"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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quinta-feira, 6 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (18): A Responsabilidade da Busca pela Verdade.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (18): A Responsabilidade da Busca pela Verdade.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A verdade requer responsabilidade. Essas palavras ressoam em minha mente como um lembrete constante de que a verdade não pode ser monopolizada ou aprisionada. Ela é um elemento divino que transcende qualquer denominação ou indivíduo. Dizer-se o portador absoluto da verdade é, na verdade, uma forma de desmerecê-la, de diminuir sua grandiosidade.

Mas, o que leva uma igreja ou uma pessoa a arrogar-se como a única depositária da verdade, especialmente quando se trata dos últimos dias e do destino do mundo? Essa é uma pergunta que me inquieta, que me faz refletir sobre os limites do poder humano e a fragilidade da nossa compreensão.

A verdade, para merecer confiabilidade, não precisa ser confinada a um hábito específico, a uma denominação estabelecida ou a um indivíduo credenciado. Ela é algo muito maior, mais profundo e sagrado. A verdade é uma teoria divina, entrelaçada nos recessos do coração de cada ser humano, na medida em que cada um assume a responsabilidade por ela.

Somos seres dotados da capacidade de discernir entre o certo e o errado, de buscar a verdade e de compreender os mistérios do universo. Essa busca não é exclusiva de uns poucos privilegiados, mas sim uma jornada que cada um de nós é convidado a empreender.

No entanto, por que essa arrogância pecaminosa que permeia alguns, que os leva a se autonomearem como os únicos detentores da verdade divina? Por que essa ânsia desmedida por controlar e manipular a crença dos outros, em vez de incentivá-los a explorar sua própria conexão com o sagrado?

Ao longo da história, testemunhamos exemplos de indivíduos e instituições que se colocaram acima de qualquer questionamento, que se julgaram como os únicos guias para a humanidade. Mas será que a verdade pode ser tão limitada, tão restrita a um único ponto de vista?

A verdade é vasta e multifacetada. Ela se revela de diferentes maneiras para diferentes pessoas, e é nossa responsabilidade respeitar e valorizar essa diversidade de perspectivas. Não cabe a nós impor nossa visão como a única correta, mas sim compartilhar nossas experiências, aprender uns com os outros e caminhar juntos em busca de uma compreensão mais profunda.

Portanto, que cada um de nós se lembre da responsabilidade que acompanha a busca pela verdade. Não nos deixemos seduzir pela tentação de nos autoproclamarmos como os únicos detentores dessa grandiosidade divina. Em vez disso, abracemos a humildade, a abertura e a generosidade de espírito, permitindo que a verdade floresça em seu esplendor, livre de amarras e restrições.

Que cada passo que damos nessa jornada nos aproxime da verdade, mas também nos conecte uns aos outros, formando uma teia de compreensão e respeito mútuo. Pois, afinal, a verdade que buscamos transcende fronteiras e pertence a todos nós. É uma chama eterna que ilumina nossos corações e nos lembra que somos, todos filhos de um só Deus.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (17): A face oculta dos pastores.

 




ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (17): A face oculta dos pastores.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Esses pastores não só roubam a confiança genuína que os seus fiéis têm em Deus, como roubam, também, o direito deles conhecerem o verdadeiro caráter do Criador! Dizem de si, os únicos portadores da Verdade para o mundo. Vejam esta nota: “Os Adventistas do Sétimo Dia não são meramente outra igreja ou denominação religiosa. Representam o plano de Deus para os últimos dias, para restauração da original obra evangélica de Jesus” (Trezza, 1972, p96). “Vós e eu não devemos hesitar nem ser tímidos em declarar que a igreja Adventista do Sétimo Dia é a verdadeira igreja de Deus no mundo hoje” (Pierson, 1975, p100). Ah, como essas palavras ressoam de forma irônica para aqueles que conhecem a história da origem do movimento Adventista.

