"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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domingo, 10 de março de 2024

ANTIFARISEU — Ensaio Teológico IV(16) "A influência dos relacionamentos e a necessidade de uma abordagem mais empática e compreensiva"

 


ANTIFARISEU — Ensaio Teológico IV(16) "A influência dos relacionamentos e a necessidade de uma abordagem mais empática e compreensiva"

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A Bíblia adverte sobre a influência negativa de amigos maus, destacando a oposição entre os justos e os ímpios (1 Coríntios 15:33). No entanto, uma perspectiva mais atualizada e lógica pode ser adotada para abordar essa questão. Como disse o filósofo grego Aristóteles, "o homem é um animal social", indicando a importância das relações interpessoais.

Classificar amigos como bons ou maus pode ser redutivo. Em vez de afirmar categoricamente a oposição entre justos e ímpios, é mais produtivo reconhecer a diversidade humana e a possibilidade de crescimento e mudança. Como mencionado em Romanos 3:23, todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus, indicando que as pessoas podem cometer erros, mas isso não as define permanentemente como ímpias.

Substituindo a ênfase na dicotomia entre luz e trevas, podemos adotar uma abordagem mais empática e compreensiva, reconhecendo que todos têm suas lutas e desafios (Gálatas 6:2). Em vez de condenar, podemos buscar entender e apoiar, promovendo um ambiente de crescimento e aprendizado mútuo.

Em conclusão, é essencial adotar uma abordagem mais nuanceada e empática ao avaliar relacionamentos e influências, reconhecendo a complexidade da natureza humana e evitando generalizações simplistas. Como o filósofo francês Voltaire disse: "Apreciar todas as nuances é o sinal de um espírito verdadeiramente livre".

sábado, 9 de março de 2024

**Crônica de uma Escola Desarmada** ("Uma escola sem armas é um convite para pessoas ruins" — Donald Trump)

 


**Crônica de uma Escola Desarmada** ("Uma escola sem armas é um convite para pessoas ruins" — Donald Trump)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era um dia comum na escola, um lugar que deveria ser um santuário de aprendizado, mas que se tornou um campo de batalha. Eu, um simples professor, me vi no meio de um conflito que nunca imaginei presenciar.

A coordenadora entrou na sala dos professores, pisando duro, arrastando atrás de si um aluno resmungão. Ela o sentou e anunciou, com uma voz firme e decidida: — "Você está suspenso das aulas por dois dias. Preciso falar com sua mãe."

Sem perder tempo, o aluno sacou seu celular e ligou para a mãe, ordenando que ela viesse à escola imediatamente. Ele então aproximou o seu telefone da coordenadora, mas com uma condição: — "Fale aqui, mas não toque no meu celular."

A coordenadora, agora em desvantagem, tentava explicar à mãe dele, através do telefone, sobre o comportamento inaceitável do filho. Em um dado momento, ele a interrompeu, desmentindo o relatório da professora denunciante e a xingou de mentirosa, doida, entre outros insultos. A coordenadora, sem outra opção, aumentou a suspensão para quatro dias.

Eu, um mero espectador, permaneci ali, atento a tudo. Em caso de justiça, eu seria uma testemunha. A situação estava tensa, mas de certa forma, interessante. Eu estava curioso para ver a chegada da mãe e o desenrolar dos acontecimentos.

Cerca de dez minutos depois, a mãe chegou. A situação se agravou, agora eram dois contra um. O aluno e a mãe, unidos, desafiavam a autoridade da coordenadora. Eu, um mero cronista, me vi incapaz de descrever as sensações e motivações de tanto desrespeito em tão pouco tempo.

No final do embate, a coordenadora estendeu o atestado de suspensão para a mãe assinar. O aluno gritou: — "Não assina, mãe!" Eles trocaram mais algumas palavras de humilhação e saíram, prometendo que não ficaria assim...

Aquele rapaz era um dos meus piores alunos do ano passado e se dizia crente. Aliás, ele foi mandado de volta à sala de aula. Não deu nada, como eles costumam dizer. E eu estava ali, naquela escola, no meio de tudo isso, pensei em voz alta: Quem está realmente seguro em um lugar onde as regras são mudadas pela conveniêcia (para os professores não apanharem dos alunos)? E cada dia que passa sentimos a necessidade de uma arma de fogo para defesa pessoal!

Depois, ainda na sala do pós-guerra, as funcionárias da limpeza começaram a limpá-la. A coordenadora, visivelmente abatida e envergonhada, me mostrou as mãos pálidas e trêmulas. Ela disse: — "Isso é para você ver o que a gente passa aqui. Os professores têm que nos ajudar, fazendo relatório!" Naquele momento, me senti culpado e massacrado novamente: — "Quantos relatórios são necessários?"

