"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 8 de setembro de 2012

FAZER AMOR: TÃO POBRE AMOR! ("Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal." — Friedrich Nietzsche)



Crônica

FAZER AMOR: TÃO POBRE AMOR! ("Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal." — Friedrich Nietzsche)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           A expressão " fazer amor" é um eufemismo para a "pratica do  sexo" e, também, um indicador da hipocrisia, enfeite da falsa moralidade social. As feministas dizem, para seduzir seus parceiros: — "as mulheres fazem amor e os homens, sexo". Depois, ao defender sua opção sexual, dizem que, em questão de amor, ninguém manda em seu próprio coração. Então, devem estar fazendo alguma coisa estranha sem querer, chamando-a de amor! Ou me responda, por que, às escondidas, todos demonstram esses sentimentos naturais, usando os impulsos sexuais? Em seguida, fica tudo bem, depois se banham como quem come e escova os dentes e sorrindo faz de conta que nada aconteceu: é como um trabalho qualquer!
          Eu na qualidade de cliente, não quero nada com "amor". Se o dinheiro compra tudo que o amor pode me dar, basta-me o prazer do poder. A prisão social, causada pela falta de condição, desvirtua os puros sentimentos, ou melhor, só há saúde psicológica com autonomia, sem a exigência de quem eu prometi fidelidade até a morte. Então, "fazer amor" é uma fantasia absurda dos devassos, os ricos compram pronto o amor e seus atributos. "Amor (verdadeiro) só dura em liberdade". O resto é compromisso e obrigações impostas. 
          Sim, esse amor imposto é "tão pobre amor", como disse o músico Raul Seixas, na canção: "A Maçã". Jamais o quero para mim. A maior perversidade sexual é o esforço exercido na manutenção da aparência de quem nunca usa dele. Mas, se não fosse assim, nada fluiria em uma sociedade ensinada a hipocrisia. Chamem-no de qualquer coisa, todos são passivos da motivação: "crescei e multiplicai". Por isso dar prazer o fazer amor, bem como praticar sexo. O que seria a intensão de multiplicar se não fosse a intensão do orgasmo? Qual é o prazer do criar filho?  Fazer amor ou sexo termina sendo a mesma coisa quando apenas se visa o lucro? "Passei a ocupar meus dias pensando sobre o que, afinal, é isso que todo mundo enche a boca pra chamar de amor" (Martha Medeiros). 
Claudeko
Enviado por Claudeko em 29/04/2012
Reeditado em 08/09/2012
Código do texto: T3639363
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sábado, 1 de setembro de 2012

QUEM ELES PENSAM QUE SÃO? (As relações mais felizes são aquelas baseadas na mútua incompreensão." — François La Rochefoucauld).



Crônica da Vida Escolar

QUEM ELES PENSAM QUE SÃO? (As relações mais felizes são aquelas baseadas na mútua incompreensão." — François La Rochefoucauld).

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Um homem não respeita o outro mais do que respeita os seus próprios pais. Assim seria ousadia demais, eu querer respeito de meus alunos, se eles nem experimentam isso em sua família. Eles nem sequer me deixam cumprir meu dever sobre si, com tanto, só querem o cumprimento de seus desejos. "O respeito pelos pais só resiste enquanto os pais respeitem o interesse dos filhos."(Raul Brandão). Tampouco sou um desrespeitador eficaz, apenas sou uma vítima eficaz! Pois descobri uma coisa: a atitude respeitosa brota de dentro para fora, nunca é imposta de fora para dentro, se assim, por último o for, não será virtude.  Eu sofro muito, ouvindo desacatos deles e mais ainda, vendo meu contrato pedagógico ser pisoteado (uma coisa leva à outra). O único contrato válido ali é a imposição deles. 
          Hoje os professores precisam se especializar em refutar objeções de alunos farristas. Pois, na aula toda, o mestre se debruça em controlar a sala querendo ter o ouvinte, do qual precisa muito, para aplicar o conteúdo técnico do currículo do curso. Porém, os alunos descompromissados se limitam em reclamar de tudo, apelar pelo caminho mais fácil. E não sei porque, eles, de modo algum, valorizam o governo que lhes dar tudo de graça!!! Vou endossar aqui as palavras do Professor Flávio José, exemplificando as estratégias deles para se dar bem: "Em conselho de classe, teve um fato em que o aluno, péssimo aluno por sinal, trouxe uma caixa de bombom para a professora, a partir daquele momento, a professora não mais falou mal do aluno, com certeza foi intimidada e a presença do aluno ali fez com que os demais professores mudassem o discurso, emfim o aluno foi aprovado pelo conselho!!! Dizer o quê?"
          Se a benção do meu ensinar repousa sobre aqueles merecedores da prosperidade, por visualizar o caminho certo; minha maldição do não ensinar castiga os que cavaram para si as consequências por serem o estorvo frequente de minha vida, e na vida de outros desmotivando-os ao bem.
          Meu recado poético aos meus desrespeitadores:
"Aprende hoje com o silêncio, gritar não traz respeito, e o ouvir ainda é melhor que o muito falar, e em respeito a você, eu me calo, não à sua ignorância."
Claudeko
Enviado por Claudeko em 19/04/2012
Reeditado em 01/09/2012
Código do texto: T3622298
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sábado, 25 de agosto de 2012

