"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

sábado, 27 de janeiro de 2018

RE(PUT[A)ÇÃO] ("Mas se ninguém é perfeito, porque minha imperfeição chama tanta atenção?" — Leonardo Lopes)



Crônica

RE(PUT[A)ÇÃO] ("Mas se ninguém é perfeito, porque minha imperfeição chama tanta atenção?" — Leonardo Lopes)

            Não julgue os outros, pois quem maltrata a reputação dos outros contamina a sua própria. Fortaleça seus valores em vez de se envolver na maldade alheia. A influência silenciosa é poderosa e produz ruído apenas quando inspirando para uma realização maligna. Coma o cérebro das pessoas, não suas fezes, e assim estará fazendo algo de bom por você e pelos outros.
           Há quem diga que aprendemos com os erros dos outros, embora seja importante aprender com os erros dos outros, devemos nos concentrar em encontrar as lições positivas mais difíceis de aprender. Apesar de ser próprio do ser humano se concentrar nos aspectos negativos das coisas, é importante lembrar que existem muitos aspectos positivos que muitas vezes passam despercebidos. Focar apenas nos aspectos negativos pode levar a uma visão pessimista e limitada da realidade. "Numa grande alma, tudo é grande". — Blaise Pascal. 
             O professor influencia e deve ser um exemplo ético e responsável, valorizando suas ações e palavras. Deve escrever antes de exigir bons textos de seus alunos, ler para ser lido e aprender com perspectivas diferentes. Assim, pode inspirar um ambiente positivo e melhorar aqueles ao seu redor.
           Para exercer a dignidade humana, é importante doar favores em vez de apenas recebê-los. Ser uma boa pessoa não significa ser perfeito, mas dar bom exemplo apesar de suas imperfeições. Os líderes são líderes mais através do exemplo do que através do poder, como afirmou Tácito. Portanto, presentes de "amigo secreto" não são satisfatórios para exercer a dignidade humana.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 10/09/2009

Reeditado em 27/01/2018
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sábado, 20 de janeiro de 2018

JOGANDO LIXO NO QUINTAL ALHEIO ("A magnificência de um relacionamento sagrado se despedaça nos recifes dos conflitos egocêntricos triviais." — Deepak Chopra)



Crônica

JOGANDO LIXO NO QUINTAL ALHEIO

 ("A magnificência de um relacionamento sagrado se despedaça nos recifes dos conflitos egocêntricos triviais." — Deepak Chopra)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Esta crônica discute o problema do lixo jogado no terreno de outras pessoas, seja por falta de consciência, preguiça de acessar o serviço de coleta de lixo, ou como forma de desafio. Eu reconheço a possibilidade de tomar medidas legais junto à justiça, mas também entendo que alguns indivíduos têm falta de caráter e sensatez. Portanto, não quero ser inflexível e admito que algumas pessoas podem não ter muito a oferecer além do lixo.
           Os violadores de propriedade alheia, geralmente são vizinhos sem formação acadêmica. Mas, existem várias razões que podem levar uma pessoa a jogar lixo no lote dos outros. Alguns indivíduos podem não ter um senso de responsabilidade social e podem não se importar com os outros ou com o meio ambiente. Além disso, eles podem não saber que esse comportamento é inadequado. Outros podem não ter conhecimento ou compreensão dos impactos negativos do descarte inadequado de resíduos. Há também aqueles que podem agir dessa maneira como uma forma de provocação ou vingança: os sem caráter. É importante abordar o problema e tentar encontrar uma solução construtiva para evitar esses comportamentos prejudiciais. 
          Sei que posso  mover ação comunitária, pelo JEC Juizado Especial Cível (pequenas causas e sem advogado) e fotografias e testemunhas são provas válidas para o processo que mencionei, seria muito fácil, porém o que eu devo reconhecer e determinar aqui é a falta de Caráter das pessoas que não assumem o compromisso social, são manipuladoras, arrogantes, hipócritas, discriminatórias, sem obrigação com as dívidas, traidoras; por último, são pessoas falsas. O que eu não vou fazer é tomar o veneno que elas me dão, e agir cuidadosamente para não exigir demais de quem não tem muito a oferecer, apenas damos o que possuímos de mais importante para as pessoas: Uns só tem Lixo para oferecer aos vizinhos! 
            Não quero ser mais um de personalidade forte, intransigente... E não me venham, os mal-intencionados, com sua contribuição social recusável: Mais LIXO. 
            Cuidar da saúde e cuidar do planeta são dois desafios importantes e interconectados. Da mesma forma, as escolhas que fazemos em relação à preservação dos recursos naturais, redução de resíduos, uso de energia limpa e transporte sustentável também podem ter um impacto positivo na nossa saúde e bem-estar, bem como no de outras espécies que habitam o planeta conosco. É importante lembrar que cuidar do planeta também significa cuidar de nós mesmos e das gerações futuras. (CiFA
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 04/11/2016
Reeditado em 20/01/2018
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sábado, 13 de janeiro de 2018

