"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

sábado, 16 de março de 2013

FESTA DE PROFESSOR ("...A tristeza é melhor que a alegria porque ela nos purifica." — Ecl. 7:2-3 BV)



Crônica da vida escolar

FESTA DE PROFESSOR ("...A tristeza é melhor que a alegria porque ela nos purifica." — Ecl. 7:2-3 BV

Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Este ano foi generoso na organização das folgas para o funcionário público. A escola emendou quase uma semana de descanso, na sequência. Motivo quadruplicado para comemorações. É ano de copa, têm mais outros feriados! Então, no calor da euforia, arrisquei-me ir ao jantar para os professores, que foi realizado no colégio mesmo, fechando com chave de ouro o primeiro semestre. Você precisava ver, tudo estava muito arranjado, coisa de profissional. Ainda que o ambiente me era comum, e as pessoas também me pareciam maquiadas de si mesmas, do mesmo jeito dos dias comuns. Logo senti a falta de muitos colegas com quem eu gostaria de confraternizar naquela ocasião. Por que não vieram? — Ah! Eles não se relacionam bem com a direção, resquícios pessoais – se apressou alguém em me responder. Onde é mais difícil ser hipócrita, no trabalho ou na festa!? Continuei em minha solidão reflexiva.
            Mal o conjunto musical se instalou, eu já queria ir embora. Todos ali, estavam em busca do "pão e circo"; havia muita comida para servir! Lembrei-me das palavras do Sábio Salomão: "... é melhor estar nos velórios que ir a festas de aniversário. Isso porque você vai morrer um dia e é bom pensar nisso enquanto ainda há tempo. A tristeza é melhor que a alegria porque ela nos purifica." (Ecl. 7:2-3 BV). Foi quando minha coordenadora chamou-me para sentar à sua mesa, Então persisti na busca do prazer. Conversa vai e conversa vem... Excedi-me também nas risadas e no bebê Coca-cola. Tendo alguns relampejos de lucidez, aqui e acolá, moderava o envolvimento. Mas, não teve jeito, fui convidado para cantar uma canção dedicada aos professores. Uma canção de minha autoria, imagina!!! É, Você sabe que coisa de última hora, improvisada, geralmente não fica boa. Quando voltei para a mesa estava "leproso".  E o esforço dos colegas mais próximo, para me conforta, era notório. Porém, se eu não fosse me arriscar, o circo estaria menor. Também ficaria péssimo, teria ido embora antes mesmo do jantar ser servido. Fiquei para apalpar as reações. 
          Mudando o foco, cheguei a comentar, por que todas as festas de professor têm como estímulo a comida, parece que todo mundo vive para comer, será que o "pão" nunca se divorcia do "circo"? Para mim até a história está desconjuntada. Talvez só para mim que como só para viver. Contudo, as escolas ensinam a glutonaria às crianças desde cedo. O programa "Mais Educação", tendência modernista, serve dois lanches (um na chegada, outro na saída, e as crianças aproveitam e participam do intermediário servido para os do turno normal, ou melhor, participam de três refeições extras).
         Nesse momento, estou sentindo uma sensação de peso na consciência, sei lá!!! Como se tivesse cometido muitos pecados. Tentei me lembrar do ano passado, no qual não fui à festa dos professores. E não me lembro deste desconforto de alma. Mas, foi ruim lembrar que, no primeiro dia letivo, todos me perguntavam por que não fui. — foi muito bom – diziam eles. Então eu fora acometido com outra sensação esquisita, a de prejuízo. Acho que vou dizer para os meus colegas que não participaram desta festa — foi muito boa! E implantar neles a sensação de prejuízo. Pelo menos a vingança me aliviará por enquanto. Então, eu presente nesta festa ou ausente naquela implicam responsabilidades que cumpridas ou não cumpridas me fazem triste. Tomara que Salomão tenha razão quando afirma que a tristeza nos purifica.
         