PERFIL DO ALUNO DE "SUCESSO" ("Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores."— Khalil Gibran)



Crônica

PERFIL DO ALUNO DE "SUCESSO" ("Aprendi o silêncio com os faladores, a tolerância com os intolerantes, a bondade com os maldosos; e, por estranho que pareça, sou grato a esses professores."— Khalil Gibran)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          O aluno de sucesso foi criado pela instituição familiar, conjugada com a igreja e escola, ensinaram-no sobre o verdadeiro cidadão, sendo ele reivindicador de seus direitos, mas se esqueceram de lhe dizer que só é digno de direitos, quem cumpre seus deveres. Ensinaram-no sobre o verdadeiro cidadão, como sendo ele conquistador das atenções, para não passar despercebido em nenhum momento sequer, impõe-se, entretanto se esqueceram de lhe dizer, também, que a "palhaçada" faz a diferença, porém é inútil, nesse caso. No Brasil, só o Tiririca é um palhaço de sucesso.
          O aluno de sucesso não pode ver uma aglomeração barulhenta que ele corre para lá, gritando: — Porrada! Porrada! Porrada!!! Como o mundo MODERNO o ensina melhor! Hoje, já se separa brigas com "splay' de pimenta, e há colírios desirritadores dos olhos enfumaçados das coisas. E ainda se atreve fazer o inédito relatório do tumulto, porque presenciou só o alvoroço!
          O aluno de sucesso não se acanha em transgredir qualquer lei ao realizar seus caprichos: mente, rouba, xinga, edita conversas no celular, ameaça, tenta subornar etc. Depois apossa-se do fingimento para parecer vítima e continuar sorrindo, de consciência limpa, àqueles que ele massacrou.
          O aluno de sucesso reivindica igualdade com os seus professores, e sai gritando nos corredores: — "Se o professor pode, eu também posso!" Mas, a atitude referencial não são os dons dos mestres, porém as mazelas deles, pois não são perfeitos. Então o aluno reclama porque o professor não usa uniforme, às vezes atrasam e ostentam alguns privilégios, tipo: o lanche diferenciado. Ele copia mais os erros dos professores do que os seus acertos. Alguns zelam por uma camuflagem: O olhar penetrante; cabelos desgrenhados; mochila sempre nas costas; telemóvel no bolso da camisa; muitos livros nas mãos; calça com muitos bolsos estufados; bracelete além de relógio; são mais populares que  os professores na unidade escolar.
          O aluno de sucesso, mesmo não sabendo escrever corretamente, incapaz de fazer uma redação escolar, quando alguém lhe avisa de um erro de desempenho na escrita do professor, ele escandaliza e grita debochadamente: — "Que professor de português é esse?!" Humilhar os professores lhe importa mais, assim ele sobrepuja em sua busca de reconhecimento dos aprendizes ao sucesso.
          Esse tipo de aluno, é sempre bem orientado para buscar ajuda junto às autoridades assistenciais, caso o sucesso esteja demorando. Por supostos prejuízos, choram e obrigam seus pais, que nunca podem ir à escola buscar seu boletim, a irem desacatar professores e coordenadores. Sair por cima é o interessante, depois ele restaurará a relação com os ofendidos, fazendo gracinhas, desta vez,  convenientes.
          O aluno de sucesso está sempre nervoso, e procura resolver qualquer situação de forma violenta, por mais simples que ela seja, indicando que o ódio deve superar a razão. Fazendo medo a todo mundo, assim diminuem seus desafios. Mas, esqueceram de lhe dizer que responder os desafios o fará grande. 
          O primeiro passo na busca do sucesso é o aluno rodar o livro no dedo. O livro fechado em alta velocidade em seu dedo é uma forma de domínio. As alunas de sucesso já não podem fazer essa lição, por causa das unhas bem trabalhadas, mal pegam na caneta para não estragá-las, então se agregam aos dominadores e riem por bobagem, como sinal de apoio, desfrutando do status.
          O professor, que quer sobreviver, submete-se  ao "passo-a-passo" do aluno "herói" e o elege como representante de classe, ou seja, pega carona com os bem-sucedidos para sofrer menos, mesmo tendo de assinar uma advertência a cada semana por denúncias de aluno, questionando o trabalho dele. Eu recorro, também, à ironia, minha arma, até então, secreta.          
Claudeko
Enviado por Claudeko em 15/04/2012
Reeditado em 25/08/2012
Código do texto: T3613632
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sábado, 18 de agosto de 2012

