"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

Pesquisar neste blog ou na Web

MINHAS PÉROLAS

domingo, 20 de julho de 2025

A Infância em Disputa: Uma Crônica Urgente ("A infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano." — Jean Piaget)

 



A Infância em Disputa: Uma Crônica Urgente ("A infância é o tempo de maior criatividade na vida de um ser humano." — Jean Piaget)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Minhas mãos tremem um pouco enquanto começo a escrever esta crônica, mas meu coração está firme. Há dias em que a realidade se impõe com uma força avassaladora, e o que vejo nos noticiários, nas redes sociais e, infelizmente, até mesmo na educação, me impele a falar. Não é um grito de raiva, mas de profundo alerta. Sinto que é meu dever, como educador e como alguém que testemunha as transformações da nossa sociedade, abordar um tema que considero de gravidade imensa: a infância e a tentativa de apagar seus limites mais sagrados.

Vejo, sim, ano após ano, um cenário que me assusta profundamente: a inocência infantil sob ataque. É uma tentativa clara, e, a meu ver, injusta, de relativizar o que deveria ser inegociável na vida de uma criança — promovida por certas pautas progressistas, defendidas por setores do feminismo e de grupos LGBTQIA+. E o mais preocupante: muitos assistem a isso em silêncio, como se nada estivesse acontecendo. Mas está — e isso desrespeita a essência da infância.

Pensem comigo, com a clareza de quem não aceita meias verdades: criança não bebe, criança não dirige, criança não vota, criança não pode namorar. Todas essas proibições existem porque, legal e moralmente, permitir tais coisas seria considerado abuso de vulnerável. A sociedade, com sabedoria ancestral, estabeleceu limites claros para proteger o desenvolvimento infantil. No entanto — e aqui reside a maior incoerência —, paradoxalmente, querem permitir que crianças decidam algo tão complexo e identitário quanto sua orientação sexual ou identidade de gênero. Onde está a lógica nessa equação? A maturidade para questões tão profundas não nasce antes da capacidade de escolher um governante ou de dirigir um carro.

É preciso reconhecer que o debate sobre identidade e diversidade é legítimo e merece espaço — especialmente no contexto adulto, onde há mais discernimento e autonomia. Contudo, ao ser deslocado para o universo infantil, sem critérios pedagógicos claros nem preparo emocional adequado, corre-se o risco de confundir em vez de conscientizar. Não se trata de negar as diferenças humanas, mas de resguardar o tempo necessário para que elas se revelem com naturalidade e maturidade. A infância não pode se tornar laboratório de experimentações ideológicas. O diálogo é importante — mas não à custa da estabilidade emocional das crianças.

Como sociedade, devemos refletir sobre a crescente relativização dos limites que sempre nortearam a infância. O que se vê é uma tentativa de redefinir a própria natureza infantil, questionando consensos que serviram de bússola por gerações. Essa discussão, embora vestida de liberdade, pode expor as crianças a dilemas que ultrapassam sua capacidade de compreensão. Por isso, o papel dos pais e educadores é ainda mais decisivo: proteger a inocência e assegurar que cada etapa do desenvolvimento ocorra no seu devido tempo.

Essa pressão exercida por certos segmentos do movimento LGBTQIA+ não é apenas um debate de costumes; ela representa um ativismo ideológico que busca impor à sociedade um novo modelo de família e de valores. Trata-se de uma estratégia política, crítica e sistemática, voltada à subversão da ordem familiar tradicional. Para mim, como professor de sociologia, isso não é apenas uma "visão diferente", mas uma ação que mina os alicerces mais essenciais do que entendemos por infância e formação saudável.

Reconheço que minhas palavras podem soar duras a alguns ouvidos — e compreendo que vivemos tempos de transformações sociais profundas, que despertam temores legítimos em todos os lados. Não pretendo desqualificar quem pensa diferente, tampouco negar que há crianças e adolescentes que vivenciam questionamentos sinceros sobre si mesmos. O que defendo, com a experiência de décadas em sala de aula, é que tais questões devem ser acompanhadas por profissionais qualificados e por famílias estruturadas — longe de pressões ideológicas. Minha preocupação não é com a diversidade, que sempre respeitei, mas com a pressa em rotular o que ainda está em formação. Entre o respeito às diferenças e a proteção da infância, acredito que podemos encontrar um caminho equilibrado, onde o bem-estar das crianças seja nosso valor comum mais inegociável.

Diante disso, cabe a nós, pais e cidadãos conscientes, uma firmeza ética e pedagógica. É hora de sermos "radicais" — no sentido etimológico da palavra: ir à raiz do problema — e afirmar com todas as letras que não aceitaremos a doutrinação precoce das nossas crianças.

