"Se você tem uma missão Deus escreve na vocação"— Luiz Gasparetto

" A hipocrisia é a arma dos mercenários." — Alessandro de Oliveira Feitosa

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sábado, 29 de março de 2014

EU, DEUS, A ONIPOTÊNCIA E RAZÃO (Se eu disser que Deus é nada para mim, você me reduz a nada.)



Texto

EU, DEUS, A ONIPOTÊNCIA E RAZÃO (Se eu disser que Deus é nada para mim, você me reduz a nada!)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Eu posso ser nada, mas Deus jamais pode ser nada. Na conhecida onipotência dEle, será que nunca atinge os mais baixos limites do micro até não existir mais nada? Se for assim, nisso ele falha ou sua crença falha! E nessa tal onipresença, Deus pode ser ausente em algum lugar? Se Deus ausentar-se de algum ponto do universo, o que acontecerá com a vida de lá? E a tal onisciência, reforça uma impossibilidade da ausência de Deus e do não poder sê-Lo nada. Porém, Ele é verdadeiramente o tudo e o nada. A igreja e as suas teorias é que limitaram o Deus ou Ele é isso mesmo que me "venderam" por dízimos?
           Se tenho fé, falta-me a razão; se tenho razão, falta-me fé. Parecem-me estarem juntas só no contorno do círculo, contudo ainda, se nem uso a fé é porque uso demais a razão; se nem tenho razão é porque uso demais a fé. O exercício de uma anula a outra: fé racional não existe, é fraca. Eis uma situação onde de forma alguma se acha o ponto de equilíbrio. Ah, Quem são os desequilibrados os usuários da fé ou da razão? Epicuro já tinha percebido: "Se Deus é omnipotente, omnisciente e benevolente. Então o mal de modo algum poderia continuar existindo. Se for omnipotente e omnisciente, então tem conhecimento de todo o mal e poder para acabar com ele, ainda assim Jamais o faz. Então Ele não é bom. Se for omnipotente e benevolente, então tem poder para extinguir o mal e quer fazê-lo, pois é bom. Mas, nunca o faz, pois nem sabe quanto mal existe, e onde o mal está. Então Ele não é omnisciente. Se for omnisciente e bom, então sabe de todo o mal que existe e quer mudá-lo. Porém, isso elimina a possibilidade de ser omnipotente, pois se o fosse erradicava o mal. E se Ele nunca foi omnipotente, omnisciente e bom, então porquê chama-lo de Deus?"
            É como já disse Raul Seixas: Deus é o nada e o tudo. Meu Deus é imensidão. ...Mas, o mal criado por Ele (Is. 45:7) é mais uma prova real da existência dEle e de Sua eternidade no tempo e no espaço. Se eu aceitar a inexistência Divina só pelo fato das coisas não acontecerem como eu quero, então estou eu sendo o Deus e assim Ele existe em mim. 
Kllawdessy Ferreira
Enviado por Kllawdessy Ferreira em 18/12/2013
Reeditado em 29/03/2016
Código do texto: T4617027
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Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, criar obras derivadas, fazer uso comercial da obra, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com).




sábado, 22 de março de 2014

ANTROPOFAGIA, MAS NÃO ANDRADIANA (Eu me vestido de preto, luto pela educação!)




Crônica

ANTROPOFAGIA, MAS NÃO ANDRADIANA (Será que se faz educação só com estádios e sambódromos?)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

Naquela manhã de março, a notícia de uma professora mordida por uma aluna em Ribeirão Preto fez meu coração gelar. Era mais um capítulo na saga grotesca que se tornara nossa profissão. Sentado na sala dos professores, com telemóvel ligado entre as mãos, deixei minha mente vagar para quando decidi ser professor. Ah, a ingenuidade da juventude! Imaginava-me moldando mentes brilhantes, mas me tornei um domador de feras em uma arena chamada sala de aula.

O burburinho dos alunos me trouxe de volta à realidade. Olhei para meus colegas, todos com olheiras profundas e sorrisos cansados. Éramos como jogadores veteranos em um time de futebol, tentando ensinar as regras do jogo a quem nem sequer quer estar em campo. Na educação, como no futebol, temos por técnico os que não jogam mais nada.

As notícias se multiplicavam: cadeiradas, insultos, agressões. Éramos alvos em um bizarro jogo de tiro ao alvo. Alguns riam de nossa desgraça, suas risadas ao vivo e virtuais ecoando como um coro sarcástico. Esse novo canibalismo moderno, onde os alunos "comem" os professores vivos, não é por fome de conhecimento, mas por não querer vê-los prosperar.