A ARTE DE ESCREVER BEM ( Os mandamentos do escritor)



Texto

A ARTE DE ESCREVER BEM ( Os mandamentos do escritor)

Car­los Wil­li­an Lei­te |

Dando sequência à série de conselhos literários (ou mandamentos literários), publico nesta edição os ensinamentos de outros cinco escritores seminais: Machado de Assis, Marcel Proust, Gustave Flaubert, Henry Miller e Jorge Luis Borges. A compilação reúne excertos de textos publicados nos livros “Pensamentos e Reflexões de Machado de Assis”, “Contra Sainte-Beuve: Notas Sobre Crítica e Literatura”, de Marcel Proust, “Cartas Exemplares”, de Gustave Flaubert, “Henry Miller on Writing”. Os conselhos de Jorge Luis Borges foram publicados numa edição especial da revista L’Herne. A primeira parte dos mandamentos literários pode ser visto aqui: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3588094


1 — A primeira condição de quem escreve é não aborrecer.

(Machado de Assis)


2 — Para se ter talento é necessário estarmos convencidos de que o temos.

(Gustave Flaubert)


3 — Há somente uma maneira de escrever para todos, que é escrever sem pensar em ninguém. (Marcel Proust)



4 — Escreva primeiro e sempre. Pintura, música, amigos, cinema, tudo isso vem depois.

(Henry Miller)


5 — Evitar as cenas domésticas nos romances policiais; as cenas dramáticas nos diálogos



filosóficos.

(Jorge Luis Borges)


6 — Trabalhe de acordo com o programa, e não de acordo com o humor. Pare na hora prevista! (Henry Miller)



7 — Uma verdade claramente compreendida não pode ser escrita com sinceridade.

(Marcel Proust)


8 — Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução. (Machado de Assis)



9 — O autor na sua obra, deve ser como Deus no universo, presente em toda a parte, mas não visível em nenhuma. (Gustave Flaubert)



10 — Esqueça os livros que quer escrever. Pense apenas no que está escrevendo.

(Henry Miller)


11 — O que se deve exigir do escritor, antes de tudo, é certo sentimento íntimo, que o torne homem do seu tempo e do seu país, ainda quando trate de assuntos remotos no tempo e no espaço.

(Machado de Assis)


12 — Todo o talento de escrever não consiste senão na escolha das palavras.

(Gustave Flaubert)


13 — Mantenha-se humano! Veja pessoas, vá a lugares, beba, se sentir vontade.

(Henry Miller)


14 — Evite a vaidade, a modéstia, a pederastia, a falta de pederastia, o suicídio.

(Jorge Luis Borges)


15 — Um livro não deve nunca parecer-se com uma conversação nem responder ao desejo de agradar ou de desagradar.

(Marcel Proust)
Claudeko
Enviado por Claudeko em 08/04/2012
Reeditado em 08/04/2012
Código do texto: T3600636
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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

O MEC E A MUDANÇA NO ENSINO MÉDIO


O MEC E A MUDANÇA NO ENSINO MÉDIO

Por Luiz Carlos Amorim – Escritor –Http://luizcarlosamorim.blogspot.com


O MEC – Ministério da Educação – está querendo, e não é de hoje, “fundir” as atuais treze disciplinas do ensino médio em apenas quatro “áreas”: ciências humanas, ciências da natureza, linguagem e matemática. Só que não definem, não esclarecem quais as matérias entram em cada uma das “áreas”. Será que na miscelânea não vai sobrar nada? Justificam a mudança com a desculpa de que as matérias que compõe o currículo atualmente estão muito “fragmentadas”. Penso que se dessem mais atenção à educação nacional, se investissem mais, o ensino estaria muito melhor.