Tenho acompanhado nos noticiários os esforços, muitas vezes frustrados, de parlamentares que propõem projetos de lei em Câmaras Municipais e fóruns públicos para proibir a participação de menores em eventos como paradas LGBTQIA+ (Carnaval) ou quaisquer outros que exponham crianças a conteúdos eróticos ou cenas de nudez. Infelizmente, a resistência é grande, e os resultados, escassos. A pauta avança; a inocência, recua.

Por isso, convido você, leitor, a somar forças comigo nesta corrente do bem, em defesa incondicional da infância. Enquanto eu tiver voz e fôlego, seja como professor na escola pública ou em qualquer esfera política onde possa atuar, lutarei incansavelmente contra qualquer forma de doutrinação precoce. Porque, para mim, e com base na compreensão do desenvolvimento humano: “crianças LGBTQIA+ não existem”. Uma criança, em sua fase de formação, não possui a maturidade para "ser" ou "provar" uma identidade de gênero ou orientação sexual. O que existem são crianças que precisam ser protegidas, cuidadas e ensinadas a respeitar — sem que suas mentes e corpos sejam transformados em palcos para disputas ideológicas de adultos.

O futuro de uma sociedade se constrói protegendo a infância — não impondo a ela dilemas que ainda não lhe pertencem.



1 O autor menciona que "a sociedade, com sabedoria ancestral, estabeleceu limites claros para proteger o desenvolvimento infantil". Com base nessa afirmação, explique como as normas sociais funcionam na proteção da infância e dê dois exemplos de limites que nossa sociedade estabelece para as crianças.


2 No texto, há uma reflexão sobre o papel das instituições sociais (família e escola) na formação das crianças. Analise como essas duas instituições podem entrar em conflito quando possuem valores diferentes e explique por que isso pode gerar tensões na sociedade.


3 O autor critica o que chama de "ativismo ideológico" na educação. Do ponto de vista sociológico, explique o que são movimentos sociais e como eles podem influenciar as instituições educacionais. É possível uma educação completamente neutra? Justifique sua resposta.


4 O texto aborda a questão das "transformações sociais profundas" que vivemos atualmente. Identifique duas mudanças sociais importantes das últimas décadas no Brasil e explique como elas podem afetar a forma como diferentes gerações enxergam a educação das crianças.


5 Considerando que o autor defende "um caminho equilibrado" entre respeito às diferenças e proteção da infância, reflita: como a sociologia pode ajudar a sociedade a encontrar consensos em temas polêmicos? Dê sua opinião sobre o papel do diálogo social na resolução de conflitos entre grupos com valores diferentes.

sábado, 19 de julho de 2025

O Efeito-Eco e o Labirinto da "Libertação" ("Toda vez que você ensinar algo a alguém, estará impedindo essa pessoa de descobrir por si mesma." — Jean Piaget)

 



O Efeito-Eco e o Labirinto da "Libertação" ("Toda vez que você ensinar algo a alguém, estará impedindo essa pessoa de descobrir por si mesma." — Jean Piaget)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Escrever é, antes de tudo, um ato de coragem. É lançar uma ponte entre o pensamento e o mundo — e torcer para que ela não desabe sob os passos do leitor. Às vezes, porém, essa ponte se transforma em um campo minado. Minha crônica mais recente, na qual falei sobre as sementes da desobediência e os riscos de certas pedagogias, não apenas reverberou — ela explodiu. Fui duramente atacado, bombardeado por defensores fervorosos de Paulo Freire. O mais curioso? Cada comentário raivoso, cada acusação de má-fé, apenas reforçou o que eu tentava denunciar.

Todos os argumentos contrários seguiram o mesmo roteiro previsível: Paulo Freire defende uma "educação libertadora" e uma "conscientização crítica". E, em tese, eu concordo: liberdade e criticidade são, de fato, fins nobres. Mas o problema — e é aqui que o nó se aperta — é que, no campo da educação, não basta a boa intenção. Desejar um resultado virtuoso não é o mesmo que alcançá-lo. Tudo depende, sobretudo, da escolha dos meios.

É como gritar num labirinto e ouvir apenas o próprio eco. Quando os discípulos de Freire dizem que querem desenvolver o pensamento crítico nos alunos, mas negligenciam as ferramentas intelectuais básicas — como o domínio profundo da língua — acabam formando indivíduos que acreditam estar pensando por si, mas estão apenas reproduzindo ideias alheias. O pior: fazem isso com a convicção de que aquelas ideias nasceram de suas próprias reflexões. Essa é a receita perfeita para a ideologização disfarçada de educação. Uma espécie de acrobacia mental sem que se tenha aprendido, antes, o simples caminhar. O "pensar por si" vira, silenciosamente, um "repetir sem questionar a fonte".

