"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 7 de abril de 2018

INSÔNIA EXISTENCIAL ("Sentimentos, impulsos e sensações são domesticáveis e isso aprendemos com a idade!"— Sophi para os íntimos)



Crônica


INSÔNIA EXISTENCIAL  ("Sentimentos, impulsos e sensações são domesticáveis e isso aprendemos com a idade!"— Sophi para os íntimos)

Por Claudeci Ferreira de Andrade


           Foi uma noite em que o sono me abandonou. Revirei na cama por horas, atormentado pelos pensamentos confusos. Estava esgotado, pois passei o dia ajustando notas dos alunos no diário eletrônico, e também fazendo outras coisas a mais. Quando a frustração domina, a história não transmite a "poesia" desejada.

Agora, estou aqui tentando controlar meu instinto agressivo, antes de sucumbir aos conflitos internos entre o bem e o mal. Resistindo bravamente ao desejo de "suicídio". Sempre evitei litígios e polêmicas com os outros, buscando paz. Contudo, o silêncio não é remédio para aplacar os conflitos internos. Aqui dentro, é inevitável.

Meus temores sufocam minhas emoções, mas não posso expressá-los para não mostrar fraqueza. Pergunto a mim mesmo se vale a pena "engolir sapos" em troca de estabilidade, pois, aos poucos, estou perdendo o controle. Ah, a Liberdade de Expressão: nenhum educador se sacrificou por ela, pois precisam do emprego. Eu também evito correr esse risco, buscando neutralidade, mas não quero mais carregar esse fardo. Desejo fazer parte da alegre companhia dos entusiastas, irreverentes e energéticos.

Só(mente) a mente revela quem somos por dentro. Tememos nossa própria espontaneidade, assim como os primitivos temiam o fogo. Preciso aprender a acender essa chama e domesticá-la.

É essencial equilibrar emoções e expectativas sociais. Autenticidade e liberdade de expressão representam desafios. A verdadeira essência vai além das fronteiras impostas. A vida vai além de representar papéis.

Decido abraçar minha humanidade, aceitar falhas e limitações. Não buscarei mais objetivos ilusórios. Liberto-me das pressões e expectativas impostas. É hora de viver minha espontaneidade, explorar meu potencial. Não serei um mártir, mas um indivíduo autêntico em busca da plenitude. Se quiserem me assassinar, far-me-ão um verdadeiro mártir da Educação.

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 27/11/2016

Reeditado em 07/04/2018

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domingo, 1 de abril de 2018

O PESADELO ("acordei e me olhei no espelho ainda a tempo de ver meu sonho virar pesadelo." — Paulo Leminski)



Crônica

O PESADELO ("acordei e me olhei no espelho ainda a tempo de ver meu sonho virar pesadelo." — Paulo Leminski)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A manhã de domingo despontou envolta em névoa nostálgica. A luz do sol, como um sangue nobre que banha a terra, prometia um dia de paz. Mas, a paz era apenas uma miragem para meus olhos calejados pela vida. As marés da prosperidade, fertilidade, felicidade e prazer não fluíam em harmonia no meu ser, e a angústia de um pesadelo recente pairava sobre mim como uma tempestade agourenta.

Em sonhos, um provérbio ecoava em meus ouvidos: "Dentro de mim há dois cachorros: um cruel e malvado, o outro é bom. Eles estão sempre brigando. Aquele que eu alimento mais frequentemente é o que vence a briga." E a imagem vívida do pesadelo se desenrolava, quando de repente outra cena: um vira-lata, saído do lixão, urina em um rio que corroía o muro que me separava dos predadores do mundo. O muro, símbolo de segurança e proteção, desmoronava, abrindo caminho para a miséria, o sofrimento e as perdas.