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 12/10/2012
Reeditado em 16/03/2013
Código do texto: T3928644
Classificação de conteúdo: seguro


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sábado, 9 de março de 2013

Deus É a Dinâmica da Vida ("O medo inconcebível de uns é o prazer inenarrável de outros." — Maryanne Schramm)



Crônica

Deus É a Dinâmica da Vida ("O medo inconcebível de uns é o prazer inenarrável de outros." — Maryanne Schramm)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Deus é o sistema último, transformando todas as energias em matéria e a matérias em energias: é a dinâmica da vida. E o que chamamos de vontade de Deus? Nada mais é do que a fome do motor pelo o combustível da vida, fazendo movimentar as substâncias em busca do que Lhe é próprio consumir no momento. Ele consome vidas para produzir a vida. "Há no âmago do Universo uma 'energia' pulsadora para frente, fazendo o 'acontecer', nunca o deixa parado. As coisas no universo só podem 'acontecer', não podem 'parar' ou regredir" (Marcelo Caixeta - DM).
          Se um grupo de "religiosos" fanáticos e pretensiosos se diz conhecedor de Deus, por que não nos explica melhor o sentido da vida? Se Deus pode ser conceituado e explicado, medido por mentes finitas, então é menor que o homem! Um desses, certa vez, disse-me sobre o seu Deus ser onipresente: está em todos os lugares ao mesmo tempo. Todavia, nem pensou na ausência Divina como uma possibilidade que seu Deus sempre usa! Quando eles julgam as pessoas "afastadas" de Deus. Porém, o Deus da totalidade é exatamente presente, não podendo Se ausentar, pois sem Deus não há vida; Ele é o fluido de toda existência. Então, o Deus dele de jeito nenhum É onipresente, pois só um Deus físico e humanizado pode se ausentar. Se a onisciência de Deus estiver vinculada à onipresença, não há lacuna alguma na sabedoria desse Deus: nunca existiria o não saber, assim como, a ausência! Se  a onipotência de Deus considerar o nada como alguma coisa permeável pelo Seu poder, então os Seus atributos são o próprio Deus. Doutrinas religiosas são uma tentativa frustrada da igreja; pois a própria Bíblia disse que se possível fosse enganariam até os escolhidos. (Mt 24:24). Então achei necessário o acréscimo com o comentário do Pseudônimo,  "Mostradamus": "segue-se o raciocínio daqueles basicamente inteligentes, mas medrosos: Quem foi que criou Deus? Se não fomos nós, foi um outro (O pai), porém de onde teria vindo o pai? e assim uma infinidade de perguntas irrespondíveis. Então chamemos Deus de ignorância plena, escuridão, medo, insegurança, ou aceitemos implicitamente nossa obscuridade, como fazem os ateus".
          O Deus é complexo demais para ser limitado por conceitos ou definições, então vamos apenas nomeá-Lo como indefinível, inconceituável e inconcebível. Dar-Lhe esses nossos atributos de criatura,  faz dEle um de nós, pois é isso que os homens da religião querem: brincar de ser Deus!
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 05/10/2012
Reeditado em 09/03/2013
Código do texto: T3918225
Classificação de conteúdo: seguro

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domingo, 3 de março de 2013

RECUPERAÇÃO PARALELA NA "CONSTRUTEL" ("A mesma grana que compra o sexo, mata o amor. Traz a felicidade, também chama o rancor." (Emicida)



Crônica

RECUPERAÇÃO PARALELA NA "CONSTRUTEL" ("A mesma grana que compra o sexo, mata o amor. Traz a felicidade, também chama o rancor." (Emicida)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          A secretaria de educação do DF informou que vai afastar o professor de educação física flagrado, fumando maconha com alunos no parque da cidade.

{http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2012/09/28/interna_cidadesdf,325129/professor-e-flagrado-fumando-maconha-com-alunos-no-parque-da-cidade.shtml} acessado 08/06/2018. 