Vejo isso todos os dias, nos olhos de alunos que repetem frases feitas com a mesma certeza com que recitam o alfabeto. Um deles, certa vez, me disse que "a escola é opressora porque impõe regras", e, ao ser questionado sobre o que entendia por opressão, silenciou. Outro, ao afirmar que "todo conhecimento é construção social", hesitou ao tentar explicar a tabuada. Não é culpa deles — são vozes jovens ecoando discursos prontos, sem ferramentas para filtrá-los ou questioná-los. Não estudaram o suficiente para duvidar, e sem dúvida, não há pensamento crítico. São como espelhos: refletem o que recebem, sem perceber que podem ser janelas. E é isso que mais me assusta — não a convicção com que falam, mas a fragilidade silenciosa de sua base.

Essa distorção não se limita às discussões acadêmicas ou às salas de professores. Ela se infiltra, de forma sutil e perigosa, em propostas pedagógicas de colégios ditos “inovadores”. São instituições que se vangloriam em dizer: “aqui reconhecemos a criança como sujeito ativo da sua aprendizagem e respeitamos suas potencialidades, valorizando seu desenvolvimento integral por meio de um ambiente que favoreça a construção do conhecimento.” No papel, um espetáculo. Na realidade, muitas vezes, um vazio colorido.

O que tenho testemunhado são crianças de oito ou nove anos "brincando de estudar" em ambientes saturados de estímulos visuais, onde brinquedos se misturam a materiais didáticos e onde reina uma liberdade que mais confunde do que ensina. Não há disciplina. Não há esforço intelectual. E, sem isso, o aprendizado se dissolve como fumaça. Pais e educadores, bem-intencionados, acreditam estar formando mentes criativas, críticas, autônomas. Mas, em muitos casos, estão apenas replicando um modelo que já lhes foi transmitido, conduzindo os pequenos, com ternura, a conclusões cuidadosamente pré-moldadas. Há uma sensação de descoberta — mas ela é artificial, induzida, quase ensaiada. Uma farsa gentil.

Eu vi isso. Vivi isso. Não é teoria, é constatação. Trata-se de um véu que cobre a realidade: uma pedagogia que, sob o disfarce de libertar, aprisiona o pensamento. O grande desafio da educação, percebo cada vez mais, não está em quantas vozes repetem a mesma ideia, mas em quantas mentes conseguem, com autonomia real, construir um pensamento próprio. Isso exige base sólida, estudo rigoroso, disciplina — e, acima de tudo, coragem para contrariar até mesmo aqueles que se dizem libertadores.

Mais do que nunca, precisamos romper com o efeito-eco. Precisamos de menos reflexos e mais pensamento genuíno. Porque, ao fim, a verdadeira libertação não está em repetir a palavra do mestre, mas em ser capaz de questioná-la.


-*/-*/-*/-*/-*/-*/-*/-*/


Abaixo estão 5 questões discursivas simples, elaboradas com base no texto e pensadas para alunos do Ensino Médio, incentivando interpretação crítica, reflexão pessoal e relação com conteúdos da sociologia, como ideologia, educação, autonomia e reprodução de discurso.


1 - O autor critica uma educação que forma alunos que apenas “reproduzem ideias alheias”. Em sua opinião, qual é o papel da escola na construção do pensamento crítico dos estudantes? Comente com suas palavras.


2 - No texto, o autor afirma que “o ‘pensar por si’ vira, silenciosamente, um ‘repetir sem questionar a fonte’”. Relacione essa frase ao conceito de ideologia na Sociologia. Você já percebeu esse fenômeno em situações do seu dia a dia escolar ou fora dele?


3 - Como o texto aborda a diferença entre liberdade de pensamento e ausência de disciplina no processo educativo? Você acredita que é possível haver criatividade e criticidade sem esforço intelectual? Justifique.


4 - Ao citar alunos que usam frases prontas, o autor sugere que o pensamento crítico não se constrói apenas com boas intenções. Quais elementos, segundo sua vivência como estudante, são essenciais para formar uma opinião própria?


5 - O autor finaliza dizendo que “a verdadeira libertação não está em repetir a palavra do mestre, mas em ser capaz de questioná-la”. Como essa ideia se relaciona com a proposta de educação libertadora de Paulo Freire? Você concorda com essa visão? Por quê?

sexta-feira, 18 de julho de 2025

A Semente da Desobediência (“A mais perigosa das doutrinas é aquela que deseduca sob o pretexto de libertar.” — G. K. Chesterton)

 


A Semente da Desobediência (“A mais perigosa das doutrinas é aquela que deseduca sob o pretexto de libertar.” — G. K. Chesterton)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Apresento-me: sou Claudeci F. de Andrade, licenciado em Magistério e Língua Portuguesa. Ao longo de 30 anos dedicados à educação, estudei o comportamento das escolas, das famílias e procurei compreender, em profundidade, os meus alunos. Não trago fórmulas mágicas, mas convido você, leitor, a prestar atenção ao que tenho a dizer.


