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terça-feira, 11 de julho de 2023

ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (41): Comete Pecado Quem não Paga Dízimos?

 


ANTOLOGIA DE CRÔNICAS REFLEXIVAS À LUZ DA SÃ CONSCIÊNCIA — Crônica (41): Comete Pecado Quem não Paga Dízimos?

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Ao observar o cenário religioso que nos cerca, é impossível ignorar as controvérsias e debates acalorados que surgem em torno do tema dos dízimos. Afinal, seria pecado não contribuir financeiramente com a igreja? Essa questão complexa fez-me mergulhar nas escrituras em busca de respostas e compreensão.

Na essência da visão evangélica de Paulo, encontrei uma perspectiva intrigante. Para ele, cobrar o dízimo era um obstáculo para o avanço do Evangelho, e por isso ele próprio optou por não exigi-lo. Essa postura desafiadora nos faz refletir sobre o verdadeiro propósito por trás dessa prática.

Imaginemos, por um instante, um "crente" dirigindo-se aos apóstolos, seus pastores, para entregar seu dinheiro. E, para sua surpresa, os apóstolos o informam que nunca exigiram pagamento de qualquer espécie. Seria o "crente" considerado um pecador por retornar para casa com seu dinheiro? Se o ato de não pagar o dízimo fosse de fato um pecado, o apóstolo Paulo certamente não hesitaria em recebê-lo, temendo incentivar a inadimplência. "Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo". (1 Coríntios 9:12).

Essa atitude "antimissionária" não era exclusiva de Paulo, mas compartilhada pelos outros apóstolos também. Evidência disso está presente no verso mencionado anteriormente, no qual os verbos estão flexionados na primeira pessoa do plural: usamos, atendemos, exigimos, fizéssemos. Todos eles compreendiam claramente as implicações morais na vida dos dizimistas farisaicos, que, como dizem as escrituras, "parecem por fora justos aos homens".

A pergunta que surge diante desse panorama é: qual é o verdadeiro retorno esperado da sistemática do dizimar? O que motiva as pessoas a contribuírem? É a ostentação? A busca por reconhecimento social? Essas reflexões nos convidam a questionar nossas motivações e examinar se o ato de pagar o dízimo está realmente alinhado com o propósito mais elevado da fé.

Em vez de transformar essa questão em um julgamento moral, devemos buscar compreender a mensagem mais profunda do Evangelho. A generosidade, o cuidado com o próximo e o amor incondicional são princípios fundamentais que devem orientar nossas ações. Não se trata apenas de entregar uma porcentagem de nossos recursos financeiros, mas de viver uma vida de integridade, compaixão e serviço ao próximo.

Portanto, a resposta para a pergunta inicial não está em afirmar se é pecado ou não pagar dízimos. O cerne da questão reside em examinarmos nossas atitudes e motivações, em compreender que nossa conexão com o divino não pode ser reduzida a transações monetárias. É na vivência do amor, na busca pela justiça e na sinceridade do coração que encontramos a verdadeira essência da fé.

Que possamos refletir sobre o que realmente importa e, assim, caminhar em direção a uma espiritualidade prelibada.

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