           "Os professores e os alunos da Escola Secundária de Nampaco, localizada no bairro com o mesmo nome, na cidade de Nampula, usam cinco salas de aula, ainda em construção, para práticas sexuais no período noturno. Naquela escola os professores são surpreendidos a manterem relações sexuais com as suas alunas, e os alunos com as suas colegas, ato que traduz uma autêntica promiscuidade. As alunas envolvidas no caso têm entre 16 a 18 anos de idade. Algumas o fazem em troca de notas, de frequência para poderem transitar de classe. Outras em troca de dinheiro para suportar caprichos pessoais. Conta-se que o caso não é recente, pois as aludidas salas de aula estão a ser erguidas desde o ano de 2010."{http://www.verdade.co.mz/nacional/30469-professores-e-alunos-usam-salas-de-aula-para-actos-sexuais}. (Acessado em 08/06/2018).

           Há tempos, venho dizendo sobre o ambiente escolar já não ter sido o que muitos pais acreditam ser. Quando os pais querem se ver livres de seus filhos em casa, então os obrigam ir à escola e a tirar notas boas, fragilizando-os a métodos espúrios, adotados pela sociedade moderna; deveriam primeiro prepará-los, quando ainda bem pequeninhos, para o futuro.

           Esse sistema de nota, na escola, para promoção (avaliação contínua, pontinho para tudo - até se o aluno riscou a carteira e depois limpou, ganha ponto), predispõe o adolescente, que não quer estudar, a procurar outros meios de adquiri-la, como vemos nas notícias: Professor é preso suspeito de abuso em alunas crianças, em Manaus .Segundo polícia, homem prometia aumentar notas de aulas.
https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2018/10/02/professor-e-preso-suspeito-de-abuso-em-alunas-criancas-em-manaus.ghtml - acessado em 03/10/2018.  
          E também, O aluno ameaçador de professor e esculachador do sistema, brigando por nota, sua reputação vale apenas a nota que conseguiu no grito.

           O modelo de educação que tenho em mente é do tipo excludente, em busca da qualidade. Sarah Westphal disse: "Descubra do que você tem fome. É um desperdício imperdoável passar a vida empanzinado daquilo que não nos sacia." Eu como professor jamais deixaria um filho meu frequentar uma escola pública assim como está (paradoxal, mas verossímil). Sugiro que toda avaliação seja externa mensalmente e aplicada por uma equipe da secretaria de educação. No modelo dos cursinhos pré-vestibulares, esperando pelo ENEM. Os professores ensinariam os conteúdos determinados pela secretaria de educação e não seriam aquela figura manipuladora e contenedora de poder, explorando os benefícios carnais e até  recebendo drogas em troca de nota. Trabalhariam apenas por seu salário e pela motivação de ver maior número de seus alunos serem aprovados à série seguinte. E o aluno apenas se submeteria a uma pessoa jurídica para conseguir aprovação.

           Desse jeito, dava até para o aluno de sucesso sentir gratidão por seu professor, mas nunca ao ponto de sentir raiva ou vergonha por ter sido explorado por nota, pois seria promovido por méritos próprios.

           Os pecados ocorrentes seriam os mesmos do ENEM e dos Concursos: Tentativas frustradas de fraudes. Meninos e meninas comprados e vendidos por nota na escola, para agradar professores manipuladores; ensinados assim, se venderão por coisas piores no mercado de trabalho, para agradar patrões exploradores. Quem tenta comprar professor com favores sexuais e/ou drogas, o que não faria por um pedaço de pão? Ou para sustentar os vícios, isso tem muita coisa a ver. "... Assim também podereis vós fazer o bem, estando tão habituados à prática do mal?" (Jr 13:23).