O despertar foi abrupto, a mente ainda presa nas garras do sonho. A necessidade de buscar respostas me levou a um site de interpretação de sonhos, onde a incerteza se transformou em medo. Será que o pesadelo era um prenúncio de decepções, frustrações e falhas? Um aviso de que algo em meu caminho precisava ser abandonado? Uma profecia sinistra sobre o futuro do meu emprego, da minha família, dos meus relacionamentos ou até mesmo dos meus negócios e hábitos?

O medo me impeliu a tomar uma decisão precipitada: abandonei a escola municipal, ou melhor, tirei uma licença por interesse particular. Era uma tentativa desesperada de escapar da profecia, de silenciar os cães ferozes que lutavam dentro de mim.

Mas, a fuga não trouxe paz. A pergunta de Álvares de Azevedo pairava sobre mim:

"Minha Desgraça": Minha desgraça, não é ser poeta, Nem ter um eco na terra de amor, E meu anjo de Deus, meu planeta, Tratar-me como a um boneco de dor...

Não é ter cotovelos rotos, Ter um travesseiro de pedra dura... Eu sei... O mundo é um pântano perdido, Cujo sol (quem dera!) é a riqueza pura...

Minha desgraça, ó donzela pura, O que faz meu peito blasfemar, É escrever um poema com ternura, Faltando um tostão para a luz iluminar.

A verdade é que a cura não reside na fuga, mas no confronto. Preciso enfrentar os meus medos, os meus cães ferozes, e alimentar o que há de bom em mim. Preciso encontrar a paz interior, a harmonia que tanto almejo.

As palavras dos sábios ressoam em meus ouvidos: "Aquele que elogia o amigo à revelia estende uma rede aos seus passos" (Provérbios 29:5). E aquele que cava uma cova para o outro, nela cairá! Eu sou o cachorro bem alimentado que precisa vencer essa batalha interior. A batalha pela paz, pela felicidade, pela prosperidade.

A jornada será árdua, mas sei que não estou sozinho. A luz do sol ainda brilha, e a promessa de um novo dia me acena. Com fé e determinação, seguirei em frente, alimentando o meu cão bom e construindo um futuro melhor.

Lembre-se, caro leitor, que os pesadelos podem ser apenas reflexos de nossos medos e inseguranças. A verdadeira batalha se trava dentro de nós mesmos. Acredite em si mesmo, alimente o que há de bom em seu interior e a paz reinará em seu coração.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. A Luta Interior: Uma Batalha de Cães

O autor narra um pesadelo envolvendo dois cães em constante conflito. Qual a simbologia dessa metáfora? Como essa luta interna se relaciona com as temáticas sociológicas do texto?

2. Desmoronamento dos Muros: Uma metáfora da fragilidade social?

No sonho, o muro que protege o autor desmorona, expondo-o à miséria e ao sofrimento. Que interpretações sociológicas podem ser feitas dessa imagem? Como essa metáfora se conecta às realidades sociais do Brasil?

3. A Fuga da Escola: Uma Solução ou um Aprofundamento dos Problemas?

Diante do pesadelo, o autor decide abandonar a escola. Que análise sociológica podemos fazer dessa decisão? Quais as possíveis consequências dessa escolha, tanto para o autor quanto para a sociedade?

4. A Poesia como Reflexo da Realidade: Uma Voz Contra a Desgraça?

O autor cita o poema "Minha Desgraça" de Álvares de Azevedo. Que diálogo podemos estabelecer entre a poesia e a sociologia? Como a arte se torna um instrumento de crítica social e expressão de angústias individuais e coletivas?

5. A Busca pela Cura: Entre o Medo e a Esperança

O texto termina com a reflexão sobre a necessidade de enfrentar os medos e alimentar o "cão bom". Como essa jornada de autocura se relaciona com os conceitos sociológicos de empoderamento individual e transformação social? Qual a mensagem final que o autor deixa para o leitor?

Bônus:

6. A Crônica como Espelho da Sociedade: Uma Análise Sociológica

Realize uma análise sociológica da crônica como um todo. Identifique os principais temas abordados, as críticas sociais presentes e as reflexões que o autor propõe ao leitor. Como essa crônica contribui para a compreensão da realidade social brasileira?

