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MINHAS PÉROLAS

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

O CERTO É ERRADO E O ERRADO É CERTO ("Ainda que as manteigas derretam e os leites azedem, faremos bom proveito da gordura e das sobremesas." — augusto andrade)

 


O CERTO É ERRADO E O ERRADO É CERTO ("Ainda que as manteigas derretam e os leites azedem, faremos bom proveito da gordura e das sobremesas." — augusto andrade)

Por Claudeci Ferreira de Andrade

A educação formal oferece iscas em lugar de ensinamentos para a vida, pois sua matriz curricular é abstrata demais para adolescentes em busca de sentido. Nesse cenário, todos nós nos encaixamos na descrição de Richard Bach: "Aprender é descobrir aquilo que você já sabe. Fazer é demonstrar que você o sabe. Ensinar é lembrar aos outros que eles sabem tanto quanto você."

Mas a coerência do professor, paradoxalmente, pode trair sua própria intenção: verdades acabam soando como mentiras ao disputar espaço com mentiras que parecem verdades. Essa instabilidade nos torna injustos até na forma de nos revoltarmos contra o erro.

É nesse paradoxo que se abre o abismo. O mestre, ao tentar libertar, pode acabar aprisionando. A coerência, que deveria ser guia, transforma-se em espelho quebrado — cada estilhaço refletindo uma verdade distorcida. Romper o ciclo exige mais do que denunciar manipuladores externos: é preciso a coragem de encarar o reflexo interior, arrancando as máscaras que sustentam nossa conivência. Libertar-se não é caminho reto nem confortável, mas passo necessário para compreender a aparição do “monstro” como revelação, e não como metáfora distante.

Então ele surge: o monstro de nossos sonhos, gestado nas fissuras de nossas ilusões. Alimenta-se da justiça sufocada, do medo negado e da esperança azeda. Sua tarefa não é apenas derrubar manipuladores, mas desnudar a farsa da nossa cumplicidade.

E não, ele não precisa nos arrancar do "banquete de fezes". Basta obrigar-nos a reconhecer que as sobremesas, embora exalem “DELICIOSO CHOCOLATE”, pertencem ao grotesco. A verdadeira questão não é como escapar dos manipuladores, mas como romper com o cárcere de nós mesmos — porque, em alguma medida, também os somos.


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O texto que acabamos de ler nos provoca a pensar sobre o papel da educação, a complexidade das relações sociais e, principalmente, sobre a nossa responsabilidade nesse processo. Ele usa metáforas fortes para questionar o que entendemos por verdade, liberdade e manipulação. Para que possamos aprofundar a discussão, preparei cinco questões baseadas nas ideias principais do texto. Lembrem-se de que não há respostas certas ou erradas, mas sim a busca por uma reflexão crítica e bem fundamentada.


1 - O autor questiona a educação formal, dizendo que ela oferece "iscas em lugar de ensinamentos para a vida". Com base na sua experiência e nos seus conhecimentos de Sociologia, como você interpreta essa crítica?

2 - A citação de Richard Bach sugere que a aprendizagem está mais ligada à redescoberta do que à aquisição de conhecimento novo. Na sua opinião, de que forma essa ideia se relaciona com a crítica do texto à "matriz curricular abstrata"?

3 - O texto afirma que a coerência do professor pode se tornar um paradoxo, fazendo com que as verdades se misturem com as mentiras. De que maneira a relação de poder entre professor e aluno pode influenciar essa dinâmica?

4 - A metáfora do "monstro de nossos sonhos" representa a necessidade de uma revelação interna. Analise como o "monstro" atua para desmascarar a nossa própria cumplicidade e por que isso é crucial para a nossa libertação.

5 - O texto finaliza com a reflexão de que a questão não é apenas escapar dos manipuladores, mas reconhecer que também "os somos". Explique essa ideia e discuta um exemplo do seu cotidiano em que você percebe essa cumplicidade.

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