Uma colega experiente se aproximou, pintando o retrato da atual conjuntura educacional: "Uns mordem, outros latem, miam e até relincham quando querem tumultuar. Mostram a educação que trouxeram de casa. Muitos pais dão pleno apoio às incoerências. Temo pelo futuro do país. Estudar, poucos querem. Recebem onze livros, e a parte nunca os leva para a escola."

Ao entrar na sala de aula, novamente observei os rostos à minha frente. Alguns poucos ávidos por conhecimento, outros completamente desinteressados. Os livros didáticos jaziam esquecidos no fundo das mochilas de muitos destes. Era como tentar regar um jardim onde metade das plantas se recusava a crescer.

Considero uma gravíssima agressão o fato de que os alunos que não querem estudar atrapalham, protegidos por normas frouxas e ultrapassadas, aqueles poucos que ainda querem progredir. Que futuro podemos esperar de uma sociedade que não valoriza a educação e os educadores?

Ao final do dia, exausto e com a alma mordida, me perguntei: o que estamos fazendo de errado? Por que nossa sociedade parece ter perdido o valor da educação? E, mais importante, como podemos reacender essa chama?

Talvez seja hora de repensar todo o sistema, de buscar novas formas de conectar com essa geração tão diferente da nossa. De mostrar que o conhecimento não é uma prisão, mas uma chave para a liberdade. Minha esperança reside naqueles poucos que ainda veem valor no aprendizado.

Enquanto isso, seguimos em frente. Mordidos, arranhados, adoecidos, mas ainda de pé. Porque cada mente que conseguimos alcançar é uma vitória. São essas pequenas vitórias que nos mantêm lutando, dia após dia, nessa nobre e desafiadora missão de educar. Talvez, ao invés de simplesmente lamentar, possamos encontrar forças para lutar por mudanças significativas, clamando por um sistema educacional que realmente proteja e valorize seus professores. E assim, quem sabe, possamos começar a construir um futuro mais justo e promissor.

Questões Discursivas sobre a Desvalorização da Profissão Docente no Texto:

1. Com base na narrativa do autor e nos exemplos apresentados, quais os principais desafios enfrentados pelos professores no contexto educacional atual?

2. De acordo com o texto, como a falta de valorização da educação e dos educadores impacta negativamente o processo de ensino-aprendizagem e o futuro da sociedade?

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sábado, 15 de março de 2014

CIÚMES É AMOR-PRÓPRIO OU EGOÍSMO? ("O verdadeiro amor é como os fantasmas. Todos falam nele, mas ainda ninguém o viu." — François La Rochefoucauld)


CIÚMES É AMOR-PRÓPRIO OU EGOÍSMO? ("O verdadeiro amor é como os fantasmas. Todos falam nele, mas ainda ninguém o viu." — François La Rochefoucauld)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Pensando na frase de Marcel Proust: "O ciumento suporta melhor a doença da mulher amada do que a liberdade dela." Cheguei à seguinte conclusão; no fundo da mente ciumenta há o desejo de permanente doença, e nem morra, e nem sirva para ele, pois terá a certeza de inutilidade aos outros. O ciumento é um animal doente, devia morrer logo antes de contaminar os outros. Porém, qual conquistador ainda não recebeu ameaças, por qualquer bobagem, de um marido ciumento, proprietário de mulher?! O pior disso é ver o suposto dono de mulher, o qual a presenteia com flores, também facilmente levando-a ao túmulo, atitude reveladora claramente de fraqueza e insegurança, suspeitando de sua própria incompetência em possuí-la e mostrando total desconfiança nele mesmo e mais ainda nela.
           Mas, as mulheres querem ser cuidadas, todavia nunca por um doente possessivo, assim correr o risco lhe interessa. O problema é não saber o quanto mede um pouco de ciúme, ou seja, um carinho especial, denotando zelo. Na verdade, o ciúme nunca é saudável, mesmo em dose pequena. "O amor é muito paciente e bondoso, nunca é invejoso ou ciumento, nunca é presunçoso nem orgulhoso, ..." ( I Co 13:4 BV). Certamente, todas as inclinações da carne são alimentadas pelos frutos verdes e travosos  do mau espírito, então resumo tudo em uma única frase: Desequilibrado é o indivíduo prepotente, pensando poder mais do que realmente pode. "Como ciumento, sofro quatro vezes: por ser excluído, por ser agressivo, por ser doido e por ser vulgar." (Roland Barthes). E de todas as forma, não tendo como evitar, sofro como trouxa, zelando da mulher rebelde para os outros se divertirem. ....
           Felizmente, a Bíblia pergunta, e já insinuando uma resposta evidente e satisfatória, diz: "Ou que acham vocês que as Escrituras querem dizer quando afirmam que o Espírito Santo, que Deus pôs em nós, vigia sobre nós com terno ciúme?" (Tg 4:5 BV). Agora, veja o quanto são capazes os ciumentos possessivos até adequaram a bíblia. Traduziram assim, a mesma passagem bíblica, Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH): "Não pensem que não quer dizer nada esta passagem das Escrituras Sagradas: 'O espírito que Deus pôs em nós está cheio de desejos violentos.'” Só sei sobre meu Jesus, e da Maria Madalena, e da Mulher surpreendida em adultério — Jo 8:3 — jamais tendo de aceitar um Deus matador ou patrocinador de criminoso pela posse do outro. "O adultério é a aplicação dos princípios democráticos ao amor." (Henry Mencker). E repito: "...Vá embora e não peque mais. [...] Portanto, se o Filho os libertar, vocês serão livres de verdade" ( Jo 8:11;36 BV).