A gente percebe que algo se rompeu quando o olhar de um filho já não nos vê como antes. Aquele brilho de admiração vai se apagando aos poucos, até ser substituído por uma expressão fria, quase desafiadora. No início, pensamos que se trata apenas de uma fase, uma turbulência passageira. Mas, com o tempo, percebemos: algo mudou — e talvez nunca mais volte a ser como antes.


Lembro claramente do dia em que minha filha, ainda pequena, me fitou com firmeza e corrigiu uma fala minha. Não com respeito, mas com a certeza arrogante de quem acredita estar do lado certo da história. Foi como se eu me tornasse, ali, um obstáculo entre ela e a "verdade" que lhe haviam ensinado. A partir daquele instante, algo me inquietou. E, ao investigar a origem daquela postura, descobri que não se tratava apenas de um caso isolado — era o reflexo de uma geração inteira.


Paulo Freire. Seu nome está em quase todo mural escolar, estampado em cartazes, reverenciado em cursos de formação docente, celebrado como o “patrono da educação brasileira”. Mas, por trás da imagem lírica que o envolve, seu legado deixou marcas profundas — e nem sempre virtuosas.


O primeiro desvio foi contra a própria noção de autoridade. Seu método, ao contrário do que muitos pensam, não tinha como essência a alfabetização, mas uma proposta de transformação social. O aluno, antes aprendiz, foi promovido a agente político. O “opressor” deixou de ser um conceito abstrato e ganhou formas concretas: o pai que exigia limites, o professor que cobrava disciplina, o patrão que oferecia trabalho. A disciplina passou a ser tratada como opressão. O erro, relativizado, virou “leitura alternativa da realidade”.


O segundo engano foi a substituição do conhecimento pelo ativismo. O conteúdo sólido, a memória, a ordem, a beleza do saber foram descartados em nome da militância. Entraram em cena cartilhas ideológicas, palavras de ordem, slogans prontos. A sala de aula se transformou em trincheira ideológica. Vi isso de perto nas universidades: por motivos ínfimos, surgem abaixo-assinados para afastar professores; acusações frágeis são encampadas com entusiasmo por alunos que se sentem legitimados pela pedagogia do confronto. O resultado está à vista: jovens que mal conseguem escrever um parágrafo com clareza, mas repetem discursos sobre “machismo estrutural” e “racismo sistêmico” com impressionante convicção.


E então vem a terceira e talvez mais silenciosa consequência: a desconfiança em relação à família. A pedagogia freiriana ensinou que o lar faz parte do problema. O espaço que antes era de afeto, orientação e construção moral passou a ser julgado e questionado. A escola se arrogou o papel de agente redentor, e os filhos, ensinados a resistir, passaram a confrontar os próprios pais, desacreditando tudo o que vem de casa. E nós, no meio disso, seguimos tentando amar, educar e proteger — mesmo quando somos tratados como inimigos.


Ainda assim, é preciso reconhecer que algumas propostas pedagógicas modernas, inclusive aquelas influenciadas por Freire, trouxeram avanços inegáveis, como a valorização da escuta ativa do aluno e a busca por uma educação mais participativa. Há contextos em que o estímulo ao pensamento crítico resultou em jovens mais conscientes e engajados. No entanto, quando esse impulso descola-se do conteúdo e da responsabilidade formativa, corre-se o risco de produzir discursos vazios, sem profundidade intelectual ou domínio linguístico. Não se trata de negar todas as contribuições, mas de refletir sobre os excessos e distorções que esvaziam o propósito educativo. Uma crítica construtiva precisa reconhecer o mérito onde há mérito, para então apontar, com ainda mais legitimidade, os desvios que tanto têm comprometido a autoridade dos pais, a dignidade dos professores e o próprio processo de aprendizagem.


O mais doloroso de tudo é constatar que, sob o verniz de tanta teoria libertadora, restou apenas um vazio. Filhos órfãos de pais vivos. Professores desacreditados. E um país que se orgulha de ter aprendido a ler, mas esqueceu de ensinar a compreender, sentir e respeitar.

Se esta crônica tocou em algo dentro de você, talvez ainda haja tempo de abrir os olhos. Antes que o último elo se quebre. Porque, uma vez rompido, ele nunca mais volta a ser como antes.


-/-/-/-/-/-//-//-


Abaixo estão "5 questões discursivas e simples", elaboradas com base no texto fornecido, adequadas ao nível do "Ensino Médio", e alinhadas à disciplina de "Sociologia" — promovendo reflexão crítica e construção de argumentos com base no conteúdo:

✅1. Segundo o autor, como a visão dos filhos em relação aos pais mudou ao longo do tempo? O que isso pode revelar sobre transformações sociais e culturais recentes?

➡ Objetivo: levar o aluno a refletir sobre mudanças nas dinâmicas familiares e o papel da educação no comportamento dos jovens.

