Aos domingos costumo ir à feira da praça da matriz da Senador Canedo, fico por ali até o sol esquentar, só compro alguma coisa, quando os feirantes das verduras abaixam os preços. Sentado à banquinha de revistas do meu amigo: Osvaldo. Fico assistindo ao movimento, então nessa ocasião, presenciei um incidente muito interessante: uma dupla de irmãos, vieram perguntando, por ali, quem poderia trocar 10 reais em duas de cinco. Era o dinheiro dos dois. Foi quando um dos senhores, o vendedor de espetinho, o que tem bons hábitos, se dispôs a ajudar o garoto e a garota, então ela se mostrando mais "esperta", ao mesmo tempo mostrou-se também ingrata, imediatamente devolveu ao senhor a nota por que estava com uma rasgadura de dois centímetros mais ou menos na dobra do meio. O senhor, sem graça e decepcionado, verificou se estávamos assistindo aquilo, ainda conseguiu pensar rapidamente como um professor e disse:
— Já que você não quer, devolva-me as duas de cinco e dou-lhe a mesma nota de dez reais que me deu. E assim foi feito.
Aqui todos nós aprendemos, pelo menos, cinco grandes lições para a vida, a primeira é a mesma que se aprende do lugar comum: "cavalo dado não se olha os dentes". E a segunda lição: quem faz um favor quer ser valorizado por ele. Nada é de graça!
Eu continuei por ali, o suficiente para acompanhar o resultado final. Foram-se e trocaram o dinheiro em outro lugar. E, não demorou muito, os dois jovens voltaram, atraídos pelo cheiro suculento daqueles bem preparados espetinhos. O irmão já tinha gastado a parte dele, agora só restavam os cinco reais da mocinha. Ao retornar ao local, a abordagem foi indiferente, mas ela ainda me parecia arrogante, como se fosse um cliente com dinheiro suficiente para pagar o que pedir. E o vendedor não menos vendedor, atendendo com prestimosidade.
— Quanto é um espetinho? A pergunta tocou animadamente os tímpanos daquele professor da vida com a cabeça esfumaçada dentro da nuvem que subia da churrasqueira, queimando a gordura que caía da carne na brasa viva.
— Um é três reais e dois por cinco - disse ele.
Então insistiu a garota salivando — pois me dê dois.
Eu também estava salivando como cachorro diante de um daqueles assadores panorâmicos de frango, ao ver os espetinhos borbulhantes que o tal homem entregou para a jovem. Então, o clímax veio agora. Ela mostra-lhe uma nota de cinco reais com algumas palavras escrita à caneta, e o churrasqueiro se recusou a recebê-la e assim, com a mesma moeda, pagou-a, ou melhor, grudou nos espetinhos que já estavam na mão da menina e lhe disse:
— Aquela nota um pouco rasgada que você recusou, quando troquei seu dinheiro, estava melhor que esta que você quer me passar agora. Dê-me aqui os espetinhos.
Os garotos viraram as costas em retirada, e o meu fio de baba esticou-se até romper-se à altura do meu coração. E ardeu meu cérebro como aqueles espetinhos que voltaram para brasa. Saí dali construindo um pensamento: A desgraça do espertalhão é achar que todo mundo é bobo, sendo ele o único otário.
Às vezes, temos de fechar os olhos para algumas coisas para ver outras, assim é o visionário de sucesso.
Então, o jornaleiro da banca de revista, que comungava comigo os mesmos ensinamentos, no calor dos olhares atônitos, contou-me uma anedota ilustrativa, atribuída a Rui Barbosa: "O cachorro do Sabido Rui furtou uma linguiça do açougue. No dia seguinte, o Mestre foi comprar a carne de todos os dias. Então, ouviu do espertalhão açougueiro: — Seu Rui, quero lhe fazer uma consulta, se o senhor é açougueiro e meu cachorro pegasse uma linguiça de seu estabelecimento e a devorasse, o que o senhor faria?
— Eu faria o dono do cachorro pagar!