A escola não precisava ser assim. O que fez a sociedade perder a fé no ensino público? Por que ninguém tem mais o respeito devido às "autoridades" da escola? O referido aluno voltou à sala de aula e continuará com o mesmo comportamento! A coordenadora e os professores, cientes do ocorrido, terão medo de tomar qualquer medida disciplinar contra ele, evitando tamanho desgaste físico, mental e moral de todos os dias, ou pior...

Esta é a realidade de muitas escolas hoje em dia. Uma realidade que precisa mudar. A educação é a base de nossa sociedade, e se não cuidarmos dela, estaremos comprometendo nosso futuro. É hora de agir, de mudar, de fazer a diferença. Porque no final, somos todos responsáveis pela educação de nossas crianças. E isso começa com o respeito.

sexta-feira, 8 de março de 2024

ANTIFARISEU — Ensaio Teológico IV(15) "Amizades Mundanas e a Autenticidade"

 


ANTIFARISEU — Ensaio Teológico IV(15) "Amizades Mundanas e a Autenticidade"

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A religião cristã, de fato, preconiza uma postura cautelosa em relação às amizades, como é evidenciado em 1 Coríntios 15:33: "Não se enganem: 'As más companhias corrompem os bons costumes'". No entanto, a contemporaneidade nos convida a uma reflexão mais ampla sobre essa questão.

A ideia de contaminação por amizades mundanas, embora presente na Bíblia, pode ser questionada à luz da filosofia de Immanuel Kant, que defende a autonomia moral do indivíduo. Segundo Kant, somos capazes de discernir e escolher o bem, independentemente das influências externas.

Em vez de evitar completamente as influências mundanas, podemos buscar um equilíbrio, como sugerido por Aristóteles em sua doutrina do "Justo Meio". A tolerância e o diálogo, valores fundamentais em uma sociedade diversificada, podem nos permitir conviver com diferentes crenças e origens sem comprometer nossos princípios.

A metáfora da porta estreita, mencionada em Mateus 7:13-14, pode ser reinterpretada como um convite à autenticidade e à busca por relacionamentos verdadeiros. Como disse Søren Kierkegaard, filósofo e teólogo, "O mais importante na vida é ser autêntico".

Portanto, embora a Bíblia e a tradição cristã enfatizem a cautela em relação às amizades mundanas, é possível adotar uma postura mais equilibrada e aberta, valorizando a diversidade e a autenticidade em nossos relacionamentos. Como Paulo escreveu em 1 Tessalonicenses 5:21: "Examinem tudo. Retenham o bem".

quinta-feira, 7 de março de 2024

ANTIFARISEU — Ensaio Teológico IV(14) "A complexidade das relações humanas e a influência da fé e da moralidade nessas interações."

 


ANTIFARISEU — Ensaio Teológico IV(14) "A complexidade das relações humanas e a influência da fé e da moralidade nessas interações."

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A advertência bíblica para evitar amizades com pessoas consideradas más, como expresso em Provérbios 4:10-13, pode ser vista como uma orientação para a proteção pessoal e espiritual. No entanto, essa perspectiva pode limitar a compreensão humana e o crescimento pessoal. Como o filósofo Friedrich Nietzsche afirmou, "Aquele que luta com monstros deve ter cuidado para não se tornar um monstro. E se você olhar muito tempo para o abismo, o abismo olha para você."

A ideia de que o caminho dos ímpios é perigoso, conforme descrito em Provérbios 4:16-19, pode ser interpretada como uma advertência contra a tentação e a corrupção. No entanto, a diversidade de experiências e caminhos pode enriquecer o entendimento e o crescimento individual. Como disse o apóstolo Paulo em Romanos 8:28, "Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito."

A citação de I Coríntios 15:33, que afirma que más companhias corrompem bons costumes, destaca a importância de escolher cuidadosamente nossas associações. No entanto, como o filósofo Sócrates observou, "Não é o homem que é bom para o amigo que é amigo, mas o homem que é amigo do que é bom para o amigo."

A sugestão de que a regra de evitar amigos mundanos teria salvado diversas figuras bíblicas é questionável, pois a vida é multifacetada e sujeita a diversas circunstâncias imprevisíveis. Como Jesus disse em João 8:7, "Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra."

Em uma perspectiva mais aberta, reconhecemos que a vida é composta por uma rede complexa de relacionamentos e experiências. A diversidade de influências pode contribuir para o crescimento e desenvolvimento pessoal, desafiando a rigidez de conceitos preestabelecidos. Como o filósofo Immanuel Kant afirmou, "O esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade de que ele próprio é culpado."

quarta-feira, 6 de março de 2024

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico IV(13) “Questionando a Salvação: Uma Análise Crítica da Instrução no Cristianismo”

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico IV(13) “Questionando a Salvação: Uma Análise Crítica da Instrução no Cristianismo”

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O cristianismo destaca a instrução como uma tábua de salvação, mas é uma ideia que pode ser questionada. Como disse o filósofo Friedrich Nietzsche, "Aquele que tem uma razão para viver pode suportar quase qualquer coisa", sugerindo a importância do questionamento e da aprendizagem contínua.

