"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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MINHAS PÉROLAS

quinta-feira, 8 de junho de 2023

A ARMADILHA DESTRUIDORA DE HONRA ("Não respondas ao insensato com semelhante insensatez, para não te igualares a ele." — Prov. 26:4)

 

A ARMADILHA DESTRUIDORA DE HONRA ("Não respondas ao insensato com semelhante insensatez, para não te igualares a ele." — Prov. 26:4)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Em uma manhã qualquer do período imediatamente pós-pandemia, quando as escolas voltavam a pulsar com vida, experimentei na pele como a tecnologia pode se transformar em uma arma nas mãos erradas. Eu, professor há mais de quatro décadas, descobri que nem todos os anos de experiência são suficientes para nos proteger das armadilhas do mundo digital.

O sino havia acabado de anunciar o fim da aula, quando duas alunas do segundo ano do Ensino Médio se aproximaram de minha mesa. Aos 65 anos, já deveria ter desenvolvido um sexto sentido para identificar situações suspeitas, mas confesso que a idade, às vezes, nos torna mais vulneráveis à falsa cordialidade dos jovens erotizados pelas mídias.

A pergunta veio certeira como uma flecha envenenada: — "Professor, há quanto tempo o senhor não 'pega' uma mulher?" Senti o peso da provocação, a malícia disfarçada de curiosidade juvenil. Em um momento de insensatez, tentei reverter a situação com uma resposta que misturava ironia e defesa: falei sobre encontros semanais com profissionais do prazer, como quem tenta desmontar uma bomba com as ferramentas erradas.

O que não percebi, naquele instante de vulnerabilidade, era o celular estrategicamente posicionado, registrando cada palavra minha. Em questão de horas, minha resposta infeliz circulava pelos corredores virtuais da escola, transformando-se em mais um episódio desse reality show não autorizado em que se transformou a educação.

A notícia da gravação chegou até mim através de um desses alunos que gravitam em torno da sala dos professores, sempre ávidos por moedas de troca no mercado das notas e favores. O representante de turma, pressionado entre a lealdade aos colegas e o respeito à instituição, manteve-se em um limbo diplomático.

Mas, onde foram parar aqueles estudantes genuinamente interessados no conhecimento? Aqueles que faziam perguntas relevantes sobre literatura, história ou ciências? Parecem espécies em extinção, substituídos por uma geração que transformou o celular em uma arma e a exposição alheia em entretenimento.

A pandemia não apenas escancarou as desigualdades sociais e as fragilidades do nosso sistema educacional, mas também acelerou uma transformação nas relações humanas dentro da escola. O respeito, valor fundamental para o processo de ensino-aprendizagem, parece ter sido "quarentenado" indefinidamente.

Como diz o velho ditado: "Os espinhos que me feriram foram produzidos pelo arbusto que plantei." Talvez minha maior lição naquele dia não tenha sido sobre como evitar armadilhas digitais, mas sobre como preservar a dignidade em um mundo onde o respeito parece ter se tornado obsoleto.

Que esta experiência sirva não apenas como um desabafo de um professor sexagenário, mas como um alerta sobre o rumo que estamos tomando. A tecnologia deveria ser uma aliada da educação, não uma ferramenta de humilhação. O futuro da educação depende não apenas de nossa capacidade de adaptação às novas tecnologias, mas principalmente de nossa habilidade em preservar valores fundamentais como respeito, empatia e dignidade.


1. Como a pandemia influenciou as relações humanas no ambiente escolar e quais foram suas consequências para o processo de ensino-aprendizagem?

2. De que forma o uso inadequado da tecnologia pode afetar as relações de poder e respeito dentro do ambiente escolar?

3. Qual é a relação entre o comportamento dos alunos descritos no texto e as transformações sociais provocadas pela cultura digital?

4. Como o texto retrata a mudança no perfil dos estudantes em relação ao interesse pelo conhecimento e quais são suas possíveis causas?

5. Analise criticamente como o conflito geracional entre professor e alunos se manifesta no texto e suas implicações para o ambiente educacional contemporâneo.

