"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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quarta-feira, 12 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (47): O Cuidado que Transcende o Dinheiro.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (47): O Cuidado que Transcende o Dinheiro.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A vida nos surpreende de diversas maneiras, lançando-nos em dilemas morais e questionamentos profundos sobre nosso papel como cristãos. Uma questão em particular ecoa em minha mente, trazendo consigo uma urgência que não pode ser ignorada. É uma reflexão sobre o verdadeiro significado de ser um seguidor de Cristo e o compromisso que temos com nosso próximo.

Lembro-me das palavras do renomado autor, que em seu livro destaca: "Dar dinheiro à igreja como substituto do cuidado pelo povo, é negação daquilo que significa ser cristão. O dinheiro que temos, a habilidade que temos, a experiência cristã que temos, jamais devem ser um escape de qualquer situação humana, mas deve representar real amor e compaixão por outrem" (HAPPENSTALL, 1976, p133). Essas palavras ressoam profundamente em minha alma, como um chamado para a ação.

À medida que mergulhamos nas páginas da história, não podemos deixar de nos questionar: será que nosso grande exemplo, Cristo, assumiu o papel de omisso, transferindo Suas responsabilidades para os tesoureiros do templo ou para qualquer outra pessoa? A resposta é clara e inequívoca: não, Cristo não pecou, e a omissão é, sem dúvida, um pecado que não podemos ignorar. As palavras do apóstolo Tiago ecoam em nossos ouvidos: "Lembrem-se também de que, saber o que deve ser feito e não fazer, é pecado" (Tg 4:17 BV).

É fácil cair na armadilha de acreditar que nosso dever é cumprido ao depositar uma oferta ou doação na caixa da igreja. Porém, como cristãos, somos chamados a ir além disso. O verdadeiro amor e compaixão não podem ser substituídos por meras transações financeiras. Não podemos permitir que o dinheiro seja um escape para nossas responsabilidades em relação aos outros.

Olhando para trás, vejo situações em que a omissão prevaleceu, momentos em que fechei os olhos para as necessidades ao meu redor. Mas hoje, em meio a essa crônica, reconheço a importância de agir de forma verdadeiramente cristã. Não é suficiente saber o que deve ser feito; devemos ter a coragem e a determinação de agir em prol do bem.

Convido cada um de vocês, meus amados leitores, a refletir sobre seu próprio papel nessa jornada. Não se deixem enganar pelo engodo do dinheiro, da habilidade ou da experiência cristã acumulada. O verdadeiro cuidado pelo próximo vai além de meros gestos financeiros. Envolve estar presente, ouvir, ajudar e amparar quando necessário.

A mensagem que ecoa em meu coração é clara: precisamos despertar para o verdadeiro significado do amor e da compaixão cristã. Não sejamos omissos diante das necessidades que nos cercam. Abandonemos a falsa ideia de que nossas obrigações são transferidas para os líderes da igreja. Assumamos nossa responsabilidade individual de cuidar e zelar pelo bem-estar dos outros.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (46): A Responsabilidade dos Talentos.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (46): A Responsabilidade dos Talentos.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Há uma história que se desenrola entre os "crentes" deste mundo, uma história marcada pela omissão e pela falta de responsabilidade individual. Aqueles que se intitulam seguidores de Deus parecem ter esquecido o verdadeiro significado de ser um "servo", um administrador fiel de seus próprios talentos, tesouros e tempo.

Lembro-me das palavras do Mestre, quando Ele nos chamou para esse papel: "Muito bem, servo bom e fiel! Sobre o pouco foste fiel, sobre o muito te colocarei. Vem alegrar-te com o teu Senhor!" (Mt 25:21 BJ). Essa parábola dos talentos nos ensina sobre a importância da fidelidade individual e da administração consciente daquilo que nos é confiado.

É lamentável constatar como muitos se desviam desse caminho de fidelidade, perdidos em suas próprias negligências. A responsabilidade de cultivar e multiplicar os talentos que nos foram dados não pode ser transferida para outrem. Cada um de nós, convertidos ao Reino de Deus, é convocado para essa tarefa singular.