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domingo, 25 de março de 2018

ALÉM DA AUTOAJUDA ("Autodestruição, autocontrole, autocrítica, autoajuda, autoestima, autoafirmação, autossuficiência: autoexplicativo." — L. S. Dias)



Crônica

ALÉM DA AUTOAJUDA ("Autodestruição, autocontrole, autocrítica, autoajuda, autoestima, autoafirmação, autossuficiência: autoexplicativo." — L. S. Dias)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

        
                Há quem questione minha sanidade, mas diante das sugestões de tratamento psicológico e leituras de autoajuda dos meus colegas de trabalho, Professores "respeitados", uma faísca de rebeldia se acende em mim. Ora, esses autodenominados "Técnicos de Autoajuda" parecem desconsiderar a presença divina e conferir ao ser humano perturbado um poder quase divino. Será que nos deixamos seduzir pela antiga promessa da serpente: "sereis como deuses"? Eu, porém, acredito que cada um de nós já tem um destino traçado pelo Grande Criador, onde a vontade e a realização emanam Dele. Aqui está a chave da minha existência: aguardar a resposta da natureza, pois quando uma lei é violada, todas as outras se unem em busca da cura.

A vida não é uma constante alegria... Aqueles que aparentam felicidade em um mundo perigoso como este, muitas vezes, sofrem da síndrome da ema com a cabeça enterrada na areia. O fato de não enxergarmos o perigo não significa que estamos livres dele. Essa "baboseira" da autoajuda é apenas um mecanismo para ignorar os desafios que inevitavelmente surgem. Aqueles que seguem os passos de Deus são realistas e autênticos consigo mesmos, encaram seus erros e buscam soluções definitivas, sem máscaras. Devemos enxergar não apenas as virtudes em nossos companheiros, mas também suas falhas, a fim de nos proteger e, de forma construtiva, criticá-las, permitindo que alguém comprometido com a correção as corrija.

Muitos empreendimentos falham, mesmo quando iniciados com pensamentos positivos. Parcerias que se aliam ao mal inevitavelmente se desfazem, enquanto a vítima se recupera e alcança o sucesso. A Bíblia nos ensina: "O homem pode fazer planos, mas a resposta certa vem do Senhor". Eu, por minha vez, sempre me preparo para o pior, pois qualquer resultado é um ganho. Afinal, independentemente do nosso estado de espírito, o sucesso ou fracasso já foi estabelecido por Deus.

Você pode argumentar internamente: "Autoajuda e religião estão conectadas". No entanto, acredite, elas não têm nada a ver com Deus! Talvez, ao refletir cuidadosamente, perceba que o exercício do pensamento positivo não o preparou ou não está lhe ajudando a aceitar os contrastes e contradições da vida. Ao me afastar daqueles que não vivem de maneira saudável, já estou demonstrando otimismo. Portanto, eu sempre coloco minha esperança em Deus e não me deixo abalar pelas reações alheias. A autoajuda, ao contrário, é um empoderamento falso: "O homem mau receberá como castigo exatamente aquilo que tanto teme, mas o homem bom verá todos os seus desejos se tornarem realidade" (Provérbios 10:24). As coisas nos acontecem como resultado da providência divina, não de acordo com nosso comportamento. 
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 13/11/2016

Reeditado em 25/03/2018

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sábado, 17 de março de 2018

O RESGATE DA INOCÊNCIA: ENFRENTANDO DESAFIOS E RESPONSABILIDADES! (“Na minha vida tudo é sério, muito sério! Menos essa estúpida seriedade da vida.” — Rute Frare)



Crônica

O RESGATE DA INOCÊNCIA: ENFRENTANDO DESAFIOS E RESPONSABILIDADES! (“Na minha vida tudo é sério, muito sério! Menos essa estúpida seriedade da vida.” — Rute Frare)

