"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sexta-feira, 14 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (54): Aos Olhos da Fé.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (54): Aos Olhos da Fé. 

Por Claudeci Ferreira de Andrade. 

Na imensidão das igrejas, onde as vozes se elevam em cânticos fervorosos, paira um mistério obscuro que envolve os esquemas administrativos. Como um intrincado labirinto, essas estruturas se entrelaçam em disposições e inter-relações que, à primeira vista, parecem singulares. Porém, a realidade por trás das cortinas revela um cenário complexo, onde sacos de dinheiro são arrecadados e gastos em projetos grandiosos, de desígnio quimérico e ridiculamente vistosos.

Olhando de fora, pode-se admirar a pompa e a extravagância dessas empreitadas, com seus nomes habilmente escolhidos para ressoar na mente dos fiéis. Mas, no silêncio das almas, surge uma pergunta inquietante: para onde estão indo, afinal, as doações generosas dos irmãos contribuintes? Uma incerteza paira sobre o coração desses devotos, que se sentem ausentes, desprovidos do conhecimento sobre o destino final de suas ofertas.

Diante dessa incerteza, alguns corajosos decidem buscar respostas. Eles se aproximam de seus confessores, pastores dirigentes em quem depositam sua confiança, buscando elucidar o mistério que permeia suas doações. No entanto, o que recebem são explicações evasivas, impregnadas de emoção contida. "Nada do que pertence à Associação ou Missão deve entrar em qualquer cogitação, mesmo por empréstimo de alguns dias" (PINHO, 1980, p106). Dizem eles, em um tom que mescla sutileza e obscuridade.

É nesse momento que as máscaras começam a cair, revelando uma realidade desconcertante. Por trás das cortinas, há um jogo de interesses em movimento, uma teia tecida por aqueles que deveriam ser guardiões da fé e da generosidade. Os projetos grandiosos, por mais esplendorosos que sejam, se tornam veículos para a projeção pessoal e o benefício individual de alguns líderes. As palavras sagradas, que deveriam guiar os passos dos fiéis, se perdem em meio a jogos de poder e manipulação.

Nesse emaranhado de desilusões, o irmão contribuinte se vê perdido, desviado de seu propósito inicial. Afinal, ele não buscou ver as "janelas do céu se abrirem" apenas para enxergar seus recursos desvanecerem em meio a intrigas e interesses pessoais. Sua fé clama por transparência, por uma resposta que lhe traga paz de espírito e a certeza de que suas doações estão sendo verdadeiramente destinadas àqueles que necessitam.

Ao refletir sobre esses eventos, vividos como quem testemunha a fragilidade humana, somos desafiados a questionar nossos próprios valores e a nos tornarmos agentes de transformação. A mensagem impactante que ecoa em cada linha dessa crônica é clara: é necessário resgatar a verdadeira essência da fé, onde a caridade é o aperfeiçoamento.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (53): Paulo, o Apóstolo da Compaixão.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (53): Paulo, o Apóstolo da Compaixão.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma manhã ensolarada, o céu azul se estendia como um imenso manto sobre a cidade. Entre as vielas e ruelas, onde a rotina agitada se desenrolava, havia algo além do comum. Uma energia, um chamado que ecoava pelos corações sensíveis e tocava profundamente as almas daqueles que tinham ouvidos para ouvir.

A Teologia da Sã Consciência, uma dádiva divina para a humanidade, revelava-se como uma medida providencial de Deus para o exercício da caridade. Em meio a essa sinfonia celestial, ressoavam as palavras do Profeta Malaquias, que em seu zelo pela casa do Senhor proclamou: "... a fim de que haja mantimento em minha casa..." (Ml 3:10 BJ). O cuidado com a sustentação do templo sagrado revelava a importância de se manter acesa a chama da generosidade e do apoio mútuo.