EU, CONSELHEIRO DE MIM MESMO! ("Tornei-me conselheiro dos humildes e desprezado fui por todos aqueles que se dizia ser sábios. Eis o destino e a sina de um conselheiro." — Miguel Westerberg)



Crônica

EU, CONSELHEIRO DE MIM MESMO! ("Tornei-me conselheiro dos humildes e desprezado fui por todos aqueles que se dizia ser sábios. Eis o destino e a sina de um conselheiro." —  Miguel Westerberg)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

             Sou um conselheiro sem valor, lidando com influências negativas, buscando reconhecimento e fornecendo orientação para aqueles que não a querem. Enfrentando dificuldade em contornar diferenças ideológicas e, por cima, cuidando para evitar a aparência do mal. Ser professor ainda é gratificante?
           Minhas semanas têm sido movimentadas, não cheias de diversão, mas estou sempre repensando projetos que fracassaram, na escola é um projeto atrás do outro... ali, estou sempre lidando com agressores da minha reputação. Busco reconhecimento e forneço orientações, mas eu mesmo sou quem precisa de conselho. Será que ainda há esperança para mim?
            Minhas esperanças e expectativas estão diminuindo. É difícil dedicar-me com empenho total ao trabalho, devido impedimentos alheios; fico o tempo todo tentando aprender a crescer, mas com pouca esperança de sucesso, eles são muitos. Será que vale a pena recuperar minha credibilidade social? 
           Então um Anjo de luz me disse no meio da noite: para recuperar a credibilidade, inclue buscar ativamente feedback e críticas construtivas, estar disposto a aprender e crescer, e fazer um esforço consciente para se comunicar de maneira clara e eficaz com as pessoas. Também é essencial focar em desenvolver relacionamentos positivos com aqueles ao seu redor e manter uma ética de trabalho forte. Continue avançando em direção aos seus objetivos sem desistir! 
             "Se conselho fosse bom não se dava, vendia." 
            
            
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 04/11/2016

Reeditado em 13/01/2018
Código do texto: T5813108 
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domingo, 7 de janeiro de 2018

POPULARIDADE NÃO É PODER ("A fama é um vapor, a popularidade um acidente e a riqueza tem asas. Eterno mesmo, somente o caráter." — Horace Greeley)



Crônica

POPULARIDADE NÃO É PODER ("A fama é um vapor, a popularidade um acidente e a riqueza tem asas. Eterno mesmo, somente o caráter." — Horace Greeley)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O cheiro de pipoca e quentão pairava no ar quando saí de casa naquela manhã de junho. Vestia minha calça xadrez, típica das festas juninas, com um misto de nostalgia e expectativa. Era o aniversário de Senador Canedo, minha cidade, e eu, como professor, tinha um papel a desempenhar na parada cívica. Enquanto caminhava pelas ruas enfeitadas com bandeirinhas coloridas, meus pensamentos vagavam entre a alegria da celebração e uma melancolia que vinha se instalando em mim há algum tempo.