Ao observar o cenário, vejo esses "crentes" inconsequentes, desviando o olhar de sua própria responsabilidade, entregando seus talentos nas mãos dos outros (pastores de igreja), como se isso fosse suficiente. Enganam-se ao pensar que Deus os isentou dessa responsabilidade individual. Pelo contrário, Ele nos confiou o domínio sobre o pouco, para que pudéssemos ser colocados no comando do muito.

Minha jornada levou-me a testemunhar os resultados dessa omissão. Vejo vidas desperdiçadas, talentos ocultos, potenciais não realizados. É como se uma névoa densa envolvesse aqueles que se esqueceram do chamado divino e da responsabilidade inerente a ele.

Caro leitor, devo confessar que é doloroso presenciar essa realidade. É uma ferida aberta no coração daqueles que, com sinceridade, buscam uma vida de serviço e dedicação. Mas, não posso me limitar a apenas lamentar. É meu dever compartilhar essa experiência com você, transmitir a mensagem para qual somos chamados a mais do que uma vida de comodismo e preguiça.

Em cada palavra que escrevo, sinto o peso da responsabilidade que carrego. Sou testemunha de uma verdade que não pode ser ignorada: a responsabilidade individual é a chave para a transformação pessoal e coletiva. Cada talento negligenciado é uma oportunidade perdida, cada recurso mal administrado é um passo em direção ao fracasso.

Portanto, que possamos despertar desse sono profundo da omissão. Que possamos compreender a importância de cuidar dos nossos próprios talentos, tesouros e tempo. Não podemos permitir que a inércia nos domine. Devemos ser administradores fiéis, multiplicando os dons que nos foram confiados.

Assim, caro leitor, convido-o a refletir sobre o seu papel neste mundo. Que você possa enxergar além das sombras da negligência e abraçar a responsabilidade que lhe foi concedida.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (45): O Peso da Consciência.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (45): O Peso da Consciência.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Caro leitor, permita-me questioná-lo: você daria esmola em dinheiro a um pedinte viciado, sabendo que essa doação seria trocada por bebida alcoólica ou outras drogas? Essa indagação, por mais desconfortável que seja, nos remete a uma reflexão profunda. O apóstolo Paulo, em sua Carta aos Romanos, nos adverte sobre a responsabilidade não apenas daqueles que praticam o mal, mas também daqueles que o aplaudem ou contribuem para que ele aconteça. É um pecado grave, um ato de conivência com a maldade.

"Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem" (Rm 1:32 BVN). Infelizmente, muitos membros da igreja estão caindo nessa armadilha e cometendo um pecado tão grandioso! É surpreendente como pessoas "inteligentes" continuam levando seus dízimos e ofertas, alimentando seus líderes religiosos, e ainda dizem: "Eu fiz a minha parte, se eles fazem mau uso, terão que responder perante Deus!" É alarmante constatar como encontram respaldo em livros de autores de personalidade duvidosa, que, ao desconsiderarem outras citações que contradizem sua posição, incentivam esse erro da conivência irresponsável.

É preciso questionar: não temos nós, como indivíduos responsáveis, o dever de avaliar o destino de nossas contribuições? Não devemos nós nos preocupar com a forma como os fundos da casa do Senhor estão sendo utilizados? Acreditar que não temos qualquer responsabilidade a menos que sejamos encarregados diretos do cuidado desses recursos é, no mínimo, um equívoco. É negar nossa função como membros ativos da comunidade de fé, é ignorar o papel que nos é confiado de zelar pelos princípios que regem nossa religiosidade.

Caro leitor, convido-o a refletir sobre as consequências de nossas ações, ou da falta delas, nesse contexto. Não podemos nos eximir de nossa responsabilidade ao alimentar o vício daqueles que já se aproveitam do poder para gastar os recursos da igreja, das "vaquinhas", bingos e rifas beneficentes do jeito que bem intenderam. Devemos buscar maneiras alternativas de ajudar, de direcionar nossa generosidade de forma a verdadeiramente auxiliar na transformação da vida daqueles que realmente precisam. A doação precisa chegar integralmente ao seu objetivo.