✅ 2. O texto menciona Paulo Freire como uma figura central na transformação da educação. Qual a principal crítica feita ao seu legado? Você concorda com essa crítica? Por quê?

➡ Objetivo: estimular a análise crítica de ideias pedagógicas e fomentar o debate sobre diferentes modelos de ensino.

✅ 3. A crônica afirma que o ativismo político passou a substituir o conteúdo nas escolas e universidades. Você acredita que é possível equilibrar engajamento social e formação intelectual? Explique.

➡ Objetivo: promover reflexão sobre o papel da escola na formação cidadã e no desenvolvimento do conhecimento.

✅ 4. O autor fala da perda da autoridade dos pais e professores. Em sua opinião, a autoridade é sempre algo negativo? Como podemos diferenciar autoridade de autoritarismo?

➡ Objetivo: estimular a compreensão de conceitos sociológicos fundamentais, como autoridade, poder e disciplina.

✅ 5. No final do texto, o autor propõe uma crítica mais equilibrada: reconhecer méritos e apontar excessos. Por que esse tipo de abordagem pode ser mais eficaz em debates sociais e educacionais?

➡ Objetivo: incentivar a prática da argumentação construtiva e do diálogo em meio a diferentes visões de mundo.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

"Papo Reto" de um Professor Aposentado ("A educação do lar é o alicerce de todo o futuro." — Victor Hugo)

 


"Papo Reto" de um Professor Aposentado ("A educação do lar é o alicerce de todo o futuro." — Victor Hugo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Há dias em que a sala de aula se transforma num campo de batalha silenciosa. Não se ouve o som das perguntas curiosas, nem o burburinho entusiasmado da descoberta. O que ecoa é a resistência. A resistência de quem, mesmo diante do descaso e da indiferença, insiste em ensinar. Em uma das minhas últimas visitas a uma escola, já aposentado, voltei a sentir o peso de estar ali — não apenas como educador, mas como testemunha de um colapso moral. E foi essa vivência que me fez desejar, mais do que nunca, falar diretamente com os pais. Com a sinceridade de quem já não tem medo de desagradar, e a coragem de quem nada mais tem a perder.

O que vi me estarreceu. Alunos afrontando professores, chamando-os para a briga, exibindo uma postura agressiva e prepotente, como se desrespeitar fosse uma medalha. Era como se seguissem uma cartilha invertida — uma espécie de manual da insubordinação. E, se vocês, pais, acham isso normal ou, pior, aceitam calados, algo está muito errado. Escutem este papo reto: não há educação onde não há limite. Não há futuro onde não há respeito.

Mais assustador do que os comportamentos dos filhos, foram algumas falas ouvidas das próprias mães. Frases como: "Ah, ele não tem medo de polícia, leve-o preso." Ou ainda: "Se meu filho morrer, morreu." Não são apenas choques linguísticos — são retratos do abandono emocional, da naturalização da violência, da desconexão com o valor da vida.

E o desrespeito, infelizmente, não se restringe à escola. Fiquei sabendo de casos de meninas com apenas 12 anos namorando homens adultos. Isso não é namoro. É crime. É abuso contra vulnerável. É violação da infância. Onde estão os responsáveis? Onde está o cuidado?

É preciso resgatar o valor do professor. O respeito ao mestre deve ser inegociável. Gente, sejamos sinceros: a profissão de professor deveria ter o salário mais alto do país. E não é por vaidade ou status, mas pela exigência emocional e social que ela impõe. Educar filhos dos outros, muitas vezes sem o apoio dos próprios pais, é uma missão sobre-humana. Porque quem não respeita o pai e a mãe, dificilmente respeitará qualquer figura de autoridade.

O problema que presenciei não é exclusivo daquela escola. É sistêmico. Está em toda parte. É o desrespeito normalizado, a agressividade transmitida como herança, a negligência camuflada de liberdade. Os filhos repetem o que vivem em casa. Nós, professores, também somos pais e mães. E, com frequência, vemos alunos tratando os próprios genitores com desdém, com deboche, com superioridade. Isso não se aprende sozinho. Isso se vê, se absorve, se repete.

Na escola, o reflexo da casa se projeta com nitidez. O que deveria ser espaço de conhecimento vira campo de conflito. O que antes era troca, vira enfrentamento. E, com todo o respeito aos colegas que continuam na linha de frente, digo com franqueza: eu não queria estar no lugar de vocês. A coragem com que enfrentam essa realidade todos os dias é algo que admiro profundamente.

Escrevo esta crônica como quem grita no meio do caos — não para ofender, mas para despertar. Pais, olhem para seus filhos. Ouçam-nos. Corrijam-nos. Amem com limites. A escola não pode substituir o que só o lar ensina. O respeito se aprende no berço. O futuro começa na sala de casa, não na de aula.

