"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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quarta-feira, 10 de agosto de 2022

COVID-19 ("O dia em que a terra parou"— Raul Seixas).

 


COVID-19 ("O dia em que a terra parou"— Raul Seixas).

por Claudeci Ferreira de Andrade
 

Eu havia dito o quão frágeis são as instituições sociais, basta um pouco de pânico para desmantelar tudo. É desmanchando qualquer coisa que se acha o caminho para construir a coisa nova, louvado seja Deus pela possibilidade do recomeço! A socialização promovida pelas escolas já não é mais recomendada, se o alvo era fazer número para receber as verbas "Por Cabeça", doem muito saber sobre as violências ali praticadas e agora, a pandemia.  ("E o professor não saiu pra lecionar, pois sabia que não tinha mais nada pra ensinar"). O "kit primeiros socorros" para segurança dos condutores já não é mais necessário, o objetivo era meramente econômico. Agora, os carros ainda continuam rodando livremente cheios de pessoas em "segurança", sem nenhuma obrigação de carregar o kit ou extintor de incêndio. A igreja com seus cultos de cura milagrosa, tão rentáveis, suspendeu as reuniões por causa da doença (covid-19) — "E os fiéis não saíram pra rezar, pois sabiam que o padre também não tava lá".            Um dos melhores lugares para se cumprir quarentena é no seio da família, onde um se protege do outro (o netinho impedido do colo do avô — para evitar abuso sexual). Contudo, a canção de Raul Seixas retrata: "no dia em que todas as pessoas, do planeta inteiro, resolveram que ninguém ia sair de casa". ( O dia em que a terra parou — 1977). Lamento dizer que a "Sociedade Alternativa" não deu certo (Lançamento 1974). E careceu de uma correção. Precisamos voltar para os primórdios de onde os marcos antigos foram removidos, recoloquemo-los, senão Deus o faz dolorosamente.

            Um modelo novo de sociedade vai nascer naturalmente a partir de agora. Deus sabe tudo, e isso tudo tem um grande propósito. Não morra até que veja a ascensão. Ô Deus, eu O amo de todos os meus pulmões!

            O Rabino Eliahu Hasky disse que Deus está acertando as contas com a humanidade. Tudo já havia prenunciado nas páginas da Torah. {https://www.youtube.com/watch?v=l7jN-njpL78&ab_channel=RabinoEliahuHasky} — Acessado em 10/08/2022. Assim como as pragas do Egito humilhavam cada deus deles; o coronavírus está direcionado ao deus "Mamom", o deus que representa a riqueza material e cobiça; significa dinheiro. Eis a razão da ira de Deus: "... que não é possível servir simultaneamente a Deus e a Mamom" (Lucas 16:13).

            A Economia da China tomba após coronavírus paralisar fábricas e consumo. {https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2020/03/economia-da-china-tomba-apos-coronavirus-paralisar-fabricas-e-consumo.shtml} — acessado em 10/08/2022. Será que a humanidade vai deixar de adorar Mamom? Talvez, por isso, a praga do coronavírus tem de ser abrangente. O mundo teria uma proposta de felicidade melhor, senão o possuir, saciando os desejos da alma corrompida ou terá Deus que soprar o fôlego espiritual das origens, restaurando os desejos dos homens a duras penas? Como fica a veracidade das palavras aos Filipenses 2:13. "... pois, é Deus quem produz em vós tanto o querer como o realizar, de acordo com sua boa vontade." ?. A culpa é de Deus ou dos homens avarentos?

            O advento de pandemias à humanidade é a vingança da natureza. "O contato próximo com animais selvagens através da caça, comércio ou perda de habitat coloca o mundo em maior risco de surtos de novas doenças, dizem os cientistas." https://www.bbc.com/news/science-environment-52204724 — (acessado em 10/08/2022).

terça-feira, 9 de agosto de 2022

MEDO GERA MEDO! ("Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo." — Mark Twain).

 


MEDO GERA MEDO! ("Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo." — Mark Twain).