E assim começa a minha crônica, caro leitor, um relato emocionante que desvendará os véus de uma realidade surpreendente. Nestas linhas, mergulharemos no turbilhão de eventos que revelam a face obscura de alguns pastores, cujas ações vão muito além da simples subtração de recursos ou da manipulação de mentes.

É preciso compreender a magnitude desse roubo: o desvio da confiança de pessoas devotas, que depositam sua fé nas mãos desses líderes espirituais. Eles se erguem como os únicos portadores da Verdade, os mensageiros diretos de Deus para o mundo. Afirmam com veemência que a sua igreja, a igreja Adventista do Sétimo Dia, não é apenas mais uma entre tantas, mas sim o próprio plano divino para os últimos dias, a restauração da obra evangélica original de Jesus.

Tal proclamação poderia soar grandiosa e inspiradora, se não fosse pela triste ironia que se esconde nos bastidores dessa narrativa. Aqueles que conhecem a história da origem do movimento Adventista compreendem o quão desajustadas são essas afirmações. Lá, nas entrelinhas, desvela-se um jogo de manipulações e desvios que mancham a pureza da fé.

Esses pastores, com suas palavras eloquentes e promessas divinas, escondem uma verdade incômoda: eles sequestram não apenas a confiança dos fiéis, mas também o conhecimento do verdadeiro caráter do Criador. Ao se colocarem como intermediários inquestionáveis entre Deus e o mundo, eles aprisionam a busca individual pela espiritualidade genuína e engessam a possibilidade de uma conexão direta com o divino.

Agora, meu caro leitor, permita-me conduzi-lo por uma jornada de descobertas. Através das páginas desta Antologia de crônica reflexivas, revelarei os eventos que marcaram essa trajetória. Acompanhe-me, desvendaremos os véus da verdade e refletiremos sobre a importância de enxergar além das aparências, de questionar o que nos é apresentado como inquestionável.

Não se trata apenas de desmascarar os ladrões de confiança, mas também de reafirmar a sã consciência.

quarta-feira, 5 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (16): Quem São os Ladrões de Deus?

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (16): Quem São os Ladrões de Deus?

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ah, como é intrigante contemplar a passagem do tempo e como as palavras dos profetas ecoam através dos séculos. Malaquias, o sábio e inspirado profeta do Velho Testamento, ousou denunciar uma realidade obscura: líderes religiosos de sua época estavam ousadamente "roubando" de Deus. E não apenas eles, mas também os fiéis que, por sua vez, se tornavam ladrões ao se recusarem a oferecer os dízimos e as ofertas sagradas. Entretanto, algo mudou ao longo dos tempos, com o advento do Novo Testamento. O princípio da compostura santificada emergiu, revelando a importância da modéstia e da boa educação. Deus, agora, desejava que nos pautássemos por Sua própria norma moral, e não por nossos próprios conceitos volúveis.

Acredito que não seja surpresa para ninguém o fato de que um homem não se torna ladrão, assassino ou mentiroso de uma hora para outra. Essas transgressões insidiosas, traiçoeiras como a própria natureza humana, se estabelecem sorrateiramente em nosso âmago. Assim como Hazael, cujo desejo ardente de se tornar rei foi alimentado a cada dia, ou Lúcifer, que ousou almejar ser "semelhante ao Altíssimo", as sementes da ambição perversa são plantadas e nutridas, até florescerem em maldade absoluta (Heppenstall, 1976, p204). Que ironia, então, que até mesmo o apóstolo Paulo tenha reconhecido sua própria condição de ladrão dos irmãos, ao pegar doações destinadas às igrejas locais para ministrar em outros campos missionários, em suas próprias palavras: "A outras congregações roubei, por aceitar provisões, a fim de ministrar a vós" (II Co 11:8 TNMES).