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A EDUCAÇÃO PÚBLICA É UM TIRO NO PÉ. ("As pessoas querem aprender a nadar e ter um pé no chão ao mesmo tempo." — Marcel Proust)

 


A EDUCAÇÃO PÚBLICA É UM TIRO NO PÉ. ("As pessoas querem aprender a nadar e ter um pé no chão ao mesmo tempo." — Marcel Proust)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Eu, conhecedor dos benefícios do uso das cruzadinhas em sala de aula, nesta semana fui interrompido por uma aluna do segundo ano do Novo Ensino Médio, quando ela me perguntou se eu não tinha conteúdo da Secretaria de Educação para ensiná-la. Então, envergonhado e humilhado, usei o plano "B" também reconhecendo minha fragilidade frente à coordenação da escola, no caso de uma denúncia ( o "de menor" sempre tem razão).

           A utilização das palavras cruzadas em sala de aula tem por finalidade desenvolver entre outras habilidades a de estimular a memória, o raciocínio e o pensamento.  A vantagem de se usar esse suporte pedagógico em sala de aula de modo lúdico, é que colabora para desenvolver nos estudantes a escrita e compreensão do sentido das palavras e sua ortografia. Esquematizadas como "espaços fechados de escrita", não há como preenchê-los, escrevendo incorretamente. A utilização das palavras cruzadas como ferramenta didática procura criar oportunidades onde o desafio e a curiosidade são favorecidos, facilitando o trabalho de construção do conhecimento. Funciona como um apoio didático eficaz que inventa situações vivas e variadas a partir desta prática.

           Antes da pandemia, o professor tradicional podia usar essa didática, fiz muito isso, mas agora diante de alunos arrogantes, prepotentes, militantes, ativistas, os ditos cidadãos críticos e analíticos, dos tempos modernos, já não é mais favorável; os tais não medem o peso de sua ignorância, prontos ao denuncismo. Eles estão assim; na minha aula anterior, um aluno (Joãozinho justiceiro) pediu meu "canetão" para escrever algo no quadro, então lhe permiti, e ele escreveu: "A escola permite assédio e não permite 10 minutos de atraso". Portanto, não lhe questionei nada a respeito, "bosta quanto mais se mexe, mais fede". Eles têm muita vontade de prejudicar alguém. Cheguei a pensar que essa aluna foi orientada por outros "mestres" que não tem minhas habilidades, porque ela sozinha não tinha demonstrado competências alguma; por isso não insisti naquele dia, nas outras salas; julguei que outros tivessem também contaminados ideologicamente. Desisti, nunca mais aplicarei palavras cruzadas na aula de Língua Portuguesa. Vencido pelo cansaço! — Palavras Cruzadas é só um método, o conteúdo é da matriz curricular básica. "Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer." (Bob Marley).

ESPIANDO DE LONGE ("Eu não fico procurando muita coisa, revirando, espiando, o que importa é o 'daqui pra frente'.'' — Bianca Alves Melo)

 


ESPIANDO DE LONGE ("Eu não fico procurando muita coisa, revirando, espiando, o que importa é o 'daqui pra frente'.'' — Bianca Alves Melo)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Às vezes, as pessoas têm medo de serem discriminadas e, por isso, se protegem muito. Mas, ironicamente, essa proteção excessiva acaba causando outra forma de discriminação, fazendo com que elas se sintam solitárias e abandonadas. É como se um buraco atrai-se outro buraco. Além disso, às vezes nos sentimos obrigados a usar certas palavras que são consideradas politicamente corretas, mesmo que não concordemos com elas. É como se estivéssemos presos e não pudéssemos expressar nossos verdadeiros pensamentos.

Eu espiando de longe! O silêncio pesava no ar, como se o medo tivesse amordaçado a todos nós. Em meio as pessoas normais, avistei uma figura solitária, alguém que representava estas minorias modernas, buscando aceitação excessivamente. No entanto, essa autodefesa o levava à solidão e ao abandono. As pessoas ao redor se afastavam, temerosas de ofender e enfrentar processos judiciais. Palavras se tornaram armadilhas, silenciando as vozes. Chamavam o sedento de respeito de "mimimizeiro" e o deixavam entregue a sua própria sorte.

