"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 28 de janeiro de 2012

O INFERNO É PARA TODOS, ESCOLA PÚBLICA TAMBÉM! ("O céu tem muros e rígidas regras de imigração, Quem tem política de portas abertas é o inferno." — Donald Trump)


Crônica

O INFERNO É PARA TODOS, ESCOLA PÚBLICA TAMBÉM! ("O céu tem muros e rígidas regras de imigração, Quem tem política de portas abertas é o inferno." — Donald Trump)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Em um mundo onde a omissão da verdade é tão pecaminosa quanto a prática do mal, encontro-me em uma encruzilhada. Vejo os portões do céu guardados pelos elementos do inferno, barrando a entrada dos amantes do tradicional e das coisas padronizadas. Pergunto-me, qual é o valor de um céu vazio ou de um inferno superlotado?

O sofrimento do céu é destinado aos vivos, enquanto o descanso do inferno é para os mortos. Aqui, os segmentos religiosos se fundem nas chamas frias do inferno ou no vapor quente do céu. No final, todos desfrutam de sensações equilibradas no seio da terra.

Antes de desmoralizar alguém de quem não gosta ou de prescrever um destino por vingança, assista ao filme de Alain Corneau: "Crime de Amor". Lembro-me de que se uma pessoa perde a honra, então não tem mais nada a perder. E se não tem nada a perder, é uma pessoa perigosa, torna-se um "homem bomba" facilmente.

Cuidado, difamadores, perseguidores, malfeitores, praticantes de bullying e denunciadores para não achar quem faça o mal! Pois, um dia é do caçador, o outro, é da caça. Mesmo assim, tantas vezes, fui ameaçado de morte por alunos analfabetos funcionais que se julgavam cheios de direitos, indisciplinados de notas baixas, estudantes no turno noturno ou das trevas, eles não sabem a lição de casa. Eu também não, ainda estou completamente perdido, a não ser que o bem vença o mal! Mas, já não aguento mais esperar pelo final.

Tudo em uma Unidade Escolar promove o espírito de competição, mesmo sendo diferente daquela como existe na natureza em que um come o outro só para matar a sua fome. Nós, professores, entramos na competição a fim de parecer melhores, ou seja, por vaidade. Mesmo em companhia e com objetivos iguais, os professores entre si também negativamente se unem como polos de forças opostas: Antítese do politicamente correto, e vivem miseravelmente desconfiados!

No seu inferno está meu céu, nem preciso morrer tendo o propósito de adentrá-lo, porém no seu céu está meu inferno, morro nele a cada dia. Minha prática é a semântica destas palavras de Marco Aurélio: "O melhor modo de vingar-se de um inimigo, é não se assemelhar a ele". Estar na direção oposta de quem pretende me usar com disposição de se dar bem na vida, já é de grande felicidade. É de minha índole lutar para viver, então reafirmo que quem morre sem reagir não amou a vida.

Esta crônica é um reflexo de quem viveu os acontecimentos descritos e transmite uma mensagem impactante aos leitores. A vida é uma batalha constante, mas a verdadeira vitória está em manter a nossa integridade e humanidade intactas.


sábado, 21 de janeiro de 2012

PRONTO PARA O FIM DO MUNDO ("Uma pessoa continua a trabalhar porque o trabalho é uma forma de diversão. Mas temos de ter cuidado para não deixarmos a diversão tornar-se demasiado penosa." Friedrich Nietzsche)



