação! Lembrando que o improviso de um professor formado e bem preparado significa um plano funcional. Apesar das cobranças de registros, de forma alguma, o caderninho de plano faz de mim professor, e tento me convencer que eu não sou plano de aula.
           Sim, mas voltando ao incidente inicial. Quando fui fechar o círculo de meu raciocínio, a lógica me fez descobri que minha atitude de falar mal de meus alunos (entregá-los à coordenadora) foi contra mim mesmo, pois esses se vingaram consciente ou inconscientemente de minha maldade. "O feitiço foi contra o feiticeiro." Uma garantia que o veneno delas também far-lhes-á mal? No entanto, para mim já o fez muito mal.
           O verdadeiro plano de aula é volátil, ele existe pré-moldado na mente de todo professor, é saber administrar os conhecimentos prévios, aplicando-os na demanda surgida e emergente na aula, que requer tratamento imediato, a partir do currículo minimo determinado, não tem segredo, qualquer professor faz isso o tempo todo. Agora a pior pergunta de um aluno para seu professor: "é pra copiar, professor?"
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 13/04/2013
Reeditado em 19/10/2013
Código do texto: T4238697
Classificação de conteúdo: seguro

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sábado, 12 de outubro de 2013

AMOR RELIGIOSO ("Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar." — Carl Sagan)



Crônica

AMOR RELIGIOSO ("Não é possível convencer um crente de coisa alguma, pois suas crenças não se baseiam em evidências; baseiam-se numa profunda necessidade de acreditar." — Carl Sagan)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Sempre me intrigou o entusiasmo com que certos pregadores oferecem o paraíso, como se portassem as próprias chaves do reino celestial. A promessa de um lugar sem dor e sofrimento soa, no mínimo, paradoxal quando confrontada com a realidade da vida daqueles que a propagam. Seria impensável, afinal, imaginar um grande evangelista alheio às alegrias edênicas, não é? Contudo, a verdadeira ironia está na amargura que recai sobre os que depositam fé cega nessas promessas. Quando a ilusão se desfaz, o choque com a realidade transforma-se em um abismo de desilusão — um inferno muito mais tangível que o céu prometido. Paradoxalmente, encontro algum consolo nessa constatação: a certeza de que meu destino, seja ele qual for, não se cruzará com o daqueles que me assombraram com seus sermões.

Lembro-me com clareza do período em que as maldições lançadas contra mim me afastaram da igreja. A pressão era sufocante, a ponto de me fazer duvidar das próprias convicções. Um simples ato — a sonegação do dízimo — foi suficiente para desencadear uma enxurrada de pragas verbais, que evocavam imagens de um “gafanhoto devorador” pronto para consumir minha lavoura, meus bens e minha paz. Por um breve momento, o medo me dominou. Mas, com o tempo, percebi que a vida, mesmo longe de ser um mar de rosas, seguia adiante. Persisti. E só o fato de ter sobrevivido o suficiente para testemunhar o fim de muitos dos que me amaldiçoaram já me parece uma vitória.

Se a igreja não detém o poder de curar, tampouco tem o dom de infligir sofrimento por meio de pragas. Caso contrário, os próprios líderes religiosos já teriam sucumbido em suas disputas mesquinhas por poder, fiéis e reconhecimento.

Minha jornada tem sido árdua, especialmente no cenário implacável do sistema educacional em que atuo. Alguns poderiam atribuir minhas dificuldades ao cumprimento das maldições proferidas pelos fanáticos, mas acredito que elas têm mais a ver com as perseguições de colegas de trabalho, alunos e seus pais. Essas dificuldades, longe de qualquer intervenção divina, refletem a dureza do ambiente em que vivo.

Recentemente, ao demonstrar interesse por uma colega de trabalho, tornei-me alvo de fofocas e intrigas orquestradas por outras funcionárias fervorosas em seus dogmas. Tentaram afastá-la de mim, espalhando boatos e difamações. Seria essa a manifestação do “bicho devorador de minha lavoura”, como anunciavam aqueles fervorosos discordantes? Prefiro crer no provérbio português: “o que é do homem o bicho não come.” Se não há força divina controlando meu destino, tampouco há espaço para que artimanhas humanas o destruam.

