"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

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sábado, 1 de maio de 2010

OS FEIOS SE AMAM IGUALMENTE ("Deixemos as mulheres bonitas aos homens sem imaginação." Marcel Proust .)






Crônica

OS FEIOS SE AMAM IGUALMENTE("Deixemos as mulheres bonitas aos homens sem imaginação."
Marcel Proust 
.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Eu gosto de mulheres feias, pobres, baixinhas e magras; são rejeitadas e carentes, assim tenho ajudado quem precisa realmente de carinho e atenção. Se "pego" alguma "bonitona" é a gratidão de Deus sorrindo para mim, por eu motivar à vida aquelas de quem já lhe tiraram a esperança. Aliás, toda mulher deitada gozando é linda! As sábias sabem se deitar criativamente, elas não se vulgarizam, medindo cada benefício trocado. Aprendi com Charles Darwin que na história da humanidade (e dos animais também) aqueles que aprenderam a colaborar e improvisar foram os que prevaleceram. Por isso, acredito também em Marcel Proust quando diz: "Deixemos as mulheres bonitas aos homens sem imaginação". E digo também, ou aos que querem procriar, há quem pense em "Raça Ariana".
          As que se fazem feias vingam-se, ignorando os comuns. Querem homens bonitos também! Mas, recebem como consequência a concretização das palavras de Marcel Proust: "A mulher que amamos só poucas vezes satisfaz as nossas necessidades, pelo que lhe somos infiéis com a mulher que não amamos."
         Dói mais a "patada" de uma mulher feia do que a indiferença das beldades! Porque fere a alma, pois quando um homem comum se dirige a uma mulher feia, põe a alma na frente, com os mais nobres sentimentos. Essas pessoas com as quais a natureza foi cruel demais, sempre descontam em quem está próximo. Não basta uma feiura levar a outras formas de ser feio, querem pisar. Explicando melhor, não gosto da feiura, mas amo as portadoras de traços físicos não padronizados. Para mim importa mesmo é a saúde física, mental e espiritual. E a eficiência no proceder é  mais do que qualquer plástica! Eu quero simplesmente uma mulher com a compostura de Clarice Lispector: "A feiura é o meu estandarte de guerra. Eu amo o feio com um amor de igual para igual". A humildade ornamenta o interior de uma mulher: "A beleza de vocês não deve estar nos enfeites exteriores, como cabelos trançados e joias de ouro ou roupas finas. Ao contrário, esteja no ser interior, que não perece, beleza demonstrada num espírito dócil e tranquilo, o que é de grande valor para Deus." (I pd 3:3,4). 
          Ou seja, mulher feia, assim, é lindo, eu a quero! Ser feio não dói, pois não sofro tanto! Agora, tornar-se feio(a) é dolorido, nojento e fétido; abominável. É como disse o sábio Salomão: " Há quatro coisas que a terra não pode tolerar: (...)a mulher de mau gênio que arranja casamento; (...) (Pv. 30:21,23 NTLH).
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 16/03/2010
Código do texto: T2142417


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09/04/2010 22:31 - ALEXANDRE MOHOR
realmente quebrar o sentido lógico buscando a lógica onde a multidão não acha é um meio de se adaptar com novas aptidões e, por isso, sobreviver... Charles tinha razão... e toda mulher deitada gozando é linda mesmo...


16/03/2010 21:28 - ZORA
Ola rapaz,gostei do seu texto dei umas risadinhas BEM LEGAL...Recordei de meu irmão que dizia: "Quando me ve com MULHER feia ,pode separar que é briga" Gostei também de saber que somos vizinhos! Goiania a Senador Canedo é um pulo ,AINDA MAIS QUANDO SE TRATA DE POeTAS e POETISAS..KIAKIAK Espero desde já nos tornarmos amigos...visite meu cantinho do pensar..Ficarei grata...



quarta-feira, 21 de abril de 2010

Desiludido pela Tradição (Filhos de Deus, irmãos de ninguém!)