Crônica

PRONTO PARA O FIM DO MUNDO ("Uma pessoa continua a trabalhar porque o trabalho é uma forma de diversão. Mas temos de ter cuidado para não deixarmos a diversão tornar-se demasiado penosa." Friedrich Nietzsche)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Não sou professor reprovador, sou para ensinar. Como meus alunos se protegem exageradamente da reprovação, erram o alvo e são promovidos assim mesmo, sem o aprendizado necessário, promovendo a "farra do boi"! Tudo isso porque as estatística são mais sérias, gerando verbas para a unidade escolar!
          O parasita se adapta às mudanças do hospedeiro. Eu sou o parasita, comendo às custas deles, afinal sem os alunos, sequer tem professor e nem a tal escola pedagogicamente "correta"! É o que dizem, e eu acredito piamente! Por que um hospedeiro prejudicaria seu parasita e vice-versa? Somos companheiros mutualistas! "Manda quem pode, obedece quem tem juízo". E conveniência é o segredo do sucesso ou, pelo menos, da permanência!
          Temos de suportar alunos sem escrúpulo e de famílias abusadoras! Muitos deles têm o atrevimento de bisbilhotar as entranhas e intimidades da vida do professor. Perguntam-me sempre: Por que não tenho filhos; Nem mesmo tenho esposa; como vivo; quanto ganho; se ainda "dou no couro". Por isso, eles riem, debocham e "brincam" comigo. Tudo é normal quando sou eu o palhaço sabatinado. Mas... eles são sensíveis demais, ofendem-se facilmente. E a escola insiste em perguntar-lhes hoje o motivo da falta no dia anterior! Mais uma vez, é o professor fazendo o papel de palhaço com o diário de chamada na mão, procurando o número de código do motivo que combina. "Quem fala o que quer, escuta o que não quer"! Oxalá eu não mereça o castigo deles por isso que digo, sem piedade, deixemos só eles falarem-me asneiras mil!
          Numa dessas investidas, eu respondi àquela classe de segundo ano, que de forma nenhuma estava casado e, quando quisesse um filho, iria alugar uma barriga, pois já tinha dinheiro suficiente a esse fim. Então, Ali, uma tal aluna, mãe de família, se candidatou pronta e voluntariamente, essa que, perante toda a classe vivia exibindo seus dotes progenitores, com uma certa apreciação da maioria, mas dessa vez, tampouco pôde impedir  os colegas presentes de lhe zoar em fortes zombarias, e a classificaram vulgar. No calor do burburinho, também falei do meu desejo de trocar a faxineira e, pagava muito bem por um serviço completo, ela, não percebendo a ambiguidade maliciosa e intencional, também se interessou, foi quando enfatizei sobre o termo: "serviço completo" incluindo a massagem no patrão, PARA SUPORTAR O ESTRESSE DE PROFESSOR. O meu tom zombeteiro deixava claro que tudo aquilo era uma brincadeira à moda deles, porém, nesse instante, ela, bipolar, se ofendeu e me denunciou à direção do colégio, esta, por sua vez, aplicou-me mais uma penalidade de duas faces carrancudas. Porque também o "dono" da moça me xingou e me ameaçou pela Facebook. Depois disso, nem precisará outra lição, basta essa, serei mais sério com meus alunos, assim jamais continuarei assinado relatórios de advertência  que ficará nos "anais" da história do colégio, para meu descrédito. Você achou pouco?! Eles não têm penalidade alguma por dizerem coisas piores a meu respeito. Tipo: ameaça de morte, difamação, xingamentos, injúrias, calúnias e escárnios: malfazejos mil.
          Portanto, com toda a classe, eu anuncio meu anseio pelo o ameaçador "Fim do mundo", ou melhor, o fim dessas metodologias educacionais passíveis de desrespeito. No céu ou no inferno, terei outro tipo de aluno, e apesar da idade serei uma nova pessoa, ou apenas diferente, talvez o "bobo alegre" de então será o taciturno doravante, se der tempo, é claro, e se os ameaçadores não me matarem antes. Conheci um professor assim no IEG, foi professor de minha esposa, no magistério (1999); parecia-me ter o respeito dos alunos, apesar de nem conhecer a sua dor, porém qualquer dor é melhor que esta, quero ser semelhante com os de sucesso. Adotarei a postura do fim do mundo ou apenas o fim de meu mundo. A certeza mais dolorida é que a vaca aflita ao matadouro sente cheiro de sangue fresco, mas sem retorno. Estou cansado de ser o centro das acusações. APAGUEM-ME, porém nunca DESSE JEITO, ASSIM, DÓI EM VOCÊS TAMBÉM! Quem morre sem reagir não ama a vida!
Claudeko
Enviado por Claudeko em 22/11/2011
Reeditado em 21/01/2012
Código do texto: T3350986


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sábado, 14 de janeiro de 2012

O "RABO PRESO" TEM UM ALTO PREÇO (O maior erro do ladrão é achar que todo mundo é otário, sendo ele o único...)


Crônica

O "RABO PRESO" TEM UM ALTO PREÇO (O maior erro do ladrão é achar que todo mundo é otário, sendo ele o único...)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma vez, eu, um professor que acreditava ter vivido todas as adversidades possíveis na escola. Mas, como um bom enredo de vida, sempre há espaço para surpresas. A mais recente veio na forma de uma "pegadinha" orquestrada por duas alunas do Ensino Médio.

Num dia comum, fui convidado por elas para uma visita rápida à biblioteca durante a aula. A desculpa: Mostrar-me um livro. Enquanto me ausentava, outras alunas aproveitaram a oportunidade para alterar as anotações em meu caderno de vistos, que havia ficado na sala de aula. Marcaram a favor delas, como se tivessem direito a algo que não haviam conquistado.