A verdade é que o projeto de mudança voltou à baila depois que saiu o resultado do IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica de 2011, nada bons, evidenciando a baixo nível da nossa educação pública. A mudança até poderia ser promissora, se tivéssemos um Ministério da Educação que funcionasse, que priorizasse o ensino no país. Mas ninguém acredita que a implantação do projeto seja pelo menos razoável, pois a educação brasileira está em franca decadência, para não dizer falência. Os professores não são bem pagos, nem sempre são qualificados, não são em número suficiente para atender o grande número de estudantes da escola pública, os espaços físicos nem sempre tem manutenção – existem escolas caindo aos pedaços, sendo até desativadas – e também falta equipamentos. Além disso, o tal projeto, segundo disse representante do MEC, necessitaria de período integral para ser eficaz. Se o país não dá conta de ensinar suas crianças em meio período, como vai conseguir em período integral? Seria muito bom, com certeza. Mas o “poder público” vai investir nisso? Até agora vem investindo cada vez menos.

Então a impressão que dá é que o ministro Mercandante – estamos bem, sai Haddad e entra Mercadante – quer “diminuir a dificuldade” de aprendizado dos estudantes do ensino médio e mascarar a falta de qualificação de alguns professores mal pagos e mal selecionados, para que seja feita uma boa prova do ENEM e, assim, os resultados passem a ser bons, e o governo possa gastar mais dinheiro em propaganda dizendo ao povo que a educação brasileira é modelo, que tudo vai bem e assim por diante.

O que precisamos é a valorização dos professores, mais qualificação, mais reconhecimento, mais respeito pela educação pelos donos do poder. Precisamos de mais escolas e mais professores, quando o que ocorre é o contrário: escolas sem condições de uso são parcialmente ou totalmente desativadas, obrigando as outras a diminuírem as horas de aula das turmas, pois não há outra alternativa senão aumentar os turnos, tendo que receber mais alunos.

Corremos o risco de, havendo mais essa mudança, termos um segundo grau reduzido a cursinho para fazer a prova do Enem. Precisamos nos mobilizar para que isso não aconteça.

sábado, 11 de agosto de 2012

O FALSO NÃO RESISTE AO TEMPO E NEM ÀS CIRCUNSTÂNCIAS ("Não condene a opinião do outro porque ela difere da sua. Vocês dois podem estar errados." — Dandemis)





Crônica

O FALSO NÃO RESISTE AO TEMPO E NEM ÀS CIRCUNSTÂNCIAS ("Não condene a opinião do outro porque ela difere da sua. Vocês dois podem estar errados." — Dandemis)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Eu queria entender por que em uma sala de aula, ou na igreja, ou ainda em uma reunião solene, quando apagam-se as luzes até as pessoas parecidas santa gritam e assobiam! Talvez sofram o síndrome da ema, enfiando a cabeça em um buraco e, por não está vendo o perigo, acha-se isenta do mesmo. Assim, procedem os internautas do mesmo espírito, tendo um perfil falso no Facebook, acham-se livres para dizer irresponsavelmente qualquer coisa. Na net, qualquer pessoa de má índole ameaça, xinga e diz asneiras mil com a segurança da máquina. Fazem coisas das quais se recusariam, à luz do dia. Por isso, talvez já disseram os sábios que "vindo a noite não se pode trabalhar". "À noite é que é a hora de dormir e quando as pessoas se embriagam." (I Ts 5:7 BV).
         Aconteceu-me que, achando no google uma imagem de Jesus apontando o dedo médio num gesto obsceno, coloquei-a na minha linha do tempo do Facebook, reproduzindo a intenção da imagem expressa, mostramdo a insatisfação de Jesus com os religiosos exploradores, abusadores da fé dos simples. Foi aí quando vários crentes transformaram-se em pessoas mundanas, desferindo seus desacatos, ameaças, e xingamentos, disseram até que eu era o próprio Demônio, por postar aquilo. Precisei acender a luz, ou melhor, apaguei aquela imagem do "Jesus irado", escurecedor de meu perfil. Não são todos os supostos alfabetizados bons de leitura. "Uma pessoa pura de coração vê virtude e pureza em tudo; mas uma pessoa cujo próprio coração é maligno e descrente, acha maldade em tudo, ..." (Tito 1:15-16 BV).
         A minha maior inquietação aqui é por que os crentes fanáticos precisam defender seu Deus, sem se importar em machucar o próximo de fé contrária! Quem é Deus de quem? Seria o adorador maior sobre o adorado?
         A pesar de o cemitério está cheio de gente bem intencionada, graças ao Deus verdadeiro, as boas intenções amenizam as consequências, assim como a palavra branda desvia o furor, e as trevas densas da noite natural e moral, e o anonimato na internet, auxiliado pela distância, desmascaram e/ou promovem a falsa santidade.
         É como disse o nobre poeta Joel de Sá: "Os exploradores da "fé" alheia estão comendo vivos os "fieis". E eu acrescentaria que eles também estão matando para estragar os que, por causa deles, tornaram-se ateus. 
Claudeko
Enviado por Claudeko em 07/04/2012
Reeditado em 25/05/2012
Código do texto: T3598934
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sábado, 4 de agosto de 2012

