"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

INCLUSÃO ESCOLAR NÃO É SOCIAL ("O incentivo à leitura, além de ser uma importante ação cultural, promove também a inclusão social e o desenvolvimento de novas ideias."— Rozilda Euzebio Costa)




CRÔNICA


INCLUSÃO ESCOLAR NÃO É SOCIAL ("O incentivo à leitura, além de ser uma importante ação cultural, promove também a inclusão social e o desenvolvimento de novas ideias."— Rozilda Euzebio Costa)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Eles, talvez não tenham a capacidade motora dos outros, mas não são "deficientes", são, sim, "especiais"! O desvio semântico da palavra "especial" não cobre o prejuízo na autoestima do incluso frente a olhares torcidos e ruídos circulantes. E em uma sala de aula inadequada; mesmo sabendo que um desrespeito não justifica o outro, o que vale mesmo é a socialização pretendida, porém, esse grande objetivo esperado sempre fica a desejar. Mesmo com um professor de apoio em minha sala, não consigo, andamos paralelamente. E os colegas de classe do includente, sem respeito ao professor e sem interesse na aula, provavelmente não estão também interessados nessa relação proposta. Como os demais alunos se sentem em relação ao aluno especial, não sei ao certo! Só sei que ignoram-no e um ou outro implica, zomba, maltrata, tentamos coibir estas tendências maldosas, no entanto não temos métodos eficazes para sanar por completo o problema, pois o professor não tem mais voz. Cadê o Estatuto da pessoa com Deficiência? Talvez se fosse o Estatuto das pessoas com necessidades "especiais" seria um pouco diferente, não priorizaria só a socialização, mas também valorizava outras necessidades primordiais em detrimento do forçar uma aceitação apenas?
     Com frequência, tenho esta categoria de aluno em minhas classes do Ensino Fundamental e uma auxiliar ali que se esforça para ensinar alguma coisa, mas parece que objetivo é somente um descargo de consciência, para dormir direito. A suas metodologias para ministrar lições diferenciadas me incomodam e atrapalham, e a movimentação da classe toda também atrapalha ela, sem falar que hoje uma sala de aula de adolescentes, que vão atrás dos benefícios do governo e muitos deles estão ali só para lanchar não é um lugar sensível. Então uma socialização assim não cresce ninguém. Quem dera esses especialistas em necessidades especiais respeitassem as limitações dessas pessoas e trabalhassem profissionalmente com elas em um ambiente adequado para que, de fato, atendessem mesmo as necessidade especiais de quem precisa de uma sala de aula menos agressora e de modelos ideais de socialização. 
           Até quando, como e onde vai acontecer inclusão de verdade como disse a Presidente Dilma: "Nós somos a favor de educação inclusiva para valer. Somos também a favor das instituições especiais. Uma coisa não exclui a outra" http://g1.globo.com/politica/noticia/2012/12/dilma-e-vaiada-ao-falar-portador-de-deficiencia-durante-conferencia.html (acessado em 26/07/2022). 
           Enquanto isto não acontece, outras coisas ruins acontecem! Na escola é assim, os especiais são matriculados para socializar: desregradamente conversam, andam, enxergam, escutam, atrapalham a aula dos outros. “O direito de todos estarem juntos não é maior que o direito individual ao desenvolvimento”, apontou o MEC, em 2020.

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 01/10/2009
Código do texto: T1842638

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A GRAÇA É ILUSÃO (Isso, a escola e a família deviam ensinar: não errar para não precisar da graça!)









