A Autoridade nas Redes e nas Ruas: Uma Análise da Justiça Punitiva ("A justiça sem força é impotente; a força sem justiça é tirânica." — Blaise Pascal)
Por Claudeci Ferreira de Andrade
O presidente do país também se tornou presidente nas redes sociais, e governa para todos, inclusive para aqueles que o odeiam. Gosto do governo Bolsonaro porque ele expõe e pune os malfeitores. Toda autoridade, como afirmam as Escrituras, é instituída por Deus. Vivemos em uma era de governo democrático, mas com traços de disciplina militar, na qual o Estado tem o direito de aplicar penas rigorosas — inclusive a capital — para a manutenção da ordem e do cumprimento das leis.
Nessa perspectiva, os governantes são vistos como patriarcas modernos, enviados por Deus com o dever de zelar pelos valores tradicionais e agir como ministros da justiça, punindo com firmeza aqueles que praticam o mal e se entregam à perversidade. Por isso, precisam ser duros e severos com os que desrespeitam a ordem pública. Afinal, como disse Voltaire: "melhor governo é aquele em que há o menor número de homens inúteis." Em outras palavras, não pode haver tolerância nem conivência com criminosos. E, afinal, que diabos é essa tal de "segunda instância", senão um entrave à justiça?
Contudo, se toda autoridade é instituída por Deus, o que dizer daqueles que, investidos do poder, governam com desvio de propósito, punindo inocentes e favorecendo os perversos? É aí que se desenha o fio tênue entre justiça e vingança: uma busca pelo bem comum jamais pode se confundir com o prazer punitivo ou com o uso político da força. Quando o governante se vê como um enviado divino, corre o risco de não admitir limites nem prestar contas ao povo, e nisso pode residir a maior das perversões. Afinal, se a justiça é cega, é porque não deve olhar para ideologias, mas sim para os princípios que sustentam a dignidade humana. O desafio está em manter a autoridade forte sem abrir mão da equidade, para que o cetro do poder não se torne um chicote arbitrário, nem a moral um pretexto para a opressão.
Um governante sábio busca garantir uma vida pacífica e compensadora para seus cidadãos produtivos. No entanto, isso só será possível se os perversos forem contidos, expostos e envergonhados. O presidente precisa levar a sério o exercício da justiça como parte essencial de sua missão, fazendo todo o possível para erradicar a criminalidade. "Bandido bom é bandido morto." Se não fosse assim, Deus não eliminaria, por meio de catástrofes, os que destroem a natureza. Aos criminosos, deve-se oferecer o mesmo tipo de compaixão que eles demonstram às suas vítimas: ou seja, nenhuma.
Um líder prudente tomará medidas firmes e inadiáveis para acionar o rolo compressor da justiça contra os homens cruéis que se insurgem contra a autoridade e a lei apenas para favorecer seus próprios interesses egoístas. A urgência de tais ações se faz necessária, pois o desrespeito à ordem pública não só desestabiliza o tecido social, como também compromete o futuro da nação.
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Segue abaixo cinco questões discursivas, formuladas de maneira simples e voltadas para o nível do Ensino Médio, que exploram as ideias e os temas abordados no texto:
1 - Autoridade e Legitimidade
De que forma o texto apresenta a ideia de que a autoridade é instituída por Deus? Explique como esse argumento influencia a forma como os governantes devem agir segundo a narrativa.
2 - Justiça versus Vingança
O texto questiona o limite entre justiça e vingança. Em sua opinião, quais são os riscos de um governo confundir ambos os conceitos? Justifique com base nas ideias apresentadas.
3 - Papel do Estado e da Punição
Como o texto relaciona a aplicação de penas, inclusive a pena capital, à manutenção da ordem pública? Discuta se, na sua visão, essa prática pode garantir ou comprometer a equidade na sociedade.
4 - Críticas à Segunda Instância
O autor se mostra crítico à "segunda instância", definindo-a como um entrave à justiça. Por que você acha que essa ideia pode ser problemática para a proteção dos direitos dos cidadãos? Desenvolva seu raciocínio.
5 - Paradoxo da Autoridade Divina
O texto expõe a contradição de governantes que se consideram enviados de Deus, mas que podem punir de forma arbitrária. Como esse paradoxo pode afetar a percepção da população em relação à legitimidade do poder? Disserte sobre as possíveis consequências sociais e políticas dessa visão.
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