Um episódio semelhante ocorreu no Ensino Fundamental. Uma aluna do sétimo ano "A" subtraiu meu caderno de anotações de dentro da minha mochila enquanto eu escrevia no quadro. A surpreendi com o caderno nas mãos, como se estivesse abraçando o próprio Capiroto, ao se afastar da minha mesa.

No primeiro caso, percebi a diferença entre os "xis" que elas fizeram e as "cruzinhas" que eu costumava fazer para validar as tarefas bem cumpridas dos alunos honestos. A tonalidade da tinta da caneta também era diferente. Ao descobrir, decidi não fazer alarde. No segundo caso, recuperei o caderno com ameaças de reprovação, mas não a reprovei. Em ambos os casos, decidi não tomar medidas disciplinares. Afinal, quem sou eu para interferir no destino delas?

A classe, incrivelmente, fingiu que nada viu. Ninguém denunciou as culpadas. Talvez por medo, amizade, cumplicidade, não sei. Mas a passividade tem seu preço, e eu estava disposto a pagá-lo, junto com os omissos.

Como no comércio, onde o comprador só paga quando recebe o produto ou o serviço, deixei que levassem o produto do furto. A dívida ficou para elas pagarem ao tribunal universal. Não fui eu quem foi prejudicado, então, quem se sentir lesado que cobre justamente o que lhe pertence. E que a justiça seja feita.

Elas vão "comer, por duas vezes, o pão que o Diabo amassou". Primeiro, por terem enganado a si mesmas tentando me enganar. Segundo, por contarem para os outros seu plágio como indicador de esperteza. Se eu me mostrasse esperto demais, "nunca enganável", aliviaria seus sofrimentos, igualando-me a elas. E a lição não ficaria completa.

Esta, sim, é a função de um professor: não querer ser Deus, especialmente nesses casos. E assim, caro leitor, encerro esta crônica, refletindo sobre os acontecimentos que vivi e transmitindo a você uma mensagem impactante: a verdadeira sabedoria está em saber quando agir e quando deixar que a vida siga seu curso, pois cada ação tem uma reação, e cada escolha, uma consequência.

ALINHAMENTO CONSTRUTIVO

1. Compreendendo as Situações:

Comparação: Descreva as duas situações em que o professor teve seus materiais de trabalho alterados por alunos. Quais as similaridades e diferenças entre elas?

Motivação: Qual a possível motivação das alunas para terem agido dessa forma? O que as levou a acreditar que essa atitude seria vantajosa?

2. Reflexão sobre as Ações:

Reação do Professor: Explique a decisão do professor de não tomar medidas disciplinares nos dois casos. Quais os motivos que o levaram a essa escolha?

Consequências: Que tipo de consequências, a curto e longo prazo, as alunas podem enfrentar em decorrência de suas ações?

3. Atuação do Professor:

Papel do Professor: Qual o papel do professor em situações como essas? Como ele pode lidar com alunos que tentam se beneficiar de forma desonesta?

Ensinamento Moral: Que tipo de lições o professor espera que as alunas aprendam com essa experiência? Como ele pode contribuir para que elas reflitam sobre suas ações?

4. Discussão e Debate:

Compartilhamento de Experiências: Você já presenciou ou vivenciou algo similar em seu ambiente escolar? Como a situação foi resolvida?

Dilema Moral: O professor agiu da maneira correta? Como você teria lidado com essa situação? Quais fatores você consideraria ao tomar sua decisão?

5. Considerações Finais:

Visão Crítica: Qual a sua opinião sobre o comportamento das alunas? Como essa atitude se relaciona com os valores éticos e a formação de cidadãos responsáveis?

Aprendizado e Reflexão: Que lições podemos tirar dessa história? Como ela pode nos ajudar a lidar com situações desafiadoras no ambiente escolar e em outros contextos da vida?

Lembre-se:

Ao responder as questões, utilize exemplos concretos do texto para fundamentar seus argumentos.

Reflita sobre os diferentes pontos de vista e busque construir uma argumentação crítica e consistente.

Compartilhe suas ideias com seus colegas e participe de um debate construtivo sobre o tema.

Bastante interessante suas colocações sobre o incidente! Do que conseguem ser capazes para se beneficiarem das próprias falhas, não é? Beijos...Bom dia!

sábado, 7 de janeiro de 2012

"A BRECHA DIVINA" (Sodomitas modernos — e o ânus tornou-se um órgão sexual?)



