Quadro Negro, Coração Colorido ("Um livro, uma caneta, uma criança e um professor podem mudar o mundo." - Malala Yousafzai)
Ah, a doce ironia do destino! Enquanto o Brasil se debate com a iminente falta de professores, Márcio Santos, negro, gay e periférico, trilha o caminho oposto. Aos 28 anos, finalmente, a pedagogia o chama.
Na memória, a infância de um garoto que transformava ursinhos e bonecas em alunos de uma escolinha imaginária. O quadro negro era seu presente predileto. No ensino médio, a certeza: lecionar era seu destino. Mas a vida, implacável, o afastou desse sonho.
Aos 18 anos, a necessidade de trabalhar falou mais alto. Abandonou os estudos, a periferia exigia sustento. Trabalhou como auxiliar administrativo e no call center, mas o fogo da paixão pela educação nunca se apagou.
Veio a pandemia, o mundo parou, e ele, demitido. O baque o despertou. Era hora de retomar o sonho. Psicologia? Medicina? Não, era a docência que pulsava em suas veias.
Eis-se aqui, aprovado em primeiro lugar no Sisu para a licenciatura em Pedagogia na Uneb, um oásis de esperança em meio ao deserto do "apagão de professores".
Ironia, repito. Enquanto o MEC lança programas para atrair alunos para a licenciatura, ele, que sempre quis ser professor, trilha seu caminho de volta para a sala de aula.
Não se ilude, a jornada será árdua. Ser professor no Brasil de hoje é desafiador. A tecnologia avança, os alunos mudam, a sala de aula se transforma. Mas a paixão o move, a vontade de fazer a diferença o impulsiona.
Sabe que a carreira docente é desvalorizada, mal remunerada, desrespeitada. Mas seu propósito é maior que os obstáculos. Quer ser a ponte entre o conhecimento e a transformação social.
Aos seus futuros colegas, aos que ainda resistem ao desencanto, ele diz: não desistam! A educação precisa de nós, de nossa paixão, de nossa coragem.
Aos seus futuros alunos, promete: serei um professor presente, atento, humano. Serei o guia que os ajudará a trilhar seus próprios caminhos.
E a você, leitor, ele pede: não deixe que o "apagão de professores" nos apague da história. Valorize a educação, apoie os professores, lute por um futuro mais justo e igualitário.
Que sua história seja um farol de esperança em tempos de escuridão. Que juntos possamos construir um Brasil onde a educação seja a prioridade número um.
Fonte de pesquisa: https://www.correio24horas.com.br/asteriscao/quem-ainda-quer-ser-professor-as-historias-de-estudantes-que-decidem-pela-carreira-que-vive-apagao-0225 (acessado em 2/2/2025)
Questões Discursivas sobre a Crônica
1. A crônica sobre Márcio Santos aborda a problemática da falta de professores no Brasil, o chamado "apagão de professores". Discuta as possíveis causas desse fenômeno, considerando tanto fatores relacionados à carreira docente (como remuneração e valorização social) quanto questões mais amplas, como a desvalorização da educação no país.
2. Márcio Santos é um jovem negro, gay e periférico que, apesar dos desafios, decide seguir a carreira de professor. Como a história de vida de Márcio se relaciona com a problemática do "apagão de professores"? Que reflexões podemos fazer sobre a importância da diversidade no corpo docente e sobre o papel da educação na promoção da inclusão social?
3. A crônica sobre Márcio Santos destaca a paixão e a vocação como elementos importantes para a escolha da carreira docente. No entanto, a paixão é suficiente para suprir as dificuldades enfrentadas pelos professores no Brasil? Discuta a importância de políticas públicas que valorizem a carreira docente, como a melhoria da remuneração, das condições de trabalho e da formação continuada.
4. A tecnologia avança rapidamente e a sala de aula se transforma. Como os professores podem se adaptar a essas mudanças e utilizar a tecnologia a seu favor? Discuta o papel da formação continuada e da troca de experiências entre os docentes nesse processo de adaptação.
5. A crônica sobre Márcio Santos termina com um apelo à valorização da educação e ao apoio aos professores. Que ações concretas a sociedade, o governo e as instituições podem realizar para enfrentar o "apagão de professores" e garantir uma educação de qualidade para todos?
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