"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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quinta-feira, 13 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (51): A Teologia da Sã Consciência.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (51): A Teologia da Sã Consciência.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Embarquei nesta jornada espiritual, um caminho que cada um de nós, irmãos na fé, trilha como um núcleo autônomo na vastidão do divino. Uma teologia da sã consciência, repleta de responsabilidades divinas, ressoa em meu coração, guiando-me numa jornada única. Como mordomos de Deus, somos selados e liberados para participar ativamente da grandiosa Economia Divina, uma doutrina que se estende desde Gênesis até o Apocalipse.

Ao longo deste caminho, uma máxima se impõe: nunca comprar ou vender o que recebemos de graça. As palavras de Cristo ecoam em minha consciência: "... Recebestes de graça, dai de graça!" (Mt 10:8 BSV). A cada um de nós foi confiada a sagrada responsabilidade de compartilhar as Boas Novas da Salvação com o mundo, não para vendê-las, mas para oferecê-las livremente, como presentes divinos.

Uma advertência ressoa em meu ser: aqueles que servem a Deus por dinheiro, acabarão por servir ao Diabo em busca de um salário melhor. A verdadeira dedicação a uma causa consagrada requer um plano divino, desprovido de interesses materiais. Não podemos permitir que a motivação financeira obscureça nossa visão da essência da fé.

Recordo-me vividamente das palavras do apóstolo Paulo aos irmãos de Tessalônica: "Certamente vos lembrais, irmãos, do nosso trabalho e fadigas, trabalhando de noite e de dia para não sermos pesados a nenhum de vós, pregamos entre vós o Evangelho de Deus" (I Ts 2:9 BSEP). Esta passagem ressoa como um poderoso lembrete de que nossa missão transcende os limites do tempo e do espaço, exigindo de nós uma entrega incansável, mesmo nas horas mais sombrias.

E assim, como alguém que vivenciou essa jornada, trago uma reflexão profunda aos leitores: cada um de nós é um mordomo divino, encarregado de uma tarefa sagrada. O verdadeiro valor de nossa contribuição está na generosidade de nosso espírito e na vontade de compartilhar o amor de Deus, sem buscar recompensas terrenas. Que possamos nos desprender dos apegos materiais e abraçar a grandiosidade da obra divina.

Em um mundo que muitas vezes se perde na voracidade do lucro e da ambição desmedida, nossa mensagem ressoa com força e clareza: o verdadeiro propósito do serviço a Deus é desinteressado e transcendental. Que possamos, cada vez mais, honrar essa teologia da sã consciência, tornando-nos mordomos exemplares, fiéis à sublime missão que nos foi confiada. Que a graça que recebemos se transforme em uma corrente de amor e compartilhamento, para que o mundo possa encontrar a verdadeira redenção em suas sendas. E assim, encerro esta crônica com uma mensagem impactante: a verdadeira redenção reside na capacidade de amar e compartilhar, livre de amarras materiais. Que possamos todos encontrar essa verdade em nossas sendas.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (50): O Destino dos Mordomos Divinos.

 


Crônicas

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (50): O Destino dos Mordomos Divinos.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma época de transformação e transcendência. O eco das palavras de Jesus Cristo, proferidas aos Seus discípulos, ainda ressoava no ar: "Ide, portanto, e fazei que todas as nações se tornem discípulos" (Mt 28:19 BJ). E em março de 1979, naquele momento, ainda molhado com as águas do tanque batismal da igreja Adventista do Sétimo Dia, eu me perguntei se Ele estava sugerindo a construção de uma instituição formal, uma ONG ou até mesmo uma imensa empresa, com seus presidentes, tesoureiros e toda a parafernália, tudo isso para vender Sua graça. Afinal, como seriam interpretadas tais palavras?

A questão sobre o que o Juiz diria a cada mordomo do Senhor naquele grande dia pairava em minha mente. Cada um de nós teria que prestar contas, minuciosamente, de cada centavo que deveria ter sido empregado na nobre tarefa de pregar o Evangelho. Contudo, em vez disso, esses recursos preciosos eram enterrados sem frutificar nas arcas das igrejas e nos bolsos dos chamados "profissionais" da religião, indivíduos que ostentavam um status social inflado e redes de televisão. Seriam eles os verdadeiros guardiões da mensagem divina?

