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quarta-feira, 5 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (13): O Tempo e a Mensagem Esquecida.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (13): O Tempo e a Mensagem Esquecida.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Desde que ouvi falar pela primeira vez da mensagem do profeta Malaquias, algo em mim questionava a sua relevância nos dias atuais. O tempo, implacável como sempre, parecia ter desgastado aquelas palavras que um dia ecoaram com poder. A ideia de depositar os dízimos na "casa de Deus", como Malaquias afirmava, perdeu seu significado quando o véu do templo se rasgou de cima para baixo, em um momento em que o sol se escureceu (Lc 23:45 BRT).

Refletindo sobre isso, percebo que era ilusório limitar Deus a um local físico, como se Ele pudesse ser contido dentro dos muros de um edifício. "O céu é o meu trono, e a terra o escabelo dos meus pés. Que casa me haveis de fazer?" (Is 66:1 BJ). Malaquias, será que ele não sabia disso? Será que não compreendia a grandiosidade e a transcendência de Deus?

Hoje, me questiono sobre a validade de um profeta verdadeiro pedir ao povo que traga seus dízimos e transporte suas ofertas para um templo sem valor. Jesus, o Messias que ressuscitou dentre os mortos, que significado Ele atribuiu ao templo que antes havia purificado? Que consideração teve Ele para com a liderança religiosa da época?

A resposta se revela clara. Jesus veio para abrir nossos olhos para uma nova realidade, uma verdade que transcende as limitações físicas e cerimoniais. Ele nos mostrou que o verdadeiro templo é o nosso coração, onde a presença de Deus deve habitar. O véu rasgado simbolizou o acesso direto a Ele, sem intermediários, sem barreiras.

Nesse ínterim, somos convidados a refletir sobre nossas próprias concepções de culto e adoração. Não podemos nos deixar aprisionar por estruturas e rituais vazios. O verdadeiro culto a Deus está na entrega sincera, na busca por uma conexão profunda e pessoal com Ele. É no nosso dia a dia, nas pequenas ações e escolhas, que construímos uma comunhão verdadeira.

O tempo pode ter caducado a mensagem economista e de cobrança de Malaquias, e não podemos permitir que ela ainda sirva de regra para nós hoje. A mensagem verdadeira é esta que nos liberta, que nos conecta com a essência divina que habita em nós e nos inspira a amar e servir ao próximo. É hora de transcender as limitações do passado e abraçar uma espiritualidade autêntica, que transcende as paredes de qualquer templo e ecoa na eternidade.

Que possamos, como protagonistas de nossa própria história, despertar para a grandiosidade desse chamado. Que nossas vidas sejam crônicas de amor, justiça e compaixão. Que possamos viver plenamente o presente, conscientes de que a mensagem impactante de Malaquias não é mais para os dias de hoje; há outra, de desritualização, convidando-nos a uma transformação interior e a uma busca incessante pela verdadeira comunhão com o Filho.

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