A narrativa se desenrola e, como um fio condutor, segue os passos do apóstolo Paulo, cujo coração transbordava de compaixão pelos irmãos da Judéia. Ele sabia que a caridade não se limitava às quatro paredes da igreja, mas se estendia além, abraçando vidas e aliviando sofrimentos. O apóstolo não hesitou em estender a mão e proclamar: "... socorro aos irmãos que moravam na Judéia" (At 11:19 BRT). Suas ações exemplares ecoaram através dos séculos, inspirando gerações a seguirem seu nobre exemplo.

Era notável como todos os contribuintes, conscientes da relevância de suas ofertas, entregavam-nas aos discípulos com confiança. Essa consciência aguçada permitia que as dádivas fossem direcionadas com sabedoria, garantindo que cada recurso fosse bem empregado. Afinal, não se tratava apenas de doar por doar, mas de desencadear uma corrente de transformação capaz de alcançar horizontes inimagináveis.

A caridade fervilhava nas veias da comunidade, manifestando-se de maneira grandiosa e frutífera. O Evangelho, proclamado a todas as criaturas debaixo do céu, fluía como um rio impetuoso, inundando corações e reacendendo a chama da esperança. O impacto desse movimento era avassalador, transformando vidas, fortalecendo laços e construindo um caminho de redenção e amor.

Ao refletir sobre essa jornada repleta de desafios e vitórias, sou levado a um profundo questionamento. Será que compreendemos verdadeiramente a importância do exercício da caridade? Será que percebemos o poder transformador que cada gesto, cada doação, cada ato de amor pode ter na vida daqueles que estão ao nosso redor?

Que possamos, hoje e sempre, despertar para a grandiosidade da Teologia da Sã Consciência, abraçando-a como um farol que indica os rumos do paraíso.

quinta-feira, 13 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (52): A Importância da Destinação da Doação.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (52): A Importância da Destinação da Doação.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

É curioso como a atenção divina, no intricado plano da Salvação, se volta para os "pequeninos" de nossa sociedade. A voz do Altíssimo ecoa com poderosas palavras: "... 'Em verdade vos digo: cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes'" (Mt 25:40 BJ). Essa revelação desperta em nós uma reflexão profunda sobre a importância de direcionarmos nossos esforços e recursos às necessidades dos humildes e desamparados que atravessam nosso caminho.

A Bíblia, em sua sabedoria milenar, nos apresenta um panorama desses indivíduos carentes: órfãos, viúvas, vítimas e aqueles que compartilham de uma simplicidade comum. Esses são os agraciados pela palavra de Deus, e é por meio de meios viáveis e circunstâncias propícias que nossa missão ganha forma. A religião verdadeira, como Tiago nos revela, encontra seu propósito na ajuda aos órfãos e às viúvas em suas aflições, enquanto se mantém incólume diante das forças corruptoras deste mundo (Tg 1:27 BLH).

Paulo, em sua magnificência, expande ainda mais o alcance dessa religião genuína ao afirmar: "... Mas Deus me demonstrou que a nenhum homem considerasse comum ou imundo" (At 18:28 BVN). Essa revelação divina nos convoca a ampliar nossa responsabilidade para com aqueles que sofrem e estão desfavorecidos ao nosso redor. É um chamado irrefutável para que nosso coração generoso estenda suas mãos aos necessitados, reconhecendo a divindade presente em cada ser humano, independentemente de sua condição ou circunstância.

Ao refletirmos sobre o destino de nossas doações, uma pergunta crucial surge em nossa consciência: é importante, de fato, para o doador, saber para onde seus recursos são direcionados? A resposta ressoa com força e clareza: sim, é de vital importância. Cada centavo doado carrega consigo o poder de mudar vidas e oferecer esperança àqueles que mais precisam. É nosso dever assegurar que nossas contribuições sejam encaminhadas com responsabilidade, transparência e dedicação, para que alcancem seu objetivo último: proporcionar alívio, amparo e transformação.

Nessa jornada de generosidade, que nos conduz a um entendimento mais profundo do propósito de nossa existência, que possamos nos tornar mordomos diligentes, zelosos pelo bem-estar dos nossos irmãos e irmãs mais necessitados. Que cada ato de doação seja permeado por uma consciência amorosa, capaz de enxergar a face de Deus naqueles que atravessam nosso caminho.