Eu, por outro lado, continuei observando atentamente — Quando meus inimigos cometem erros, não os interrompo — Então, esperava-o que tropeçasse em suas próprias falhas, sabendo que a lição seria mais poderosa do que qualquer palavra minha.

As palavras sábias de Nietzsche ecoavam em minha mente. Assim como abelhas e aranhas extraem o néctar das flores, cada um de nós escolhe o que absorver do mundo ao nosso redor.

Às vezes, as pessoas têm medo de dizer o que pensam por medo de ofender alguém ou ter problemas legais, como um processo judicial. Mas ficar em silêncio o tempo todo pode ser prejudicial. Devemos falar com responsabilidade e ter coragem de expressar nossas opiniões, mesmo que sejam diferentes das dos outros. Assim, podemos construir uma sociedade em que as pessoas conversem e se respeitem, mesmo com pontos de vista diferentes. É como numa conversa com um amigo, podemos discordar, mas ainda nos respeitamos.

Que não nos calemos diante das adversidades. Que usemos nossas palavras com sabedoria para superar o abismo que nos separa e construir um mundo mais justo e inclusivo.

quarta-feira, 7 de junho de 2023

MERCANTILISMO ("Prostituição não é vender o corpo. É vender a dignidade." — Adriana Cristina Razia)

 




terça-feira, 6 de junho de 2023

"NOIAFOBIA" ("Se eles não podem trabalhar, é melhor deixá-los apodrecer" - Greta Bosel.)

 


"NOIAFOBIA" ("Se eles não podem trabalhar, é melhor deixá-los apodrecer" - Greta Bosel.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Eu recordo vividamente daquele grupo de jovens, animados e risonhos, imersos em uma atmosfera de rebeldia. Ao invés de dedicarem-se aos estudos, preferiam se esconder atrás do pavilhão sombrio. Eu os observava de perto, fascinado pela energia vibrante que irradiava daquela roda. Naquele momento, eu não pude conter meus pensamentos em voz alta: "A escola não foi feita para esse tipo de comportamento". Afinal, o propósito educacional deveria ser mais valorizado e aproveitado por todos.

Eles falavam animadamente sobre as suas "viagens", orgulhosos de terem experimentado estados alterados de consciência. Era como se se vangloriassem das suas próprias loucuras, como se fosse uma medalha de honra conquistada no campo de batalha da juventude.

Confesso que senti uma certa aversão naquele momento. Eu os discriminava, afastando-os de mim, como se fossem criaturas de um mundo distante e perigoso. Eles eram jovens, cheios de vida, mas tão perdidos em suas tolas luxúrias.

Ouvia falar dos estragos causados pelo álcool, pelas drogas, pela compulsão desenfreada. Homens e mulheres que se entregavam às tentações, como se fossem animais sem controle. E a sociedade, de certa forma, subsidiava essa autodestruição.

Eram especialmente vulneráveis os jovens, os estudantes do Ensino Médio, envolvidos nas fraternidades que pareciam cultivar a própria ruína. E eu via, com certo pesar, que aqueles que lutavam pela igualdade de gênero os invejavam.

Talvez, em algum momento, eu tenha pensado em ajudá-los, em mostrar-lhes um caminho diferente. Mas, logo percebi que essa escolha não estava em minhas mãos. O livre-arbítrio concedido a eles, jovens tolos e ignorantes, parecia mais uma maldição do que uma dádiva.

Pai e mãe poderiam ser vítimas dessa trajetória desenfreada, enquanto o mundo ao redor assistia passivamente. Eles caminhavam para a pobreza, incapazes de se libertarem das amarras das suas próprias escolhas. E as esmolas não seriam suficientes para trazer a redenção que tanto necessitavam.

Assim, eu me afastei daquela cena, guardando em meu coração o lamento pela perdição daqueles jovens. A vida é uma jornada de escolhas, e alguns parecem destinados a trilhar os caminhos mais sombrios.