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Fico admirado, quando passo nas ruas e os cachorros latem só comigo. Por que os cachorros latem com uns e com outros não? Tentando descobrir o motivo desse fenômeno, observei que onde estou, se passar um bêbado ou um maltrapilho da rua, eles vêm logo falar comigo, Tentei relacionar essas atrações. E me veio a pergunta adicional: exalo medo pelo cheiro ou são só minhas expressões corporais? E a eles, cabem a reação de seus desconfortos. Latem para se protegerem ou me cumprimentam como um disfarce de seu medo maior que o meu. Talvez, eles tenham se sentido tão apurados que percebem meu medo deles! Somos células compondo o grande organismo de Deus. Os mesmos fluidos correm no espaço para nos abastecer de informações extrassensoriais. O sentido da vida é caminhar para a morte. Todos que vivem morrem de medo da morte! Só vivem porque já descobriram a função das relações do micro e macro. Os medos preservam esta vida, mas qual é o significado de nossa existência, senão morrer com qualidade?

           Republicando este pensamento, porque um "abobalhado" acusou-me de está comparando os mendigos com cachorro. Eu o disse que sou responsável pelo que digo, e ele, pelo que entende. Explico que a essência do texto consiste em dizer que os cachorros enfrentam-me e os excluídos da sociedade também, não sei quais são suas motivações. E por que teriam essa "coragem"? Simplesmente porque eu exalo o hormônio do medo que sinto de ambos. Só falta os protetores dos animais acusarem-me de insinuar que os cachorros são excluídos da sociedade nessa explicação. Também não se trata disso. A questão é: por que os cachorros latem com uns e outros não?

           Não os comparei, apenas apresentei duas classes que se comportam indesejavelmente comigo.  "Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo - quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação." — Clarice Lispector.

O ECO DE UM ELOGIO SEM PROCEDÊNCIA. ("A mulher aprende a odiar na medida em que desaprende de encantar." — Friedrich Nietzsche).

 


O ECO DE UM ELOGIO SEM PROCEDÊNCIA. ("A mulher aprende a odiar na medida em que desaprende de encantar." — Friedrich Nietzsche). 

Por Claudeci Ferreira de Andrade
 

Em tempos atuais, na dispensação do feminismo exacerbado, não me arrisco nem mesmo para os cumprimentos mais simples, ainda mais os elogios não solicitados, furto-me! Tudo que um velho feio e pobre disser a uma mulher qualquer será tomado por assédio sexual. Por outro lado, o bonitão, jovem e malhadão, vivendo às custas dos pais, repetindo uma estrofe do seu funk preferido, diz e faz horrores a elas; porém, chamam isso de cantada criativa, música aos ouvidos delas. É o politicamente correto! "A vida fica bem mais fácil quando é cantada" — diz Zac Efron. Confirma a sua preferência com repugnância Annynha Rodrigues: "Solteira: sim, recebendo cantada de gente feia: sempre!" E eu termino tentando imitar os bons e bem sucedidos, mas minha estrofe é essa: "Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?" Por mais caloroso que eu chegue, recebo um balde de água gelada. Meu caso não é exceção, mas, o caso de muitos sem fama e sem dinheiro. Todavia, nem tudo está perdido, existem, muito raramente, mulheres prudentes com qualidade suficiente para merecer e se reconhecer digna de uma apreciação sincera. É o caso das verdadeiramente empoderadas, dignas de elogios. "Uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparência é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas." — Sêneca. (CiFA

domingo, 7 de agosto de 2022

COISAS SIMPLES APONTAM PARA AS GRANDES. ("Se acha que a competência custa caro, experimente a incompetência." — Miguel Monteiro).










COISAS SIMPLES APONTAM PARA AS GRANDES. ("Se acha que a competência custa caro, experimente a incompetência." — Miguel Monteiro)



Se for visitar alguém, e vir ele se escondendo, e ouvir risadinhas atrás das portas, nunca mais volte lá; a não ser, se você precisar muito do serviço dele, então faça como eu, fiz um esforço danado e insisti, reconhecendo a qualidade profissional do indivíduo, sem outra opção. O profeta vale-se de coisas simples bem diante dos olhos de todos para revelar os acontecimentos futuros, precavendo-se. Alguém indo procurar seus "amigos" na casa deles, é fácil descobrir ser o indesejado, preste atenção na criança que lhe atender à porta, dizendo: — "Meu pai mandou dizer que não está". As crianças são simples; os "badecos" são puxa-sacos e protegem seus patrões; os animais domésticos também o são em nome da comida. Eu sou um visionário, aprendi sê-lo de tanto escrever crônicas analisando o cotidiano. E assim, protejo-me dos outros e; os outros, de mim. Nem gosto de visitas, suspeito incomodação, em último caso, prefiro visitá-los, pois minha aguçada sensibilidade determina-me uma retirada antes da explosão de desafetos ou sutileza dos mais educados. "Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes".(1Coríntios 1:27 ARC). Às vezes, os sinais são enganosos: resiliência nesta hora! Para Moisés era um simples pedaço de madeira que lhe servia de apoio e, também, para adestrar as ovelhas ao seu pastoril... Com ele fez o que fez. Eu porém não me escoro em ninguém, por isso sofro pouco com as inconveniências. CiFA