Então o outro anjo, o da direita, sussurrava no ouvido, com toda a segurança e convicção: afirmo que esses desavisados ou mal-avisados serão condenados, assim como o escravo descrito na parábola dos talentos, aquele que foi considerado "mau e preguiçoso". O destino deles será lançado nas trevas, onde o choro e o ranger de dentes ecoarão como um triste lamento (Mt 25:25.30 BJ).

Refletindo sobre tudo o que vivenciei, compreendi que cada um de nós é chamado a exercer o papel de mordomo divino. A missão de propagar a mensagem de amor e salvação não pode ser delegada exclusivamente a estruturas institucionais, tampouco se trata de uma mercadoria a ser comercializada. É um chamado que se manifesta na simplicidade e pureza do coração, independentemente de títulos ou riquezas terrenas.

Ao relembrar essa jornada, repleta de desafios e questionamentos, meu coração se enche de uma mensagem impactante e transformadora: cada um de nós, como mordomos divinos, possui um papel crucial na expansão do Reino de Deus. Não é por meio de aparatos grandiosos ou ostentações que cumprimos nossa missão, mas sim através do uso sábio e responsável dos recursos e talentos que nos foram confiados.

Que possamos refletir sobre nossas ações e escolhas, reconhecendo que o verdadeiro serviço ao Senhor transcende as barreiras do poder e da ostentação. Que possamos ser mordomos fiéis, conscientes de que nosso compromisso com a verdadeira essência do Evangelho é o que nos guiará ao encontro da graça divina. E, no grande dia do acerto de contas, possamos ouvir do Juiz as palavras que anseiam pelo nosso coração: "...Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco, eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!" (Mt 25:23).

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (49): O Chamado da Responsabilidade: Os Mordomos Divinos.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (49): O Chamado da Responsabilidade: Os Mordomos Divinos.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Há uma grandiosidade indescritível na sensação de que todos os tesouros do mundo são confiados a nós, meros seres humanos, como se fôssemos os administradores dessa riqueza divina. A noção de que Deus é o proprietário supremo de tudo o que existe nos faz refletir sobre a nossa própria responsabilidade como mordomos dos seus dons.

Em meio a essa vastidão que abrange a terra e tudo o que nela habita, somos agraciados com uma incumbência especial: pregar a Palavra de Deus diretamente aos corações das pessoas. Essa responsabilidade traz consigo a missão de utilizar os recursos necessários para viabilizar o trabalho missionário. Seja através de tesouros materiais, talentos individuais, dedicação de tempo ou esforço corporal, somos chamados a empregar esses meios para cumprir com excelência nossa obrigação cristã.

No entanto, surge uma inquietante contradição, quando percebemos que muitas vezes os indivíduos são impedidos pelas instituições religiosas de utilizar seus dízimos e ofertas em obras que consideram ser do Senhor. Essa proibição acaba por se tornar um obstáculo à evangelização, transformando a própria igreja em um tropeço. Essa reflexão me faz lembrar das palavras inspiradoras: "A comissão do Salvador aos discípulos incluía todos os crentes. Abrange todos crestes em Cristo até ao fim dos séculos. É um erro fatal supor que a obra de salvar almas depende apenas do ministro ordenado (igreja empresarial). Todos a quem veio a celestial inspiração, são depositários do evangelho. Todos os quantos recebem a vida de Cristo são mandados trabalhar pela salvação de seus semelhantes. Para essa obra foi estabelecida a igreja, e todos quantos tomam sobre si os seus sagrados votos, comprometem-se, assim a ser coobreiros de Cristo" (WHITE, s/data, p611).