PENSAMENTO

A GRAÇA É ILUSÃO (Isso, a escola e a família deviam ensinar: não errar para não precisar da graça!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           As famílias hoje, sempre subsidiadas com os pactos e bolsas do governo, ensinam às crianças um desfrutar inconsequente e acobertarem-se da misericórdia imerecida, promoção sem mérito algum, enfim a vida eterna pela graça. A escola, por sua vez, está sempre em demanda com a família dos alunos, nesses pontos sócio-religioso, que ensina a transgressão em nome da misericórdia, tecnicamente rasgando as normas como os insetos grandes o fazem nas teias das aranhas perdoadoras. Então, para saber quem vai sobrepujar, proponho uma reflexão transcendental sobre o papel dos líderes.
          Mas, a igreja subsidia a família e a escola com suas fantasias, com conceitos contraditórios que ela não domina: Peca contra Deus quem não aceita a Sua Graça! Um ser imensurável não pode ser ofendido, então não existe pecado contra Deus, só ideológico! E este Deus faz de conta que perdoa, sempre sem restrição, fazendo os homens sentir-se leves, atenuando-lhes as consequências, por isso quebram as leis facilmente: são cruéis e desobedientes.  Os homens, sim, pecam uns contra os outros e fazem de conta que se perdoam, também. Por conseguinte, não existe perdão algum, apesar de Deus atribui uma consequência para cada transgressão, e me parece que o pagamento não é suficiente, tanto nas relações verticais como horizontais, então eles não assumem seus erros. Depois de pagar o preço, o penitente ainda volta a cometer os mesmos erros. A correção não foi eficiente ou não se consegue nem perdoar a si mesmo? Ninguém consegue perdoar seu semelhante verdadeiramente e conservar os mesmos sentimentos de antes, a relação nunca mais voltará ser a mesma, será sempre pior. Porque o perdoador sempre se prevenirá da próxima ofensa, e o ofendido sempre se protegerá.
           O bom mesmo é  não errar com ninguém.  Valorizar as relações e, por tabela, as pessoas, isso é preciso. O que falta para um mundo melhor não é as pessoas se perdoarem mais, mas sim se ofenderem menos. É isso o que a escola, família e a igreja devem aprender para ensinar: a obediência e o respeito às pessoas e às normas e não graça, pois ela incentiva o pecar. "Onde abundou o pecado, superabundou a Graça" (Rm 5: 20) O segredo para se obter mais graça é pecar mais.

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 04/10/2009
Código do texto: T1848113

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O Choro Doido da Escola! (Predileção pelo construtivismo ou desconhecimento das ciências cognitivas)

     

Pensamento

O Choro Doido da Escola! (Predileção pelo construtivismo ou desconhecimento das ciências cognitivas)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            