Talvez o que tenha me marcado mais do que o cenário geral de desrespeito tenha sido uma cena específica: uma professora, com olhos marejados, tentando conter um aluno exaltado que a chamava por apelidos ofensivos diante da turma. Ninguém interveio. O silêncio era cúmplice. Naquele instante, entendi que não era apenas a autoridade que estava sendo ferida, mas a dignidade de quem educa. E é por isso que insisto: a escola não pode continuar sendo o único alicerce de uma estrutura que desmorona dentro de casa. É preciso menos grito e mais exemplo, menos omissão e mais presença.

E se hoje ainda conseguimos ensinar alguma coisa, é porque acreditamos que vale a pena lutar. Mesmo quando tudo parece perdido.


/*/*//*//*/*/**/*//


A crônica que acabamos de ler nos traz uma reflexão superimportante sobre a "crise de valores" que atinge as escolas brasileiras. O autor, um professor aposentado, nos mostra o dia a dia de um ambiente de muito desrespeito e os desafios que os educadores enfrentam, muitas vezes sem o apoio necessário. Vamos usar esse texto para pensar, sob a ótica da Sociologia, como as relações sociais se constroem e se desfazem, e qual o papel de cada um nisso. Bora lá?


1. O autor descreve a sala de aula como um "campo de batalha silenciosa" e fala em um "colapso moral". Como esses termos se relacionam com o conceito de "anomia social" em Sociologia, que se refere à ausência ou enfraquecimento de normas e valores na sociedade?


2. O texto apresenta falas de mães que demonstram uma "naturalização da violência" e "desconexão com o valor da vida". Discuta como essa atitude dos pais, aliada ao comportamento dos alunos de "afrontar professores" e "exibir postura agressiva", reflete a "socialização" dos indivíduos no ambiente familiar e como ela se projeta no espaço escolar.


3. O cronista afirma que "a profissão de professor deveria ter o salário mais alto do país" e destaca a "exigência emocional e social" da função. Explique, a partir de uma perspectiva sociológica, por que a "valorização salarial" não é o único fator para a atratividade e o reconhecimento de uma profissão, e que outros aspectos (como prestígio social e condições de trabalho) também são cruciais.


4. O autor defende que "o problema que presenciei não é exclusivo daquela escola. É sistêmico." Como a Sociologia entende os problemas sociais como "sistêmicos" e não apenas individuais? Cite exemplos do texto que indicam que a questão do desrespeito transcende o âmbito da sala de aula.


5. Ao final, o texto diz que "a escola não pode continuar sendo o único alicerce de uma estrutura que desmorona dentro de casa" e que "o respeito se aprende no berço". De que forma essa análise evidencia a "função social da família" como primeira instância de socialização e a corresponsabilidade entre família e escola na formação de cidadãos?

terça-feira, 15 de julho de 2025

O Enigma Alemão e o Valor da Educação ("Uma sociedade que não valoriza seus professores não pode esperar que eles valorizem seu futuro." — John F. Kennedy)

 


O Enigma Alemão e o Valor da Educação ("Uma sociedade que não valoriza seus professores não pode esperar que eles valorizem seu futuro." — John F. Kennedy)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma manhã comum, dessas em que o café parece mais forte que as esperanças de quem ensina. Abri o jornal e lá estava ela: a notícia que me fisgou como um anzol filosófico cravado na carne da minha curiosidade docente. A Alemanha, país modelo em tantos sentidos, paga cerca de 50 mil euros por ano aos seus professores da rede pública — algo em torno de 25 mil reais por mês. Um salário que, aos olhos brasileiros, beira o inacreditável. E, no entanto, as salas seguem vazias.

Sim, vazias. Não por falta de recursos, mas por ausência de vocações. A Alemanha, apesar do salário atrativo, não consegue preencher suas vagas docentes. Recorre, então, a uma alternativa curiosa: convocar profissionais de outras áreas, bem-sucedidos em suas carreiras, para dar aulas. Uma ideia ousada que me fez pensar: para quê o ensino médio tradicional? Para quê o ENEM, se a escola deveria, acima de tudo, preparar os jovens para a vida e o mercado de trabalho?

A questão se agrava no ensino superior. Os cursos de licenciatura, responsáveis por formar professores, não conseguem atrair novos estudantes. A procura é menor do que a necessidade. E isso — mesmo com bons salários — revela algo mais profundo do que uma simples crise numérica: revela a desvalorização simbólica da docência, que nem todo dinheiro do mundo consegue esconder.

Ao longo deste último ano, colecionei outros exemplos, mas esse me parece emblemático. Ele desmascara uma ilusão perigosa: a de que investir financeiramente é suficiente para salvar a educação. Não é. É preciso também investir em justiça pedagógica, em dignidade profissional, em critérios honestos. Aprovar um aluno sem mérito não é inclusão, é negligência. Às vezes, a reprovação ensina mais que uma aprovação inflada para enfeitar relatórios e estatísticas.