Não se trata apenas de entregar recursos materiais, mas de compartilhar uma parte de nossa própria humanidade, de criar uma rede de solidariedade que transcende as barreiras do tempo e do espaço. Pois, ao darmos aos pequeninho, estamos emprestando a Deus.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (51): A Teologia da Sã Consciência.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (51): A Teologia da Sã Consciência.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Embarquei nesta jornada espiritual, um caminho que cada um de nós, irmãos na fé, trilha como um núcleo autônomo na vastidão do divino. Uma teologia da sã consciência, repleta de responsabilidades divinas, ressoa em meu coração, guiando-me numa jornada única. Como mordomos de Deus, somos selados e liberados para participar ativamente da grandiosa Economia Divina, uma doutrina que se estende desde Gênesis até o Apocalipse.

Ao longo deste caminho, uma máxima se impõe: nunca comprar ou vender o que recebemos de graça. As palavras de Cristo ecoam em minha consciência: "... Recebestes de graça, dai de graça!" (Mt 10:8 BSV). A cada um de nós foi confiada a sagrada responsabilidade de compartilhar as Boas Novas da Salvação com o mundo, não para vendê-las, mas para oferecê-las livremente, como presentes divinos.

Uma advertência ressoa em meu ser: aqueles que servem a Deus por dinheiro, acabarão por servir ao Diabo em busca de um salário melhor. A verdadeira dedicação a uma causa consagrada requer um plano divino, desprovido de interesses materiais. Não podemos permitir que a motivação financeira obscureça nossa visão da essência da fé.

Recordo-me vividamente das palavras do apóstolo Paulo aos irmãos de Tessalônica: "Certamente vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadigas, trabalhando de noite e de dia para não sermos pesados a nenhum de vós, pregamos entre vós o Evangelho de Deus" (I Ts 2:9 BSEP). Esta passagem ressoa como um poderoso lembrete de que nossa missão transcende os limites do tempo e do espaço, exigindo de nós uma entrega incansável, mesmo nas horas mais sombrias.

E assim, como alguém que vivenciou essa jornada, trago uma reflexão profunda aos leitores: cada um de nós é um mordomo divino, encarregado de uma tarefa sagrada. O verdadeiro valor de nossa contribuição está na generosidade de nosso espírito e na vontade de compartilhar o amor de Deus, sem buscar recompensas terrenas. Que possamos nos desprender dos apegos materiais e abraçar a grandiosidade da obra divina.

Em um mundo que muitas vezes se perde na voracidade do lucro e da ambição desmedida, nossa mensagem ressoa com força e clareza: o verdadeiro propósito do serviço a Deus é desinteressado e transcendental. Que possamos, cada vez mais, honrar essa teologia da sã consciência, tornando-nos mordomos exemplares, fiéis à sublime missão que nos foi confiada. Que a graça que recebemos se transforme em uma corrente de amor e compartilhamento, para que o mundo possa encontrar a verdadeira redenção em suas sendas. E assim, encerro esta crônica com uma mensagem impactante: a verdadeira redenção reside na capacidade de amar e compartilhar, livre de amarras materiais. Que possamos todos encontrar essa verdade em nossas sendas.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (50): O Destino dos Mordomos Divinos.

 


Crônicas

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (50): O Destino dos Mordomos Divinos.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma época de transformação e transcendência. O eco das palavras de Jesus Cristo, proferidas aos Seus discípulos, ainda ressoava no ar: "Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos" (Mt 28:19 BJ). E em março de 1979, naquele momento, ainda molhado com as águas do tanque batismal da igreja Adventista do Sétimo Dia, eu me perguntei se Ele estava sugerindo a construção de uma instituição formal, uma ONG ou até mesmo uma imensa empresa, com seus presidentes, tesoureiros e toda a parafernália, tudo isso para vender Sua graça. Afinal, como seriam interpretadas tais palavras?