A ARTE DE ESCREVER BEM-Os mandamentos do escritor, segundo Nietzsche, Hemingway, Onetti e García Márquez



Texto

A ARTE DE ESCREVER BEM-Os mandamentos do escritor, segundo Nietzsche, Hemingway, Onetti e García Márquez

Car­los Wil­li­an Lei­te  |


Os chamados mandamentos literários existem desde o surgimento da escrita. Aristóteles e Shakespeare foram pródigos em ensinar, por meio de conselhos, como se tornar um grande escritor. Gustave Flaubert, James Joyce, Henry Miller e Anaïs Nin também deixaram suas versões. Nesta edição, publico uma compilação de conselhos literários (ou mandamentos literários) de quatro nomes fundamentais da literatura mundial dos últimos 150 anos: Friedrich Nietzsche, Ernest Hemingway, Juan Carlos Onetti e Gabriel García Már­quez. A compilação reúne ex­cer­tos de textos publicados na “The Paris Review”, na “Esqui­re” e no “The Observer”. Os con­selhos literários de Ernest Hemingway foram adaptados por ele do Star Copy Style, o manual de redação do Kansas City Star, onde Ernest He­min­gway começou sua carreira jornalística em 1917. A tradução é de Alfredo Bertunes.



1 — Mintam sempre. (Juan Carlos Onetti)

2 — Elimine toda palavra supérflua. (Ernest Hemingway)

3 — Uma coisa é uma história longa e outra é uma história alongada. (Gabriel García Márquez)

4 — Antes de segurar a caneta, é preciso saber exatamente como se expressaria de viva voz o que se tem que dizer. Escrever deve ser apenas uma imitação. (Friedrich Nietzsche)

5 — Não sacrifiquem a sinceridade literária por nada. Nem a política, nem o triunfo. Escrevam sempre para esse outro, silencioso e implacável, que levamos conosco e não é possível enganar. (Juan Carlos Onetti)

6 — Use frases curtas. Use parágrafos de abertura curtos. Use seu idioma de maneira vigorosa. (Ernest Hemingway)

7 — Não force o leitor a ler uma frase novamente para compreender seu sentido. (Gabriel García Márquez)

8 — O escritor está longe de possuir todos os meios do orador. Deve, pois, inspirar-se em uma forma de discurso expressiva. O resultado escrito, de qualquer modo, aparecerá mais apagado que seu modelo. (Friedrich Nietzsche)

9 — Não escrevam jamais pensando na crítica, nos amigos ou parentes, na doce noiva ou esposa. Nem sequer no leitor hipotético. (Juan Carlos Onetti)

10 — Evite o uso de adjetivos, especialmente os extravagantes, como “esplêndido”, “deslumbrante”, “grandioso”, “magnífico”, “suntuoso”. (Ernest Hemingway)

11 — Se você se aborrece escrevendo, o leitor se aborrece lendo. (Gabriel García Márquez)

12 — A riqueza da vida se traduz na riqueza dos gestos. É preciso aprender a considerar tudo como um gesto: a longitude e a pausa das frases, a pontuação, as respirações; também a escolha das palavras e a sucessão dos argumentos. (Friedrich Nietzsche)

13 — Não se limitem a ler os livros já consagrados. Proust e Joyce foram  depreciados quando mostraram o nariz. Hoje são gênios. (Juan Carlos Onetti)

14 — O final de uma história deve ser escrito quando você ainda estiver na metade. (Gabriel García Márquez)

15 — O tato do bom prosador na escolha de seus meios consiste em aproximar-se da poesia até roçá-la, mas sem ultrapassar jamais o limite que a separa. (Friedrich Nietzsche)

VEJA NA SEQUÊNCIA: http://www.recantodasletras.com.br/pensamentos/3600636
Claudeko
Enviado por Claudeko em 01/04/2012
Reeditado em 08/04/2012
Código do texto: T3588094
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