É inegável que a responsabilidade da evangelização não recai exclusivamente sobre os ombros dos pastores, pois a capacidade de realizar essa missão está presente em cada indivíduo. Seria irônico demais que apenas o pastor recebesse um salário, enquanto os irmãos pagam para trabalhar( o pastor ganha para pregar, os irmãos pagam para pregar). A ação missionária é uma tarefa que abrange todo o povo de Deus, independentemente da posição social ou da simplicidade de cada um. Cada irmão, munido da autonomia do Espírito Santo, possui a capacidade de ministrar a Palavra de Deus em qualquer lugar e utilizar os recursos divinos disponíveis para cumprir sua obrigação cristã de maneira exemplar.

Olhando para trás, como alguém que viveu e testemunhou esses eventos, compreendo que nossa jornada como mordomos divinos é uma responsabilidade que ultrapassa fronteiras e rompe com as barreiras estabelecidas pela tradição. Somos convocados a despertar para a grandiosidade dessa tarefa e a agir de acordo com os dons e meios que nos foram confiados. Que possamos, como coobreiros de Cristo, enxergar a manipulação dos dons e talentos dos membros de igreja por seus líderes.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (48): A Dança dos Dons.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (48): A Dança dos Dons.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Na vastidão de uma vida repleta de escolhas, somos convidados a dançar ao ritmo dos nossos próprios dons. É como se estivéssemos em uma pista, prontos para movimentar nossos corpos e expressar nossas mais profundas convicções. Mas, essa dança não se limita apenas aos passos que damos em busca de nossos objetivos pessoais. Ela vai além, transcende as fronteiras do eu e se estende ao cuidado pelo próximo.

Com a mesma alegria e liberdade que nos é concedida para decidir o valor que iremos ofertar, devemos também assumir a responsabilidade de escolher quando, onde e como dar. Essa é uma jornada que só nós podemos percorrer, uma prova de nossa fidelidade individual. No entanto, é triste constatar que muitos, por comodismo ou desinteresse, negligenciam essa responsabilidade fundamental. E ao fazê-lo, acabam perdendo muito mais do que podem imaginar: a oportunidade de alcançar a Vida eterna.

Em um mundo onde é tão fácil transferir nossas obrigações para outros, é essencial lembrarmos que cada um de nós prestará contas de nossas ações diante de Deus. A passagem bíblica nos adverte: "Assim, pois, cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus" (Rm 14:12 BSV). Essa afirmação ressoa em meu coração como um chamado para a reflexão e ação individual.

Recordo-me de momentos em que me vi tentado a delegar minha responsabilidade, a esperar que outros tomassem a iniciativa de agir em prol do bem. Mas, à medida que a vida se desenrolava diante dos meus olhos, percebi que a verdadeira transformação acontece quando assumimos nosso papel ativo nessa dança dos dons. É quando decidimos, com coragem e convicção, fazer a diferença.

Cada um de nós carrega dentro de si habilidades únicas, talentos que podem ser empregados para impactar positivamente o mundo ao nosso redor. Porém, esses dons não devem ser vistos como meros privilégios pessoais; são instrumentos poderosos para o serviço e o cuidado com o próximo. São oportunidades de expressar amor, compaixão e solidariedade em um mundo que tanto precisa.

Ao final desta crônica, olho para trás e reconheço as escolhas que fiz ao longo da minha jornada. Percebo que a verdadeira essência da fidelidade individual está na coragem de assumir nossa responsabilidade pessoal, de agir em consonância com nossos valores e convicções mais profundas. Não podemos terceirizar a missão de cuidar do outro, de estender a mão e fazer a diferença na vida das pessoas.

Portanto, convido cada um de vocês, leitores, a dançarem essa dança dos dons com uma consciência renovada. Não se contentem em simplesmente observar à margem. Sejam protagonistas dessa história, assumam o compromisso de serem agentes de transformação. Que nossas escolhas, feitas com alegria e liberdade, sejam um reflexo de nossa responsabilidade individual.

quarta-feira, 12 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (47): O Cuidado que Transcende o Dinheiro.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (47): O Cuidado que Transcende o Dinheiro.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A vida nos surpreende de diversas maneiras, lançando-nos em dilemas morais e questionamentos profundos sobre nosso papel como cristãos. Uma questão em particular ecoa em minha mente, trazendo consigo uma urgência que não pode ser ignorada. É uma reflexão sobre o verdadeiro significado de ser um seguidor de Cristo e o compromisso que temos com nosso próximo.