          A Escola culpa a falta de limites dos alunos como responsável pela violência e desrespeito às autoridades. Porém, não está ela doida e incoerente? Que está ela ensinado quando serve o lanche na sala de aula, sem respeitar o tempo e espaço acadêmico? Que educação alimentar é essa que ainda se serve arroz, feijão, carne e galinhada no meio do período, logo após o almoço, e o aluno, por cima, fica sem fazer a higiene bocal. Eu ainda não me acostumei ouvir alunos e professores falando com a boca cheia. Sem falar que torna o aluno vulnerável demais na condição de consumidor sem perícia, quando toma uma refeição feita em grande quantidade e sem muita inspeção; primeiro por ser pública e segundo feita sem o amor e a dedicação do seio da família. Só para reforçar o que estou tentando dizer: Merenda escolar contaminada na Índia continha pesticida concentrado. (http://g1.globo.com/mundo/noticia/2013/07/merenda-escolar-contaminada-na-india-continha-pesticida-concentrado.html) (acessado em 02/06/2015). "A equipe do Fantástico visitou mais de 50 escolas públicas em São Paulo, em Goiás, no Rio Grande do Norte, na Paraíba e na Bahia e constatou problemas como a falta de merenda e de higiene na armazenagem dos alimentos. As refeições também não supriam as necessidades mínimas nutricionais dos estudantes. Além disso, foram apresentadas denúncias de corrupção no caso de terceirização das refeições." (http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/EDUCACAO-E-CULTURA/200372-COMISSAO-VAI-DEBATER-PROBLEMAS-NA-DISTRIBUICAO-DA-MERENDA-ESCOLAR.html) (acessado em 02/06/2015). 
           E o coordenador que fica o tempo todo exigindo que não deixe o aluno sair da sala nem mesmo que seja para beber água, mas o motivo não é porque a água não está filtrada, mas porque não quer o trabalho de acompanhá-lo, e manter a aparecia de controle; então ele, acima de tudo, ainda cobra do professor que tome o telemóvel dos alunos sem a disposição para indenizá-lo, caso perca ou estrague! Qual é a ordem certa: os professores cobrarem dos coordenadores ajuda pedagógica ou os coordenadores cobrarem dos professores serviço para ressaltar a sua autoridade hierárquica?
           Várias vezes, levei bronca de coordenador porque um ou outro de meus alunos está fora da sala de aula: — "Professor, porque seus alunos estão fora da sala?"  Mas, a quem pedir ajuda se ele tem medidas para os professores e não para os alunos! Recomendo a meus alunos que levem sua garrafinha de água confiável para beber, evitando a frequente saída da sala, porém eles usam para molhar os colegas.  Eu no papel de pai do aluno, que vai à escola para estudar, ficaria aliviado se os alunos que não querem estudar, da sala de meu filho, não comparecessem ou ficassem fora. E os pais destes alunos ficariam felizes se eles fossem mais dedicados aos estudos! Então, o que a escola pode fazer para tornar felizes todos os incomodados com os restolhos da educação? Defendendo e dando razão às mães em detrimento do professor acusado de mal comportamento diante da classe com ameaça de filmar a aula, quando tudo que ele quer é pôr ordem para continuar trabalhando bem, assim não dá!
                      O que já disseram os grandes pensadores, (incluindo Valesca Poposuda e o professor de filosofia Antônio Kubitschek), desse sistema educacional engessado causa espanto: "A educação é inimiga da sabedoria, porque a educação torna necessárias muitas coisas das quais, para sermos sábios, nos deveríamos ver livres." (Luigi Pirandello). E "Educação é aquilo que fica depois que você esquece o que a escola ensinou." (Albert Einstein). E falando do professor de filosofia Antônio Kubitschek, analisa Gustavo Loschpe, o especialista em educação e colunista de VEJA : “O construtivismo surge nas escolas em sua versão mais rasa, que sugere que 'o aluno constrói o seu conhecimento’ a partir do seu interesse por determinado assunto, o que não é verdade. Esse problema é somado ao fato de que os professores não sabem como o cérebro aprende e acreditam que só com referências a temas pop ou chocantes o aluno se lembrará da matéria. As pesquisas mostram o contrário: uma pessoa aprende e se lembra de um tema quando ele é pensado e refletido" {http://veja.abril.com.br/noticia/educacao/questao-de-prova-que-coloca-valesca-popozuda-como-grande-pensadora-prejudica-aprendizado-dos-alunos} (acessado em 02/06/2015).
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 07/10/2009
Código do texto: T1853726


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domingo, 4 de outubro de 2009

ALUNOS, COM DIREITOS E SEM DEVERES (Por que o aluno haveria de se importar em estudar se a entidade se interessa mais que ele estude do que ele mesmo?)




CRÔNICA

ALUNOS, COM DIREITOS E SEM DEVERES (Por que o aluno haveria de se importar em estudar se a entidade se interessa mais que ele estude do que ele mesmo?)

domingo, 4 de outubro de 2009
Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Já aprendi minhas obrigações, mas sempre tem alguém para me lembrá-las. Nem esperam que eu incorra em algum deslize, pretendendo os meus direitos, mas em todas as reuniões colegiais é uma cobrança sem fim. Até os pardais que moram no beirado do banheiro da escola e na caixa d’água me cobram deveres ecológicos. A direção e pais de aluno ditam que os professores não podem fazer isso ou aquilo, são tantos "nãos" que não acabam mais. Já os alunos e colegas dizem que se fulano, sicrano e/ou beltrano podem, eu também posso e fazem de tudo, de jeito que o coitado do professor aqui fica numa camisa de força. Refém de suas próprias leis!

