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quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

O Limite da Liberdade ("O futuro da educação está em nossas mãos. Cabe a nós escolher o caminho que queremos seguir." Autor: CiFA)

 Crônica 


O Limite da Liberdade ("O futuro da educação está em nossas mãos. Cabe a nós escolher o caminho que queremos seguir." Autor: CiFA)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Em um dia de inverno, com o sol se esforçando para aquecer o ambiente, uma notícia na televisão capturou minha atenção e me fez refletir profundamente sobre a fragilidade da confiança que depositamos em nossas palavras. Era o caso de uma mãe, que em sua dor e indignação, acusava a escola do filho de negligência, depois que ele retornou com ferimentos aparentes. Decidiu então recorrer às redes sociais, compartilhando sua revolta, e suas palavras logo desencadearam uma onda de acusações contra a instituição.

Em tempos de redes sociais, onde qualquer um pode ser um formador de opinião, muitas vezes agimos sem pensar nas consequências. Não demorou para que a mãe, em sua angústia, incitasse uma revolta pública, com comentários pedindo investigações e até o fechamento da escola. Paralelamente, acionou o Conselho Tutelar e a Delegacia de Proteção à Criança, alegando maus-tratos e omissão por parte da escola.

No entanto, como tantas vezes acontece, a verdade não se deixa abalar facilmente. A escola, acusada de negligência, apresentou vídeos e relatos que mostravam um outro cenário, onde as crianças estavam sendo adequadamente supervisionadas durante as brincadeiras. As investigações das autoridades não encontraram indícios de crime ou negligência, o que levou a instituição a tomar uma medida drástica: entrou com um processo por danos à sua reputação.

A Justiça, então, se fez ouvir. A mãe, que pensou estar agindo em defesa do filho, foi condenada a pagar uma indenização de R$ 8 mil à escola e a fazer uma retratação pública nos mesmos grupos onde fizera as acusações. A decisão gerou discussões nas redes sociais, com alguns defendendo a mãe, alegando que sua reação foi movida pelo amor e preocupação, enquanto outros apoiaram a decisão judicial, observando que, sem provas, ela ultrapassou os limites da razoabilidade e prejudicou injustamente a escola.

Essa história, que parecia ser apenas mais um caso isolado de desconfiança, me fez questionar: até onde vai nossa liberdade de expressão? Será que as redes sociais nos dão carta branca para acusar sem fundamentos, sem antes verificar os fatos? A verdade, muitas vezes, não é o que queremos que ela seja, mas o que ela realmente é. A dor e a indignação podem nos cegar, mas não podemos deixar que elas se tornem um caminho para destruir o outro.

A liberdade de expressão é um direito fundamental, mas, como tudo na vida, não é absoluta. Ela termina onde começa o direito do outro. O que me chama a atenção é como a falta de responsabilidade nas palavras pode gerar danos irreparáveis, não apenas à reputação de uma pessoa ou instituição, mas também ao próprio relacionamento de confiança que criamos uns com os outros.

O que esta história me ensina é que, ao tentarmos proteger aqueles que amamos, podemos, sem querer, prejudicar ainda mais. A confiança, uma vez quebrada, nunca mais volta a ser a mesma. No final, a lição é clara: que possamos usar as redes sociais com responsabilidade, pensando antes de compartilhar acusações e sendo conscientes do impacto real de nossas palavras, que, embora virtuais, podem causar danos muito concretos. Que, ao lutar pelo que é certo, nunca nos esqueçamos da importância de agir com respeito e empatia.

https://www.migalhas.com.br/quentes/423728/mae-que-acusou-escola-de-negligencia-em-redes-sociais-e-condenada


5 Questões Discursivas sobre o Texto:


1. De que forma o caso da mãe que acusou a escola de negligência nas redes sociais evidencia a complexa relação entre liberdade de expressão e responsabilidade?

2. Quais os perigos de se compartilhar informações não verificadas nas redes sociais, especialmente quando se trata de acusações que podem prejudicar a reputação de terceiros?

3. Como a emoção e a indignação podem influenciar nossas ações e palavras nas redes sociais? De que forma podemos evitar que esses sentimentos nos levem a cometer injustiças?

4. Qual o papel da Justiça em casos como o da mãe que acusou a escola de negligência? A decisão judicial de condená-la a indenizar a escola e a se retratar publicamente é justa? Por quê?

5. Que tipo de aprendizado podemos extrair da história da mãe que acusou a escola de negligência? Como podemos usar as redes sociais de forma mais responsável e ética?

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