Por Claudeci Ferreira de Andrade            

             Hoje acordei com uma sensação estranha no ar, como se o destino estivesse tramando surpresas desagradáveis para mim. Uma inquietação tomou conta de mim, bagunçando os rumos da minha vida. Era como se minhas intuições, sempre adormecidas, ganhassem vida própria. E assim, fui envolvido em um turbilhão de questionamentos. Será que as portas estão se fechando ou abrindo janelas diante de mim?
            Diante dessa angústia, fiz uma reflexão profunda e honesta sobre mim mesmo. E foi então que percebi uma insatisfação intensa que parecia corroer minha essência. Nada parecia estar no lugar certo, como um quebra-cabeças cujas peças se recusam a se encaixar. Mas, o que realmente me preocupa são as conexões que estabeleci ao longo da minha jornada. Será que elas são verdadeiras? Será que causei danos a alguém, ele busca vingança?
            No entanto, é justamente nesse turbilhão de incertezas que sinto uma intuição avassaladora, algo que pulsa dentro de mim com uma força extraordinária. Estou pronto para enfrentar uma conversa difícil que adiei por tanto tempo, ansioso para que ela ocorra de maneira madura e esclarecedora, antes do fim do dia. Sinto que carrego planos promissores comigo, como sementes de possibilidades florescendo na minha mente. Vou compensar todo o mal que causei ao próximo.
             Nesse redemoinho de emoções, devo respeitar minhas suspeitas e intuições, mesmo que às vezes elas alimentem preocupações desnecessárias. Mais do que tudo, chegou a hora de resgatar meu lado criança, aquele ser brincalhão que se perdeu nas obrigações da vida adulta. Agora, mais do que nunca, é o momento adequado para encarar o que está por vir. Como dizia Niccolo Tommaseo, "o homem que não é educado pela dor será sempre uma criança".
            Uma coisa é certa: quando chegar minha vez, quando eu for chamado para contribuir para a sociedade, vou agir com civilidade em busca do bem maior. Mais cedo ou mais tarde, serei envolvido em alguma atividade com impacto na comunidade ao meu redor. É nesses momentos de reflexão que ecoam as palavras de Friedrich Nietzsche: "A maturidade do homem consiste em recuperar a seriedade que tinha no jogo quando era criança". Vou pagar minha dívida social com juros!
           Hoje, aprendi que nossas intuições podem ser um guia importante em nossa jornada pela vida. Devemos ouvir nossos pressentimentos e buscar compreender as mensagens que eles nos trazem. Também percebi que, apesar das dificuldades e responsabilidades, é essencial manter viva a criança que existe dentro de nós, com sua leveza e capacidade de se entregar ao jogo da vida. Ser um cidadão significa agir de forma responsável e respeitosa, contribuindo para o bem-estar da comunidade. A maturidade está em encontrar o equilíbrio entre seriedade e alegria.

Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 05/11/2016

Reeditado em 17/03/2018

Código do texto: T5813803 
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domingo, 11 de março de 2018

O DESPERDÍCIO DO BELO NO INFERNO E DO FEIO NO CÉU ("Acredito que estou no inferno, portanto estou nele." — Arthur Rimbaud)



Crônica

O DESPERDÍCIO DO BELO NO INFERNO E DO FEIO NO CÉU ("Acredito que estou no inferno, portanto estou nele." — Arthur Rimbaud)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Naquela noite de sexta-feira, enquanto o mundo lá fora se preparava para mais um fim de semana agitado, eu me encontrava diante do espelho em nosso quarto de casal. O reflexo que me encarava não era o de um homem convencional, mas de alguém que aprendeu a enxergar além das aparências.

Minha esposa, Maria, dormia serenamente na cama ao lado. Muitos a chamariam de feia, mas para mim, ela era a personificação da beleza que realmente importa. Observei suas feições relaxadas, lembrando-me de como nos conhecemos e de todas as razões pelas quais me apaixonei por ela.

