"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

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MINHAS PÉROLAS

⁠O NOVO ENSINO MÉDIO PÓS-PANDÊMICO ("O novo sempre despertou perplexidade e resistência." — Sigmund Freud)
           No Velho Normal; Velho Ensino Médio, os alunos em aula presencial, aparentemente amigáveis e confiáveis, trazem baralho para o colégio. Isso é uma armadilha e uma emboscada moral para o professor. Brincam, e o professor fazendo vista grossa, já cansado de tanto dizer não e sabendo dos vagos resultados se os entregar para coordenação, então permite; mas eles o denunciam por deixá-los jogar truco na aula dele, desde que não gritem. Parece um acordo. Todavia é estranho condenar o professor que espera por eles concluírem as atividades propostas ali, enquanto uns poucos jogam as cartas. Estes nem fingem interesse na aula. Contudo, se o professor não os entregar para a coordenação, os demais entregarão o professor. Agora, Novo Normal; Novo Ensino Médio! Mil horas por ano em cada série em duzentos dias letivos. Vão entrar às sete horas e saírem ao meio-dia, cansados de tantas aulas grandes, pouco rendimento, percebem que a quantidade sobrepõe a qualidade, então forçarão por mais recreação. Desacostumados do antigo regime, com aulas síncronas de 40 minutos, resistirão veementemente a mais trabalhos e mais dedicação. Será que no Novo Ensino Médio, o aluno deixará de ser cliente? Por isso profetizo, o sistema vai ter que se adequar ao novo aluno: Pós-pandemia! Senão, não valeu o aprendizado no regime avançado de novas tecnologias. O Novo não se estabelece se não for facilitado. CiFA

Claudeci Ferreira de Andrade

domingo, 16 de fevereiro de 2025

Fim Da Escola? Uma Análise da Proposta de Extinção do Departamento de Educação ("Se você acha que a educação é cara, experimente a ignorância." - Derek Bok)

 




  • Fim Da Escola? Uma Análise da Proposta de Extinção do Departamento de Educação ("Se você acha que a educação é cara, experimente a ignorância." - Derek Bok)

    Por Claudeci Ferreira de Andrade

    Sempre achei que coisas estranhas aconteciam somente no Brasil, nas terras do Macunaíma ou em épocas que os livros de História tratam com um misto de espanto e condenação. Mas, então li a notícia: o presidente dos Estados Unidos quer acabar com o Departamento de Educação. Meu primeiro impulso foi rir. Depois, o riso se desfez em uma pergunta inquietante: e se ele conseguir?

    Era 4 de fevereiro de 2025 quando Trump anunciou, com sua expressão séria, a decisão de fechar o Departamento de Educação. A frase ressoou como um trovão, espalhando-se rapidamente pelas redes sociais e pela mídia. Esse órgão, criado em 1979, tornara-se, segundo seus críticos, uma entidade burocrática e ineficiente, presa em regulamentações excessivas. Para Trump e seus seguidores, sua extinção simbolizava o combate à doutrinação ideológica e ao desperdício de dinheiro público. O objetivo era claro: devolver o poder da educação aos estados e comunidades locais.

    A ideia tem o fascínio dos gestos grandiosos, mas também carrega implicações profundas. O que significa uma educação sem supervisão federal? Nos estados mais conservadores, Darwin pode ser relegado a uma nota de rodapé; noutros, a escravidão pode ser tratada como um detalhe incômodo. A diversidade? Um capricho opcional. Os mais vulneráveis, aqueles que dependem de apoio especial, financiamento público e políticas inclusivas, terão de contar com a sorte – ou com a caridade.

    O Projeto 2025, elaborado pelo think tank conservador Heritage Foundation, sustenta essa decisão. A justificativa é que a descentralização daria mais autonomia às comunidades. No entanto, a proposta gera incertezas. O Departamento de Educação, apesar de sua estrutura enxuta, supervisionava empréstimos estudantis, concedia subsídios para escolas e garantia a aplicação de leis federais que protegiam estudantes vulneráveis. Seu fechamento pode significar a descontinuidade dessas proteções.

    Trump insiste que quer libertar a educação da interferência governamental. Mas do que exatamente? Da responsabilidade de formar cidadãos críticos? Da obrigação de preparar alunos para um mundo plural? Há algo de irônico nessa promessa de libertação, quando o que se propõe é um retorno ao tempo em que a escola era privilégio de poucos e os direitos de muitos eram ignorados.

    A História já nos mostrou ideias assim antes – no Brasil e em outros países em desenvolvimento. Elas vestem diferentes roupagens, mas o objetivo é sempre o mesmo: moldar a realidade para que ela caiba no discurso de quem detém o poder. O fechamento do Departamento de Educação pode parecer um ajuste orçamentário, mas, no fundo, é uma escolha sobre quem merece aprender e quem pode ser deixado para trás.

    Se um presidente pode apagar um departamento com um decreto, o que mais pode desaparecer? Essa talvez seja a pergunta que todos devêssemos nos fazer. Quando a educação se torna moeda de troca em disputas políticas, o preço pago não se mede em dólares, mas em gerações perdidas.


    https://g1.globo.com/educacao/noticia/2025/02/14/por-que-trump-quer-abolir-o-departamento-de-educacao.ghtml (Acessado em 16/02/2025)


    Questões Discursivas sobre a Extinção do Departamento de Educação nos EUA


    1. Contexto Histórico e Político:

    O texto inicia com uma reflexão sobre a percepção de que eventos estranhos acontecem em lugares distantes ou em épocas passadas, para então apresentar a proposta de extinção do Departamento de Educação nos EUA. Discuta o contexto histórico e político que possibilita a emergência dessa proposta, relacionando-o com o discurso de Trump e seus seguidores sobre o papel do governo na educação.

    2. Impactos da Descentralização:

    A proposta de descentralização da educação, transferindo o poder para estados e comunidades locais, é central no debate sobre a extinção do Departamento de Educação. Analise os possíveis impactos dessa descentralização, tanto positivos quanto negativos, considerando a diversidade de realidades e a capacidade de cada estado em garantir uma educação de qualidade para todos.

    3. O Papel do Departamento de Educação:

    O texto destaca o papel do Departamento de Educação na supervisão de empréstimos estudantis, concessão de subsídios e garantia do cumprimento de leis federais de proteção aos estudantes. Discuta a importância dessas funções para a manutenção de um sistema educacional justo e equitativo, e os possíveis desafios que sua extinção pode acarretar.

    4. "Libertação" da Educação:

    * Trump utiliza o discurso de "libertar" a educação da interferência governamental. Reflita sobre o conceito de liberdade no contexto educacional, questionando se a proposta de Trump representa uma verdadeira libertação ou um retrocesso para um modelo educacional excludente e desigual.

    5. Educação como Moeda de Troca:

    O texto adverte que, quando a educação se torna moeda de troca em disputas políticas, o preço pago são gerações perdidas. Discuta essa afirmação, relacionando-a com o contexto da proposta de extinção do Departamento de Educação e seus possíveis impactos a longo prazo para a sociedade americana.

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