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sábado, 8 de março de 2014

PROSTITUIÇÃO, O PECADO DOS POBRES; DIVERSÃO DOS RICOS! ("O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem uma culpa como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa." — Eduardo Galeano)

 
         
PROSTITUIÇÃO, O PECADO DOS POBRES; DIVERSÃO DOS RICOS!   ("O corpo não é uma máquina como nos diz a ciência. Nem uma culpa como nos fez crer a religião. O corpo é uma festa." — Eduardo Galeano)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

                     Sinto-me vingado de todos os males sofridos quando "transo" com uma mulher, seja ela de quem for, contanto seja uma profissional. Uma mulher é sempre de alguém antipático ao fanfarrão. É tão enfeitiçadora a atividade escondida que mesmo ela jamais querendo o marido como tal, aceita-o na forma de dono para dever-lhe a beleza do adultério. Esse é o pecado dos pobres oprimidos pelas circunstâncias, formando um elo entre a prostituição e a sobrevivência virtuosa, assim é o verdadeiro "fazer das tripas coração". Nunca vi rico prostituindo-se para ganhar a vida! Um pobre otimista em busca de prazer sempre se torna um rico; pobre de maldade, rico de virtudes. Um desforrador de seu próprio corpo de custo caro, pois busca a recompensa por mantê-lo saudável: ferramenta insubstituível de trabalho. E é justificável, dizendo: — "Vivo assim por não ter outra alternativa, já que tenho talento e tanto medo da vida à míngua! Agora, sempre vai ser assim, vou viver intensamente cada instante deste morrer lentamente até o fim. Aliás, vivo assim por medo da morte e, ironicamente, de tão perto dela nunca saí. Ou melhor, a morte vive em mim, só quero unir o útil ao agradável. Os que se matam fazem-no, também, por medo da vida em penúria e por não saber remediar-se. 
           Esse prazer do orgasmo vendido e comprado é uma cadeia cíclica, ora estou por baixo, ora por cima. O que adiantaria eu dizer: vou mudar? Penso como pensava Machado de Assis: '... A ocasião apenas revela o ladrão ...'! Aos discriminadores e condenadores digo: Nunca terão quem venda se nem tivermos quem compre! Ninguém pode mudar o seu próprio destino, o homem já está pronto para ser feliz desde os sete anos de idade, quando seu caráter se consolidou homem, ou mulher, ou produto intermediário! É assim a fala de Jean Piaget, na gênese dos princípios. Agora, só não faço isso ou aquilo, se não me for conveniente. E quando não é conveniente ser feliz?" 
           Mas, existe o outro grupo social: os ricos de bens materiais, Falo exatamente da pobreza espiritual deles, porque são clientes "vip" e disfarçam fazendo julgamentos descabidos, possuindo os pobres, porém ainda os condenando, discriminam-nos e maltratam-nos! Esta estranha falta de virtude advinda da riqueza financeira e status social fá-los também de seres pobres de sentimentos, e eles se atrevem brigar pelo troco do dinheiro pago por lazer que lhes custou muito "caro". 
            Aos que sofrem discriminação quero lhes ensinar as palavras de William Shakespeare: "Quem me rouba a honra priva-me daquilo que não o enriquece e faz-me verdadeiramente pobre". E Quero lembrar-lhes também sobre a honra emanada de todos os trabalhos honestos, então receba a minha  e de muitos as bênçãos abundantes sobre todos profissionais do sexo! E lhes digo mais, como disse Smith: "Pornografe suas ideias e prostitua seu conhecimento, e isso basta..." Isso basta, sim, para um bom cronista!          
           