           Achei a cara da ironia maldosa na citação seguinte da notícia já referida: "Entretanto, o nosso entrevistado afirmou que o aproveitamento pedagógico das alunas, sobretudo do curso noturno, reduziu significativamente nos últimos tempos, mas isso não quer dizer que tenha relação com os relatos sobre os atos sexuais em curso na escola." Li isso e achei muito confuso; pela lógica, deveriam as alunas "estagiárias do sexo" terem, no mínimo, boas notas!!! O que os doutores, mestres educacionais e pedagogos em geral fizeram do sistema educacional público? Se tirarem a inutilidade acadêmica da Escola, tirarão também o emprego de muitos; talvez por isso, nada mude! A calamidade continuará sendo negociada, para gerar receita. Só não sei se o neg(ócio) vai se autossustentar por muito tempo.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 30/09/2012
Reeditado em 03/03/2013
Código do texto: T3908549
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sábado, 23 de fevereiro de 2013

O "INFERNO" MORA NO "CÉU" ("Até Deus tem um inferno: é o seu amor pelos homens." — Friedrich Nietzsche)



Crônica da vida escolar

O "INFERNO" MORA NO "CÉU" ("Até Deus tem um inferno: é o seu amor pelos homens." — Friedrich Nietzsche)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Quem é o Satanás, senão o promotor do inferno! Já ouvi muitos professores no ensino fundamental da rede pública dizerem sobre a sala de aula ser um inferno. Eu costumo chamá-la de purgatório. Porém, o que faz da sala de aula um inferno ou um purgatório? Talvez seja o fato de nosso Deus nem ser suficientemente forte, ou de forma alguma tem interesse nisso. Será se a hora da calamidade já, de fato, chegou? Nem por isso, acredito na existência do Lúcifer (Anjo Portador Luz), mas, sim, na existência dos Demônios de carne e osso, aqueles tortos desconhecedores das autoridades humanas e, por tabela, ignorantes até das leis de Deus. Dizem os luxuriosos como dissera Raul Seixas: "Não existe Deus senão o homem."
           A vida é como um GPS reprogramadora da rota, quando se sai dela. No fim último, ninguém se perde, apenas teremos de percorrer distâncias maiores, quando remando a favor de objetivos alheios. Se alguém se aventura sozinho pelos atalhos, terá experimentado o inferno do descaminho. Talvez seja esta a real situação na vida de muitos dentro do sistema educacional. Deviam preparar os filhos do Estado para a vida: Já os rebeldes, desrespeitosos e antipáticos, então merecem se perder. O inferno é dos perdidos. Só sei de uma coisa, os Demônios estão no lugar certo, onde estão todos que sofrem e fazem sofrer. E eu, aqui dentro, também, sou o demônio de mim mesmo, sofrendo merecidamente, por ordem do destino.
           E ai de quem tentar prender o perturbador da paz!  Será castigado juntamente. É isso, exatamente, o que acontece com um professor disciplinador, condutor de alunos indisciplinados à coordenação, será difamado por eles e, por final, terminará levando advertência gratuita, disfarçada de documento, obrigando-o a assinar o livro ata, tão merecida aos alunos em questão.  Por isso Maquiavel tem razão: "Os homens devem ser adulados ou destruídos, pois podem vingar-se das ofensas leves, não das graves; de modo que a ofensa que se faz ao homem deve ser de tal ordem que não se tema a vingança." 
           Agora parafraseando Carlos Drummond de Andrade, eu digo por experiência própria atualizada na modernidade: "O professor disserta sobre ponto difícil do programa. Um aluno bagunça, sem perspectiva acadêmica. O professor vai adverti-lo? Vai repreendê-lo? Não. Faz vista grossa, com medo de represália." Porque os iguais se protegem. Os do "inferno" também falam a mesma língua?!
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 13/09/2012
Reeditado em 19/09/2012
Código do texto: T3880394
Classificação de conteúdo: seguro


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sábado, 16 de fevereiro de 2013

"ESQUEMA PERVERSO" ("Vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia." — John Lennon)



"ESQUEMA PERVERSO" ("Vivemos num mundo onde nos escondemos para fazer amor! Enquanto a violência é praticada em plena luz do dia." — John Lennon)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Observando o mundo através da lente de uma crônica envolvente, como "VIREI PRAGA" da colega Marília Paixão, uma questão recorrente me veio à mente: a crescente prevalência da agressividade em nossa sociedade.