    
Crônica

Desiludido pela Tradição (Filhos de Deus, irmãos de ninguém!)

quarta-feira, 21 de abril de 2010
Por Claudeci Ferreira de Andrade


Eu assisti ao filme: "A Virada" de Alex Kendrick, fiquei muito impressionado, logo desejei de mais ser um bom funcionário, um bom cristão e um bom pai de família! Então joguei toda responsabilidade do fracasso de muitas pessoas nas instituições falidas (Educação Pública — escola, Igreja e Família), na falta destas em cumprir seu papel social e na falta de genuinidade dos seus tais defensores. Eles as julgam tão necessárias, mas têm mantido apenas a fachada mentirosa, fazendo-nos acreditar que estão vivas, quando na verdade estão mortas. Meu Deus, abençoa-me e dá-me poder e palavras mágicas, aí amaldiçoarei e excomungarei todos os praticantes da desonestidade e/ou propiciadores de meios para induzir os outros a tanto.

Maldita metonímia, abominável até a essência, pois nas instituições que ensinam e educam, tomam-se uma parte mínima pelo todo, tomar o aluno e o membro gerador de verbas, como sustentador do sistema, por patrão, é mais um equívoco. O sábio Salomão disse: "Há quatro coisas que a terra não pode tolerar:o escravo que se torna rei; o tolo que tem para comer tudo o que quer;a mulher de mau gênio que arranja casamento; e a escrava que toma o lugar da sua senhora — Pv 30: 21-23. Ao invés disso, deviam apenas tomar o discípulo por discípulo e portanto fazer acontecer a formação técnica. Deixemos a educação moral para os pais, e as promoções pela devida classificação aos de direito! Confusão repugnante é responsabilizar o professor pela falta de caráter do filho portador da desmoralização que aprendeu no lar.

Ainda mais, pretensão imoral é achar que religião muda a personalidade das pessoas, se assim for, elas mesmas perderão sua identidade original, desconhecerão a si mesmas, esquecerão a formação familiar e, por isso, já, nem se preocuparão mais em manter as aparências, sendo ainda a maioria dos "crentes" constituída de péssimos alunos, fanáticos, difíceis de convivência: os reivindicadores de direitos conquistados pela fé sozinha: Filhos de Deus, irmãos de ninguém! A estes digo: "Fé sem as obras é morta".
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 21/04/2010
Código do texto: T2210077

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PAIXÃO, CLAUDEKO! (Às vezes o homem prefere o sofrimento à paixão — Fiódor Dostoiévski)

               

Apelo


PAIXÃO, CLAUDEKO! (Às vezes o homem prefere o sofrimento à paixão — Fiódor Dostoiévski)

quarta-feira, 21 de abril de 2010
Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Ninguém nasce para ninguém, porque são as circunstâncias as unidoras de uns nos outros, porém há aquelas que são temporárias, outras são eternamente; uns firmemente mais que outros! Apenas sei de mim.
           Vá, minha Musa inspiradora, por aonde for e até por caminhos tortuosos, eu lhe espero; nossos caminhos são circulares e quando me encontrar de novo, se ainda restar fôlego em mim, aceito os restos de si. Minha "filha pródiga", talvez devesse agora me chamar Vânio ou Vanuso, pois tenho tudo a ver com a esperança doentia que não sara.
          Quem sabe, queira ser convencida de meus desejos, cativada por um bom cavalheiro, ou ainda um joguinho, um charme que seja! É só abrir o coração e ver, já estou em meu limite, e se é pouco, some com o seu, todo restante para me doar: compreensão! Ou vai querer me ver o tempo todo nessa vidinha vegetativa por escolha! Quer queira ou não, se não agora, quando morrer serei a eterna vítima de seus caprichos, morri de saudade e apenas servirei de adubo no jardim da vizinha pois não saio daqui.
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 21/04/2010
Código do texto: T2209846


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sábado, 10 de abril de 2010

HOMENS COMO ÁRVORES (Estou tirando a “casquinha” de quem para resolver meu problema?)