O mundo ao meu redor parecia o mesmo, mas eu o enxergava sob uma nova perspectiva, como se cada detalhe carregasse um significado oculto. As ruas familiares se transformavam num campo de batalha repleto de desafios invisíveis. As palavras de Mário Quintana ecoavam em minha mente: "Não tenho vergonha de dizer que estou triste, não dessa tristeza ignominiosa dos que, em vez de se matarem, fazem poemas: Estou triste porque vocês são burros e feios e não morrem nunca..."

Chegando à avenida principal, fui recebido com sorrisos e cumprimentos. "Professor, que bom vê-lo!" Acenei de volta, sentindo um breve lampejo de orgulho profissional. No entanto, por trás dos sorrisos, percebia algo diferente, uma mudança sutil nas expressões, nos olhares. O convívio com familiares, amigos e conhecidos me trouxe um alívio momentâneo, mas logo a realidade se impôs novamente.

À medida que a parada avançava, meus pensamentos se tornavam mais sombrios. A felicidade que eu via nos rostos ao meu redor parecia inalcançável. Eu me perguntava: seria o dinheiro a chave para essa alegria? Ou seria o conhecimento, as interações sociais? Minha carreira de baixa remuneração pesava em meus ombros como um fardo invisível. Eu sabia da importância de estar aberto a novas ideias, de buscar ampliar meus horizontes, mas naquele momento, tudo parecia uma tarefa hercúlea.

Ao final da parada, enquanto as pessoas se dispersavam para as barracas de comidas típicas e brincadeiras, eu me vi sozinho, amarrado por cordas invisíveis de desânimo. Minha alma procurava desesperadamente uma saída, uma cura, um subsídio para essa crise existencial que me consumia. Observei os grupos de amigos e famílias rindo e se divertindo. Percebi que o que eu mais precisava naquele momento não eram coisas materiais, mas sim um amigo, um conselho, uma mão estendida.

Naquele instante, compreendi que meu senso de individualidade estava exacerbado, me isolando do mundo ao meu redor. Precisava desatar os nós que me prendiam a essa tristeza, abrir-me para o coletivo, para a colaboração. A felicidade que eu tanto buscava parecia estar ali, bem diante dos meus olhos, na simplicidade das relações humanas.

Enquanto as primeiras notas do forró começavam a tocar ao longe, tomei uma decisão. A partir daquele dia, buscaria uma nova perspectiva. Não ignoraria minha tristeza, mas a usaria como combustível para a mudança. Afinal, as festas juninas são sobre renovação, sobre acender fogueiras que iluminam novos caminhos.

Caminhei em direção às barracas, decidido a me juntar à celebração. Talvez, pensei, a felicidade não esteja em ter dinheiro ou conhecimento, mas em saber dançar conforme a música, mesmo quando a vida nos apresenta uma quadrilha desafinada. Percebi que a verdadeira felicidade não está apenas nos bens materiais ou no reconhecimento alheio, mas em cultivar o bem dentro de nós mesmos e nas pessoas ao nosso redor.

E assim, com o coração mais leve e um sorriso tímido nos lábios, me permiti ser envolvido pela magia da noite de São João. Decidi que, a partir de amanhã, serei mais cauteloso em minhas "capturas", buscando as virtudes escondidas nas aparências do cotidiano. Afinal, a verdadeira aventura está em viver com justiça e integridade, encontrando a paz interior que tanto desejo.

Sigo em frente, um dia de cada vez, buscando sempre a justiça e a vida que ela promete, lembrando que, às vezes, é preciso passar pelo fogo para renascer das cinzas. No fim, espero que as pequenas mudanças diárias façam a diferença na grande jornada da vida.

Questões Discursivas:

1. O texto apresenta uma reflexão profunda sobre a felicidade, abordando temas como a busca por significado, a melancolia, o papel do dinheiro e do conhecimento, e a importância das relações humanas. De que forma a experiência do personagem na festa junina contribui para o desenvolvimento dessa reflexão?