O tempo parece ter chegado onde os animais são, de certa forma, colocados acima dos seres humanos. Um exemplo notável disso é a proliferação de serviços voltados para os pets, como os psicólogos para cachorros. O luxo e os cuidados dispensados a esses animais muitas vezes superam o que é oferecido a crianças brasileiras. De fato, de acordo com o IBGE, a presença de cães em lares brasileiros é mais comum do que a presença de crianças.

Entretanto, ao examinarmos mais profundamente essa tendência, percebemos uma complexa teia ideológica que permeia nossa sociedade. Há uma crescente humanização dos animais, enquanto, paradoxalmente, testemunhamos a animalização do humano. Esse fenômeno, em parte, é resultado do neonaturalismo contemporâneo, que gradualmente difunde a ideia de que os animais merecem tratamento semelhante ao dos seres humanos.

Essa inversão de valores é evidenciada também na interconexão entre agressividade e sexualidade, uma relação frequentemente observada no comportamento animal. Tal como observado pelo padre Jaime Snoek, a agressividade e a sexualidade muitas vezes se entrelaçam, formando um "Esquema Perverso", conceito atribuído por Freud. À medida que os animais se tornam mais valorizados e os seres humanos são desprezados, uma distorção da alma humana se estabelece, dando origem a uma sociedade cada vez mais focada em instintos primários, como o sexo.

No entanto, há uma serenidade resignada nessas reflexões. Como Raul Seixas profeticamente expressou em sua canção "Meu Amigo Pedro", tudo acaba onde começou. A grandeza de uma nação, como apontado por Mahatma Gandhi, pode ser julgada pela maneira como seus animais são tratados, mas essa reflexão sugere também uma inversão cíclica de valores ao longo da história.

Assim, mesmo diante dessas complexidades, é imperativo reconhecer que a discriminação e a violência psicológica, muitas vezes motivadas por impulsos sexuais, devem ser combatidas. Se os donos, ciumentos e repletos de parasitas emocionais, não sacrificarem seus animais com excesso de mimos, a natureza humana, permeada de inveja e desigualdade, o fará de maneiras mais sutis e cruéis.

Questões Discursivas sobre a Prevalência da Agressividade na Sociedade

Questão 1: O texto aborda a crescente humanização dos animais e a simultânea "animalização" dos humanos. Discuta esse fenômeno à luz do neonaturalismo contemporâneo e da inversão de valores entre agressividade e sexualidade. Como essa distorção da alma humana pode afetar a sociedade como um todo?

Questão 2: O autor levanta a questão da discriminação e da violência psicológica motivadas por impulsos sexuais. A partir das ideias apresentadas no texto, como podemos combater esses males e construir uma sociedade mais justa e pacífica?

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domingo, 10 de fevereiro de 2013

UM PLANO DE AULA GROSSEIRA ("Se o plano A não funcionar, não se preocupe. O alfabeto tem mais 26 letras pra você." Sabrina Chaves)