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.
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Kllawdessy Pherreira

Heloi Limahá 2 anosEmblemático, reflexivo e vivaz. Parabéns!

TODO ROLO É LAMBANÇA, NÃO O COMPRESSOR DA JUSTIÇA. ("Há duas espécies de homem: uma de justos, que se consideram pecadores, e os pecadores que se consideram justos." — Blaise Pascal).

 


TODO ROLO É LAMBANÇA, NÃO O COMPRESSOR DA JUSTIÇA. ("Há duas espécies de homem: uma de justos, que se consideram pecadores, e os pecadores que se consideram justos." — Blaise Pascal)

O presidente do país também é presidente nas redes sociais; é para todos. Gosto do governo Bolsonaro, porque desmascara e pune os malfeitores. Toda autoridade é constituída por Deus. Esta é a dispensação do governo democrático militar, tem o direito de instituir a punição capital na exigência do cumprimento de suas leis, Deus envia estes governantes, estilo patriarca, zelando pelos marcos antigos, como seus ministros para executar vingança sobre aqueles que são maus e praticam a perversidade. Por isso deve ser duro e severo com os desrespeitadores. "melhor governo é aquele em que há o menor número de homens inúteis." (Voltaire). Não pode haver tolerância ou comprometimento com criminosos. Que diabo é segunda instância?

Um governante sábio busca vida compensadora e pacífica para os seus cidadãos produtivos. Porém, esses patriotas só poderão ter vida útil e produtiva assim: se os perversos forem espalhados e envergonhados. O presidente deve levar a sério a justiça como parte de seu ofício e fazer tudo que puder para destruir a criminalidade. "Bandido bom é bandido morto." Senão, Deus não mataria, com catástrofes os depredadores da natureza. Dê aos criminosos as mesmas condolências com que tratam as vítimas deles: isto é, nenhuma.

O governante sábio tomará medidas enérgicas para passar o rolo compressor da justiça sobre homens cruéis que se colocaram contra a autoridade e a lei para favorecer intentos egoístas. CiFA



sábado, 6 de agosto de 2022

UM TOLO SÓ DIZ TOLICE ("O sábio fala porque tem alguma coisa a dizer; o tolo porque tem que dizer alguma coisa". Platão)


 

UM TOLO SÓ DIZ TOLICE ("O sábio fala porque tem alguma coisa a dizer; o tolo porque tem que dizer alguma coisa". Platão)

Por Claudeci Ferreira de Andrade 

Hoje, mais uma vez irritado contra Deus a ponto de lhe dizer tolices: "Senhor, porque permitiste isto na minha vida?"

           Naquela ocasião, estava me sentindo o Jó sofredor em meio a meus "amigos " avarentos e fanáticos, discutindo minha enfermidade que me debilitava. Estava eu a ouvi-los, sentido o peso da culpa: era um mecânico autônomo; um serralheiro bem sucedido; e um que se dizia profeta, amigo particular de Deus. E depois das acusações deles, formulei questões difíceis para mim, porém se contradiziam nas várias tentativas fracassadas de me explicar. Assim, insatisfeito, fui confirmando o que eu já sabia: que o juízo de Deus é justo; o errado não pode ficar sem correção. E ali não era somente eu o "bode expiatório", tinha também o "bode para Azazel". Então, não pude chegar a outras razões, fiquei alternando sobre o quê me disseram, senão: Eu estou sendo castigado por causa dos meus pecados e sofrendo as consequências naturais de minha própria tolice; ou estou sendo testado para edificar a minha fé; ou Deus está simplesmente manifestando a Sua própria glória na minha vida! Sendo uma coisa ou outras, religião se discute, sim.