Crônica

HOMENS COMO ÁRVORES (Estou tirando a “casquinha” de quem para resolver meu problema?)

sábado, 10 de abril de 2010
Por Claudeci Ferreira de Andrade

       No colégio, contemplei uma forma de poder diferente do poder do professor, da coordenadora, da secretária; a meu ver, cruel e passional! A agente de limpeza, com uma faca na mão, roletava de fora a fora a casca do tronco de uma árvore a qual enfeitava a área verde do pátio. Já faz alguns meses, mas é ali, onde ainda tranco minha bicicleta com a certeza de que estaria protegida dos malfeitores, misturados com nossos alunos, porém já prevejo a perda de meu apoio, madeira apodrece rápido e ela já está muito seca.
       — "A árvore derrubava muitas folhas, dava trabalho varrer!" Essa foi a plausível justificativa, todavia como cada crime tem suas fabulosas justificativas, esta, além disso, é uma evidência de abuso de poder e de legislação em causa própria.
       O grito de dor daquela árvore, no momento do esfolamento fatal, não foi ouvido, mesmo tendo muitos espectadores, entretanto ecoa até hoje! Soaram vocativos estridentes ao coração incessível! E como não pude deter aquela “educadora” em seu ritual macabro, pois estava com a consciência amortecida pela a visão unilateral certa de que estava resolvendo o seu problema, agora apanho aqueles gritos, encorporo ao meu, e o levo até mais longe: o mundo das ideias.
       Como formar uma consciência ecológica, no seio da Instituição de Ensino, se há o visível  testemunho daquela madeira seca com a cicatriz em forma de uma cintura sem reparo, contradizendo qualquer coisa nobre? E logo, teremos só resto de um tronco podre, e finalmente um vazio! Por que 
ainda não a tiraram e já plantaram outra no lugar? São tantos os questionamentos sugeridos por aqueles beneficiados da sombra da outrora frondosa árvore! O que dizem os pássaros, os insetos, os líquens e a biodiversidade! Porém, um não pode calar! Será se todos os agentes, e até de outros setores da educação, usam o mesmo princípio, assim, resolvendo os seus problemas? Onde a tal funcionária aprendeu aquele procedimento? Compreendo quando um caçador de coelho acuado por um bicho grande atira em todas as direções, ferindo as árvores e até o pé dele mesmo. Sobretudo não compreendo até que ponto pode ir um funcionário para agradar o patrão!
       Dessa vez, foi só a casca, mesmo assim foi o suficiente para todo bom leitor da cena de então, imaginar uma bicicleta, instrumento ecologicamente correto, se apoiando em uma árvore seca de tronco escoriado, também paradoxal! Precisamos entender um fato: “tirar o couro” leva a óbito. Estou tirando a “casquinha” de quem a fim de resolver meu problema? Não gostaria de ser taxado de criminoso por incriminar o destruidor de árvore. O poder usado nessa forma de viver não é natural, é como diz o provérbio Árabe: “A árvore quando está sendo cortada, observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira”. E eu quero fazer minhas as palavras de Tom Jobim: “Quando uma árvore é cortada ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz.”
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 10/04/2010
Código do texto: T2188867

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domingo, 4 de abril de 2010

MULHERES "FABIOLADAS" ("/Ninguém é o dono do que a vida dá/" — Dani Black)







Crônica

MULHERES "FABIOLADAS" ("/Ninguém é o dono do que a vida dá/" — Dani Black)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O mundo ergue-se sobre alicerces de conceitos profundamente enraizados, ideias que, como árvores centenárias, fincam suas raízes no solo fértil da tradição. Entre essas concepções persistentes, a noção de posse, especialmente em relação à mulher, projeta-se como uma sombra que atravessa gerações. Numa tarde qualquer, enquanto o sol filtrava seus raios entre os prédios da cidade, avistei um casal em um café – ele, absorto em seu jornal; ela, com o olhar perdido na fumaça da xícara, um traço de melancolia nos lábios. A cena corriqueira abriu caminho para reflexões sobre a liberdade feminina e os laços que, tantas vezes, tentam subjugá-la.

Lembrei-me das histórias da minha avó, narrativas de um tempo em que a mulher era vista como extensão do marido, dona do lar, mas não de si mesma. Um tempo em que o “pertencimento” sobrepunha-se ao próprio ser, onde o amor, que deveria dar asas, transformava-se em correntes. Essa crença ancestral de que a mulher deveria pertencer ao homem, disfarçada sob o manto da utilidade, revelou-se, ao longo dos anos, um fardo sufocante. Embora pintada com cores aparentemente inofensivas, essa narrativa escondia armadilhas cruéis, capazes de transformar vidas em histórias de submissão. A tradição, como um jardim repleto de flores rígidas, perpetuou o mito da exclusividade, convertendo mulheres em propriedades, objetos de controle ou, pior, meros adereços de conveniência.