Crônica

UM PLANO DE AULA GROSSEIRA ("Se o plano A não funcionar, não se preocupe. O alfabeto tem mais 26 letras pra você." Sabrina Chaves)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Escrevi bem destacado no quadro esta proposta para minha aula de hoje, valendo um curinga (ponto extra): Ilustrar uma piada e elaborar cinco questões respondidas sobre o tema da mesma. Objetivos: Aprimorar leitura e compreensão textual; treinar a habilidade de perguntar; auferir o humor. Dúvidas surgiram perante a proposição: Uma aluna daquele terceiro ano do Ensino Médio perguntou-me se era para desenhar, eu a respondi bravamente: — quem não presta a atenção faz perguntas tolas. Ela se sentiu ofendida e me retrucou grosseiramente e foi imediatamente me denunciar à coordenadora. O outro já não sabia nada sobre o tema, porém eu não achei sua pegunta tola, apenas o retornei com a mesma pegunta, o qual me agrediu também, dizendo sobre ali não haver professor ao ensiná-lo. Outras moças da mesma turma reforçaram minha frustração na aula que foi preparada com desvelo, dizendo que piadinha não ensina nada! Pois, com este tipo de atividade, eles não aprendem. Certa feita, uma coordenadora me mandara um recado por aluno, dizendo-me: — "palavras cruzadas não é aula de gramática'. Ora, é sim, uma aula de produção textual e gramática também, e eu recortei as palavras cruzadas e as piadinhas do "Jornal daqui" o mais vendido da região, um material do seu meio, é pedagogicamente correto!!! "A palavra cruzada tem vários subsídios importantes que colaboram no desenvolvimento do pensamento e da linguagem, além da ortografia e questões semânticas." {http://educador.brasilescola.com/trabalho-docente/palavras-cruzadas.htm} (acessado em 12/05/2018). 
           Eu queria a intertextualidade deles, exigindo o conhecimento de mundo, porém consegui apenas atraí a inveja dos colegas e a reprovação da coordenação. Também me senti ofendido, pois ninguém suporta me ver trabalhando fácil.
          No final da aula, no tumulto, estou eu tentando vistar a atividade, pois muitos deles, estrategicamente, mostram só depois do toque do sino, recebendo os seus pontinhos sem uma verificação cuidadosa do professor, falta-lhe tempo, e a coordenadora resolveu depois de tocar a sirene sair de sala em sala pressionando o professor a desocupar, para o outro entrar. Os alunos retardatários, eu duvido que terminarão a tarefa em casa, Então deixei para outro dia, até hoje. 
          Aos benfeitores, sendo uma minoria, ainda tenho a sensatez de parabenizá-los, porque cumpriram sua obrigação. Certamente a visão desses com relação ao esforço do professor em apresentar aulas criativas é positiva. Antigamente o servo que fazia só a sua obrigação era considerado inútil!!! Eu só lamento pelas piadinhas exigentes no ENEM, poucos acertariam, pelo menos "os daqui" por oferecer resistência a esses treinamentos. É certo que só a grama morre, quando os elefantes brigam! Esta também é mais uma frustração moral no professorado: a crítica de coordenador preguiçoso, e a denúncia de colega invejoso, e o descaso de aluno acomodados. Como veem, não é o plano da aula, feito antecipadamente; o segredo de uma aula extraordinária é a amizade entre as partes.        
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 31/08/2012
Reeditado em 10/02/2013
Código do texto: T3858649
Classificação de conteúdo: seguro


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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

PESQUISADOR AFIRMA QUE ESTRUTURA DAS ESCOLAS ADOECE PROFESSORES


PESQUISADOR AFIRMA QUE ESTRUTURA DAS ESCOLAS ADOECE PROFESSORES

Para historiador da USP, sociedade critica todos os aspectos do cotidiano escolar, mas se esforça para mantê-los da mesma forma. Ele propõe discutir o "rompimento" das estruturas