A metáfora do marinheiro ilustra a necessidade de flexibilidade mental, em vez de seguir cegamente as instruções. Como o apóstolo Paulo escreveu aos Romanos, "Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento" (Romanos 12:2).

Jesus comparou a instrução à construção de uma casa sobre a rocha, mas é importante questionar e adaptar as instruções. Como disse o filósofo Immanuel Kant, "O esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é culpado".

A insistência na obediência cega às instruções pode ser simplista. Provérbios 4:7 diz: "A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria e com tudo o que possuis adquire o entendimento", destacando a importância do discernimento.

A ênfase na instrução como única salvação pode negligenciar outras formas de aprendizado. Como disse o filósofo John Dewey, "A educação não é preparação para a vida; a educação é a vida em si".

Portanto, é essencial adotar uma abordagem crítica em relação à instrução, reconhecendo sua importância, mas também avaliando sua aplicabilidade e considerando outras fontes de aprendizado. Como disse o filósofo grego Epicuro, "O início de todas as coisas é o conhecimento da natureza".

segunda-feira, 4 de março de 2024

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico IV(12) "A Sabedoria como Conhecimento Prático e Adaptativo"

 



CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico IV(12) "A Sabedoria como Conhecimento Prático e Adaptativo"

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O ensaio proposto questiona a ideia de que a sabedoria é a chave para uma vida bem-sucedida, sugerindo uma interpretação mais contemporânea e racional.

A sabedoria, no contexto moderno, é vista como um conhecimento prático e adaptativo. Como disse Albert Einstein, "A medida da inteligência é a capacidade de mudar". A importância do aprendizado contínuo e do desenvolvimento de habilidades é destacada, em vez de uma dependência estrita de referências bíblicas.

A vida é complexa e imprevisível, e superar obstáculos é parte do processo de crescimento e aprendizado. Como afirmou Friedrich Nietzsche, "Aquilo que não me mata, me fortalece". A resiliência e a capacidade de aprender com os desafios são mais relevantes do que evitar completamente as dificuldades.

A ênfase na humildade e na submissão a autoridades religiosas é questionada, destacando-se a importância da autonomia e da responsabilidade individual. Como Paulo escreveu aos Gálatas (Gálatas 5:1), "Foi para a liberdade que Cristo nos libertou".

Em resumo, a vida não é necessariamente uma escolha entre seguir o caminho da sabedoria ou o caminho da tolice, mas sim uma jornada complexa que exige adaptação, resiliência e um equilíbrio saudável entre ambição e contentamento. Como Salomão escreveu em Provérbios (Provérbios 4:7), "A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria, emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento".

domingo, 3 de março de 2024

CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico IV(11) "Educação dos filhos: uma visão crítica"

 


CRENTE SEM FANATISMO: DE CARNE E OSSO — Ensaio Teológico IV(11) "Educação dos filhos: uma visão crítica"

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O ensaio teológico proposto apresenta uma visão desafiadora sobre a educação dos filhos, enfatizando a importância dos preceitos bíblicos. No entanto, uma análise crítica revela lacunas e limitações nessa abordagem. Como afirmou George Bernard Shaw, "Uma vida inteira de felicidade! Nenhum homem vivo conseguiria suportá-la", sugerindo que a rigidez proposta pode não ser a única via para uma vida plena.

A crítica ao sistema educacional atual, com a rejeição do ensino em artes liberais, carece de uma compreensão mais ampla das diversas formas de educação e do valor que cada uma pode agregar. O foco exclusivo na educação doméstica, embora possa ser benéfico, não considera as diferentes realidades e necessidades das famílias modernas.

Além disso, a insistência na ousadia, dogmatismo e crítica como única resposta frente às oposições, pode gerar um ambiente de intolerância, afastando-se do diálogo construtivo. O uso de citações como respaldo à postura crítica também pode ser questionado, pois, como observado por Isaac Asimov, "A verdadeira prova de sabedoria é a modéstia".

Em última análise, a busca por uma educação que proporcione bênçãos de Deus e sucesso aos filhos é nobre, mas a diversidade de caminhos para alcançar esses objetivos deve ser reconhecida. O diálogo, a adaptabilidade e o respeito às diferenças podem ser tão valiosos quanto a ousadia e a crítica. Afinal, a sabedoria está em reconhecer a complexidade da jornada educacional e buscar um equilíbrio entre os princípios sólidos e a flexibilidade necessária para enfrentar os desafios modernos.