Flashbacks da minha juventude invadiram minha mente. Lembrei-me de Vanessa, a garota mais bonita da escola, por quem todos os rapazes suspiravam. O encontro com ela foi um desastre - Vanessa era egocêntrica e superficial. Contrastando com essa lembrança, veio à tona a imagem de Carla, a garota tímida de aparência comum, cuja bondade e inteligência me cativaram.

Essas experiências moldaram minha percepção sobre a beleza e o valor das pessoas. Compreendi que tesouros surpreendentes podem ser desperdiçados em lugares sombrios, enquanto joias menos evidentes brilham em ambientes iluminados. Como dizia Charles Bukowski: "Beleza não vale nada e depois não dura. Você nem sabe a sorte que tem de ser feia. Assim quando alguém simpatiza contigo, já sabe que é por outra razão."

Voltando ao presente, olhei novamente para Maria. Sua "feiura" era seu escudo contra a superficialidade do mundo. Cada amizade, cada conexão que ela fez na vida foi baseada em seu caráter, sua bondade, sua inteligência. Lembrei-me de nosso primeiro encontro na livraria, onde vi uma beleza nela que transcendia qualquer padrão físico.

Ao longo dos anos, essa beleza só cresceu. Enquanto muitos casamentos baseados na atração física se desfaziam ao nosso redor, nossa conexão se fortalecia. Maria nunca foi arrogante ou egoísta, nunca me fez sentir ciúmes ou me pressionou por extravagâncias. Em vez disso, ela encheu nossa casa de risadas, conversas profundas e amor incondicional.

Deitei-me ao lado dela, refletindo sobre como somos sortudos. Em um mundo obcecado por aparências, encontramos um ao outro - duas almas que aprenderam a valorizar o que realmente importa. Compreendi que a verdadeira essência das pessoas transcende o olhar superficial. Devemos buscar a beleza interior, as virtudes nobres e os valores autênticos.

Antes de adormecer, fiz uma prece silenciosa de gratidão por ter aprendido a lição mais valiosa da vida: a verdadeira beleza reside no caráter, na bondade e na compaixão. É essa beleza que ilumina nossa vida e toca o coração daqueles ao nosso redor. E é essa beleza, eterna e profunda, que encontrei em minha "feia" e maravilhosa esposa.

Adormeci com o coração leve e a mente tranquila, sonhando com um mundo onde a verdadeira beleza, aquela que nasce da alma, seja reconhecida e valorizada por todos. Afinal, é na simplicidade do cotidiano e na profundidade dos sentimentos que reside a verdadeira beleza, invisível aos olhos, mas palpável ao coração.

Questões Discursivas:

1. O texto "O DESPERDÍCIO DO BELO NO INFERNO E DO FEIO NO CÉU" apresenta uma reflexão profunda sobre a beleza e o valor das pessoas. Com base na história de amor entre o narrador e sua esposa Maria, explore a contraposição entre a beleza física e a beleza interior, discutindo como as aparências podem enganar e como a verdadeira essência de uma pessoa se revela em suas qualidades e virtudes.

2. A partir da frase de Charles Bukowski "Beleza não vale nada e depois não dura. Você nem sabe a sorte que tem de ser feia. Assim quando alguém simpatiza contigo, já sabe que é por outra razão", analise como a busca por relacionamentos autênticos e duradouros exige ir além da atração física superficial. Discuta a importância de buscar parceiros que compartilhem valores, princípios e objetivos em comum, construindo uma relação baseada na admiração mútua, no respeito e no amor incondicional.

3. O texto destaca a importância de "enxergar além das aparências" e de valorizar as qualidades interiores das pessoas. Com base em suas próprias experiências e reflexões, apresente exemplos de situações em que você presenciou a beleza interior de alguém, mesmo que essa pessoa não se encaixasse nos padrões estéticos convencionais.