É hora de deixarmos de lado a passividade, a mera justificativa de que fizemos nossa parte. Devemos agir com discernimento, buscando compreender as reais necessidades e anseios daqueles que recebem nossa ajuda e a intenção do intermediário, aliás este último é desnecessário completamente. Somente assim poderemos transmitir uma mensagem de amor e cuidado verdadeiros.

Que possamos despertar para a nossa responsabilidade, querido leitor. Que possamos enxergar além das aparências e dos estereótipos, e compreender que cada gesto de bondade deve ser guiado não somente pelo coração, mas sobretudo pela sabedoria.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (44): A Responsabilidade do Coração Generoso.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (44): A Responsabilidade do Coração Generoso.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A luz do sol dourava o horizonte quando me vi imerso em uma reflexão profunda sobre nosso envolvimento com a tesouraria da igreja local. Uma questão tão delicada e repleta de nuances que ecoava em minha mente como uma melodia enigmática.

Seria pecado confiar parte de nossos bens à tesouraria, visando viabilizar um projeto de auxílio aos necessitados de nossa vizinhança? Essa indagação me fazia percorrer um labirinto de sentimentos contraditórios. Mas, em meio a tantas incertezas, algo permanecia claro: a responsabilidade que cada um de nós carrega em nosso coração.

Permita-me ponderar, caro leitor, que confiar nossa contribuição à tesouraria de nossa igreja não é pecado em si. No entanto, sua retidão moral está intrinsecamente ligada à forma como essa contribuição é utilizada. Se é direcionada conforme a vontade divina, se os necessitados congregados encontram alívio em suas aflições, e se cada doador realiza sua ação sem nenhum peso de consciência, então podemos afirmar que não há pecado em nosso gesto de generosidade.

No entanto, há uma importante ressalva a ser feita. Jamais podemos transferir nossa responsabilidade cristã para a tesouraria ou para o tesoureiro incumbido dessa tarefa. Afinal, a doação de recursos materiais não deve ser vista como uma mera obrigação burocrática, mas sim como uma expressão genuína de nossa fé e compromisso com o próximo.

Caro leitor, permita-me ir além. Quanto à sua responsabilidade de dar e direcionar os tesouros confiados a você, essa tarefa não pode ser cobrada do tesoureiro de sua igreja. Ela é sua, e somente sua. Cabe a você o discernimento e sabedoria para escolher onde e como investir sua generosidade, de forma a impactar positivamente a vida daqueles que necessitam.

Em um mundo onde o individualismo muitas vezes se sobrepõe ao coletivo, é crucial que cada um de nós assuma a responsabilidade de cuidar dos menos favorecidos. Não podemos nos isentar da missão de sermos agentes de mudança, de sermos instrumentos do amor divino neste mundo tão carente de compaixão. Sem precisar de terceirizar sua salvação.

Que essa reflexão ecoe em seu coração, querido leitor, como um convite à ação. Não se trata apenas de confiar nossos bens à tesouraria da igreja, mas de assumir a responsabilidade de fazer a diferença na vida daqueles que mais precisam. Que possamos enxergar além das estruturas institucionais e abraçar a verdadeira essência da caridade, da solidariedade e do amor ao próximo.

Que em nossas mãos repousem não apenas moedas e notas, mas também a chama ardente da empatia, da compaixão e da esperança. Que cada doação seja um ato de entrega do coração, refletindo a luz divina que habita em nós individualmente. Pois, no final das contas, a verdadeira tesouraria está em nossas mãos e em nossos corações. Ninguém precisa fazer "vaquinha" para ajudar ninguém, basta fazer o que cada um pode diretamente, Não precisamos transferir as bençãos para organizadores de bingos beneficientes e organizadores de "vaquinhas".

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (43): O Milagre de Cuidar do Próximo.

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (43): O Milagre de Cuidar do Próximo.

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma manhã ensolarada, dessas que trazem consigo a promessa de um dia especial. Enquanto caminhava pelas ruas movimentadas da cidade, meus pensamentos se voltavam para as palavras sábias proferidas por Jesus. Ele, o mestre dos mestres, nos ensinou que cada vez que estendemos a mão ao nosso próximo humilde, estamos servindo a Ele mesmo. Uma afirmação poderosa que ressoa em meu coração até os dias de hoje.

