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MINHAS PÉROLAS

sábado, 4 de maio de 2019

ESCOLHA DIFÍCIL É VOTAR EM UM POLÍTICO PROFISSIONAL ("Não existe ser humano mais miserável do que aquele em que a única coisa habitual é a indecisão." — William James)


ESCOLHA DIFÍCIL É VOTAR EM UM POLÍTICO PROFISSIONAL ("Não existe ser humano mais miserável do que aquele em que a única coisa habitual é a indecisão." — William James)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Aqui estou eu, sozinho, cercado pelo silêncio que tanto busco, mas que, ao mesmo tempo, me apavora. As pessoas me assustam e, quando estou entre elas, o pânico me invade. Meu problema são os outros. Então, refugio-me na solidão, mas lá não encontro quem me console. Eis o dilema! Como disse Mario Quintana: "O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso."

Hoje é um dia importante para nós, brasileiros. Estou prestes a enfrentar a difícil tarefa de escolher um vereador que me representará pelos próximos quatro anos. E o prefeito? Nem se fala! Uma ansiedade desmedida me toma, junto do desejo sincero de fazer a diferença. É um bom dia para ceder à acomodação, mas o desafio é superar a dúvida. Preciso manter distância emocional e frieza para decidir. Apesar de os interesses individuais gritarem mais alto, é preciso olhar para a coletividade, buscando contribuir com a harmonia geral. Nos últimos dias, uma ideia não me larga: talvez a escolha mais coerente seja votar em um ex-aluno — quem sabe ele tenha assimilado meus modos, e nisso confio em mim. Você não...? Como lembrou Marguerite Yourcenar: "A felicidade é uma obra-prima: o menor erro falseia-a, a menor hesitação altera-a, a menor falta de delicadeza desfeia-a, a menor palermice embrutece-a."

Amanhã, passada a comoção do pleito, sentirei a alma lavada por cumprir meu dever de cidadão. Mas sei que, junto da limpeza, sempre há perda: o sabão leva embora também pequenas partes da pele.

E foi tudo tão rápido — e decepcionante. Com as urnas apuradas, vi meu candidato perder. Talvez seja uma dor necessária. Perdi o voto, é verdade, mas, em certo sentido, foi como extrair um dente podre: doloroso, mas libertador. Para a próxima estarei mais maduro... ou mais desdentado! Ainda assim, pretendo aproveitar o que a experiência me trouxe, especialmente a capacidade de manter satisfação pela vida. Estou decidido a não permitir que a pressão da decepção paralise o que só precisa de um empurrão para avançar. Dê-me o seu empurrãozinho... Como disse Paulo de Tarso: "O maior impasse da humanidade: Não fazer o BEM que gostaria e fazer o MAL que não quer!"

Talvez essa ansiedade política não seja tão diferente da que vive um professor diante de sua turma. Há dias em que o olhar dos alunos lembra o do eleitor desconfiado, aguardando para ver se vale a pena acreditar. Outras vezes, é o próprio professor que se sente candidato, buscando conquistar corações e mentes, não com promessas, mas com gestos e paciência. Afinal, cada aula é como um voto silencioso: pode-se perdê-lo num instante de descuido ou ganhá-lo num sopro de atenção genuína. E, nesse jogo, o resultado não vem em boletins de urna, mas nos sorrisos e silêncios que denunciam compreensão. É nessa troca silenciosa que a esperança se renova, mesmo quando o placar do mundo lá fora parece desfavorável.

No final das contas, a educação é uma via de mão dupla: não basta a escola oferecer, é preciso que o aluno queira aprender. Aos que desejam de verdade, que não se deixem desanimar pelas adversidades. Sou prova viva disso. Afinal, a educação é a chave para um futuro melhor. E eu, como professor, estarei sempre aqui, pronto para orientar aqueles que escolherem trilhar esse caminho, mesmo que tenham sido frustrados em algum momento da vida. A existência é feita de altos e baixos, e é nas adversidades que crescemos e nos tornamos mais fortes. Portanto, não desista: continue lutando. O futuro é brilhante para quem acredita em si mesmo.


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Com base no texto apresentado, elabore respostas completas e concisas para as seguintes questões:


O texto inicia com uma reflexão sobre a solidão e as relações interpessoais. Qual a relação entre essa reflexão inicial e a decisão de votar?

O autor demonstra uma grande expectativa em relação ao processo eleitoral. Quais são as suas principais preocupações e esperanças em relação à política?

O texto aborda a questão da decepção após o resultado das eleições. Como o autor lida com essa frustração e qual a importância dessa experiência para ele?

Qual a importância da educação para o autor? Como ele relaciona a educação com a superação das adversidades e a construção de um futuro melhor?

O texto apresenta uma visão complexa sobre a natureza humana e as relações sociais. Quais são os principais dilemas e contradições apresentados pelo autor?

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