Kllawdessy Ferreira
Enviado por Kllawdessy Ferreira em 02/12/2013
Reeditado em 21/11/2015
Código do texto: T4596252
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sábado, 1 de março de 2014

RETRATO DO CONSELHO DE CLASSE ESCOLAR ("Coragem é manter a classe sob pressão." — John Kennedy)



Por Claudeci Ferreira de Andrade

            Por que é tão difícil ser professor se é tão fácil conduzir alguém por caminhos que conhecemos muito bem? "As deficiências do sistema acaba punindo o professor", já dizia o Dr. João Batista Oliveira Araújo. Então acrescento da Bíblia: "Acaso andarão dois juntos, se não estiverem de acordo?" Acho que a falta de qualidade na aprendizagem é culpa do aluno que não aprendeu a valorizar as convenções. Mas, a má qualidade do ensino está nos muitos labirintos e teias de aranhas venenosas para enredar os mais fracos politicamente. Nesse instante, faço minha a pergunta: “Eu não sei por que o homem faz o outro sofrer...” do grupo Planta e raiz, na canção – Difícil de Perdoar.
          Todo final de bimestre, e piora no final do ano letivo, temos o famoso conselho de classe, na verdade é um verdadeiro "ócio laboral".  Os professores ficam horas e horas passando nome por nome, focados na nota do aluno – a coordenadora “canta a pedra” e os mestres respondem: “Eva”, ou “Remo", ou “ficou comigo”, ou “ok”, ou ainda “!@#$%¨&*”. Quando o professor fala repetidas vezes "ficou comigo" vira objeto de discriminação: O carrasco! E se fala muito "ok" também é discriminado: O bonzinho! Uns poucos se omitem e falam coisa alguma para não manchar a "reputação". Além do mais, tudo que o professor fala em um conselho de classe escolar é usado contra ele mesmo. Na realidade, não passa disso. Assim, quero observar que os nobres objetivos das tais reuniões não serão alcançados se não servir para analisar as condições de ensino; analisar as condições institucionais que interferem na aprendizagem; analisar o percurso de cada aluno com base nas metas da escola; avaliar o ensino e tornar o professor protagonista eficiente no processo educativo; acompanhar a aprendizagem. É lógico que precisamos de instrumentos como: formulários, questionários e registros técnicos. Quem os preparará, na secretaria?  
            Do jeito que acontece, se um professor faltar ao tal conselho, porém mandar as notas de seus alunos, não fará diferença alguma, parece-me que tudo que se faz ali de útil poderia ser feito na secretaria da escola sem companhia e sem aquele tamanho desperdiço de tempo, contanto que os professores forneçam as notas abaixo da média. E aos professores, a secretaria retribuísse o favor, fornecendo as atualizações. Porque para obter notas dos recém-matriculados quem quiser que corra atrás da coordenadora para fechar a média anual. Entretanto, se em cada bimestre, os nomes dos alunos tiverem trocados de lugar no sistema da escola, passeando pelo o elenco, o diário do professor é sua tortura. Enfim, se os professores fossem fiéis com as notas dos alunos não teria razão o funcionamento do tal conselho de classe.

Não era assim, mas agora, ir à escola significa ir para o esfaqueamento, quando não literal, metaforicamente, como antes: com palavras afiadas. Duvida, assiste a um conselho de classe. Onde alunos regulam professores.   


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sábado, 22 de fevereiro de 2014

MEU AMARELO TABLET (A)DOTADO ("'Presente de Grego você ganha sempre de um aproveitador, Hoje você ganha e depois você paga por ele!!!" (Marcos Dantas)

           

Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Nunca gostei de emprestar nada de ninguém, parece-me que não consigo devolver o que é dos outros intactamente. Por força do destino, as coisas dos outros se sentem roubadas e choram por seus donos, sempre se desmantelam em mãos alheias! Ainda, maior tolice é locar algo que não se está precisando ou só porque alguém acha que você precisa. Agora, ridículo mesmo é a situação de depositário de uma tralha desatualizada que você vai usar para fingir que é tecnologicamente inserido no contexto atual. Refiro-me à alegria dos professores estatutários do estado ao assinar um contrato de uso de um tablet CCE de fabricação 2011, com um sistema operacional Android 4.0, visto que qualquer telemóvel de hoje opera com o Android 8.0 e outros até com Windows phone 10. Já me vejo num tremendo paradoxo, na frente de meus alunos, fazendo a chamada com meu tablet amarelo e brigando com eles para guardarem os seus celulares, porque o regimento os proíbe.
           Dos professores de contrato temporário é requerido o mesmo desempenho e eficiência dos efetivos, mas não lhes foi permitido o empréstimo do equipamento didático, terão que acompanhar a "evolução" com seus próprios recursos. Qual não foi a decepção do professor Bruno, Contratado para algumas aulas que sobraram, então comentou comigo que se sentiu acachapado pelo assédio moral e diminuído entre os colegas de mesmo nível de formação. Mas, querendo ou não, tem que agradar a diretora para manter-se no contrato!
          Bem, depois de ler vários comentários de professores que já receberam o tal benefício do governo ("presente de grego para gerar voto"), nas redes sociais, cansaram-me as insatisfações com aquele equipamento didático, que duvido ser realmente útil para o crescimento da educação púbica. 
           E o diário de classe eletrônico tem que ser viabilizado. Eu queria saber como as coordenadoras pedagógicas controlarão o trabalho dos professores através do novo diário. Será que devo deixar de nomeá-lo de "o Mentirário"? Certamente o vivenciarei não isento das muitas lacunas que a verdade não preenche!!! Não seria o tablet que deveria fazer um cursinho, para aprender driblar os bons princípios e realizar as atividades falseadas da escola sem travar?! Será um grande desafio ensinar essas coisas para ele. [meu tablet: filho (a)dotado]!
           Se pagam bem os professores, eles compram uma boa ferramenta de trabalho. É como disse Aldo Fernandes:  "Professores bem remunerados têm acesso a bens culturais amplos, cinemas, teatros, tecnologias, etc." E o governador foi reeleito!


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sábado, 15 de fevereiro de 2014

O TRANSTORNO DOS ÍNDICES EDUCADOS ("Os mais falsos argumentos podem mostrar um ódio correto. Karl Kraus)


         
Por Claudeci Ferreira de Andrade

           Para a pré-modulação do ano vindouro, tiraram-me das aulas de Língua Portuguesa nos terceiros anos do Ensino Médio matutino! Nesse momento de reajuste, disse-me a diretora sobre a Secretaria de Educação ter decretado critérios rígidos contra os professores relapsos: faltosos, sem boas recomendações de coordenadores e de alunos (Nada adianta não ser faltoso se sou relapso e sem recomendações!). Agora, apenas me conforto na certeza que ela jamais me conhece verdadeiramente em sala de aula! Qual não foi a surpresa de todos do colégio ao receber os índices, do aproveitamento do alunado em Língua Portuguesa, do ano letivo findo. Foi o melhor já alcançado, pelo colégio, desde sua fundação!  
           Meu signo diz que tenho um valor inestimável e mereço todos os aplausos. E devo deixar as pessoas fazerem isso no momento certo e sem exigir delas reconhecimento quando eu quiser. E me diz mais: antes de receber elogios e atenções é importante meus merecimentos, mediante minhas considerações. Então, quero confessar, limpando sua consciência: foi certo o que fizeram comigo! As notas do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) deverão subir sim, garantido nosso emprego à vista de todos, fazendo nosso humilde e penoso trabalho! Nossa sorte é esta: a nova professora de Português, minha possível substituta nem aceitou as aulas, suspeitou não fazer melhor, então continuei, colhendo as honrarias pela boa plantação ao longo do ano sem a conspiração perceber. Inculpáveis são os alunos; eles nunca trazem os livros ganhados à sala; não participam atenciosamente nas aulas; devolvem a folha de redação das provas diagnósticas do governo em branco, coitados! De jeito nenhum foram motivados para levarem a sério os seus estudos. Com certeza, a culpa dos baixos índices é mesmo do professor!!! Aliás, toda culpa é do professor mesmo quando também acerta!
           A Jerusalém abençoada que matava seus profetas ficou sem nenhum!  Será por que os cursos de licenciaturas estão vazios? {https://webnoticias.fic.ufg.br/n/80933-salas-vazias-o-drama-dos-cursos-de-licenciatura} (acessado em 28/05/2019).
           Segundo uma pesquisa quantitativa com mil entrevistados por país analisado, o Brasil só fica atrás de Israel na pior valorização do professor. No Brasil, menos 20% dos entrevistados responderam que encorajariam seus filhos a serem professores. Já na Coreia do Sul, a porcentagem é superior a 40%. {http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/10/brasil-e-um-dos-paises-que-menos-respeita-professor-diz-estudo.html}, (acessado em 28/05/2019).            Portanto, vou levar comigo, para o resto de minha vida, a culpa do fracasso da educação pública nas escolas aonde passei, medida por essas provas vindas da Secretaria do Estado de Educação, que os professores da própria unidade escolar aplicam e as corrigem, porém chamam-nas ainda de externas. E condenado juntamente com muitos outros ultrapassados e culpados igualmente, mas, também levarei a certeza da desvalorização dos poucos compromissados!!!!
          Às vezes, ser amigo de todo mundo, pode evitar esse tipo de frustração técnica,  pois ninguém mais pratica os antigos critérios de distribuição das aulas para a modulação do novo ano letivo: era primeiramente por efetividade; depois, formação na área e; se empatassem, a prioridade ficava com quem tinha maior tempo de casa. Porém, não sei por que estou lembrando isso se também quero o progresso do sistema educacional, ainda que o meu querer ultrapassado trilhe por veredas velhas! Vivemos em tempos novos, e por agora é proibido praticar o passado funcionalizável. Na pecuária é assim mesmo, melhor ração aos produtivos, mas também não há quem seja produtivo sem uma boa ração!