Que essa narrativa sirva como um lembrete, não apenas para eles, mas para todos nós. Que tenhamos sabedoria para fazer as escolhas certas, para não cairmos nas armadilhas do vício e da autodestruição. Que possamos enxergar além das ilusões da juventude e buscar um futuro de verdadeira plenitude.

Que não brinquemos com o destino, pois ele também brinca conosco. (CiFA

segunda-feira, 5 de junho de 2023

A AUSÊNCIA DE RESPEITO SONEGA-LHE O TRONO. ("Quem nasceu para obedecer, obedecerá mesmo no trono." — Marquês de Vauvenargues)

 


A AUSÊNCIA DE RESPEITO SONEGA-LHE O TRONO. ("Quem nasceu para obedecer, obedecerá mesmo no trono." — Marquês de Vauvenargues)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era o fim da manhã já na sala dos professores, onde eu me encontrava cercado por colegas professores. Em meio às conversas animadas de despedida daquele dia, surgiu um tema que sempre provocava polêmica e discussões acaloradas: a postura dos educadores diante da figura do presidente do país.

Alguns defendiam com veemência a liberdade de expressão, argumentando que cada indivíduo tem o direito de expressar suas opiniões, mesmo que sejam contrárias às autoridades. Outros, porém, acreditavam que essa postura denotava uma falta de patriotismo e civilidade por parte dos professores.

Entre as conversas, uma voz se destacava. Era a voz de um professor que, sem reservas, expressava seu descontentamento em relação ao presidente Bolsonaro. Palavras fortes e ácidas ecoavam pelo recinto de encontro, enquanto ele o chamava de burro, idiota, vagabundo e lixo.

Essa atitude despertava sentimentos conflitantes em meu coração. Por um lado, a liberdade de expressão é um valor inegável, fundamental para a democracia. Por outro, questionava-me se esse professor, ao desrespeitar de forma tão contundente a autoridade máxima e legítima do país, seria capaz de transmitir valores de respeito e cidadania aos seus alunos.

Observando as interações desse professor, percebia que seu comportamento não se limitava apenas ao âmbito político. Ele frequentemente demonstrava falta de respeito em suas relações com alunos, funcionários e colegas. A falta de consideração pelas opiniões alheias refletia-se em suas atitudes diárias.

Confesso que minha confiança nesse professor começava a abalar-se. Como poderia confiar em alguém que desrespeita e menospreza o próximo? Lembrava-me das palavras do sábio: "Quem respeita, merece respeito". E, nesse caso, o respeito era uma via de mão única.

É verdade que aqueles que subestimam o adversário revelam uma falta tremenda de inteligência. No entanto, a falta de coerência também estava presente nas palavras desse professor. Ao mesmo tempo em que proferia insultos aqui, quando nas reuniões pedagógicas, ouvia-o dizer: "Vamos orar para Deus abençoar nossa reunião!" Essa contradição deixava-me perplexo.

No final das contas, percebia que a atitude daquele professor não condizia com o papel de um educador exemplar. Ele havia se tornado mais do que um simples professor, transformando-se em um militante, um ativista. Suas emoções e convicções políticas se sobrepunham à sua missão de educar e formar cidadãos.

Refletindo sobre essa experiência, cheguei à conclusão de que o respeito é um pilar fundamental em nossas relações humanas. Independentemente das discordâncias políticas, devemos manter a civilidade e o diálogo respeitoso. Somente assim poderemos construir um ambiente de aprendizado saudável e inspirador. CiFA

domingo, 4 de junho de 2023

REFLEXÕES À "SOMBRA" DO TERMINAL DO DERGO ("Mulher de vida fácil não precisa de Bolsa Família." — Saint-Clair Mello)

 


REFLEXÕES À "SOMBRA" DO TERMINAL DO DERGO ("Mulher de vida fácil não precisa de Bolsa Família." — Saint-Clair Mello)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Era uma tarde ensolarada de julho no "Terminal do Dergo". Decidi entrar em um café, observando discretamente as mulheres ao meu redor. Enquanto desfrutava da tranquilidade do local, comecei a refletir sobre as relações humanas e a igualdade de gênero. O Dia Internacional da Mulher se aproximava, despertando uma sensação peculiar em mim.