         O mais deprimente que acho, é quando eu vou tentar corrigir um dos meus alunos, o mais desleixado quanto a sua pontualidade, e ele me diz:

          — Se os professores podem chegar atrasado, eu posso.
         Isso me faz lembrar também da forte marcação em cima das professoras que não podem nem usar uma roupa diferente, um pouco aberta, nas costas, por causa do calor, que as meninas de quem são cobradas um traje rigoroso exigem igualdade.

         É a revolta da comida, ou seja, o vômito de tudo aquilo que lhes foi enfiado de goela abaixo por anos; o pior de tudo é que respinga em minha branca roupa protegida com pó de giz, mas por ora me dá vontade de mendigar aqueles respingos, talvez seja esse mais um dos meus deveres, alimentando a inveja de está no lugar deles para usufruir dos muitos direitos que têm e não só para entendê-los melhor, mas para desfrutá-los também!

         A falta de limites dos alunos diluiu o meu direito de ser professor de tal forma que afeta minha consciência. Por que os alunos e pais têm direitos demais sobre a escola pública? Se conquistaram tanto poder por pagarem os seus impostos ao país, eu também pago meus impostos e estou ainda trabalhando, para merecê-los! Por que o aluno haveria de se importar em estudar se a entidade se interessa mais que ele estude do que ele mesmo? Falta uma filtragem, quando se diz que a razão da existência da escola é o aluno!
         Perdem-se de vista os papéis e as funções, e assim, outras coisas mais importantes deixam de ser transitadas. Na tentativa do professor se postular no lugar do aluno para unicamente lhe entender melhor, tem feito do mestre um eterno escravo. Sendo assim: "É preciso começar por deixar de ser professor para poder sê-lo" (Jean-Pierre Vernant).
         Com relação ao ensino público, eu gostaria que imperasse o pensamento de Richard Bach: "podemos oferecer um presente, mas não podemos obrigar ninguém a aceitá-lo." Porém o governo insiste em empilhar "gatos por lebres" na escola pública diluindo a qualidade.

Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 04/10/2009
Código do texto: T1848059


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domingo, 27 de setembro de 2009

A VERGONHA DE PROFESSOR (Senti vergonha de ter sentido vergonha!)




A VERGONHA DE PROFESSOR (Senti vergonha de ter sentido vergonha!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Há dias em que ser professor é carregar o peso de uma missão inglória. A sala de aula, que deveria ser um espaço de aprendizado e crescimento, tantas vezes se transforma em um palco de embates, julgamentos e frustrações. Ainda assim, há algo que me impede de desistir: a esperança de que, apesar de tudo, a educação pode, sim, ser a ferramenta para transformar vidas.

Recordo-me de uma manhã em que uma aluna pediu para sair da sala. Sem imaginar que essa simples permissão se transformaria em uma acusação no conselho de classe. Lá, disseram que eu havia questionado o que ela faria "no banheiro", porém eu teria perguntado o que ela ia fazer lá fora, algo que sequer sabia aonde iria. Esse episódio me fez repensar até os gestos mais banais, e desde então, adotei um silêncio cauteloso diante de situações semelhantes. Senti vergonha, mas não dela. Vergonha de mim mesmo, por hesitar em exercer minha autoridade com clareza e empatia.

Em outro momento, uma jovem recém-chegada à escola não poupou críticas. “Os professores são fracos; o colégio é ruim”, declarou na secretaria ao pedir transferência. A gestão, em um gesto desesperado para defender a honra da equipe, convocou uma reunião. A aluna deveria justificar suas palavras diante de todos os professores. A pressão foi tanta que ela saiu chorando, deixando no ar um misto de indignação e desconforto. Senti-me dividido. Era impossível ignorar a gravidade das palavras da estudante, mas também não pude deixar de sentir vergonha por termos optado pelo confronto em vez do diálogo.

Os constrangimentos, no entanto, não vêm apenas de alunos ou gestores. Certa vez, em um dia reservado para apenas uma aula, cumpri meu horário, ministrei a disciplina e até apliquei uma prova de uma colega. No dia seguinte, ao conferir o ponto, lá estava o carimbo: "não compareceu". Quando questionei, ouvi que erros assim eram frequentes. A justificativa doeu mais do que a acusação, pois revelava o quanto a negligência havia se tornado comum na rotina escolar.