O TRANSTORNO DOS ÍNDICES EDUCADOS  https://www.recantodasletras.com.br/cronicas/4560946

sábado, 8 de fevereiro de 2014

PROFESSOR(,) BOM PIA! ("Recuperação é uma masturbação pedagógica." — Reginaldo Ferron)


Crônica

PROFESSOR(,) BOM PIA! ("Recuperação é uma masturbação pedagógica." — Reginaldo Ferron)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Atrás de médias altas e boas estatísticas, o sistema criou o tal (PIA) — Período de Intensificação da Aprendizagem! Só lamento pelo fato dele ter nascido morto. Bons eram os tempos idos, quando não se precisava ilusionismo, para disfarçar que ainda se tinha fôlego! Seria bem melhor nomear esta tentativa de: Período de Intensificação do Ensino Retroativo, isto é, uma revisão do que não foi dado e chamaríamos de PIER, podendo ler-se também coerentemente como — Estrutura construída sobre o mar para atracação de embarcações! A última cartada da unidade escolar para ressuscitar os ânimos em direção aos objetivos comuns.
           Tendo em conta as sugestões oferecidas pela secretaria de estado da educação, ficou difícil para a coordenação do colégio viabilizar os critérios de efetivação desse tal PIA, também tendo em conta a heterogeneidade circunstancial da irracionalidade. Ainda mais, quando se expos, em reunião de professores, esse fiasco pedagógico, tentando, em nome da democracia, responsabilizar todo mundo. Horas e horas de debate, no Trabalho Coletivo Escolar (TCE), simplesmente para se perder no meio do caminho, onde começam as mil e uma arenosas bifurcações. Na verdade, ninguém sabia lidar com essa tapeação toda sem ferir os bons princípios: Acrescentava-se a nota do PIA no resultado preliminar do quarto bimestre? Substituía-se a nota do terceiro bimestre? Ou enxertavam-na à nota do semestre? (Como se o professor tivesse poderes para ressuscitar defunto). Qual seria o ponto de corte para intimar o aluno a participar do PIA? O que seria desenvolvido pelos professores durante este período? E já é de se esperar que termine sempre do mesmo jeito, como as outras recuperações! Então "se o sonido da trombeta for incerto os soldados não se levantarão para a guerra".
           Cada unidade escolar tomou um rumo diferente, uma forma diferente de gerir o PIA. E o aluno já reprovado por nota, teria nova chance de obter seu status restaurado e, no final, até portar uma nota melhor que os bons dispensados do PIA!!!
           Tudo isso demanda mais trabalho dos professores para facilitar a vida dos que brincam de estudar o ano todo e que consomem infrutiferamente o dinheiro do governo, investido neles. Enfim, todo movimento desta última pedagogia é no sentido de forçar o professor passar o aluno. Porém, tudo resulta em: mais planos de aula, mais relatórios, mais isso e aquilo, para resultar também em mais números para os índices do governo. Até porque, eu duvido que seja mais crescimento intelectual para o alunado dependente e domesticado da educação pública. E no caso aqui, "aulões" com todo mundo misturado! Que conteúdos serão ministrados nesse curto período de tempo: REMÉDIOS GENÉRICOS? Por fim, é mais simples do que se pensa, o professor que aprovou todos os seus alunos nunca precisou de PIA(r). O PIA acabou, mas deixou seus moldes.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 24/10/2013
Reeditado em 08/02/2014
Código do texto: T4540186
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sábado, 1 de fevereiro de 2014

A CONFISSÃO DE UM PROFESSOR "INCOMPETENTE" ("Quem não tem uma mente criativa não é digno de gambiarra." — Adriano S. Rodrigues)



Crônica

A CONFISSÃO DE UM PROFESSOR "INCOMPETENTE" ("Quem não tem uma mente criativa não é digno de gambiarra." — Adriano S. Rodrigues)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

O relógio na parede parecia zombar de mim, seus ponteiros corriam numa velocidade cruel. Lá fora, no corredor, o burburinho crescente dos alunos chegava aos meus ouvidos como uma sinfonia desafinada de expectativas adolescentes. Era mais um daqueles dias em que o ar pesado da escola sufocava não apenas os sonhos dos estudantes, mas também os meus próprios ideais educacionais.