Através dessas palavras, Jesus nos convida a enxergar além das aparências, a transcender as divisões impostas pela sociedade e a reconhecer a divindade presente em cada ser humano. Ele nos mostra que o verdadeiro propósito de nossa existência está em cuidar uns dos outros, em sermos canais de amor e compaixão.

Lembro-me de um momento marcante em minha vida, um instante em que tive a oportunidade de testemunhar o poder transformador dessas simples ações. Em um dia como qualquer outro, deparei-me com um homem desamparado, de olhos cansados e alma desgastada pela dureza da vida. Seu semblante refletia a solidão e a desesperança que o consumiam.

Sem pensar duas vezes, estendi minha mão a ele, oferecendo um sorriso acolhedor e uma palavra de conforto. Foi como se um milagre acontecesse dentro de mim. Os ombros caídos se ergueram, um brilho tímido voltou a iluminar meus olhos e um suspiro de alívio escapou de meus lábios.

Não era apenas o fato de ter oferecido um gesto de bondade, mas sim a consciência de que, naquele momento, eu estava tocando a vida de Jesus de maneira tangível. Eu me vi como um instrumento nas mãos divinas, uma extensão de Seu amor misericordioso.

A partir desse encontro, minha visão de mundo mudou para sempre. Percebi que cada encontro, por mais fugaz que seja, é uma oportunidade divina de deixar uma marca positiva na vida de alguém e mais na nossa própria vida. Afinal, não se tratava apenas de prestar assistência material, mas de estar presente, de oferecer um ombro amigo, de compartilhar uma palavra de esperança.

A lição de Jesus é clara: quando atendemos as necessidades do próximo humilde, estamos honrando a presença do divino em cada ser humano. Somos chamados a ver além das aparências, a reconhecer o potencial de transformação que cada pessoa carrega consigo. E, ao fazer isso, somos agraciados com a oportunidade de testemunhar milagres diários, de experimentar a plenitude que só o amor desinteressado pode proporcionar. Fez muito bem para mim.

Que essas palavras ecoem em seu coração, querido leitor, como um chamado para despertar o poder do cuidado em sua própria vida. Que possamos enxergar as oportunidades diárias de fazer a diferença, de oferecer uma mão estendida, de ser o raio de luz na escuridão do mundo.

Pois, no final das contas, o bem que fazemos nos autentica como verdadeiros cristãos, luz e sal na terra.

terça-feira, 11 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (42): Como Valorizar o Ministério Individual?

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (42): Como Valorizar o Ministério Individual?

Por Claudeci Ferreira de Andrade

No turbilhão da vida, somos constantemente desafiados a refletir sobre nosso papel no mundo. Afinal, o que significa ser um mordomo de Deus? Essa indagação me conduziu por um caminho de descobertas, revelando a importância de valorizarmos o ministério individual que nos foi confiado.

Somos agraciados com o privilégio de administrar pessoalmente os bens divinos, o que nos permite estabelecer uma conexão genuína com nossos semelhantes. É nesse espaço íntimo e particular que podemos experimentar, de forma real, o poder transformador da presença de Deus em nossas vidas.

Lembro-me das palavras sábias de Heppenstall, que ressoam em minha mente como um eco inspirador. Ele nos lembra que aqueles que verdadeiramente experimentam o poder salvador de Deus não podem se contentar em ser meros espectadores. Somos chamados a participar ativamente da vida daqueles que nos cercam, compartilhando não apenas as bênçãos recebidas, mas também tomando sobre nós as necessidades e encargos daqueles que ainda não conhecem a Cristo.

Essa tarefa nobre não é apenas uma obrigação, mas uma oportunidade de crescimento e amadurecimento espiritual. Ao nos envolvermos na vida daqueles que cruzam nosso caminho, adquirimos uma compreensão mais profunda das lutas, das alegrias e das esperanças que permeiam a existência humana.