A questão sobre o que o Juiz diria a cada mordomo do Senhor naquele grande dia pairava em minha mente. Cada um de nós teria que prestar contas, minuciosamente, de cada centavo que deveria ter sido empregado na nobre tarefa de pregar o Evangelho. Contudo, em vez disso, esses recursos preciosos eram enterrados sem frutificar nas arcas das igrejas e nos bolsos dos chamados "profissionais" da religião, indivíduos que ostentavam um status social inflado e redes de televisão. Seriam eles os verdadeiros guardiões da mensagem divina?

Então o outro anjo, o da direita, sussurrava no ouvido, com toda a segurança e convicção: afirmo que esses desavisados ou mal-avisados serão condenados, assim como o escravo descrito na parábola dos talentos, aquele que foi considerado "mau e preguiçoso". O destino deles será lançado nas trevas, onde o choro e o ranger de dentes ecoarão como um triste lamento (Mt 25:25.30 BJ).

Refletindo sobre tudo o que vivenciei, compreendi que cada um de nós é chamado a exercer o papel de mordomo divino. A missão de propagar a mensagem de amor e salvação não pode ser delegada exclusivamente a estruturas institucionais, tampouco se trata de uma mercadoria a ser comercializada. É um chamado que se manifesta na simplicidade e pureza do coração, independentemente de títulos ou riquezas terrenas.

Ao relembrar essa jornada, repleta de desafios e questionamentos, meu coração se enche de uma mensagem impactante e transformadora: cada um de nós, como mordomos divinos, possui um papel crucial na expansão do Reino de Deus. Não é por meio de aparatos grandiosos ou ostentações que cumprimos nossa missão, mas sim através do uso sábio e responsável dos recursos e talentos que nos foram confiados.

Que possamos refletir sobre nossas ações e escolhas, reconhecendo que o verdadeiro serviço ao Senhor transcende as barreiras do poder e da ostentação. Que possamos ser mordomos fiéis, conscientes de que nosso compromisso com a verdadeira essência do Evangelho é o que nos guiará ao encontro da graça divina. E, no grande dia do acerto de contas, possamos ouvir do Juiz as palavras que anseiam pelo nosso coração: "...Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!" (Mt 25:23).

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (49): O Chamado da Responsabilidade: Os Mordomos Divinos.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (49): O Chamado da Responsabilidade: Os Mordomos Divinos.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Há uma grandiosidade indescritível na sensação de que todos os tesouros do mundo são confiados a nós, meros seres humanos, como se fôssemos os administradores dessa riqueza divina. A noção de que Deus é o proprietário supremo de tudo o que existe nos faz refletir sobre a nossa própria responsabilidade como mordomos dos seus dons.

Em meio a essa vastidão que abrange a terra e tudo o que nela habita, somos agraciados com uma incumbência especial: pregar a Palavra de Deus diretamente aos corações das pessoas. Essa responsabilidade traz consigo a missão de utilizar os recursos necessários para viabilizar o trabalho missionário. Seja através de tesouros materiais, talentos individuais, dedicação de tempo ou esforço corporal, somos chamados a empregar esses meios para cumprir com excelência nossa obrigação cristã.

No entanto, surge uma inquietante contradição, quando percebemos que muitas vezes os indivíduos são impedidos pelas instituições religiosas de utilizar seus dízimos e ofertas em obras que consideram ser do Senhor. Essa proibição acaba por se tornar um obstáculo à evangelização, transformando a própria igreja em um tropeço. Essa reflexão me faz lembrar das palavras inspiradoras: "A comissão do Salvador aos discípulos incluía todos os crentes. Abrange todos crestes em Cristo até ao fim dos séculos. É um erro fatal supor que a obra de salvar almas depende apenas do ministro ordenado (igreja empresarial). Todos a quem veio a celestial inspiração, são depositários do evangelho. Todos os quantos recebem a vida de Cristo são mandados trabalhar pela salvação de seus semelhantes. Para essa obra foi estabelecida a igreja, e todos quantos tomam sobre si os seus sagrados votos, comprometem-se, assim a ser coobreiros de Cristo" (WHITE, s/data, p611).