4. O narrador do texto afirma ter aprendido a "lição mais valiosa da vida: a verdadeira beleza reside no caráter, na bondade e na compaixão". Discuta como essa lição pode ser aplicada em diferentes áreas da vida, como nos relacionamentos pessoais, na vida profissional e na busca pela felicidade individual e coletiva.

5. O texto termina com o narrador sonhando com um "mundo onde a verdadeira beleza, aquela que nasce da alma, seja reconhecida e valorizada por todos". Imagine como seria esse mundo ideal e quais ações cada um de nós pode tomar para contribuir para a construção de uma sociedade mais justa, inclusiva e compassiva, onde a verdadeira beleza seja celebrada em sua plenitude.

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sábado, 3 de março de 2018

A SALA DA COORDENAÇÃO E A REFLEXÃO NECESSÁRIA ("A competência sem autoridade é tão importante como a autoridade sem competência." — Gustave Le Bon)


Crônica

A SALA DA COORDENAÇÃO E A REFLEXÃO NECESSÁRIA ("A competência sem autoridade é tão importante como a autoridade sem competência." — Gustave Le Bon)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Por acaso, fui à sala da coordenação durante uma aula vaga. Confesso que não tinha grandes expectativas de realizar algo útil naquele momento. Afinal, que utilidade pode haver em visitar uma sala cheia de problemas e tensões? Pairava no ar um misto de medo e desconfiança, mas resisti com certo capricho, curioso para ver o desenrolar daquela discussão.
            A coordenadora estava trazendo um aluno resmungão à sua sala. Ela decidiu suspender o aluno por três dias e pediu para falar com a mãe dele. O aluno, de maneira arrogante, ligou para a mãe e a ordenou que viesse à escola imediatamente. Ele colocou o celular no viva-voz, determinando que a coordenadora falasse, mas não tocasse no aparelho.
            Aos gritos, a coordenadora tentava explicar à mãe o motivo da convocação, porém era constantemente interrompida e desmentida pelo aluno. Por isso, a suspensão foi aumentada para quatro dias e a situação começou a se deteriorar. Eu decidi permanecer ali como testemunha, mesmo tendo ressalvas em relação à coordenadora.
           Após cerca de dez minutos, a mãe do aluno chegou, agravando ainda mais o desequilíbrio na discussão. A cena se assemelhava a um 7x1, assim como aquele fatídico jogo entre Alemanha e Brasil. Descrever todas as sensações e motivações daqueles momentos de desrespeito seria uma tarefa impossível até mesmo para um cronista como eu: veterano. 
           Para finalizar o embate, a coordenadora entregou o atestado de suspensão para a mãe assinar, mas o aluno gritou para que ela não o fizesse. Mais agressões verbais foram trocadas e saíram prometendo que não deixariam aquilo assim... Era triste, e, mais ainda, intrigante, observar a reação da mãe e o desfecho daquele caso. No final das contas, o aluno voltou para sua sala como se nada tivesse acontecido. 
           Aquele rapaz foi um dos meus piores alunos do ano passado e sua mãe também havia sido minha aluna naquela mesma escola. Quem estava errando? Por um instante, cheguei a questionar minha própria responsabilidade naquela situação. Será que eu não os ensinei adequadamente?
            Em seguida, as funcionárias da limpeza correram com água e açúcar para acalmar a tensão. A coordenadora exibia mãos pálidas e trêmulas, claramente abatida e envergonhada. Ela me disse: "Isso é para você ver o que nós passamos aqui, os professores precisam nos ajudar, fazendo relatórios!" Naquele momento, senti a confirmação de minha culpa e fui atingido por um sentimento avassalador. Quantos relatórios eu negligenciei em minha trajetória! Agora era o momento de sair daquela sala.
           O ensino público atravessa uma crise, com muitos outros alunos problemáticos que continuam a causar transtornos. A falta de autoridade de quem dirige é notória. 
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 24/02/2018

Reeditado em 03/03/2018

Código do texto: T6263206 

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sábado, 24 de fevereiro de 2018