Fonte: iG

“O ambiente Escolar me dá fobia, taquicardia, ânsia de vômito. Até os enfeites das paredes me dão nervoso. E eu era a pessoa que mais gostava de enfeitar a Escola. Cheguei a um ponto que não conseguia ajudar nem a minha filha ou ficar sozinha com ela. Eu não conseguia me sentir responsável por nenhuma criança. E eu sempre tive muita paciência, mas me esgotei.”
Sem infraestrutura: Em 72,5% das Escolas da rede pública não há biblioteca
Estrutura Escolar adoece Professores e leva a abandono da profissão
O relato é da Professora Luciana Damasceno Gonçalves, de 39 anos. Pedagoga, especialista em psicopedagogia há 15 anos, Luciana é um exemplo entre milhares de Professores que, todos os dias e há anos, se afastam das salas de aula e desistem da profissão por terem adoecido em suas rotinas.
Para o pesquisador Danilo Ferreira de Camargo, o adoecimento desses profissionais mostra o quanto o cotidiano de Professores e Alunos nos colégios é “insuportável”. “Eles revelam, mesmo que de forma oblíqua e trágica, o contraste entre as abstrações de nossas utopias pedagógicas e a prática muitas vezes intolerável do cotidiano Escolar”, afirma.
O tema foi estudado pelo historiador por quatro anos, durante mestrado na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP). Na dissertação O abolicionismo Escolar: reflexões a partir do adoecimento e da deserção dos Professores , Camargo analisou mais de 60 trabalhos acadêmicos que tratavam do adoecimento de Professores.
Camargo percebeu que a “epidemia” de doenças ocupacionais dos Docentes foi estudada sempre sob o ponto de vista médico. “Tentei mapear o problema do adoecimento e da deserção dos Professores não pela via da vitimização, mas pela forma como esses problemas estão ligados à forma naturalizada e invariável da forma Escolar na modernidade”, diz.
Desistência: Salários baixos provocam fuga de Professores da carreira
Luciana começou a adoecer em 2007 e está há dois anos afastada. Espera não ser colocada de volta em um colégio. “Tenho um laudo dizendo que eu não conseguiria mais trabalhar em Escola. Eu não sei o que vão fazer comigo. Mas, como essa não é uma doença visível, sou discriminada”, conta. A Professora critica a falta de apoio para os Docentes nas Escolas.
“Me sentia remando contra a maré. Eu gostava do que fazia, era boa profissional, mas não conseguia mudar o que estava errado. A Escola ficou ultrapassada, não atrai os Alunos. Eles só estão lá por obrigação e os pais delegam todas as responsabilidades de educar os filhos à Escola. Tudo isso me angustiava muito”, diz.
Viver sem Escola: é possível?
Orientado pelo Professor Julio Roberto Groppa Aquino, com base nas análises de Michel Foucault sobre as instituições disciplinares e os jogos de poder e resistência, Camargo questiona a existência das Escolas como instituição inabalável. A discussão proposta por ele trata de um novo olhar sobre a Educação, um conceito chamado abolicionismo Escolar.
“Criticamos quase tudo na Escola (Alunos, Professores, conteúdos, gestores, políticos) e, ao mesmo tempo, desejamos mais Escolas, mais Professores, mais Alunos, mais conteúdos e disciplinas. Nenhuma reforma modificou a rotina do cotidiano Escolar: todos os dias, uma legião de crianças é confinada por algumas (ou muitas) horas em salas de aula sob a supervisão de um Professor para que possam ocupar o tempo e aprender alguma coisa, pouco importa a variação moral dos conteúdos e das estratégias didático-metodológicas de Ensino”, pondera.
Fora da sala de aula: Metade dos Professores não leem em tempo livre
Ele ressalta que essa “não é mais uma agenda política para trazer salvação definitiva” aos problemas Escolares. É uma crítica às inúmeras tentativas de reformular a Escola, mantendo-a da mesma forma. “A minha questão é outra: será possível não mais tentar resolver os problemas da Escola, mas compreender a existência da Escola como um grave problema político?”, provoca.
Na opinião do pesquisador, “as mazelas da Escola são rentáveis e parecem se proliferar na mesma medida em que proliferam diagnósticos e prognósticos para uma possível cura”.
Problemas partilhados
Suzimeri Almeida da Silva, 44 anos, se tornou Professora de Ciências e Biologia em 1990. Em 2011, no entanto, chegou ao seu limite. Hoje, conseguiu ser realocada em um laboratório de ciências. “Se eu for obrigada a voltar para uma sala de aula, não vou dar conta. Não tenho mais estrutura psiquiátrica para isso”, conta a carioca.
Ela concorda que a estrutura Escolar adoece os profissionais. Além das doenças físicas – ela desenvolveu rinite alérgica por causa do giz e inúmeros calos nas cordas vocais –, Suzimeri diz que o ambiente provoca doenças psicológicas. Ela, que cuida de uma depressão, também reclama da falta de apoio das famílias e dos gestores aos Professores.
“O Professor é culpado de tudo, não é valorizado. Muitas crianças chegam cheias de problemas emocionais, sociais. Você vê tudo errado, quer ajudar, mas não consegue. Eu pensava: eu não sou psicóloga, não sou assistente social. O que eu estou fazendo aqui?”, lamenta.