Lembro-me das palavras do renomado autor, que em seu livro destaca: "Dar dinheiro à igreja como substituto do cuidado pelo povo, é negação daquilo que significa ser cristão. O dinheiro que temos, a habilidade que temos, a experiência cristã que temos, jamais devem ser um escape de qualquer situação humana, mas deve representar real amor e compaixão por outrem" (HAPPENSTALL, 1976, p133). Essas palavras ressoam profundamente em minha alma, como um chamado para a ação.

À medida que mergulhamos nas páginas da história, não podemos deixar de nos questionar: será que nosso grande exemplo, Cristo, assumiu o papel de omisso, transferindo Suas responsabilidades para os tesoureiros do templo ou para qualquer outra pessoa? A resposta é clara e inequívoca: não, Cristo não pecou, e a omissão é, sem dúvida, um pecado que não podemos ignorar. As palavras do apóstolo Tiago ecoam em nossos ouvidos: "Lembrem-se também de que, saber o que deve ser feito e não fazer, é pecado" (Tg 4:17 BV).

É fácil cair na armadilha de acreditar que nosso dever é cumprido ao depositar uma oferta ou doação na caixa da igreja. Porém, como cristãos, somos chamados a ir além disso. O verdadeiro amor e compaixão não podem ser substituídos por meras transações financeiras. Não podemos permitir que o dinheiro seja um escape para nossas responsabilidades em relação aos outros.

Olhando para trás, vejo situações em que a omissão prevaleceu, momentos em que fechei os olhos para as necessidades ao meu redor. Mas hoje, em meio a essa crônica, reconheço a importância de agir de forma verdadeiramente cristã. Não é suficiente saber o que deve ser feito; devemos ter a coragem e a determinação de agir em prol do bem.

Convido cada um de vocês, meus amados leitores, a refletir sobre seu próprio papel nessa jornada. Não se deixem enganar pelo engodo do dinheiro, da habilidade ou da experiência cristã acumulada. O verdadeiro cuidado pelo próximo vai além de meros gestos financeiros. Envolve estar presente, ouvir, ajudar e amparar quando necessário.

A mensagem que ecoa em meu coração é clara: precisamos despertar para o verdadeiro significado do amor e da compaixão cristã. Não sejamos omissos diante das necessidades que nos cercam. Abandonemos a falsa ideia de que nossas obrigações são transferidas para os líderes da igreja. Assumamos nossa responsabilidade individual de cuidar e zelar pelo bem-estar dos outros.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (46): A Responsabilidade dos Talentos.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (46): A Responsabilidade dos Talentos.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Há uma história que se desenrola entre os "crentes" deste mundo, uma história marcada pela omissão e pela falta de responsabilidade individual. Aqueles que se intitulam seguidores de Deus parecem ter esquecido o verdadeiro significado de ser um "servo", um administrador fiel de seus próprios talentos, tesouros e tempo.

Lembro-me das palavras do Mestre, quando Ele nos chamou para esse papel: "Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu Senhor!" (Mt 25:21 BJ). Essa parábola dos talentos nos ensina sobre a importância da fidelidade individual e da administração consciente daquilo que nos é confiado.

É lamentável constatar como muitos se desviam desse caminho de fidelidade, perdidos em suas próprias negligências. A responsabilidade de cultivar e multiplicar os talentos que nos foram dados não pode ser transferida para outrem. Cada um de nós, convertidos ao Reino de Deus, é convocado para essa tarefa singular.

Ao observar o cenário, vejo esses "crentes" inconsequentes, desviando o olhar de sua própria responsabilidade, entregando seus talentos nas mãos dos outros (pastores de igreja), como se isso fosse suficiente. Enganam-se ao pensar que Deus os isentou dessa responsabilidade individual. Pelo contrário, Ele nos confiou o domínio sobre o pouco, para que pudéssemos ser colocados no comando do muito.

Minha jornada levou-me a testemunhar os resultados dessa omissão. Vejo vidas desperdiçadas, talentos ocultos, potenciais não realizados. É como se uma névoa densa envolvesse aqueles que se esqueceram do chamado divino e da responsabilidade inerente a ele.