Observei, através da fresta da porta do mictório masculino, pois cheguei apertado e fui direto para lá, os olhares ansiosos voltados para a coordenação. A esperança de uma liberação antecipada brilhava nos olhos daqueles jovens como estrelas em uma noite sem lua. Para eles, cada minuto a menos naquele "cárcere educacional" era uma pequena vitória.

De repente, um grito eufórico cortou o ar: — "Professor de português faltou!". A alegria contagiante se espalhou como fogo em palha seca. Mal sabiam eles que eu, o famigerado professor de português, estava ali, testemunhando silenciosamente aquela cena que misturava alívio juvenil e uma pitada de rebeldia adolescente.

Movido por uma curiosidade quase masoquista, aproximei-me sorrateiramente do epicentro daquela pequena revolução estudantil. Foi então que a voz da coordenadora, afiada como uma navalha, cortou o ar: — "Esse professor não dá conta nem de uma sala, o que fazem estes alunos aqui na coordenação!".

As palavras me atingiram como um soco no estômago. Mantive a compostura, fingindo ser apenas mais um observador casual, mas por dentro, uma tempestade de emoções se formava. Raiva, frustração e, surpreendentemente, uma vontade quase incontrolável de rir da ironia da situação. Eu, o "incompetente", estava prestes a transformar aquele episódio em uma reflexão profunda sobre o caos que se tornara nossa educação.

Naquele momento, tomei uma decisão: abraçaria o rótulo que me impuseram. Se me queriam incompetente, assim seria. Afinal, como dizia o velho Platão, "o conhecimento imposto à força não pode permanecer na alma por muito tempo". Não era exatamente isso que eu tentava evitar? Forçar goela abaixo um conhecimento que não era desejado?

Enquanto caminhava para a minha sala de aula, minha mente vagou por todas as vezes em que tentei inovar, trazer algo diferente para aquelas mentes sedentas por novidade. O espanto inicial dos alunos sempre dava lugar à curiosidade, e era nesse momento mágico que a verdadeira aprendizagem acontecia. Filosofia se misturava com ciência, e o conhecimento fluía naturalmente, como um rio que encontra seu curso.

Sentei-me à minha mesa gasta, peguei meu caderno surrado e comecei a escrever. As palavras fluíam, carregadas de reflexões sobre a liberdade no ensino, sobre o respeito mútuo necessário entre quem ensina e quem aprende. Pensei em como é complicado lidar com a liberdade, talvez tão complicado quanto deve ser para Deus lidar com o livre-arbítrio que nos permite.

Enquanto escrevia, percebi que o verdadeiro ensino é uma arte delicada. Não pode ser forçado, mas deve ser cultivado com paciência, respeito e compreensão. Cada aluno é um universo único, e tentar forçar o aprendizado é tão inútil quanto tentar segurar o vento com as mãos.

As horas passaram, e o corredor foi ficando silencioso. Olhei para as páginas que havia preenchido e sorri. Quem sabe um dia alguém leria aquelas palavras e entenderia que ser diferente não significa estar errado. Que o novo, por mais assustador que pareça, é o combustível que move o mundo.

Ao guardar meu caderno, refleti sobre minha trajetória. Ser um bom professor não é atender a todas as expectativas externas, mas manter a integridade e a paixão pelo conhecimento. Se isso me torna um "incompetente" aos olhos de alguns, que assim seja. No final, é essa diferença que nos torna, professores, verdadeiros agentes de transformação.

Saí da escola naquela tarde com uma certeza renovada. Amanhã seria outro dia, outra batalha nessa guerra silenciosa pela verdadeira educação. Porque é isso que nós, professores "incompetentes", fazemos: resistimos, persistimos e, quem sabe um dia, venceremos. Afinal, o verdadeiro aprendizado não se impõe; ele se inspira. E é essa inspiração que continuarei a oferecer, a cada dia, a cada aula, a cada vida que tenho o privilégio de tocar.

