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sábado, 7 de dezembro de 2024

ESCOLA SEM PARTIDO: A Crônica do Silêncio Imposto ("A ignorância gera medo. O conhecimento gera poder." - Marie Curie)

 

ESCOLA SEM PARTIDO: A Crônica do Silêncio Imposto ("A ignorância gera medo. O conhecimento gera poder." - Marie Curie)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A lousa, antes um mar aberto para a navegação de ideias e a construção de mundos, agora se transformava num campo minado. Cada palavra pronunciada ecoava em minha mente como um eco distante, carregada de uma angústia que se infiltrava nos poros da sala de aula. A sombra da censura se alongava a cada dia, e a liberdade de ensinar, outrora celebrada como direito inalienável, agora era vista como um privilégio a ser revogado.

A notícia da volta do projeto “Escola sem Partido” à Câmara de Porto Alegre me atingiu como um raio em pleno céu azul. O debate, que se pensava encerrado, ressurgia com força renovada, trazendo à tona velhas feridas e alimentando um clima de medo e insegurança entre os educadores. A proibição da “doutrinação política ou ideológica” era um eufemismo para o cerceamento da liberdade de expressão e do pensamento crítico, pilares fundamentais da educação.

Lembro-me das discussões acaloradas em sala de aula, quando os alunos, instigados pela curiosidade e pela vontade de entender o mundo, questionavam tudo e todos. Agora, a cada pergunta, sentia um nó se formar em minha garganta. Como responder sem soar tendencioso? Como despertar a curiosidade sem ser acusado de doutrinar? A sensação de estar sendo vigiado me acompanhava a cada aula, e a alegria de ensinar, antes tão intensa, se transformava em um fardo pesado.

Acompanhei o debate na televisão, observando as duas vereadoras defendendo posições diametralmente opostas. De um lado, a defesa da liberdade de expressão e do direito de os alunos pensarem por si mesmos. Do outro, a insistência em um modelo educacional padronizado e alicerçado em dogmas. A cada argumento, sentia a temperatura do debate subir, e a polarização se aprofundar.

A verdade é que a educação não se faz em silêncio. A escola é um espaço de construção coletiva do conhecimento, onde as ideias se chocam e se transformam. Ao tentar silenciar os professores, condenamos as futuras gerações a uma vida de mediocridade e conformismo. A história nos ensina que os grandes avanços da humanidade foram possíveis graças àqueles que ousaram questionar o status quo e defender novas ideias. Ao cercear a liberdade de expressão nas escolas, negamos às novas gerações a oportunidade de construir um futuro melhor.

A luta pela educação de qualidade é uma luta constante. E, como educador, sinto-me na obrigação de continuar defendendo o direito de ensinar e aprender com liberdade. Afinal, é na escola que se formam os cidadãos críticos e conscientes, capazes de transformar o mundo.


5 Questões Discursivas sobre o Texto


Com base no texto apresentado, elaborei 5 questões que estimulam a reflexão e a análise crítica sobre os temas abordados:


1. Qual a relação entre a liberdade de expressão e a construção do conhecimento em sala de aula?

Essa pergunta direciona o aluno a pensar sobre a importância da troca de ideias e da diversidade de opiniões para o aprendizado.


2. De que forma a censura influencia o processo de ensino-aprendizagem?

*A questão incentiva o aluno a refletir sobre as consequências da limitação da liberdade de expressão para a educação.


3. Quais os possíveis impactos da implementação de projetos como o "Escola sem Partido" na formação dos cidadãos?

Essa pergunta leva o aluno a analisar as implicações sociais e políticas de iniciativas que buscam controlar o conteúdo ensinado nas escolas.


4. Como a história da humanidade pode nos ajudar a compreender a importância da liberdade de pensamento e da educação crítica?

A questão convida o aluno a fazer uma conexão entre o passado e o presente, refletindo sobre a importância da educação para o desenvolvimento da sociedade.


5. Qual o papel do professor na defesa da liberdade de expressão e do pensamento crítico em sala de aula?

Essa pergunta direciona o aluno a pensar sobre o papel do educador como mediador e defensor da liberdade de expressão, mesmo diante de desafios e pressões externas.

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