— Pois é, o seu cachorro pegou uma linguiça aqui de vinte reais.
— Então vamos acertar, a consulta custa R $40, menos os R $20 da linguiça, você me deve Vinte ainda."
A última lição daquela comédia, abstraí quando comparei o fato com a parábola: Quem quer fazer justiça com as próprias mãos, faça-a primeiro a si mesmo.
— Já que você não quer, devolva-me as duas de cinco e dou-lhe a mesma nota de dez reais que me deu. E assim foi feito.
Aqui todos nós aprendemos, pelo menos, cinco grandes lições para a vida, a primeira é a mesma que se aprende do lugar comum: "cavalo dado não se olha os dentes". E a segunda lição: quem faz um favor quer ser valorizado por ele. Nada é de graça!
Eu continuei por ali, o suficiente para acompanhar o resultado final. Foram-se e trocaram o dinheiro em outro lugar. E, não demorou muito, os dois jovens voltaram, atraídos pelo cheiro suculento daqueles bem preparados espetinhos. O irmão já tinha gastado a parte dele, agora só restavam os cinco reais da mocinha. Ao retornar ao local, a abordagem foi indiferente, mas ela ainda me parecia arrogante, como se fosse um cliente com dinheiro suficiente para pagar o que pedir. E o vendedor não menos vendedor, atendendo com prestimosidade.
— Quanto é um espetinho? A pergunta tocou animadamente os tímpanos daquele professor da vida com a cabeça esfumaçada dentro da nuvem que subia da churrasqueira, queimando a gordura que caía da carne na brasa viva.
— Um é três reais e dois por cinco - disse ele.
Então insistiu a garota salivando — pois me dê dois.
Eu também estava salivando como cachorro diante de um daqueles assadores panorâmicos de frango, ao ver os espetinhos borbulhantes que o tal homem entregou para a jovem. Então, o clímax veio agora. Ela mostra-lhe uma nota de cinco reais com algumas palavras escrita à caneta, e o churrasqueiro se recusou a recebê-la e assim, com a mesma moeda, pagou-a, ou melhor, grudou nos espetinhos que já estavam na mão da menina e lhe disse:
— Aquela nota um pouco rasgada que você recusou, quando troquei seu dinheiro, estava melhor que esta que você quer me passar agora. Dê-me aqui os espetinhos.
Os garotos viraram as costas em retirada, e o meu fio de baba esticou-se até romper-se à altura do meu coração. E ardeu meu cérebro como aqueles espetinhos que voltaram para brasa. Saí dali construindo um pensamento: A desgraça do espertalhão é achar que todo mundo é bobo, sendo ele o único otário.
Às vezes, temos de fechar os olhos para algumas coisas para ver outras, assim é o visionário de sucesso.
Então, o jornaleiro da banca de revista, que comungava comigo os mesmos ensinamentos, no calor dos olhares atônitos, contou-me uma anedota ilustrativa, atribuída a Rui Barbosa: "O cachorro do Sabido Rui furtou uma linguiça do açougue. No dia seguinte, o Mestre foi comprar a carne de todos os dias. Então, ouviu do espertalhão açougueiro: — Seu Rui, quero lhe fazer uma consulta, se o senhor é açougueiro e meu cachorro pegasse uma linguiça de seu estabelecimento e a devorasse, o que o senhor faria?
— Eu faria o dono do cachorro pagar!
— Pois é, o seu cachorro pegou uma linguiça aqui de vinte reais.
— Então vamos acertar, a consulta custa R $40, menos os R $20 da linguiça, você me deve Vinte ainda."
A última lição daquela comédia, abstraí quando comparei o fato com a parábola: Quem quer fazer justiça com as próprias mãos, faça-a primeiro a si mesmo.
Kllawdessy Ferreira
Enviado por Kllawdessy Ferreira em 10/01/2017
Reeditado em 14/01/2017
Código do texto: T5878171
Classificação de conteúdo: seguro
Reeditado em 14/01/2017
Código do texto: T5878171
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