DEUS SE ESQUECE DE QUEM NÃO SE LEMBRA DA LUA("Existem noites em que os lobos ficam em silêncio, e apenas a lua uiva." — George Carlin)


Crônica

DEUS SE ESQUECE DE QUEM NÃO SE LEMBRA DA LUA("Existem noites em que os lobos ficam em silêncio, e apenas a lua uiva." — George Carlin)

Por Claudeci Ferreira de Andrade*

           A lua crescente desponta no céu, trazendo consigo um brilho suave que ilumina a noite. Para mim, essa fase lunar possui um encanto especial, como se o próprio universo sorrisse para nós. Sinto-me pequeno em sua presença, envolto em um mistério que me atrai. À medida que a lua atinge sua plenitude, uma sensação de eclipse toma conta de mim, como se me tornasse invisível diante de sua magnitude.
           Enquanto meu olhar se fixa na lua, reflito sobre a dualidade que reside na natureza humana. É nos momentos de harmonia e felicidade que corremos o risco de esquecer de Deus. É como se, embriagados pelo prazer, nos desvinculássemos da razão mais profunda de nossa existência e da presença divina que permeia nossas vidas. Somente quando o sofrimento nos alcança é que clamamos por um sinal de Deus.
           Nos momentos de calmaria, Deus pode deixar de ser uma necessidade para aqueles que se consideram autossuficientes. Não que Deus os abandone, mas deixa de ter significado para aqueles que acreditam não precisar de nada além de si mesmos. Afinal, o sofrimento é um componente intrínseco da vida humana, é através dele que podemos compreender a gratidão. Caso contrário, Deus é facilmente esquecido. É como se a necessidade de respirar só fosse reconhecida quando nos faltam os pulmões. É no clamor por alívio do sofrimento que a lembrança de Deus se torna mais vívida. "Deus sussurra em nossa saúde e prosperidade, mas, sendo maus ouvintes, deixamos de ouvir Sua voz. Então, Ele aumenta o volume por meio do sofrimento, e é nesse momento que ouvimos o estrondo de Sua voz." (C.S. Lewis).
           Aqueles que são agraciados com bem-estar e cultivam um espírito de gratidão possuem uma missão especial: aliviar o sofrimento do próximo. No entanto, muitas vezes nos esquecemos dessa responsabilidade e nos tornamos meros indivíduos ávidos por prazeres efêmeros, desprovidos de um propósito maior. "Cada um de nós é como a lua, com um lado escuro que jamais mostramos a ninguém." (Mark Twain). Não podemos nos contentar em apenas satisfazer nossos desejos mundanos, enquanto nos esquecemos de nós mesmos e da dor que assola aqueles ao nosso redor. É importante recordarmos de Deus enquanto contemplamos a lua, pois é nessa conexão espiritual que encontramos o verdadeiro significado da vida.
           Ao encerrar essa reflexão, convido você, leitor, a olhar para o céu noturno e contemplar a lua, lembrando-se de que cada fase lunar traz consigo uma mensagem: a importância de mantermos viva a conexão com o divino, de valorizarmos a gratidão e de cuidarmos uns dos outros. Que possamos encontrar em nossa existência a harmonia entre a luz e a sombra, e que a presença de Deus nos acompanhe em todas as fases de nossa jornada terrena
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 04/11/2016
Reeditado em 24/02/2018
Código do texto: T5813119
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domingo, 18 de fevereiro de 2018

EM BUSCA DO EQUILÍBRIO INTERIOR ("Toda emoção é inconstante, toda paixão é bipolar. Tudo é mistério, tudo é instável, e sorte de quem aprende a se equilibrar nessa gangorra." — Martha Medeiros)


Crônica

EM BUSCA DO EQUILÍBRIO INTERIOR ("Toda emoção é inconstante, toda paixão é bipolar. Tudo é mistério, tudo é instável, e sorte de quem aprende a se equilibrar nessa gangorra." — Martha Medeiros)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

