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domingo, 15 de dezembro de 2024

O Dilema do Professor: Reprovar ou Não Reprovar? ("Cada criança é um mundo." — (Maria Montessori).

 

O Dilema do Professor: Reprovar ou Não Reprovar? ("Cada criança é um mundo." — (Maria Montessori).

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Em tempos de inclusão, a decisão de reprovar um aluno é um processo delicado. Lembro-me de um episódio que ilustra bem essa complexidade.


Era uma manhã de outono, e o sol tímido mal aquecia a sala de professores. Eu estava sentado à mesa, revisando as notas dos alunos, quando fui chamado para uma reunião do conselho escolar. A pauta era a reprovação de um aluno que, apesar de inúmeras chances, não havia alcançado as notas necessárias. O conselho já havia decidido pela reprovação, mas eu, como professor, sentia a necessidade de pedir permissão para tal ato. Queria garantir que todos os aspectos fossem considerados, que a decisão fosse transparente e justa.


Enquanto apresentava minhas justificativas, percebi olhares de reprovação. "Por que pedir permissão se o conselho já decidiu?", questionavam alguns colegas. "Parece até que tem medo do aluno descobrir a força que tem", murmuravam outros. Eu entendia suas preocupações, mas acreditava que cada aluno merecia uma consideração individual, uma última análise antes da decisão final.


A dinâmica de recompensas e reconhecimentos nas escolas sempre me intrigou. Premiar os alunos dedicados é justo, mas e os que não seguem o mesmo caminho? Será que estamos criando uma comparação injusta? Penso se Deus, na "escola da vida", adota uma abordagem semelhante. Será que Ele também pondera cada esforço individual antes de decidir?


Naquele dia, saí da reunião com um peso no coração. A decisão estava tomada, mas a reflexão sobre meu papel como educador continuava. Será que perdi minha autonomia ao pedir permissão? Ou será que ganhei ao mostrar que cada aluno é único e merece uma análise cuidadosa?


Ao final, a mensagem que fica é a de que, na educação, não há respostas fáceis. Cada decisão carrega consigo uma responsabilidade imensa, e é nosso dever, como educadores, garantir que cada aluno seja tratado com justiça e consideração. Afinal, na escola da vida, todos estamos aprendendo, e cada lição conta.


Com base no texto apresentado, elaborei 5 questões que estimulam a reflexão sobre os temas abordados, com foco na sociologia da educação:

1. O texto aborda a complexidade da decisão de reprovar um aluno. Quais os principais dilemas éticos e pedagógicos envolvidos nessa decisão, segundo o autor? (Esta questão incentiva os alunos a identificar os conflitos internos do professor e as implicações da decisão.)

2. A dinâmica de recompensas e punições na escola é questionada pelo autor. Qual a sua opinião sobre a influência dessas práticas na motivação e no desempenho dos alunos? (Esta questão abre espaço para a discussão sobre as diferentes teorias da motivação e seus impactos no processo de ensino-aprendizagem.)

3. O conceito de inclusão é mencionado no texto. De que forma a prática da inclusão pode influenciar a decisão de reprovar um aluno? (Esta questão conecta o tema da reprovação com a perspectiva da inclusão, incentivando os alunos a refletir sobre a importância de atender às necessidades individuais.)

4. O autor reflete sobre seu papel como educador. Qual a importância do professor na construção de um ambiente escolar justo e inclusivo? (Esta questão valoriza o papel do professor como agente de transformação social e como responsável pela formação integral dos alunos.)

5. O texto compara a escola com a "escola da vida". Qual a relevância dessa comparação para a compreensão dos desafios enfrentados pelos educadores? (Esta questão incentiva os alunos a fazerem conexões entre a vida escolar e a vida em sociedade, ampliando a perspectiva sobre o papel da educação.)

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