2. O personagem vivencia um momento de crise existencial, sentindo-se isolado e incapaz de alcançar a felicidade. Como ele supera essa crise e encontra um novo caminho para a felicidade autêntica?

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sábado, 30 de dezembro de 2017

ESPERANDO BOAS NOTÍCIAS ("Noticias boas estão se tornando raridades" — (Vinicius Bispo Amorim)



Crônica

ESPERANDO BOAS NOTÍCIAS  ("Noticias boas estão se tornando raridades" — (Vinicius Bispo Amorim)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O dia mais importante de dezembro chega e, com ele, as retrospectivas que reacendem tudo o que fracassou no ano que termina. Enquanto a cidade se ilumina e o povo canta, sinto o contraste entre essa alegria coletiva e o meu próprio silêncio. Os fogos da meia-noite irrompem no lendário 25, deixando-me desperto e inquieto, como se cada explosão me abrisse por dentro. Recorro às redes sociais em busca de compreensão, ainda que saiba que minha doença já se enraizou fundo demais para que um gesto rápido alivie o peso. Assim, meu desafio é permanecer quieto em meu canto, fiel ao que sou, e ainda permitir que, se alguém se aproximar, possamos “viajar” juntos por algum instante.

O entardecer de Natal chega sem as boas notícias que eu esperava. Nada muda; sigo preso à rotina, embora desejasse reinventar o dia. A paciência torna-se meu único recurso, mesmo quando a escuridão do quarto se adensa e me faz zunir os ouvidos. É então que o medo surge — talvez o mesmo medo que um rio sente antes de encontrar o mar. As palavras de Osho me confortam, lembrando que o rio não pode voltar e que, ao entrar no oceano, não desaparece: transforma-se. Ainda assim, por mais que a espera me discipline, percebo que insistir nos mesmos caminhos é inútil, e apenas a promessa de Wilde — “Se você não se atrasar demais, posso lhe esperar por toda a minha vida” — preserva um frágil fio de esperança.

A partir dessa consciência, entendo que o mais sábio é deixar o barco correr sem resistência, como o rio que, cansado da própria margem, aceita seguir seu curso. Encerrar o dia com serenidade é permitir que as coisas fluam, mesmo quando o fluxo traz mudanças que não escolhi. Transformações súbitas deixam marcas, mas também moldam quem nos tornamos. Entre o ruído festivo da cidade e o silêncio do meu próprio labirinto, descubro que a travessia exige entrega — não uma entrega cega, mas a coragem de seguir adiante mesmo na incerteza.

E é justamente nessa incerteza que percebo algo em mim se deslocar, como se antigas construções internas, antes rígidas, começassem a desmoronar com a mesma naturalidade com que o rio perde seu contorno ao tocar o mar. Não se trata de negar aquilo em que um dia acreditei, mas de reconhecer que minha fragilidade humana não cabe em certezas estanques. A fé que eu carregava — tão moldada por expectativas pessoais — dilui-se pouco a pouco, não em revolta, mas em compreensão: talvez o sagrado não se revele na proteção particularizada, e sim na própria travessia.

Assim, mesmo quando todos oferecem presentes no Natal de Jesus, sei que nenhum gesto simbólico me resgata do abismo que me acompanha. Aceito o que recebo com gratidão, mas sei que minhas fissuras não se fecham com embrulhos. Ainda assim, continuo atravessando esse oceano que se abre diante de mim, tentando transformar medo em movimento e desencanto em lucidez. Talvez seja essa a única celebração possível: reconhecer a sombra que caminha comigo e, apesar dela — ou por causa dela — seguir adiante, na esperança de que, em algum ponto, o rio finalmente se torne mar.


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Como seu professor de Sociologia, o texto que acabamos de ler é extremamente rico em reflexões sobre o indivíduo na sociedade, sentimento de pertencimento, rotina, e a crise de significado em datas socialmente impostas. Preparei cinco questões discursivas simples para explorarmos esses conceitos. Usem os termos sociológicos e as metáforas do texto para fundamentar suas respostas.