Mas, e hoje? Quais palavras podemos encontrar para rotular aqueles pastores que, de grandes igrejas, sede, apropriam-se das ofertas e dízimos de um pequeno grupo de irmãos, enviando-os para outros propósitos? Será que esses recursos realmente chegam ao seu destino ou são meras ilusões? Afinal, não nos esqueçamos de que "nem ladrões, nem avarentos... nem os roubadores, possuirão o reino de Deus" (I Co 6:10 BSEP). Talvez seja sensato sugerir que apenas quando não houver mais necessidades a serem supridas na congregação local, quando todas as empreitadas estiverem plenamente executadas, então sim, poderíamos direcionar nossa ajuda a outros irmãos distantes, uma responsabilidade dos que estão mais próximos. Ou ainda, somente em circunstâncias urgentes e indispensáveis, Deus mesmo providenciará o deslocamento do missionário, assim como fez com o iluminado apóstolo Paulo gratuitamente e outros, provendo meios miraculosos e inexploráveis sem que ninguém fosse prejudicado.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (15): Dízimos para quem?

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (15): Dízimos para quem?

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Havia uma época em que os dízimos eram uma obrigação sagrada, uma taxa estipulada e ajustada, entregue no templo para sustentar os sacerdotes, os levitas e até mesmo o rei com seus funcionários. Era uma forma de garantir o funcionamento da Tenda da Reunião, onde se realizavam os rituais e cerimônias religiosas. Lembro-me do que li sobre esses dias, em que o povo trazia suas ofertas, conscientes de que estavam contribuindo para o sustento daqueles que se dedicavam ao serviço sagrado.

No entanto, Jesus, o Filho de Deus, não foi um cumpridor estrito dessas tradições e formalidades do templo. Não há registro algum de que Ele tenha pago dízimo. E isso me faz refletir sobre a importância que Ele atribuía às práticas cerimoniais. Na verdade, as referências ao templo em Seus ensinamentos são escassas, exceto quando se trata dos sumos sacerdotes, que, infelizmente, desempenharam um papel negativo em Sua trajetória.

A reserva de Jesus em relação ao pagamento da didracma, uma moeda utilizada para as ofertas no templo, e à prática do Corbã, que envolvia dedicar algo a Deus em detrimento dos pais, revela uma visão crítica dessas práticas religiosas. Ele se conformava perfeitamente com a manipulação e as conotações negativas associadas aos sacerdotes. Lembro-me do que li sobre como as autoridades do templo temiam a Sua influência sobre o povo e planejavam Sua morte. Foi uma época conturbada, na qual as tradições e os interesses humanos se chocaram com a mensagem transformadora de Jesus.

A verdade é que Jesus veio para estabelecer uma nova aliança, uma nova forma de relacionamento entre Deus e os homens. Ele ofereceu a Si mesmo como o único sacrifício aceitável, Seu próprio corpo sem pecado, para selar essa nova aliança. Ele se tornou o elo vital entre a Terra e o Céu, transcendendo os limites do sistema sacerdotal anterior. Os compromissos sacerdotais, os dízimos e as práticas cerimoniais perderam sua relevância diante da grandiosidade desse sacrifício supremo.

Ao refletir sobre tudo isso, percebo que a mensagem de Jesus vai além da observância externa de rituais e contribuições materiais. Ele nos convida a uma transformação interior, a uma comunhão sincera e verdadeira com Deus. Ele nos ensina que não é por meio de obrigações religiosas ou de tentativas de ganhar mérito que encontramos a verdadeira paz com Deus. É pela fé em Jesus, pela entrega de nosso coração a Ele, que podemos experimentar a liberdade espiritual e a verdadeira adoração.

Portanto, questiono: uma vez que Jesus veio para mudar o paradigma, uma vez que Ele se tornou o sacrifício perfeito e abriu um novo caminho para a humanidade, para quem seriam os dízimos? O livro de Hebreus explora profundamente essas questões, revelando como o antigo sacerdócio faliu.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (14): A Liberdade Alcançada na Cruz.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (14): A Liberdade Alcançada na Cruz.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Há eventos que marcam o curso da história de tal maneira que seu impacto reverbera por gerações. Um desses momentos inesquecíveis foi a morte de Jesus na cruz. Naquele instante crucial, o sistema sacerdotal foi abalado em suas estruturas, desmoronando diante de nossos olhos. Como um quebra-cabeça meticulosamente desmontado, a profecia de Oséias se cumpriu por completo: "Eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote" (Os 4:6 JFA).