Vi diretores elogiarem professores que nada contribuíam para o aprendizado, mas que mantinham a fachada de controle absoluto. Vi coordenadores justificarem falhas com desculpas, como se fossem peças de uma engrenagem emperrada. Em reuniões, somos confrontados com realidades como salas superlotadas e tarefas administrativas que nos transformam em carcereiros, vigiando alunos à porta para evitar represálias. Nesse ambiente sufocante, ética e profissionalismo se tornam luxos difíceis de sustentar.

E, apesar de tudo, sigo aqui. Refletindo sobre tantos episódios, percebo que a vergonha que carreguei nunca foi minha. Ela pertence ao sistema que desvaloriza e despreza o papel do professor. Um sistema que silencia a empatia e celebra a aparência em vez da essência.

Ainda assim, escolho acreditar na educação. Acredito que ela pode ser mais do que uma máquina de moer esperanças; pode ser o espaço onde sonhos se constroem, não onde se apagam. Por mais difícil que seja, opto por resistir. Não por teimosia, mas porque cada dia na sala de aula é uma nova chance de fazer a diferença. Afinal, a vergonha não está em tentar, mas em desistir de acreditar que o futuro pode ser melhor.

Com base no texto apresentado, elaborei 5 questões que exploram diferentes aspectos da experiência do professor e da dinâmica escolar:

O autor menciona que a sala de aula, que deveria ser um espaço de aprendizado, muitas vezes se transforma em um palco de embates. Quais os fatores que contribuem para essa transformação e como eles impactam o processo de ensino e aprendizagem?

Essa questão leva os alunos a refletir sobre as dinâmicas de poder dentro da escola, as relações interpessoais e como elas influenciam o ambiente escolar.

O autor relata diversos episódios em que se sentiu constrangido ou desvalorizado. Como esses sentimentos podem afetar a motivação e o desempenho dos professores?

A questão busca que os alunos compreendam as consequências emocionais e profissionais de um ambiente escolar desvalorizador para os professores.

O texto menciona a importância da empatia na relação professor-aluno. De que forma a falta de empatia pode prejudicar o processo educativo?

Essa questão incentiva os alunos a refletir sobre a importância da escuta ativa e da compreensão das necessidades individuais dos alunos.

O autor critica o sistema educacional, destacando a burocracia e a falta de reconhecimento dos professores. Como esses elementos podem influenciar a qualidade do ensino?

A questão leva os alunos a analisar as implicações das políticas educacionais e das estruturas escolares na prática pedagógica.

Apesar dos desafios, o autor expressa esperança na educação. Qual a importância de manter a esperança em um ambiente escolar desafiador?

Essa questão estimula os alunos a refletir sobre o papel do educador como agente de transformação social e a importância de acreditar no potencial da educação.

domingo, 20 de setembro de 2009

(RE)SSIGNIFICAÇÃO DO ENSINO MÉDIO (Vale até o "RÉ" de "RÉ, assim: "ER")







CRÔNICA

(Re)ssignificação do Ensino Médio (Vale até o "RÉ" de "RÉ, assim: "ER")