1. Contraste entre Individual e Coletivo

O texto inicia descrevendo um forte contraste entre a "alegria coletiva" da cidade que se ilumina no Natal e o "próprio silêncio" e a "inquietude" do narrador. Explique este contraste em termos sociológicos. Como as celebrações sociais (rituais), como o Natal, podem intensificar o sentimento de não pertencimento ou anomia em indivíduos que não se identificam com o entusiasmo da maioria?

2. A Rotina e a Estagnação

O narrador expressa um desejo de "avaliar, negociar, reinventar o dia", mas se sente "preso à rotina" e sabe que "insistir num caminho estagnado é inútil". Discuta o conceito de rotina e a reprodução social. Por que a quebra da rotina (ou a dificuldade em reinventá-la) é vista pelo narrador como um obstáculo, e como a paciência se torna um recurso para lidar com essa sensação de estagnação na vida contemporânea?

3. O Medo da Mudança e a Metáfora da Transformação

O medo do narrador é comparado ao "medo que um rio sente antes de encontrar o mar". A citação de Osho, no entanto, oferece uma visão de transformação, onde o rio não desaparece, mas se torna oceano. Analise essa metáfora sob a ótica da mudança social. Por que as transformações súbitas (individuais ou coletivas) geram medo, mas, ao mesmo tempo, são vistas como um processo indispensável que "moldam quem nos tornamos"?

4. Crise de Crença e Projeção Humana

No quarto parágrafo, o narrador discute sua crise de crença, afirmando: "Quem defende um Deus semelhante a si mesmo projeta certezas que não possuo." Relacione esta afirmação com o conceito sociológico de projeção ou alienação religiosa (pensadores como Durkheim ou Feuerbach). Por que a fragilidade e a falibilidade da "semelhança humana" levam o narrador a rejeitar a ideia de um Deus que intervém de forma particularizada?

5. O Consumo e a Crise de Sentido Simbólico

O texto critica a ineficácia dos presentes de Natal, afirmando que "presente algum fecha as fissuras que me acompanham". Discuta este ponto sob a perspectiva da Sociologia do Consumo ou da Cultura. Qual é o significado simbólico do presente em uma sociedade capitalista e por que o narrador percebe o gesto simbólico do Natal como insuficiente para resgatá-lo da crise existencial que ele carrega?

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sábado, 23 de dezembro de 2017

UM PROFESSOR AVALIA MELHOR QUE O OUTRO? ("Circunstâncias adversas me forçaram a uma inegável revisão de critérios e valores". — Capitão Jack Sparrow)



Crônica

UM PROFESSOR AVALIA MELHOR QUE O OUTRO?