Recordando o passado, lembrei-me das mulheres que, outrora, demonstravam medo constante em seus olhares, como se temessem o assédio que as cercava. No entanto, algo havia mudado. Agora, era eu quem desviava o olhar, preocupado em evitar qualquer mal-entendido que pudesse resultar em uma acusação de assédio. A confiança entre homens e mulheres parecia ter sido abalada, apesar das tentativas de alcançar uma suposta igualdade de gênero.

Foi nesse momento de reflexão que me dei conta da difícil realidade de algumas mulheres que se encontravam presas na prostituição, impulsionadas por circunstâncias desfavoráveis. Eram vítimas de aproveitadores, perpetuando uma desigualdade persistente.

Com o movimento de "empoderamento" feminino, o assédio havia se tornado uma triste banalidade. Homens e mulheres viviam em constante desconfiança mútua, buscando uma igualdade que, aos meus olhos, ainda parecia distante.

Apesar do desencanto que permeava meus pensamentos, tomei uma decisão naquele instante: homenagear todas as mulheres que haviam passado pela minha vida, reconhecendo e valorizando a força e a coragem que carregavam. Preferia me considerar inferior a elas, pois entendia que a verdadeira igualdade não se encontrava na uniformidade.

Concluí, então, que cada mulher é única e merece ser apreciada em sua singularidade. Ao sair do café, sentia dentro de mim uma profunda gratidão por todas as mulheres que haviam deixado sua marca, cientes de que o seu valor ultrapassa qualquer rótulo ou estereótipo. Cada uma delas possui uma força inigualável, capaz de transformar o mundo ao seu redor.

CURTO PUBLICAÇÕES DOS IDIOTAS ÚTEIS ("Gosto de pessoas estúpidas e idiotas – elas me fazem rir." — Augusto Branco)

 


CURTO PUBLICAÇÕES DOS IDIOTAS ÚTEIS ("Gosto de pessoas estúpidas e idiotas – elas me fazem rir." — Augusto Branco)

Por Claudeci Andrade

Durante minha navegação pelas redes sociais, deparei-me com uma divisão marcante entre meus amigos virtuais. De um lado, estavam aqueles que possuíam uma habilidade admirável na arte da escrita, enchendo os pôsteres de comentários perspicazes e educativos, demonstrando sua refinada leitura e interpretação. Por outro lado, havia aqueles que optavam por culpar o sistema, lançando palavras obscenas e duplicadas, revelando sua falta de habilidade.

No entanto, mesmo entre os menos habilidosos, ocasionalmente surgiam postagens que, à primeira vista, pareciam satisfatórias. Porém, por trás dessa aparente qualidade, havia ambiguidades e sombras que tornavam a decifração difícil. Mesmo assim, entendi a importância de exercitar a tolerância e ser resiliente com todos, independentemente de suas aptidões linguísticas.

Os usuários das redes sociais pareciam imersos em um mundo de absolutos e tendências. Por vezes, eram enganados por notícias falsas disseminadas pelo Diabo, enquanto outras vezes se afundavam em um limbo fictício e sem fim. Essa dicotomia entre verdade e falsidade dificultava para um leitor criterioso apreciar as publicações dos chamados "idiotas úteis". No entanto, devo admitir que eu mesmo encontrava prazer em suas piadas.

Refletindo sobre essa experiência virtual, percebo que as redes sociais são um reflexo distorcido da realidade, expondo a diversidade humana em sua forma mais crua, com todas as suas contradições e imperfeições. É fundamental cultivar empatia e respeito, reconhecendo que cada indivíduo possui sua própria jornada e habilidades únicas. Afinal, nesse mundo digital, são as conexões entre as pessoas que verdadeiramente importam.

Nas redes sociais, enxergar além das aparências e valorizar as interações humanas é um exercício de compreensão e aceitação.