Na Finlândia, vi professores entrarem em sala com a mesma solenidade de quem pisa num templo: lá, o educador é escolhido entre os melhores, e ser aprovado para lecionar é uma honra rara. Já no Brasil, presenciei colegas exaustos, carregando pilhas de provas como quem arrasta o próprio desânimo, enquanto alunos desmotivados olham para o futuro com a mesma apatia com que encaram a lousa. Gestores, muitas vezes mais preocupados com indicadores do que com integridade pedagógica, pressionam por aprovações em massa, transformando o ensino em um teatro de aparências. Esses cenários concretos escancaram o abismo entre a vocação e a burocracia, entre o prestígio e o descaso. E é nesse contraste que se revela a urgência de resgatar o sentido perdido da profissão docente.

Como professor, vejo que não se trata apenas de salário, mas de sentido. O sentido de ensinar, de formar, de resistir — mesmo quando tudo aponta para o desânimo. A educação precisa, antes de tudo, ser verdadeira. E, talvez, o maior vazio não esteja nas salas alemãs, mas na coragem coletiva de reconhecer que formar um cidadão exige mais que cifras: exige método, ética e propósito. E falo do propósito vocacional, não de mercenarismo.


https://jornalgrandebahia.com.br/2009/11/falta-de-professores-e-preocupante-na-alemanha/ (Acessado em 15/07/2025)



Como professor de sociologia, desenvolvi estas 5 questões discursivas para explorar as ideias centrais do texto:


QUESTÃO 1 - Trabalho e Sociedade

O texto menciona que a Alemanha paga cerca de 50 mil euros anuais aos professores, mas ainda assim enfrenta escassez de profissionais na educação. Explique por que um salário alto nem sempre é suficiente para atrair pessoas para uma profissão e cite outros fatores que influenciam a escolha profissional na sociedade contemporânea.


QUESTÃO 2 - Valorização Social e Prestígio

O autor fala sobre a "desvalorização simbólica da docência". Analise como o prestígio social de uma profissão pode influenciar mais na escolha de carreira do que apenas os aspectos financeiros. Dê exemplos de profissões que possuem alto prestígio social em nossa sociedade.


QUESTÃO 3 - Educação e Função Social

Quando o texto questiona "para quê o ensino médio tradicional?", está problematizando a função da escola na sociedade. Discuta qual deve ser o papel principal da educação: preparar para o mercado de trabalho ou formar cidadãos críticos? Justifique sua resposta.


QUESTÃO 4 - Políticas Educacionais e Consequências

O autor critica a aprovação de alunos "sem mérito" como forma de "enfeitar relatórios e estatísticas". Analise como certas políticas educacionais podem ter consequências sociais negativas quando priorizam números em vez da qualidade do ensino.


QUESTÃO 5 - Vocação versus Mercado

O texto termina diferenciando "propósito vocacional" de "mercenarismo" na educação. Explique essa distinção e discuta por que é importante que algumas profissões, como a docência, mantenham um caráter vocacional na sociedade moderna.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

A Romaria Incompleta ("A fé não é um refúgio da realidade, mas uma força para enfrentá-la." — Martin Luther King Jr.)

 



A Romaria Incompleta ("A fé não é um refúgio da realidade, mas uma força para enfrentá-la." — Martin Luther King Jr.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Não era apenas mais uma caminhada. Era a romaria do Divino Pai Eterno — uma promessa que me impulsionava a cruzar vinte quilômetros a pé até a cidade de Trindade. No fundo, queria misturar fé e sorte, fazer minha parte no sacrifício e, quem sabe, receber de volta uma bênção nos jogos da vida. Levei comigo a esperança nas pernas e uma companheira de condução que, embora tivesse o mapa da cidade na cabeça, parecia carregar outros planos nos olhos.

A saída foi ainda sob a bênção da lua, brilhava no céu quase cheia, mas ainda sorridente como só ela consegue ser, isto é, quando há silêncio interior suficiente para percebê-la. A Via dos Romeiros já fervilhava de gente — famílias inteiras, devotos solitários, vendedores aos montes — e, a cada passo, parecia que uma nova multidão se somava atrás. Havia algo de bonito naquele caos: pessoas indo em busca de algo maior, mesmo que mal soubessem nomeá-lo.

O trajeto começou em Senador Canedo. Peguei o ônibus até Goiânia e, mesmo com o direito conquistado pela idade recém-chegada, enfrentei resistência para conseguir a passagem gratuita. A velhice, percebi, não basta por si só; é preciso saber reivindicá-la. Já na caminhada, veio a primeira graça da noite: em um ponto de apoio, fui recebido com leite quente com canela, café forte e pão macio (Centro de Apoio ao Romeiro). Minha companheira preferiu chá de erva-doce, talvez tentando acalmar a ansiedade que, mais tarde, se transformaria em pressa.