Hoje, compreendo que os verdadeiros “bichos devoradores” não são forças invisíveis ou sobrenaturais, mas sim aqueles que, em nome de uma fé cega, perseguem e maltratam os que ousam divergir. Oxalá a natureza, com sua sabedoria implacável, cuide de restaurar o equilíbrio, até mesmo entre os líderes que se alimentam dessa intolerância. Afinal, sou parte da natureza, e nela encontro força para resistir.

Essa experiência me ensinou que a fé, quando usada como arma de opressão, transforma-se em algo destrutivo, capaz de ferir profundamente. No entanto, a vida, em sua simplicidade resiliente, sempre nos conduz a verdades mais autênticas. E é nelas que encontro sentido: na experiência vivida, na resistência diante do adverso e na busca constante por um caminho genuíno, livre de dogmas e ameaças.


Como um bom professor de sociologia do Ensino Médio, preparei 5 questões discursivas no formato de pergunta simples sobre os temas principais do texto:


1. Qual a principal crítica do narrador em relação à forma como alguns pregadores oferecem o paraíso?

2. De que maneira a experiência de sonegar o dízimo e as reações que se seguiram impactaram a relação do narrador com a igreja?

3. Como o narrador interpreta as dificuldades que enfrenta em seu trabalho no sistema educacional?

4. Qual a relação entre as fofocas e intrigas que o narrador sofreu e a metáfora do "bicho devorador de sua lavoura"?

5. Qual a principal conclusão do narrador sobre a fé e como essa conclusão se relaciona com sua experiência pessoal?

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sábado, 5 de outubro de 2013

PERVERSO CORPORATIVISMO (E que responsabilidade tenho eu se não lhes ensinei errar? )


Crônica

PERVERSO CORPORATIVISMO (E que responsabilidade tenho eu se não lhes ensinei errar? )

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Um professor sem credibilidade é assim: não tem nem a liberdade de considerar um aluno ruim em sua disciplina se os colegas querem salvá-lo. Mesmo que eu esteja a Filosofar a meu favor, não saberia dizer o muito que a vida nos tem a dizer ou ensinar. Como me senti sujo, reconhecendo as insuficiências do aluno que fez mal os trabalhos que lhe pedi, como requisito da matéria de Língua Portuguesa, e me dei mal, ainda que tentando ver as limitações do tal promovido. O maior problema é os colegas quererem me obrigar ver os alunos como eles veem. Por que um aluno generalizado se revoltaria e postaria, no Facebook, críticas sobre seus professores e colegas? Há razões de sobra! Todavia, eu também o promovo respeitando os exageros da maioria, mas não posso deixar de ressaltar o valor da educação.
         Por que é difícil para um professor, nos conselhos de classe, admitir que os alunos não são iguais, podendo ter facilidade na matéria em que mais se identificam e fracos nas outras? Estaria eu de certa forma condenando indiretamente o mestre avaliador, tentando tirar do paraíso o seu aluno e fazendo passar pelo purgatório? É apenas mais uma das minhas tentativas para extirpar o tumor, destruindo as células vizinhas até baldar o organismo. Por que a maioria quer me arrastar para a turba dos "lambanças"?
          Nesse sistema educacional, tenho vivido variadas situações boas e muito mais ruins, porém procuro em todas guardar apenas as experiências que me prestam para o crescimento, meu e dos que me cercam. Alunos e colegas de trabalho, inimigos ou não, julgam-me, descrevem-me, prescrevem-me, conceituam-me e até distribuem minha mais feia imagem internet afora, desconheço as verdadeiras intenções, e reconheço que, às vezes, apontam para situações denegridoras, até. Mas, bem humorado já disse em outras crônicas: — Gosto dos que falam mal de mim, pelo menos falam e não latem...
          Respeitar o inimigo é a primeira lei dos que vencem; subestimar o adversário pode ter, no final, a derrota como surpresa. Um professor digno repreende o malfeitor, convencendo-o que a medida repressora é um ato de amor, castigo com ira é vingança. No entanto, não deixe de ressaltar as deficiências, depois o faça com as qualidades inegáveis, apontando assim um raio de esperança que fará surgir larga  margem de crescimento.
          Se o referido aluno saiu com um diploma na mão, mas não conheceu também os seus defeitos, o colégio não foi redentor. E que responsabilidade tenho eu se não lhes ensinei seus senões? Consequências, também, são específicas e individuais, justamente dosadas. Tudo no controle de Deus, inclusive eu. Portanto não lhe ofereço minha misericórdia, porém a minha justiça. 
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 05/04/2013
Reeditado em 05/10/2013
Código do texto: T4225986
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