Caro leitor, devo confessar que é doloroso presenciar essa realidade. É uma ferida aberta no coração daqueles que, com sinceridade, buscam uma vida de serviço e dedicação. Mas, não posso me limitar a apenas lamentar. É meu dever compartilhar essa experiência com você, transmitir a mensagem para qual somos chamados a mais do que uma vida de comodismo e preguiça.

Em cada palavra que escrevo, sinto o peso da responsabilidade que carrego. Sou testemunha de uma verdade que não pode ser ignorada: a responsabilidade individual é a chave para a transformação pessoal e coletiva. Cada talento negligenciado é uma oportunidade perdida, cada recurso mal administrado é um passo em direção ao fracasso.

Portanto, que possamos despertar desse sono profundo da omissão. Que possamos compreender a importância de cuidar dos nossos próprios talentos, tesouros e tempo. Não podemos permitir que a inércia nos domine. Devemos ser administradores fiéis, multiplicando os dons que nos foram confiados.

Assim, caro leitor, convido-o a refletir sobre o seu papel neste mundo. Que você possa enxergar além das sombras da negligência e abraçar a responsabilidade que lhe foi concedida.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (45): O Peso da Consciência.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (45): O Peso da Consciência.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Caro leitor, permita-me questioná-lo: você daria esmola em dinheiro a um pedinte viciado, sabendo que essa doação seria trocada por bebida alcoólica ou outras drogas? Essa indagação, por mais desconfortável que seja, nos remete a uma reflexão profunda. O apóstolo Paulo, em sua Carta aos Romanos, nos adverte sobre a responsabilidade não apenas daqueles que praticam o mal, mas também daqueles que o aplaudem ou contribuem para que ele aconteça. É um pecado grave, um ato de conivência com a maldade.

"Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem" (Rm 1:32 BVN). Infelizmente, muitos membros da igreja estão caindo nessa armadilha e cometendo um pecado tão grandioso! É surpreendente como pessoas "inteligentes" continuam levando seus dízimos e ofertas, alimentando seus líderes religiosos, e ainda dizem: "Eu fiz a minha parte, se eles fazem mau uso, terão que responder perante Deus!" É alarmante constatar como encontram respaldo em livros de autores de personalidade duvidosa, que, ao desconsiderarem outras citações que contradizem sua posição, incentivam esse erro da conivência irresponsável.

É preciso questionar: não temos nós, como indivíduos responsáveis, o dever de avaliar o destino de nossas contribuições? Não devemos nós nos preocupar com a forma como os fundos da casa do Senhor estão sendo utilizados? Acreditar que não temos qualquer responsabilidade a menos que sejamos encarregados diretos do cuidado desses recursos é, no mínimo, um equívoco. É negar nossa função como membros ativos da comunidade de fé, é ignorar o papel que nos é confiado de zelar pelos princípios que regem nossa religiosidade.

Caro leitor, convido-o a refletir sobre as consequências de nossas ações, ou da falta delas, nesse contexto. Não podemos nos eximir de nossa responsabilidade ao alimentar o vício daqueles que já se aproveitam do poder para gastar os recursos da igreja, das "vaquinhas", bingos e rifas beneficentes do jeito que bem intenderam. Devemos buscar maneiras alternativas de ajudar, de direcionar nossa generosidade de forma a verdadeiramente auxiliar na transformação da vida daqueles que realmente precisam. A doação precisa chegar integralmente ao seu objetivo.

É hora de deixarmos de lado a passividade, a mera justificativa de que fizemos nossa parte. Devemos agir com discernimento, buscando compreender as reais necessidades e anseios daqueles que recebem nossa ajuda e a intenção do intermediário, aliás este último é desnecessário completamente. Somente assim poderemos transmitir uma mensagem de amor e cuidado verdadeiros.

Que possamos despertar para a nossa responsabilidade, querido leitor. Que possamos enxergar além das aparências e dos estereótipos, e compreender que cada gesto de bondade deve ser guiado não somente pelo coração, mas sobretudo pela sabedoria.