"A BRECHA DIVINA" (Sodomitas modernos — e o ânus tornou-se um órgão sexual?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Numa tarde de agosto, enquanto o sol se escondia por trás dos prédios da cidade, me vi imerso em pensamentos sobre a complexidade das relações humanas. Tudo começou com um vídeo musical que encontrei por acaso no YouTube - uma produção de funk da MC Kátia, cujo título provocador, "Dou Meu C... de Cabeça pra Baixo", me deixou estupefato.

A letra explícita e a coreografia ousada me fizeram refletir sobre como nossa sociedade lida com a sexualidade. Por um lado, há uma indústria que explora e erotiza cada centímetro do corpo humano; por outro, um puritanismo que condena qualquer expressão mais aberta do desejo. Entre esses extremos, nós, seres humanos, navegamos como equilibristas em uma corda bamba.

Enquanto assistia, um pensamento me veio à mente: qual é o poder que certas partes do corpo exercem sobre tantos? O que faz do "bumbum" um objeto de desejo universal? Lembrei-me de uma frase do filósofo Clóvis de Barros Filho: "Sentir desejos não é objeto da moral, mas sim o que fazemos com esses desejos". Quanta sabedoria nessas palavras! A moralidade não está naquilo que sentimos, mas nas nossas escolhas diante desses impulsos.

Na sala de aula, onde leciono, observo os adolescentes lidando com seus hormônios em ebulição, tentando decifrar os códigos não escritos do comportamento social aceitável. Vejo também colegas professores sendo injustamente acusados por alunos que projetam neles suas próprias fantasias e inseguranças. É um jogo perigoso de acusações e defesas, onde todos parecem ter algo a esconder.

A situação mais perturbadora que presenciei foi quando um professor de ciências, ao abordar o sistema reprodutor, foi denunciado por supostamente ser inadequado. Isso me levou a uma reflexão ainda mais profunda: por que os órgãos do prazer e da reprodução estão tão próximos? É uma piada cruel da natureza? Ou uma sugestão evolutiva para errarmos de propósito?

As religiões, que deveriam ser fontes de conforto e orientação moral, muitas vezes se tornam palcos para performances de falsa virtude. Jovens encontram brechas nas regras para satisfazer seus desejos sem "pecar", enquanto adultos pregam uma moral que não praticam. Vivemos tempos em que as fronteiras entre o sagrado e o profano se confundem.

E o que dizer da medicina e da prevenção? Até mesmo cuidar da saúde se torna um campo minado de constrangimentos e tabus. O "Novembro Azul", uma campanha nobre de prevenção ao câncer de próstata, se transforma em motivo de piadas e desconforto. É irônico como algo que salva vidas ainda carrega em si uma aura de vergonha.

Ao final desse dia de reflexões, percebi que vivemos em um mundo de contradições. Buscamos a felicidade, mas nos perdemos em regras arbitrárias. Desejamos ser autênticos, mas nos escondemos atrás de máscaras sociais. Pregamos o amor, mas praticamos o julgamento. Nossa sociedade está presa nessa dualidade entre o hedonismo e a moralidade.

Talvez o caminho para uma sociedade mais saudável e feliz passe pela honestidade - não apenas com os outros, mas principalmente conosco mesmos. Aceitar nossa natureza, com seus desejos e imperfeições, pode ser o primeiro passo para construir relações mais verdadeiras e uma moral baseada no respeito mútuo, não no medo ou na hipocrisia.

Enquanto as luzes da cidade começavam a piscar, concluí que o verdadeiro desafio não é julgar ou condenar, mas compreender. Compreender que somos todos humanos, imperfeitos e contraditórios. E que, talvez, seja exatamente essa imperfeição que nos torna tão fascinantes e dignos de amor. Afinal, será que estamos, realmente, evoluindo? Ou apenas encontramos novas formas de mascarar nossos velhos instintos?


Com base no texto apresentado, elabore respostas completas e detalhadas para as seguintes questões:


O texto inicia com uma reflexão sobre um vídeo musical. Qual o papel desse elemento na construção da argumentação do autor?


O autor aborda a complexidade da relação entre a sexualidade e a moralidade. Como ele demonstra essa complexidade através de exemplos do cotidiano e de referências culturais?


A questão da hipocrisia é recorrente no texto. De que forma essa hipocrisia se manifesta nas diferentes esferas da sociedade, como a educação, a religião e a saúde?


O autor sugere que a busca pela felicidade está muitas vezes em conflito com as regras sociais. Como essa tensão se manifesta na vida das pessoas?


Qual a principal mensagem que o autor deseja transmitir ao leitor? Como essa mensagem pode ser aplicada para construir uma sociedade mais justa e igualitária?


Estas questões abordam os seguintes aspectos do texto:


O papel da mídia: A primeira questão busca entender como a cultura popular influencia a nossa percepção sobre a sexualidade e a moralidade.