           O objetivo desse autoexame de consciência e atitude forçada é o sumo precioso do tempo empregado naquela conversa para não se deixar perder e nem, finalmente, fechar os sentidos  que percebem as lições de Deus. Tomara que seja realmente um ato de Deus, o necessário e suficiente, que possa me levar a submeter-me humildemente e me regozijar nessas possíveis razões. Mas, como? Se minha conclusão última, foi a certeza de que Deus não precisa de fé de ninguém para fazer seu trabalho a favor de quem quer que seja! Porque eu estou bem e duvido de tudo.  CiFA.

EDUQUE-SE SE PUDER ("Tudo quanto aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade." — Victor Hugo)

 


EDUQUE-SE SE PUDER ("Tudo quanto aumenta a liberdade, aumenta a responsabilidade." — Victor Hugo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O pior ARGUMENTO de uma coordenadora pedagógica a fim de passar o aluno sem mérito: — "você quer tê-lo novamente como seu aluno, no próximo ano?" O aluno, por último, será promovido mesmo que fique reprovado em tese em duas matérias, ele nem se preocupará, pois um "trabalhinho" resolverá sua dependência curricular. E é lógico que o professor não quer, de jeito nenhum, trabalho extra forçado! Ora, se os alunos sabem que serão aprovados automaticamente, ou melhor, no "grito", vão se importar com mais uma tarefa no quadro, valendo pontinhos?

           No terceiro bimestre em diante, a pressão psicológica aumenta em cima do professor, revisando as notas, enquanto deveria ser em cima do aluno que não alcançou o conhecimento mínimo esperando. Mas, a escola e o ensinar perdeu seu rumo, move-se pelas estatísticas contratadas pelos superiores para se estabelecerem.

            Observei também que no quarto bimestre, mais precisamente, aumentam as denúncias de pais e alunos sobre os professores com as acusações mais banais, que mexem até na família do professor. É uma competição desleal. Todos querem a aprovação deles, bem como os chefes querendo estatísticas bonitas. O professor quer só fazer seu trabalho fielmente, mas... É  um assédio moral aqui, outra imoralidade ali, uma falta de ética acolá e assim vamos com "ordem e progresso", enchendo o Brasil de analfabeto funcional, e os pedagogos atraindo o caos à educação em nome do emprego. (Cifa

quarta-feira, 3 de agosto de 2022

BICHO DE GOIABA É GOIABA (Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. -- Rm 7:19)

 


BICHO DE GOIABA É GOIABA (Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. -- Rm 7:19)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Naquela tarde de domingo, ao pegar uma manga madura da fruteira, meus olhos capturaram algo inusitado: pequenos "bichos" se contorciam na polpa dourada. Fiquei surpreso, pois em minha mente simplória, apenas as goiabas eram suscetíveis a tais invasores. Com a fruta ainda em mãos, uma avalanche de reflexões inundou minha mente.

Lembrei-me de uma passagem bíblica que minha avó costumava citar: "Pelos frutos conhecereis a árvore". Jesus, em um de seus sermões, dizia que uma árvore boa não dá maus frutos, assim como um homem de caráter íntegro não age com maldade. Fiquei ali, parado, segurando a manga "bichada", pensando sobre a simplicidade desse ensinamento e como ele se aplica à nossa vida cotidiana.

Como professor de filosofia, muitas vezes me vi desafiado pelos alunos que se declaravam fervorosamente religiosos. Eles chegavam à sala de aula com uma aura de superioridade moral, como se suas crenças os tornassem imunes a qualquer falha de caráter. No entanto, eram frequentemente os mesmos que atrapalhavam as aulas, que não cumpriam com suas obrigações e que mais reivindicavam direitos sem assumir responsabilidades.

Observava-os, dia após dia, pregando amor ao próximo, mas destilando julgamentos aos que consideravam "pecadores". Era como se vissem o mundo em preto e branco, incapazes de compreender os diversos tons de cinza que compõem a complexidade humana. Justificavam-se rapidamente com exemplos bíblicos – Davi, Pedro, todos pecaram, mas foram grandes homens. O problema é que, enquanto eles se agarravam a esses exemplos, muitas vezes se esqueciam de um detalhe fundamental: o arrependimento sincero e a transformação que esses personagens viveram.

Certa vez, durante um debate acalorado sobre ética, um desses alunos proclamou: "Eu amo o pecador, mas detesto o pecado". A frase ficou suspensa no ar, pesada como chumbo. Olhei para ele e perguntei: "E como você separa o dançarino da dança?" O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Vi nos olhos dele a confusão de quem se depara com a própria contradição. Afinal, como amar alguém e detestar uma parte intrínseca de seu ser?