Ao nos tornarmos mordomos atentos e engajados, descobrimos que não estamos sozinhos nessa jornada. Somos parte de uma grande família, unida pelo amor e pela fé. E é através da expressão prática desse amor que podemos transmitir a mensagem transformadora do evangelho.

Valorizar o ministério individual não se resume a cumprir uma tarefa ou desempenhar um papel institucional. É um chamado para sermos agentes de mudança em um mundo sedento de esperança. É um convite para nos comprometermos com a causa do próximo, estendendo a mão aos necessitados, consolando os aflitos e compartilhando a alegria da salvação.

Portanto, que possamos abraçar essa missão com fervor e dedicação. Que nossas ações falem mais alto que palavras vazias, e que nossa presença seja um reflexo do amor incondicional de Deus. Ao valorizarmos o ministério individual, nos tornamos instrumentos poderosos nas mãos do Criador, capazes de impactar vidas e transformar realidades.

Que essa mensagem ecoe em nosso coração, inspirando-nos a agir e a compartilhar o amor divino com o mundo ao nosso redor. Pois, no fim das contas, é através de nossa dedicação e serviço que manifestamos a verdadeira essência da fé e construímos um legado que perdurará além de nós mesmos.

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (41): Comete Pecado Quem não Paga Dízimos?

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (41): Comete Pecado Quem não Paga Dízimos?

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ao observar o cenário religioso que nos cerca, é impossível ignorar as controvérsias e debates acalorados que surgem em torno do tema dos dízimos. Afinal, seria pecado não contribuir financeiramente com a igreja? Essa questão complexa fez-me mergulhar nas escrituras em busca de respostas e compreensão.

Na essência da visão evangélica de Paulo, encontrei uma perspectiva intrigante. Para ele, cobrar o dízimo era um obstáculo para o avanço do Evangelho, e por isso ele próprio optou por não exigi-lo. Essa postura desafiadora nos faz refletir sobre o verdadeiro propósito por trás dessa prática.

Imaginemos, por um instante, um "crente" dirigindo-se aos apóstolos, seus pastores, para entregar seu dinheiro. E, para sua surpresa, os apóstolos o informam que nunca exigiram pagamento de qualquer espécie. Seria o "crente" considerado um pecador por retornar para casa com seu dinheiro? Se o ato de não pagar o dízimo fosse de fato um pecado, o apóstolo Paulo certamente não hesitaria em recebê-lo, temendo incentivar a inadimplência. "Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo". (1 Coríntios 9:12).

Essa atitude "antimissionária" não era exclusiva de Paulo, mas compartilhada pelos outros apóstolos também. Evidência disso está presente no verso mencionado anteriormente, no qual os verbos estão flexionados na primeira pessoa do plural: usamos, atendemos, exigimos, fizéssemos. Todos eles compreendiam claramente as implicações morais na vida dos dizimistas farisaicos, que, como dizem as escrituras, "parecem por fora justos aos homens".

A pergunta que surge diante desse panorama é: qual é o verdadeiro retorno esperado da sistemática do dizimar? O que motiva as pessoas a contribuírem? É a ostentação? A busca por reconhecimento social? Essas reflexões nos convidam a questionar nossas motivações e examinar se o ato de pagar o dízimo está realmente alinhado com o propósito mais elevado da fé.

Em vez de transformar essa questão em um julgamento moral, devemos buscar compreender a mensagem mais profunda do Evangelho. A generosidade, o cuidado com o próximo e o amor incondicional são princípios fundamentais que devem orientar nossas ações. Não se trata apenas de entregar uma porcentagem de nossos recursos financeiros, mas de viver uma vida de integridade, compaixão e serviço ao próximo.

Portanto, a resposta para a pergunta inicial não está em afirmar se é pecado ou não pagar dízimos. O cerne da questão reside em examinarmos nossas atitudes e motivações, em compreender que nossa conexão com o divino não pode ser reduzida a transações monetárias. É na vivência do amor, na busca pela justiça e na sinceridade do coração que encontramos a verdadeira essência da fé.

Que possamos refletir sobre o que realmente importa e, assim, caminhar em direção a uma espiritualidade prelibada.