A cruz, símbolo de dor e sofrimento, também se tornou o ápice da transformação. Nela, as leis cerimoniais foram pregadas, invalidadas e desconsideradas. Cristo, ao se entregar por nós, rompeu os grilhões que nos aprisionavam. "Ele acabou com essa conta, pregando-a na cruz. E foi na cruz que Cristo tirou o poder dos governos e das autoridades espirituais" (Cl 2:14-15 BLH).

A partir desse momento singular, cada pessoa que se converte a Cristo e é transformada por Ele se torna a própria morada de Deus. Dentro de nós, encontramos o Espírito Santo, o qual nos guia e fortalece. Com isso, somos revestidos de autodomínio e liberados para servir à causa do Senhor Jesus. "Não sabeis que vós sois templo de Deus e que o Espírito de Deus mora em vós?" (1 Co 3:16 TNMES).

Essa verdade não pode ser negada: a verdadeira liberdade só é alcançada quando vivemos em harmonia com a lei de Deus personificada em o Cristo. Fora dessa verdade e autoridade divina, somos escravos de nossas próprias limitações e anseios egoístas. Somente o homem controlado por Cristo é verdadeiramente livre, livre para amar, perdoar e se entregar em favor do próximo: parafraseando - (Heppenstall, 1976, p. 189).

Uma vida cristã abençoada não depende de apegos materiais ou de buscar méritos através de boas obras. Não precisamos impressionar a Deus nem forçar a comunhão por meio de esforços vãos. Ele não pode ser manipulado. O que basta é uma fé genuína em Jesus Cristo, a qual nos justifica e nos traz paz com Deus: "Justificados, pois, mediante a fé, tenhamos paz com Deus, por meio do nosso Senhor Jesus..." (Rm 5:1-2 BVN).

Porém, sem esse relacionamento íntimo com Cristo, sem essa fé transformadora, qualquer tentativa de adquirir mérito ou alcançar valor moral se torna mero legalismo, uma formalidade vazia de valor espiritual. Deus é espírito, e é essencial que O adoramos em espírito e em verdade (Jo 4:24 BVN). Pois a adoração desprovida da essência divina, substituindo Suas leis por regras humanas, é vã e sem valor: "A sua adoração não vale nada, porque ensinam suas leis feitas pelos homens".

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (13): O Tempo e a Mensagem Esquecida.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (13): O Tempo e a Mensagem Esquecida.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Desde que ouvi falar pela primeira vez da mensagem do profeta Malaquias, algo em mim questionava a sua relevância nos dias atuais. O tempo, implacável como sempre, parecia ter desgastado aquelas palavras que um dia ecoaram com poder. A ideia de depositar os dízimos na "casa de Deus", como Malaquias afirmava, perdeu seu significado quando o véu do templo se rasgou de cima para baixo, em um momento em que o sol se escureceu (Lc 23:45 BRT).

Refletindo sobre isso, percebo que era ilusório limitar Deus a um local físico, como se Ele pudesse ser contido dentro dos muros de um edifício. "O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me haveis de fazer?" (Is 66:1 BJ). Malaquias, será que ele não sabia disso? Será que não compreendia a grandiosidade e a transcendência de Deus?

Hoje, me questiono sobre a validade de um profeta verdadeiro pedir ao povo que traga seus dízimos e transporte suas ofertas para um templo sem valor. Jesus, o Messias que ressuscitou dentre os mortos, que significado Ele atribuiu ao templo que antes havia purificado? Que consideração teve Ele para com a liderança religiosa da época?

A resposta se revela clara. Jesus veio para abrir nossos olhos para uma nova realidade, uma verdade que transcende as limitações físicas e cerimoniais. Ele nos mostrou que o verdadeiro templo é o nosso coração, onde a presença de Deus deve habitar. O véu rasgado simbolizou o acesso direto a Ele, sem intermediários, sem barreiras.