domingo, 20 de setembro de 2009
Por Claudeci Fer(re)ira de Andrade

         Os jovens que concluíram o Ensino Médio (re)centemente t(er)ão uma explícita razão para (re)cursar o Ensino Médio, agora “(re)ssignificado”. Ou pelo contrário continuarão com um diploma de um curso com significado apod(re)cido, ou melhor, p(re)cisando de uma (re)ciclagem. É necessário que isso aconteça porque tem a v(er) com o (re)c(re)scimento na vida acadêmica e/ou das estatísticas.
         Na língua portuguesa, lidamos também com os significados das palavras, toda palavra tem seu significado denotativo e os novos significados conotativos. Ou seja, por extensão semântica, as palavras passam a s(er) emp(re)gadas para outros eventos. No mundo da linguística, não vejo nenhuma emp(re)gabilidade coe(re)nte para a palavra: “(re)ssignificar”, nada p(er)de significado, pelo contrário, ag(re)ga-se outros, um neologismo com o pecado dos demais, é como diz(er) que o almoço hoje é “galinhada” se é arroz com frango! Em todos os dicionários que pesquisei, achei apenas na Wikipédia: “(Re)ssignificação é o método utilizado em neurolinguística para faz(er) com que pessoas possam atribuir novo significado a acontecimentos através da mudança de sua visão de mundo”. Que discordo completamente; dar “novo significado” é totalmente dife(re)nte de “(re)ssignificar”, mas quem sou eu para discordar de alguma coisa! Um des(re)ssignificante!
         (Re)torno é voltar ao ponto de origem, talvez s(er)ia isso o que melhor desejassem para o Ensino Médio, (re)começar do z(er)o, está aí o que eu elogiaria, se se valessem da exp(er)iência passada, quiçá, (re)solvesse os problemas da educação sem deixar sequelas ou (re)rrastros. Mas, quem sou para elogiar alguma coisa, sou apenas um des(re)ssignificante!
         Mas, o que (re)p(re)tende a Sec(re)taria da Educação de Goiás: (Re)duzir a evasão; Melhorar a ap(re)ndizagem dos alunos; Aumentar a aprovação; Aumentar o núm(er)o de matrículas.
         Essas (re)p(re)tensões s(er)ão p(er)feitamente alcançadas quando os formados do Ensino Médio se inteira(re)m da (re)v(er)dade de que não tinham (re)conhecimento, então (re)tornarão ao colégio para “(re)cursarem” o (re)cém nascido Ensino Médio.
         Na mente de alguns, deve hav(er) c(er)to estigma em conexão com o (re)ssignificamento de sua vida acadêmica. Especialmente se esses pa(re)ciam s(er) bons alunos, nota 10. Ao “(re)procura(re)m” o colégio surge a p(er)gunta: o que estava (er)rado? O (re) inv(er)tido! Mais uma marcha (ré) na educação: O que s(er)ia (Re)educação? É como c(r(e)r) que  s(er)ia possível “a TV deseduca as crianças”. Uma vez educado, educado para semp(re)! Por isso, temos educação e educação. Uma só com "Pão e circo", e a outra conteudista.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 20/09/2009
Código do texto: T1820795


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sábado, 12 de setembro de 2009

CAPACITAÇÃO DE PROFESSOR E A POLITICAGEM (Planejar é burocratizar, e o que seria desburocratizar?)




CRÔNICA


CAPACITAÇÃO DE PROFESSOR E A POLITICAGEM (Planejar é burocratizar, e o que seria desburocratizar?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Eu me reconheço como réu culposo neste episódio. Ausentei-me da escola por quatro dias, deixando meus alunos sem aulas e recusando-me a pagar um substituto. Considero injusto retirar de meu salário, já defasado, para suprir aquilo que deveria ser responsabilidade da própria instituição. Fui participar de uma capacitação no IFG, a pedido do NTE (Núcleo de Tecnologia Educacional), órgão ao qual eu era vinculado e que mantinha convênio com a Secretaria Municipal de Educação. Tratava-se de um curso vinculado à secretaria estadual, o tão divulgado Profuncionário, voltado à formação dos servidores administrativos das escolas estadual e municipal.

Ao retornar, a diretora da Escola Municipal onde trabalho informou-me, com frieza calculada:

— Sua declaração do IFG (Instituto Federal de Goiás) não vale, o pessoal da Secretaria me disse isso. Se você quiser pode ligar lá. Vamos cortar seu ponto.

No dia seguinte, ao tentar assinar o ponto, não me surpreendi ao encontrar, no espaço destinado à minha assinatura, o carimbo “não compareceu” — um eufemismo burocrático que me custaria caro.