 ("Circunstâncias adversas me forçaram a uma inegável revisão de critérios e valores". — Capitão Jack Sparrow)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Existe uma baliza negativa no ensino fundamental, enquanto um professor catedrático em sua disciplina depender dos outros para a avaliar seu aluno, ele é só um dente podre na boca do "gigante", que não pode dormir, pois os dentes estragados doem muito. Que os deuses acelerem o processo de reação corrosiva, provocando a dor criativa que talvez leve o Gigante a precisar manter-se desperto. Como podem eles (conselho de classe) atribuir-lhe a nota que eu não gostaria? Porque eu ali sou somente um voto! Qualquer bom professor sabe que um aluno pode ter um bom desempenho em um componente curricular e ter empatia ao professor; em outra disciplina, ser fraco e não gostar de seu professor. 
           Enquanto, a Bíblia condena os julgamentos humanos, a profissão de professor dá-nos o direito de praticá-lo com colegas e alunos, mas somente uma análise do desempenho acadêmico, diga-se de passagem. Sem nos causar estranheza, é de tanto nos preocuparmos com a vida alheia, e não acadêmica, que nos esquecemos completamente da nossa, e o caráter vai junto. Adquirindo a doença dos deuses: o livre-arbítrio dá o empoderamento para realizar a justiça com as próprias mãos. Passamos a vomitar opiniões abundantemente, mesmo sem ninguém pedi-las. Quando se afirma que professor é formador de opinião, qual tipo de opinião está sendo formada? Lá têm militantes, ativistas de todas as naturezas. Se o sistema educacional requer postura técnica, no mínimo, espera-se dele critérios justos e coerentes. O que leva colegas de trabalho a brigar para serem "misericordiosos" ou carrascos nas avaliações? Uns são chicotes; outros, veludos, divergindo-se só pelo prazer de aparecer ou meramente seguindo a conveniência. Um mesmo argumento sentimentalista ou não, na boca de um professor mercenário, serve tanto para justificar, ora a aprovação, ora a reprovação! E isso é bem explorado atualmente nesses conselhos!
             Já que sou só mais um na escola, não tenho nem mesmo o direito de escolher os conteúdos a serem ensinados, minha metodologia é supervisionada, até a merendeira pergunta sarcasticamente pelos os alunos que não consigo forçá-los a ficar na classe para o lanche ser servido; o smartphone de câmera ligada, na mão do aluno, impõe-me o medo da denúncia ameaçadora. Então que não me tire o direito de, pelo menos, atribuir uma nota "vingativa", seguindo critérios que julgo justos a alunos infrutíferos e desrespeitosos.
           Todavia, a intimidação dos pais "barraqueiros" e superiores monopolizadores faz-me abrir mão de mim mesmo, ou melhor, de meus princípios morais e éticos para recorrer a cumplicidade dos colegas, pois se decido sozinho, a culpa é minha, quando meu carro foi riscado e com pneus furados por alunos reprovados. Por isso, na verdade, não quero que acabe o conselho de classe, é ali que dividimos as responsabilidades para posteriormente diluirmos a nossa culpa entre todos, caso se agravem as consequências dos erros da avaliação. 
           Então, vou e volto nessa ideia, perdi também até a minha capacidade de ser autônomo em meu professorado: submisso para ganhar a sobrevivência. Como se não bastasse pretender ensinar a quem não quer aprender conteúdos considerados inúteis por eles, ainda tenho que aceitar a avaliação da concorrência como se fosse a minha. E assim, qual é o conceito de ética profissional do "politicamente correto"? Então, danem-se todas as éticas que não têm a admiração dos envolvidos, deixando-me viver minha reflexiva Síndrome de Estocolmo.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 19/12/2017

Reeditado em 23/12/2017

Código do texto: T6203347 

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sábado, 16 de dezembro de 2017

SUSPEITA É PREVENSÃO ("Dá-me veneno para morrer ou sonhos para viver". — Gunnar Ekelof)



Crônica

SUSPEITA É PREVENSÃO

 ("Dá-me veneno para morrer ou sonhos para viver". — Gunnar Ekelof)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           São muitos os casos de professor que foram envenenados, cito alguns que me impressionaram: O professor de Educação Física mato-grossense, José Gomes de Melo, de 58 anos; Professora é envenenada em sala de aula por alunos do 4º ano; confirmaram que o professor Odailton Charles de Albuquerque Silva, 50 anos, foi assassinado com raticida.
           Então, estava em minha casa no final de uma licença-prêmio, já pensando no retorno, e nas penas do trabalho árduo do colégio; pensando quando vou ter um bom momento profissional, ser reconhecido no trabalho pelas minhas realizações e dedicação!!! Tanto no Estadual quanto no Municipal, realmente está puxado, estou dosando o esforço e, no momento, controlando a ansiedade. Mas, talvez seja este só um momento de racionalidade, no qual clamo por serenidade e força interior, chorando com a barriga cheia! 
           De repente, a felicidade natalina bateu em meu portão literalmente, Papai Noel se lembrou de mim! Aliás, meus olhos da fé nunca duvidaram de sua existência. Assim, minha gratidão tornou-se maior ao Deus dos benevolentes, visto que batem em minha porta, quando não são as Testemunhas de Jeová, são cobradores e agentes sanitários enganando-me sobre o controle da dengue. Porém, dessa vez, foi o Diretor Interventor do Colégio, trazendo-me um Panetone com as boas vindas festivas ao Natal, e olha que ainda estou em licença... Qualquer um se esqueceria do funcionário inativo temporariamente. Num caso como esse, muitos outros gestores gostariam que sobrasse panetone, e se justificavam facilmente com o "Não foram buscar, perderam..." 
          E viva o natal da intervenção, melhor seria se antes tivesse acontecido. Agora percebo que me está surgindo uma fase propícia. Mas, lembrei-me do adágio popular: "quando a esmola é grande e há muito empenho, o cego desconfia", pois há sempre um jeitinho para piorar, perdi a fé. Este é um momento de desconfiança. Tenho que  ser mais racional e objetivo nos assuntos que tratam de minhas relações trabalhistas. Os demônios poderiam estar cuidando de mim a distância! Fiquei com medo e não comi, podia ter veneno. 
            Dias atrás, quando aquele interventor chegou de supetão para exercer sua nova gestão, eu resisti e praguejei. Vingança é um prato que se como frio. Este poderia ser o momento da vingança. 
            Nada se confirmou! E agora, em que direção devo arrumar minhas expectativas? 
Kllawdessy Ferreira
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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 04/11/2016

