COLEÇÃO 2 ("Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males." — Voltaire)
2,1 Mais vale um cidadão com um pouco de bandido do que um bandido mais bandido! De cidadão para criminoso há um caminho longo, mas de bandido para criminoso o caminho é curto. Quero meu direito de defesa pessoal. Se o professor estivesse armado legalmente, pregava fogo no bandido que matou aquela jovem dentro da sala de aula em Alexânia. Agora o estado, com nosso dinheiro, vai sustentá-lo pelos seus melhores anos de vida! (CiFA
2,2 Sou assim porque o muro desabou comigo em cima — e os arranhões foram inevitáveis. Reconstruí-lo custaria caro demais. Melhor, então, ser hipócrita do que covarde, mesmo que seja em cima de um muro qualquer!
(CiFA)
2,3 Estar em cima do muro é confortável — no “nem”: nem para lá, nem para cá. Nesse maneirismo, não é preciso argumento algum. Mas a queda é fácil. A mornidão se torna recomendada quando nos ensinam que devemos tolerar as diferenças!
(CiFA)
2,4 Observo que, na Educação, quase tudo é simulacro. Simulam-se provas, austeridade, letividade, legalidade — e até mesmo a amistosidade. A escola prepara a sociedade para ela própria.
(CiFA)
2,5 Vivemos nesse torpor existencial, semelhante a uma relação sexual: uma hora de esforço para cinco segundos de orgasmo.
(CiFA)
2,6 Quem te ensinou a gemer — tanto para expressar a dor quanto para o gozo? O que me embaraça são as interjeições. É preciso relaxar para gozar, e também calejar para suportar a dor: isso é felicidade!
(CiFA)
2,7 Também — se a vida fosse um orgasmo constante — eu preferiria um pouco de dor. Que venham as dores e os relampejos de alívio.
(CiFA)
2,8 A vida é feita de dor quase constante — por isso, devem ser valorizadas as raras pausas, os breves momentos de prazer. A vida é (Cu)rta!
(CiFA)
2,9 Todavia, não me calarei. No mínimo, curo minhas depressões conversando com meu caderno de anotações.
(CiFA)
2,10 A unidade escolar deveria ser o lugar mais aconchegante da Terra, por ser um ambiente de educação. Mas só é assim para aqueles que foram expulsos de outra escola.
(CiFA)
2,11 Uma aluna do 7º ano me perguntou se eu era formado mesmo. Só podia estar orientada! Suspeito que colegas "intelectuais", sentindo-se ameaçados pela minha "burrice", se valem dos "ingênuos" para se firmar.
(CiFA)
2,12 Sou realmente muito ruim; no meu caso, é uma experiência perdida. Nunca presenciei a viabilização de uma sugestão minha em reunião de trabalho. Por isso digo: a escola é um espaço hostil para quem quer melhorar.
(CiFA)
2,13 Os alunos me perguntam todos os dias: — Por que o senhor veio hoje? Na sala dos professores, os colegas torcem pela falta de alguém, todos querendo sair mais cedo. Ali, adoecer ou morrer não importa, desde que dê folga para os outros.
(CiFA)
2,14 Dentro das minhas aulas de língua portuguesa, há alunos que não assistiram a nenhuma aula, mas conseguem atrapalhar todos os dias. Quem os mantém ali pagará por isso. Enquanto isso não acontecer, eles continuarão se matando — uma verdadeira tragédia escolar.
(CiFA)
2,15 Eu sou só um; você é a maioria. Meu poder de destruição não se compara ao seu. Portanto, não sou eu o culpado por a Educação estar assim.
(CiFA)
2,16 As ciências exatas não são humanas! Sem a linguagem, vocês jamais teriam se expressado tão bem!
(CiFA)
2,17 A matemática é muito fácil; aquelas fórmulas engessadas subestimam minha inteligência. Basta decorar algumas delas, e tudo se resolve. Com a linguagem, sou criativo, pois nunca estou pronto nem acabado. Assim, me posiciono como um ser vivo e atuante: transformo o mundo e sou transformado.
(CiFA)
2,18 Aprendi o seguinte: os intelectuais, por serem discriminados, também sofrem bullying. Selecionar os melhores torna-os uma minoria perseguida.
(CiFA)
2,20 Na escola, não deveria ser assim: os ruins puxam os melhores para baixo, por preguiça de segui-los, e os bons não contagiam. Ruídos didáticos!
(CiFA)
2,21 O melhor pecado é a boa inveja: aquela que nos faz buscar ser iguais aos bons, sem atrasar o crescimento contínuo deles.
(CiFA)
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