É inegável que a responsabilidade da evangelização não recai exclusivamente sobre os ombros dos pastores, pois a capacidade de realizar essa missão está presente em cada indivíduo. Seria irônico demais que apenas o pastor recebesse um salário, enquanto os irmãos pagam para trabalhar( o pastor ganha para pregar, os irmãos pagam para pregar). A ação missionária é uma tarefa que abrange todo o povo de Deus, independentemente da posição social ou da simplicidade de cada um. Cada irmão, munido da autonomia do Espírito Santo, possui a capacidade de ministrar a Palavra de Deus em qualquer lugar e utilizar os recursos divinos disponíveis para cumprir sua obrigação cristã de maneira exemplar.

Olhando para trás, como alguém que viveu e testemunhou esses eventos, compreendo que nossa jornada como mordomos divinos é uma responsabilidade que ultrapassa fronteiras e rompe com as barreiras estabelecidas pela tradição. Somos convocados a despertar para a grandiosidade dessa tarefa e a agir de acordo com os dons e meios que nos foram confiados. Que possamos, como coobreiros de Cristo, enxergar a manipulação dos dons e talentos dos membros de igreja por seus líderes.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (48): A Dança dos Dons.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (48): A Dança dos Dons.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Na vastidão de uma vida repleta de escolhas, somos convidados a dançar ao ritmo dos nossos próprios dons. É como se estivéssemos em uma pista, prontos para movimentar nossos corpos e expressar nossas mais profundas convicções. Mas, essa dança não se limita apenas aos passos que damos em busca de nossos objetivos pessoais. Ela vai além, transcende as fronteiras do eu e se estende ao cuidado pelo próximo.

Com a mesma alegria e liberdade que nos é concedida para decidir o valor que iremos ofertar, devemos também assumir a responsabilidade de escolher quando, onde e como dar. Essa é uma jornada que só nós podemos percorrer, uma prova de nossa fidelidade individual. No entanto, é triste constatar que muitos, por comodismo ou desinteresse, negligenciam essa responsabilidade fundamental. E ao fazê-lo, acabam perdendo muito mais do que podem imaginar: a oportunidade de alcançar a Vida eterna.

Em um mundo onde é tão fácil transferir nossas obrigações para outros, é essencial lembrarmos que cada um de nós prestará contas de nossas ações diante de Deus. A passagem bíblica nos adverte: "Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus" (Rm 14:12 BSV). Essa afirmação ressoa em meu coração como um chamado para a reflexão e ação individual.

Recordo-me de momentos em que me vi tentado a delegar minha responsabilidade, a esperar que outros tomassem a iniciativa de agir em prol do bem. Mas, à medida que a vida se desenrolava diante dos meus olhos, percebi que a verdadeira transformação acontece quando assumimos nosso papel ativo nessa dança dos dons. É quando decidimos, com coragem e convicção, fazer a diferença.

Cada um de nós carrega dentro de si habilidades únicas, talentos que podem ser empregados para impactar positivamente o mundo ao nosso redor. Porém, esses dons não devem ser vistos como meros privilégios pessoais; são instrumentos poderosos para o serviço e o cuidado com o próximo. São oportunidades de expressar amor, compaixão e solidariedade em um mundo que tanto precisa.

Ao final desta crônica, olho para trás e reconheço as escolhas que fiz ao longo da minha jornada. Percebo que a verdadeira essência da fidelidade individual está na coragem de assumir nossa responsabilidade pessoal, de agir em consonância com nossos valores e convicções mais profundas. Não podemos terceirizar a missão de cuidar do outro, de estender a mão e fazer a diferença na vida das pessoas.

Portanto, convido cada um de vocês, leitores, a dançarem essa dança dos dons com uma consciência renovada. Não se contentem em simplesmente observar à margem. Sejam protagonistas dessa história, assumam o compromisso de serem agentes de transformação. Que nossas escolhas, feitas com alegria e liberdade, sejam um reflexo de nossa responsabilidade individual.