Nesse contexto, o homem, muitas vezes cego pela mania de “consertar” suas “coisas”, transforma o amor em algo amargo, como absinto, enquanto faz da fidelidade uma espada de dois gumes, ferindo tanto o outro quanto a liberdade que ele próprio pretende proteger. Recordo-me de Fabíola, uma amiga vibrante e dona de uma risada contagiante, que vivenciou na própria pele o impacto dessa dinâmica. Casou-se com um homem que, a princípio, parecia ideal, mas que, aos poucos, transformou o relacionamento em uma gaiola dourada. O controle substituiu a confiança, os horários tornaram-se rígidos, os amigos foram afastados, e Fabíola, outrora um espírito livre, viu-se aprisionada.

Acompanhei sua metamorfose com inquietação. As unhas, antes pintadas com cores vibrantes, passaram a exibir tons neutros, quase apagados. As risadas foram se tornando escassas, os encontros com as amigas, raros. A chama que a definia extinguia-se lentamente, até que, como uma fênix, ela renasceu das cinzas. Um corte de cabelo ousado, um sorriso resgatado das profundezas e a decisão de retomar as rédeas da própria vida marcaram seu retorno à liberdade. A separação foi dolorosa, mas necessária, porque, para voar novamente, era preciso livrar-se das correntes.

Enquanto pensava em Fabíola, lembrei-me de um livro antigo que folheei na biblioteca da minha avó. Ele dedicava páginas e mais páginas ao “pecado” da infidelidade feminina, mas ignorava qualquer menção à figura da esposa de Cristo. Como se a fidelidade fosse uma via de mão única, destinada exclusivamente às mulheres, uma imposição que contrastava com a liberdade masculina. Essa disparidade me levou a questionar: o que, afinal, é fidelidade? Uma promessa proferida diante de um altar? Um contrato firmado em cartório? Ou, quem sabe, um compromisso diário com a verdade e o respeito mútuo?

Acredito que a fidelidade autêntica reside, antes de tudo, na lealdade a si mesmo. É na busca pela própria felicidade, sem aprisionar ou ser aprisionado, que se encontra o verdadeiro sentido da lealdade. A infidelidade, vista como um pecado moral, é, muitas vezes, apenas um sintoma de relações que falham em nutrir a individualidade. Mulheres que rompem com esses pesos – a ansiedade, a culpa – embarcam numa jornada de autodescoberta que desafia as amarras tradicionais.

O casamento, esse consórcio idealizado como eterno, frequentemente se revela uma metamorfose contínua. O lema “até que a morte os separe” muitas vezes prenuncia a morte do próprio eu, deixando claro que não há garantias para a eternidade conjugal. A fidelidade genuína, acredito, pertence somente a Deus e ao próprio ser. Não se trata de defender a licenciosidade, mas de valorizar a liberdade como a essência da felicidade. Shakespeare estava certo ao dizer: “O diabo pode citar as Escrituras quando isso lhe convém”. E, talvez, ser conveniente seja, no fundo, buscar a própria realização.

Ao observar o movimento das ruas, vejo mulheres que, como Fabíola, recuperam o brilho nos olhos e a coragem de trilhar seus próprios caminhos. As unhas coloridas, símbolos de vitalidade, ressurgem como manifestações de liberdade e autoafirmação. E, nessa teia de histórias, percebo que o amor, em sua forma mais pura, não aprisiona, mas liberta. Não controla, mas confia. Não exige, mas oferece. Um amor verdadeiro permite que cada indivíduo voe em seu próprio ritmo, sem receios de perder-se, pois sabe que, no reencontro, haverá ainda mais para compartilhar.

Essa, afinal, é a beleza da vida. Como Raul Seixas tão bem cantou sobre “A Maçã”, a liberdade é um direito inalienável, uma busca constante que nos reconecta à nossa essência mais profunda. E, nesse voo, encontramos não apenas o outro, mas a nós mesmos.