Complexidade da sexualidade e moralidade: A segunda questão explora a relação entre esses dois conceitos e como eles se manifestam na sociedade.

Hipocrisia social: A terceira questão analisa a presença da hipocrisia em diferentes contextos.

Felicidade e regras sociais: A quarta questão explora o conflito entre a busca pela felicidade e as normas sociais.

Mensagem central e implicações: A quinta questão busca resumir a principal ideia do texto e suas implicações para a sociedade.

sábado, 31 de dezembro de 2011

CONSCIÊNCIA CONCEBÍVEL APÓS A MORTE (Por que um artista só alcança o ápice de sua fama depois de morto?)


Crônica
  Crônicas

CONSCIÊNCIA CONCEBÍVEL APÓS A MORTE (Por que um artista só alcança o ápice de sua fama depois de morto?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Sentado em minha poltrona favorita, com o som suave do jazz ao fundo e uma biografia em mãos, fui tomado por uma reflexão profunda sobre a estranha relação entre fama, arte e mortalidade. É curioso como um artista parece alcançar o ápice de sua fama somente após deixar este mundo, como se a morte fosse um holofote gigante, iluminando de repente toda a obra de uma vida.

Naquele momento, imaginei o espírito desse artista se espalhando como ondas de rádio, encontrando receptores em cada admirador, em cada obra deixada para trás. Nós, seres humanos, somos como pequenas estações transmissoras de ondas eletromagnéticas. Talvez, quando dormimos, nos conectamos a uma frequência universal, essa sabedoria eterna que alguns chamam de Deus. Como explicar, senão, que pessoas em cantos opostos do mundo tenham as mesmas ideias?

A conexão com os artistas que admiro vai além das páginas impressas. É como se seus cérebros, mesmo que há muito tempo silenciados pela morte, tivessem encontrado uma nova cidadela em minha mente. Após a morte, continuamos ativos, transmitindo nossas ideias através de outros "instrumentos". Quem tem mais interesse em meu sucesso do que eu mesmo? Isso é uma prova da vida pré-consciente após a morte e da existência de um Deus magnetizador.

Nossos pensamentos, nossas criações, tudo carrega o DNA de nossos ancestrais. Somos jogadores em uma partida eterna, recebendo e passando adiante a bola da existência. O tempo e o espaço entre o berço e o caixão de uma pessoa são apenas um pontapé na bola que já vem quicando em nossa direção de eternidade a eternidade.

Refletindo sobre nossa relutância em celebrar os vivos, lembrei-me da fábula da cigarra e da formiga. Por que esperamos a morte para prestar homenagens? Talvez os humanos tenham orgulho demais para serem vistos louvando seus ídolos vivos. As formiguinhas inóspitas que rejeitaram a cigarra talentosa não pensavam nas melodias que poderiam alegrar o próximo verão.

A vida é nossa única e verdadeira conexão com o eterno. Após a morte, estaremos disponíveis no etéreo para "download", mas só uma boa conexão é necessária: a própria vida! É hora de celebrarmos mais os artistas vivos, de reconhecermos o brilho antes que ele se torne uma estrela distante no céu da memória.

Nossas ideias e criações podem ecoar pela eternidade. Cada um de nós é uma obra de arte em progresso, merecendo aplausos não apenas no final, mas durante toda a apresentação que chamamos de vida. A morte, longe de ser um fim, é apenas uma transição. Um momento em que o artista, antes limitado pela carne, se liberta e se espalha pelo universo, encontrando novas formas de expressão e conexão. Pura energia quântica para a saúde dos outros!

Continuamos nossa jornada, sabendo que cada pensamento, cada criação, cada ação, é uma pequena contribuição para a sinfonia eterna da existência. Como disse Goethe, "O mais belo estado da vida é a dependência livre e voluntária: e como seria ela possível sem amor?". Que possamos, então, viver e criar com amor, sabendo que, de alguma forma, seremos sempre lembrados e celebrados no grande palco da vida.


Questões Discursivas:


1. O texto apresenta reflexões sobre a fama, a arte e a mortalidade, questionando a relação entre a morte e o reconhecimento artístico. Com base na perspectiva do autor, por que a morte parece ser um momento crucial para o reconhecimento de um artista e o que isso revela sobre a natureza da fama e da apreciação da arte?


2. O autor utiliza metáforas e analogias para ilustrar suas ideias, como a comparação entre artistas e transmissores de ondas eletromagnéticas e a vida como uma partida de futebol. Explique como essas analogias contribuem para a compreensão da mensagem central do texto sobre a vida, a morte e a arte.