Naquele momento, voltei a pensar na minha manga bichada. Ela não deixava de ser uma manga por estar infectada. Seu valor não diminuía por conta de suas imperfeições. E não eram justamente essas imperfeições que a tornavam única, real, verdadeira? Percebi que todos nós somos como frutas em uma grande árvore da vida. Alguns aparentemente perfeitos por fora, outros visivelmente marcados. Mas quem pode julgar o sabor de um fruto sem antes prová-lo?

Quantas pessoas "bichadas" conhecemos por aí? Não no sentido literal, mas aquelas cujos defeitos não ficam aparentes à primeira vista. Elas parecem perfeitas, até que, de repente, mostram que por dentro estão tomadas por algo que as corrói. E, como essas frutas, essas pessoas podem estragar o ambiente ao seu redor, espalhando desconfiança, fanatismo, ódio disfarçado de moralidade.

Ao final daquela reflexão, guardei comigo uma lição preciosa: o verdadeiro caráter de uma pessoa não se revela em suas palavras pomposas ou em sua aparência imaculada. Ele se mostra nas pequenas ações, na compaixão genuína, na capacidade de reconhecer as próprias falhas e aceitar as dos outros.

Voltei para a cozinha com um novo olhar. Peguei a manga que havia deixado de lado e, com cuidado, removi as partes afetadas. O que restou era doce, suculento e perfeitamente imperfeito. Assim somos nós, pensei. Imperfeitos, às vezes "bichados", mas ainda capazes de oferecer doçura ao mundo. O segredo está em aceitar nossas próprias imperfeições e as dos outros, cultivando não apenas a aparência de bondade, mas seus verdadeiros frutos.

Afinal, a vida é como uma manga. Às vezes, por fora, tudo parece perfeito, mas, por dentro, podemos estar repletos de pequenos defeitos. O que importa, no fim, é o que decidimos fazer com isso. Vamos ignorar e deixar que os "bichos" nos consumam ou reconhecer o problema e tentar nos curar?

E você, caro leitor, que frutos tem colhido em sua jornada? Lembre-se: o que importa não é apenas a árvore que parecemos ser, mas os frutos que efetivamente produzimos.


Com base no texto apresentado, elabore respostas completas e detalhadas para as seguintes questões:


Qual a principal reflexão que o autor faz a partir da imagem da manga "bichada"?


Como o autor relaciona a parábola bíblica dos frutos com a hipocrisia que ele observa em algumas pessoas religiosas?


Qual a crítica do autor à visão maniqueísta de bem e mal, frequentemente encontrada em algumas interpretações religiosas?


Qual a importância da aceitação das próprias imperfeições e da compaixão pelos outros, segundo o autor?


Qual a mensagem central que o autor busca transmitir ao leitor por meio dessa narrativa?

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terça-feira, 2 de agosto de 2022

NA GANGORRA DA VIDA (" - Que é que eu faço? É de noite e estou viva. Estar viva esta me matando aos poucos, e eu estou toda alerta no escuro." — Clarice Lispector

 


NA GANGORRA DA VIDA (" - Que é que eu faço? É de noite e estou viva. Estar viva esta me matando aos poucos, e eu estou toda alerta no escuro." — Clarice Lispector

Nenhum homem é abominação para Deus e a existência de todos é motivo de alegria para Ele. Apenas de vez em vez, acontece dEle ralhar com um. Esta desigualdade com que Deus trata os desobedientes é também uma forma de amar. Contudo, sou o ralhado da vez, mas duvido que o destino tenha me abandonado, pois monitora com a dor quase constantemente, por isso sejam valorizadas as poucas pausas, isso é momentos de prazer! A vida é (Cu)rta, mas (pica)nte!    

           Assim vivemos esta gangorra existencial, representada por uma relação sexual: uma hora de esforço físico e psicológico para obter  cinco segundos de orgasmo. Quem lhe ensinou a gemer, tanto para expressar a dor, bem como o gozo! O que me embaraça é ouvir  as mesmas interjeições. "É preciso relaxar para gozar" (Marta Suplicy), e eu digo: é preciso também calejar para aguentar a dor: isso é felicidade, o torpor da vida!