Questões Discursivas:

1. Desafios da Liberdade no Ensino:

O texto apresenta um paradoxo central: a busca por liberdade no ensino confrontada com a resistência dos alunos e a pressão por resultados padronizados. A partir dessa reflexão, explore as seguintes questões:

De que forma o professor tenta implementar a liberdade no ensino?

Quais são os desafios que ele enfrenta para que essa abordagem seja bem-sucedida?

Como a relação entre professor e aluno se transforma nesse contexto de liberdade e autonomia?

Que papel a criatividade e a inovação pedagógica podem ter na superação dos desafios mencionados?

2. Entre a Incompetência e a Inspiração: O Papel do Professor na Transformação Social:

O professor se autoproclama "incompetente", subvertendo as expectativas tradicionais e abrindo espaço para uma reflexão mais profunda sobre o papel da educação. A partir dessa perspectiva, discorra sobre os seguintes pontos:

O que o professor considera como "incompetência" no contexto educacional tradicional?

De que forma ele redefine o conceito de "competência" e propõe uma alternativa?

Como a experiência do professor demonstra o potencial transformador da educação que vai além do ensino formal?

Que tipo de impacto social o professor "incompetente" espera alcançar com sua abordagem inovadora?

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sábado, 25 de janeiro de 2014

SEQUESTRO MORAL ("Precisamos aprender a falar sem aquela conotação de resistência. A beleza da fala está no patrocínio do entendimento." — Juahrez Alves)

Crônica

SEQUESTRO MORAL ("Precisamos aprender a falar sem aquela conotação de resistência. A beleza da fala está no patrocínio do entendimento." — Juahrez Alves)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

          Por esta época (último bimestre escolar do ano letivo), amiúdam-se as campanhas para formatura dos terceiros e nonos anos. Formados em quê? (pergunte-se de passagem). Que um político esbanjador de dinheiro público, tendo muito a ganhar com isso, seja o patrocinador ou ainda, os pais paguem por esse lazer dos seus filhos. Estou cansado de contribuir para festas da escola: ora é o retorno de alguém ao trabalho, ora aniversário de todo mundo, ora o "chá de berço" de alunas e funcionárias,  ora a despedida; e isso é o ano todo! E ainda comemorações do dia disso ou dia daquilo. Agora o simbólico padrinho de turma ser pressionado mais uma vez até o sumo de sua moral e dignidade é uma aberração. Pagar para trabalhar nunca me agradou, apesar de já ter feito isso algumas vezes, por que não pude fugir mesmo (pressão demasiada).
           Alunos correndo atrás de seus professores, pedindo dinheiro ou lhe vendendo alguma futilidade não é mais deprimente que seria, se fosse implorando por nota? Devo admitir, pois nesse último caso, o professor pode negociar com o aluno um trabalho escolar no intuito de fazê-lo merecer a sua nota sem configurar corrupção, desenvolvendo assim sua intelectualidade. Mas, pedir dinheiro, é descarado demais. Suborná-los para ter uma boa relação, se nunca der, eles bagunçam mais ainda vingando-se do professor "pão duro" e olha que jamais faltará incentivos do mal, dos "aneticonizadores". Ajudar com dinheiro o aluno menor de idade sem a interferência de seus pais é pré-dispô-lo à marginalidade. Dinheiro fácil nunca fez bem a ninguém!

           O trabalho, por mais simples que seja, dignifica o laborioso e, longe de ser um castigo, é uma benção, serve para desenvolver o ser humano tridimensionalmente (mente, corpo e espírito). Ah! Mas, ao "de menor" é proibido trabalhar, tinha me esquecido disso!!!!

           Neste mês de outubro, comemoram-se o dia da criança e o dia do professor logo em seguida! Se temos de patrocinar a festa das crianças, e não o fizermos jamais terá a festa dos professores. Se não acontecer uma, de forma alguma acontecerá a outra respectivamente. E ai do professor se se atrever dizer piadinhas cobrando o reconhecimento gratuito, leva uma resposta das quais ouvir de uma aluna, daquelas que se acham a melhor por ser crente: — professor que não colabora nem merece festa. Justiça à flor da pele!!!

            Patrocinar lazer de aluno não é papel de professor que se preza. É como disse Eliete: "Estudar é um trabalho que dá trabalho". E eu a parafraseio, dizendo sobre o ensinar sendo um trabalho trabalhoso. Todavia, sinto-me igualmente a um sequestrado por muitas vozes, recusando-me a pagar o resgate, porém todas se atentam contra minha sobrevivência.
Claudeko Ferreira
Enviado por Claudeko Ferreira em 02/10/2013
Reeditado em 25/01/2014
Código do texto: T4508127
Classificação de conteúdo: seguro

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