                        Hoje, reconheço a oscilação no meu humor e a influência negativa da minha intolerância nas relações interpessoais. Estou empenhado em cultivar a flexibilidade e a imparcialidade, buscando equilibrar uma postura austera e uma abordagem mais branda. A paciência será minha estratégia essencial para lidar com as consequências dos meus atos recentes e transformar adversidades em oportunidades de aprendizado, assim, espero!
           Eu sempre soube que compreender e expressar emoções é fundamental para prevenir problemas de saúde. E agora, se faz necessário enfrentar o desafio do Transtorno Afetivo Bipolar com a determinação de me tornar uma pessoa melhor. Portanto, romper com a inércia e confiar no meu talento são passos essenciais para meu autodesenvolvimento. A jornada em busca do equilíbrio interior pode ser desafiadora, mas repleta de descobertas, com certeza.
           Neste momento, não posso negar que sinto medo e uma vontade de fuga, mas estou refletindo cuidadosamente para descobrir o que ainda não foi resolvido em minha vida. Desejo encontrar uma solução ou apenas superar as emoções das decisões. Estou disposto a enfrentar esses desafios, fortalecendo as conexões com aqueles que são importantes para mim.
           A jornada em busca do equilíbrio interior é um caminho de autenticidade e bem-estar. Estou determinado a trilhá-lo, encontrando a paz interior que almejo.
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 04/11/2016
Reeditado em 18/02/2018
Código do texto: T5813118 
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domingo, 11 de fevereiro de 2018

CARNAVAL: ANESTESIA DE TOLO ("Não se pode esperar muito de pessoas que vivem de futebol, carnaval e televisão. Que dirá de um país..." — Renilmar Fernandes)



Crônica

CARNAVAL: ANESTESIA DE TOLO ("Não se pode esperar muito de pessoas que vivem de futebol, carnaval e televisão. Que dirá de um país..." — Renilmar Fernandes)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Hoje, vou me deixar guiar pelos sentimentos carnavalescos, consciente das necessidades carnais. Eu reconheço as necessidades relacionadas aos prazeres físicos e psicológicos, então vou abraçar essa energia efervescente da festividade. Nessa época de celebração ao Rei Momo, é uma oportunidade única de se permitir vivenciar experiências intensas e autênticas. Por isso, eu vou reforçar que aproveitarei esse momento para me conectar com as paixões flutuantes, permitindo-me expressar livremente e explorar a conexão entre meus desejos mais profundos e a manifestação plena de minha natureza. É uma recompensa que me dou pela busca contínua de autoconhecimento e compreensão do ser humano geral. 
           Considerando que o bem e o mal são perspectivas da festa da carne e do espírito, onde está o bloco de foliões para Jesus? O tolo busca a verdade somente no céu; mas, quando não a encontra corre para o inferno. Já que a igreja na terra humaniza Deus, o inferno se torna o céu da maioria. Citando Viviane Mosé, "lúcido deve ser parente de Lúcifer, a lucidez custa caro". Durante o Carnaval, a empolgação pode nos afastar da nossa humanidade também, focando apenas nos prazeres carnais não ficamos diferente dos animais no cio. É importante equilibrar diversão e respeito, para fazer a diferença, não nos afastando de nossa essência espiritual. 
           A indulgência nos prazeres proibidos, a providência do Diabo e a fragilidade humana diante das tentações carnais são elementos que desafiam nossa moralidade e satisfação. A complexidade dos desejos mais íntimos surge nessa batalha entre o certo e o prazer, desafiando nossa resistência e questionando os limites éticos. Não se pode esperar muito de quem se entrega ao futebol, carnaval e televisão. E se isso vale para as pessoas, imagine para um país inteiro. O pecado é bom, O Diabo atenta e a carne é fraca!
Kllawdessy Ferreira

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Enviado por Kllawdessy Ferreira em 04/11/2016

Reeditado em 11/02/2018

Código do texto: T5813117 

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