           Também, se a vida fosse um orgasmo constante, eu iria preferir um pouco de dor. Que venham as dores e os relampejos de alívio. Tudo vai acabar bem!

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

O QUE É O AMOR VERDADEIRO? ("Ainda que seja raro o verdadeiro amor, é no entanto menos raro que a verdadeira amizade." (François La Rochefoucauld)

 


O QUE É O AMOR VERDADEIRO? ("Ainda que seja raro o verdadeiro amor, é no entanto menos raro que a verdadeira amizade." (François La Rochefoucauld)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O relógio da praça batia três horas quando me sentei naquele banco de madeira gasta, testemunha silenciosa de incontáveis histórias de amor. O outono pintava o cenário com suas cores quentes, e o aroma de café recém-passado flutuava no ar, vindo do quiosque próximo.

Abri meu caderno de anotações, pronto para capturar os fragmentos de vida que passavam diante de meus olhos. Foi quando vi Dona Amélia, aos 80 anos, caminhando de braços dados com seu novo namorado, o Sr. José. Seus olhos brilhavam como os de adolescentes em seu primeiro encontro.

"Quem diria, hein, Dona Amélia?", pensei, sorrindo. Lembrei-me de quando ela jurava que, após a morte do marido, jamais se apaixonaria novamente. O tempo, esse velho sábio, provou-lhe o contrário.

Não muito longe, um jovem casal discutia acaloradamente. Ele gesticulava, ela chorava. De repente, silêncio. Um abraço forte selou a reconciliação, lembrando-me que o amor também é feito de tempestades e calmarias.

Meu olhar vagou até o playground, onde uma mãe empurrava seu filho no balanço. A criança ria descontroladamente, e a mãe, mesmo visivelmente cansada, sorria. Ali estava o amor em sua forma mais pura e abnegada.

Um homem passou correndo, suado, carregando um buquê de rosas vermelhas. Tarde para um encontro, talvez? Ou correndo para pedir perdão? O amor tem muitas faces, pensei, algumas delas marcadas pela urgência do momento.

Ao entardecer, observei um casal de idosos sentados em silêncio, de mãos dadas, contemplando o pôr do sol. Não trocavam palavras, mas seus olhares falavam volumes. Entendi então que o amor verdadeiro não precisa de grandes gestos ou declarações - às vezes, basta estar ali, presente.

Quando as primeiras estrelas surgiram no céu, fechei meu caderno, rico em histórias e reflexões. Caminhei para casa com o coração leve, compreendendo que o amor, em todas as suas formas, é o que dá sentido à nossa existência.

Naquela noite, antes de dormir, escrevi uma última nota: "O amor é como este parque - um espaço aberto onde histórias se cruzam, vidas se transformam e, a cada dia, novas possibilidades florescem. Basta termos olhos para ver e coragem para viver."

Com base nessas temáticas, proponho as seguintes questões para discussão em sala de aula:

O texto apresenta diversas formas de amor. Quais são elas? Como a sociedade influencia nossa compreensão do amor?

Essa questão incentiva os alunos a refletirem sobre a diversidade de expressões amorosas, além de questionar os valores e normas sociais que moldam nossas concepções sobre o amor.

O amor pode ser aprendido ou é algo inato? Como as experiências de vida moldam a forma como amamos?

A questão provoca uma discussão sobre a natureza do amor, se ele é um instinto ou uma construção social, e como nossas experiências pessoais influenciam nossa capacidade de amar.

O papel do espaço público nas relações amorosas: como os lugares que frequentamos e as pessoas que encontramos influenciam nossas experiências amorosas?

Essa questão incentiva os alunos a pensarem sobre a importância do contexto social para as relações amorosas, e como os espaços públicos podem ser palco de encontros e desencontros amorosos.

O amor é eterno ou se transforma ao longo do tempo? Como os relacionamentos evoluem ao longo da vida?

A questão aborda a dinâmica dos relacionamentos, a importância da mudança e adaptação, e a possibilidade de o amor se transformar ao longo do tempo.

A sociedade contemporânea valoriza diferentes formas de amor? Como as mídias e a cultura popular influenciam nossas expectativas sobre o amor?

Essa questão leva os alunos a refletirem sobre como os valores e as representações do amor na mídia e na cultura popular moldam nossas percepções e expectativas sobre os relacionamentos.

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