Busquei então a responsável pelos tutores da região (Aparecida de Goiânia e Senador Canedo), pedindo que defendesse minha situação com cuidado, antecipando cada argumento que a Secretaria Municipal pudesse usar contra um professor que, além de docente, também atua como tutor. Solicitei que considerasse todos os detalhes legais, cada possível questionamento de credibilidade, cada nuance administrativa. Afinal, sabemos que nossos oponentes são “brilhantes”. Porém, nada disso importou: ninguém se preocupou com o meu prejuízo.

Incidentes como esse parecem simples, restritos a poucos personagens. Contudo, esquecemos que, entre as Secretarias de Educação Estadual e Municipal, há muito mais em disputa do que interesse em formação profissional. Há “politicagem”, rivalidades institucionais e vaidades administrativas. Resolver um problema aparentemente pequeno exige navegar por interesses partidários, ressentimentos pessoais, falta de ética e ausência de compromisso com o que deveria ser central: a qualidade da educação pública.

E, se sou ou não um bom professor ou servidor, eis uma verdade inevitável: minhas ações me colocam em relação salvífica ou não salvífica diante do sistema. E, afinal, “quem tiver sem pecado atire-me a primeira pedra.”

Falar em educação de qualidade, com professores realmente capacitados, por aqui, é quase utópico. Além disso, qualquer planejamento é constantemente inviabilizado pelos sábados letivos, já que grande parte das capacitações se concentra nos finais de semana, justamente para evitar declarações de ausência. Ou seja, sacrifica-se o profissional, culpabiliza-se o professor e, ainda assim, cobra-se excelência.

Como exigir compromisso, quando o próprio sistema o sabota?


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O texto apresentado é um rico estudo de caso sobre as dinâmicas institucionais e as tensões no serviço público brasileiro. Assumo a função de professor de Sociologia do Ensino Médio para preparar este Alinhamento Construtivo. As questões a seguir visam estimular a análise crítica dos alunos sobre a burocracia, as relações de poder e a ética na gestão educacional, com base nos conceitos da Sociologia.

1. Burocracia e Frieza Calculada: O narrador é penalizado com o carimbo "não compareceu" e o corte de ponto, após a diretora agir com "frieza calculada". Explique como o conceito de Burocracia (na perspectiva de Max Weber) pode ser aplicado para analisar essa situação, na qual a rigidez das normas e dos procedimentos se torna mais importante do que o objetivo final (a formação do professor).

2. Conflito Institucional e "Politicagem": O texto sugere que o problema vai além do simples corte de ponto, envolvendo "politicagem, rivalidades institucionais e vaidades administrativas" entre as Secretarias de Educação Estadual e Municipal. Discuta como os conflitos de interesse e poder entre instituições públicas diferentes podem afetar negativamente o profissional (o professor) e comprometer o serviço essencial (a qualidade da educação).

3. Profissão Docente e Desvalorização Sistêmica: O professor recusa-se a pagar um substituto por considerar injusto retirar do seu "salário já defasado". De que forma a precarização da profissão docente (baixa remuneração e falta de apoio institucional) cria um ciclo vicioso que sabota o compromisso e inviabiliza o aprimoramento profissional do servidor, dificultando a busca por excelência?

4. Ética e Responsabilidade na Gestão: O narrador afirma que "ninguém se preocupou com o meu prejuízo", sendo que o foco deveria ser a qualidade da educação pública. Analise o incidente (punição por participar de uma capacitação solicitada por órgão conveniado) sob a ótica da ética na gestão pública. Qual deveria ser o principal compromisso dos gestores (Secretaria e Direção) neste cenário: a norma burocrática ou o desenvolvimento do servidor?

5. O Sacrifício do Professor: O texto critica a prática de concentrar a maioria das capacitações nos sábados letivos para "evitar declarações de ausência". Discuta como essa estratégia, que busca evitar a interrupção das aulas, transfere o sacrifício integral para o professor, inviabilizando seu planejamento e reforçando a ideia de que o sistema "culpa" o profissional enquanto cobra excelência.

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