Mal cheguei à igreja, a primeira missa já estava terminando, e as portas abarrotadas de gente. Quis esperar pela próxima, às 5h30 minutos, repousar os pés e o espírito, mas, a parte frustrante veio na matriz. fui surpreendido pela decisão unilateral da minha parceira de jornada: "Se você quiser seguir a procissão, fique. Eu vou embora. Não aguento mais." Disse isso com a firmeza de quem não estava aberta à negociação, e com a frieza de quem não compreendeu que o sentido da fé também pode estar em permanecer.

No pátio, ao redor do santuário, notei os trajes dos outros romeiros, aspectos que eu já havia observado no trajeto: tênis caros, camisetas fluorescentes, roupas de academia. Estavam preparados para a caminhada, mas não para o templo. Pareciam mais maratonistas do que devotos — um contraste que me deixou inquieto. Afinal, que imagem é essa da fé que vestimos hoje?

Pelo caminho, as barracas disputavam atenção com as preces. Havia de tudo: pamonha, cerveja, terço, sandália, livros. Era o capitalismo disfarçado de romaria — ou talvez o contrário. Fé e comércio já aprenderam a caminhar de mãos dadas, como velhos conhecidos que fingem ainda se estranhar.

Voltei com mais bolhas nos pés do que bênçãos na alma. Mas nem tudo foi em vão. A caminhada me ensinou, mais uma vez, que a fé também se manifesta na frustração — quando não conseguimos o que queremos, mas seguimos em frente mesmo assim. Aprendi que, entre a promessa e o milagre, há sempre o risco do desencontro. E que nem todos os que andam ao nosso lado estão indo na mesma direção.

Talvez minha romaria incompleta, por não ter assistido a nenhuma missa, diga mais sobre mim do que se eu tivesse assistido a todas as missas daquela noite e retornado em êxtase. Carregar uma promessa no peito e não conseguir cumpri-la por inteiro é como ser humano demais: limitado, falho, dependente dos outros e das surpresas do caminho. A fé, afinal, não está no destino alcançado, mas no gesto insistente de caminhar mesmo sabendo que nem sempre se chega aonde se espera. Minha travessia, interrompida pela urgência alheia, revelou o quanto somos romeiros da própria vida — sujeitos a desvios, abandonos e frustrações que nem sempre escolhemos. Mas há beleza também nos trajetos interrompidos, pois mesmo as romarias inacabadas nos transformam. E talvez o verdadeiro altar esteja no ponto exato onde decidimos não desistir de seguir.

A romaria foi dura, mas não inútil. Porque caminhar é, antes de tudo, um ato de fé: a crença de que, ao fim da estrada, algo — ou alguém — nos aguarda. Mesmo que seja apenas o espelho da nossa própria persistência.

*/*/*/*/*/*/*/*/*

Essa crônica nos leva a uma romaria, mas também a uma profunda reflexão sobre a sociedade e o comportamento humano. Vamos usar o texto como base para discutir alguns conceitos importantes da Sociologia. Leiam com atenção e respondam às questões a seguir!


1 - O texto descreve a "Via dos Romeiros" como "fervilhando de gente" e um "caos" com pessoas "em busca de algo maior". Pensando nos conceitos de aglomerado social e multidão, explique como esses fenômenos se manifestam em eventos como a romaria, e quais são os diferentes motivos que podem levar as pessoas a participar de grandes concentrações.


2 - O narrador menciona que "a velhice, percebi, não basta por si só; é preciso saber reivindicá-la" para conseguir a passagem gratuita. Discuta como o trecho ilustra a ideia de direitos sociais e a necessidade de luta por reconhecimento e acesso a esses direitos, mesmo para grupos que possuem amparo legal.


3 - No caminho, o autor observa o contraste entre os trajes "esportivos" dos romeiros e o que seria "adequado para o templo". Analise como essa observação pode nos levar a refletir sobre a secularização da sociedade e as diferentes formas como as pessoas expressam sua religiosidade e seu pertencimento a grupos sociais.


4 - A crônica aponta que "o capitalismo disfarçado de romaria" se manifestava nas barracas com "preços exorbitantes", concluindo que "Fé e comércio já aprenderam a caminhar de mãos dadas". Explique como esse trecho demonstra a mercantilização de aspectos religiosos e culturais na sociedade contemporânea e quais são as implicações sociais dessa relação.


5 - O autor experimenta a frustração da romaria incompleta e conclui que "a fé, afinal, não está no destino alcançado, mas no gesto insistente de caminhar". Relacione essa reflexão com o conceito de resiliência social e a capacidade dos indivíduos e das comunidades de lidar com adversidades, frustrações e desvios de rota em suas jornadas, mantendo a busca por significado.