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terça-feira, 6 de junho de 2023

"NOIAFOBIA" ("Se eles não podem trabalhar, é melhor deixá-los apodrecer" - Greta Bosel.)

 


"NOIAFOBIA" ("Se eles não podem trabalhar, é melhor deixá-los apodrecer" - Greta Bosel.)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Eu recordo vividamente daquele grupo de jovens, animados e risonhos, imersos em uma atmosfera de rebeldia. Ao invés de dedicarem-se aos estudos, preferiam se esconder atrás do pavilhão sombrio. Eu os observava de perto, fascinado pela energia vibrante que irradiava daquela roda. Naquele momento, eu não pude conter meus pensamentos em voz alta: "A escola não foi feita para esse tipo de comportamento". Afinal, o propósito educacional deveria ser mais valorizado e aproveitado por todos.

Eles falavam animadamente sobre as suas "viagens", orgulhosos de terem experimentado estados alterados de consciência. Era como se se vangloriassem das suas próprias loucuras, como se fosse uma medalha de honra conquistada no campo de batalha da juventude.

Confesso que senti uma certa aversão naquele momento. Eu os discriminava, afastando-os de mim, como se fossem criaturas de um mundo distante e perigoso. Eles eram jovens, cheios de vida, mas tão perdidos em suas tolas luxúrias.

Ouvia falar dos estragos causados pelo álcool, pelas drogas, pela compulsão desenfreada. Homens e mulheres que se entregavam às tentações, como se fossem animais sem controle. E a sociedade, de certa forma, subsidiava essa autodestruição.

Eram especialmente vulneráveis os jovens, os estudantes do Ensino Médio, envolvidos nas fraternidades que pareciam cultivar a própria ruína. E eu via, com certo pesar, que aqueles que lutavam pela igualdade de gênero os invejavam.

Talvez, em algum momento, eu tenha pensado em ajudá-los, em mostrar-lhes um caminho diferente. Mas, logo percebi que essa escolha não estava em minhas mãos. O livre-arbítrio concedido a eles, jovens tolos e ignorantes, parecia mais uma maldição do que uma dádiva.

Pai e mãe poderiam ser vítimas dessa trajetória desenfreada, enquanto o mundo ao redor assistia passivamente. Eles caminhavam para a pobreza, incapazes de se libertarem das amarras das suas próprias escolhas. E as esmolas não seriam suficientes para trazer a redenção que tanto necessitavam.

Assim, eu me afastei daquela cena, guardando em meu coração o lamento pela perdição daqueles jovens. A vida é uma jornada de escolhas, e alguns parecem destinados a trilhar os caminhos mais sombrios.

Que essa narrativa sirva como um lembrete, não apenas para eles, mas para todos nós. Que tenhamos sabedoria para fazer as escolhas certas, para não cairmos nas armadilhas do vício e da autodestruição. Que possamos enxergar além das ilusões da juventude e buscar um futuro de verdadeira plenitude.

Que não brinquemos com o destino, pois ele também brinca conosco. (CiFA

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