Reeditado em 16/12/2017

Código do texto: T5813095 

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sábado, 9 de dezembro de 2017

DESESPERO ("A pressa passa e o que você fez com pressa fica."— Tati Bernardi)



Crônica

DESESPERO ("A pressa passa e o que você fez com pressa fica."— Tati Bernardi)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Estou em desespero, e o conflito nesse momento é de meu interesse. Já perdi demais, qualquer coisa que me sobrar é lucro valiosíssimo. "Remédio para doido é um doido e meio". Não se assustem, normalmente não costumo expor minhas vulnerabilidades, porém fico assim depois de uma tarde cansativa, ministrando aulas de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental. Onde me tratam de velho, machista, racista e homofóbico. Como poderei dar boas aulas, se os alunos se protegem de mim, orientados por sua mãe e ameaçado pelas autoridades que deveriam me proteger?
Nesse caso, os alunos "malandros" são desbancados com a "malandragem" do professor experiente; mesmo que depois de algum tempo, os ex-alunos se vinguem, fazendo chacina na escola. Então, vou lhes contar o motivo de meu desespero: Eu achei que tinha entendido o ato de misericórdia da coordenadora, quando me orientou que se o aluno de tudo não fizer nada, devia colocar um 3 na média bimestral dele, pois ficará possível de, nos outros bimestres, atingir a média mínima para aprovação. Eis o caso, no qual bondade não gera bondade. Sim, mas de tantas chances dadas a eles; porém, se ainda não abraçarem nenhuma das oportunidades, nunca ficarão retidos para aprender mais da mesma série! Aí, o professor deverá acrescentar a outra metade do oito gratuitamente: que é um três de ré.
Então, sou obrigado a aplicar em minha pedagogia a teoria do Napoleão: "Jamais interrompa seu adversário quando ele estiver cometendo um erro". Complementando com Salomão da Bíblia: "Deixe que a pessoa de mau gênio sofra as consequências disso, pois, se você a ajudar uma vez, terá de ajudar de novo". (Provérbios 19:19 NTLH). A aprovação daqueles incompetentes e desleixados vai perpetuar o ciclo vicioso da desordem em sala de aula, e o parasitismo onde quer que seja.
O mais preocupante é a desordem entre os professores no conselho de classe anual, onde a coordenadora briga para aprovar todos os de nota insuficiente, culpando os professores por apresentar alunos não recuperados. Na verdade, são os alunos protegidos demais que boicotaram toda tentativa séria dos mestres. Desta vez, quase que entregando as respostas, revisam, na véspera as provas, questão por questão. Mesmo assim, eles se recusam a qualificar-se, e o professor fica de castigo, elaborando trabalhos extras que nunca serão bem feitos, minha última alegria é que também me serão fáceis de corrigi-los, brincando de fogueirinha no fundo do quintal.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 03/11/2016

Reeditado em 09/12/2017
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