ENCAMINHAMENTO DE PERCEPÇÃO


1. De que forma a cena do casal no café serve como ponto de partida para a reflexão sobre a liberdade feminina no texto?


2. Como a tradição e o conceito de posse influenciam os relacionamentos, segundo o texto, e qual a consequência dessa dinâmica para a mulher?


3. A história de Fabíola é central para a argumentação do texto. Descreva a trajetória dela, desde o casamento até a sua libertação, e explique o significado simbólico da mudança em suas unhas.


4. O texto contrapõe a visão tradicional sobre a infidelidade com uma perspectiva mais ampla sobre a fidelidade. Explique essa contraposição e qual a definição de fidelidade autêntica apresentada.


5. Qual a mensagem central do texto sobre o amor e a liberdade, e como a referência à música “A Maçã”, de Raul Seixas, contribui para reforçar essa mensagem?

sexta-feira, 2 de abril de 2010

UM PEDIDO À MORTE OU À VIDA? (“Qualquer idiota consegue ser jovem. É preciso muito talento pra envelhecer.” Millôr Fernandes)

       

Crônica

UM PEDIDO À MORTE OU À VIDA? (“Qualquer idiota consegue ser jovem. É preciso muito talento pra envelhecer.” Millôr Fernandes)

sexta-feira, 2 de abril de 2010

         Por Claudeci Ferreira de Andrade

         Com cinquenta e seis anos de idade, pesa-me a cabeça! E não estou satisfeito com minha cara, o processo andou mais rápido do que a percepção! Como ainda é possível para eu continuar envolvido nos aspectos carnais? Dizem que em assuntos de amor e sexo, idade é apenas um leve fator motivador de preconceito social! Outros dizem que a velhice chega, as virtudes saem! Então, moçada, prove-me, sem preconceito algum, que eu ainda  posso; faça-me acreditar que assim o é. Mas não quero ser você, apenas quero sua juventude ou, quem sabe, voltasse a minha, que não pude desfrutar, ou melhor, não vi passar. Agora, compreendendo: prefiro ser esse verme (velho) em minha própria fossa, com meus detritos; que ser águia (jovem) num espaço alheio! Por isso sou forçado a repetir, olhando para o espelho, as palavras de George Orwell: "Aos cinquenta, cada pessoa tem a cara que merece."
          O revelia da discriminação é paradoxal demais! Ou só ironicamente cruel: Vivemos num mundo de velhos com qualidade de vida! É muito ou quer mais!? Qualidade aqui é um eufemismo que sofreu o mesmo desgaste da palavra especial para facilitar a inclusão social (A longevidade do brasileiro subiu para 74,9 anos em média!)  Tudo bem, mas velho é velho e tem tudo geriátrico!
         O sinestésico de tudo isso é que eu gosto mais da juventude dos jovens do que eles mesmos gostam dela! É como os negros reduzindo suas competências em contas dos programas sociais. O maior problema é que meu corpo não me ajuda! Amolece e decai, parecendo-me tomar a forma do recipiente! Sendo assim, apenas me refugio nas palavras de Cecília Meireles: "Quanto mais me despedaço, mais fico inteira e serena." Eu Creio ser mais difícil para morte fazer-me sofrer. Pois, para destruir um ser calejado não basta cortes violentos, o sangue está profundo. Mas o senso comum insiste: "Quando de jovem não morre, de velho não escapa"! Esse é um lugar comum nos falando da certeza da morte, porém nos fala também do cansaço dela, de sua ação não condizente com a sua própria intensa fome e sede de matar. Se matar um jovem é muita crueldade; matar um velho é desperdício de munição!  Que continue nos matando indistintamente, heroína malquista! Em meus desesperos não sei se estou pedindo à morte que venha logo para me aliviar dos sofrimentos ou à vida para retirá-los levando-me junto! "
O pior não é morrer, mas ter de desejar a morte e não conseguir obtê-la." (Sófocles).
Claudeko
Publicado no Recanto das Letras em 02/04/2010
Código do texto: T2172855


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