Nesse ínterim, somos convidados a refletir sobre nossas próprias concepções de culto e adoração. Não podemos nos deixar aprisionar por estruturas e rituais vazios. O verdadeiro culto a Deus está na entrega sincera, na busca por uma conexão profunda e pessoal com Ele. É no nosso dia a dia, nas pequenas ações e escolhas, que construímos uma comunhão verdadeira.

O tempo pode ter caducado a mensagem economista e de cobrança de Malaquias, e não podemos permitir que ela ainda sirva de regra para nós hoje. A mensagem verdadeira é esta que nos liberta, que nos conecta com a essência divina que habita em nós e nos inspira a amar e servir ao próximo. É hora de transcender as limitações do passado e abraçar uma espiritualidade autêntica, que transcende as paredes de qualquer templo e ecoa na eternidade.

Que possamos, como protagonistas de nossa própria história, despertar para a grandiosidade desse chamado. Que nossas vidas sejam crônicas de amor, justiça e compaixão. Que possamos viver plenamente o presente, conscientes de que a mensagem impactante de Malaquias não é mais para os dias de hoje; há outra, de desritualização, convidando-nos a uma transformação interior e a uma busca incessante pela verdadeira comunhão com o Filho.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (12): Quais os Limites da Mensagem de Malaquias?

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (12): Quais os Limites da Mensagem de Malaquias?

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era um tempo de incertezas e desorientação, quando o profeta Malaquias levantou-se para transmitir sua mensagem ao povo. Com voz firme e determinada, ele proclamou: "Trazei o dízimo integral para o tesouro a fim de que haja alimento em minha casa..." (Ml 3:10 BSV). Aquele era um período marcado pela confusão, um intervalo curto entre os anos de 430 a.C. e 420 a.C., durante a ausência de Neemias (Ne 12:6). Malaquias emergiu como um mensageiro enviado para corrigir as falhas que persistiam no pequeno grupo dos remanescentes do cativeiro de setenta anos. Ele via uma oportunidade imediata de restauração. No entanto, o problema não foi completamente solucionado; pelo contrário, os "pastores" e sacerdotes aproveitaram-se dos dízimos da campanha de Malaquias para se infiltrarem ainda mais no pecado. O povo, desamparado e desiludido, murmurava: "... é inútil servir a Deus; e que lucro teremos se observarmos os seus preceitos e se andarmos de luto diante de Iahweh dos Exércitos?" (Ml 3:14 BJ).

Essa situação lembra-me dos tempos do profeta Jeremias, quando tanto os grandes como os pequenos eram ávidos por ganância. Profetas e sacerdotes praticavam a mentira, tratando superficialmente das desgraças do meu povo, proclamando "Paz! Paz!" quando não havia paz alguma (Jr 6:13-14 BSV). Infelizmente, de forma semelhante, vemos pregadores assalariados agindo da mesma maneira nos dias atuais. Malaquias, reconhecendo o fracasso e a falta de sucesso de sua missão, antecipou a vinda de um novo acordo. Ele anunciou: "Eis que vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia grande e horrível do Senhor" (Ml 4:5 BSEP). Foi Jesus Cristo quem legitimou e estabeleceu João Batista como o Elias que estava por vir, afirmando claramente: "E, se quiserdes aceitá-lo, ele é o Elias que há de vir" (Mt 11:14 BSV). João anunciava e revelava Jesus, ao invés de exigir fórmulas e rituais já estabelecidos pelos hipócritas do Templo.

Essa última parte da campanha de Malaquias foi a que obteve sucesso e continuará a ter, até que o Rei dos reis retorne para concluir a obra de redenção no coração do homem. Já a parte inicial, aquela que buscava resolver as questões imediatas, mostrou-se temporária e insuficiente.

Ao refletir sobre os limites da mensagem de Malaquias, percebo que o verdadeiro culto a Deus vai além de formalidades e rituais vazios. O Senhor anseia por transformar as almas e não está preocupado com aparências. Ele é imutável em Sua natureza!