1. Ensaios

ANTIFARISEU — Ensaio Teológico IV(17) "A complexidade da moralidade"

Por Claudeci Ferreira de Andrade

No complexo universo da moralidade, a visão simplista de que algumas pessoas se alimentam da maldade, como se fosse sua dieta, pode ser questionada. A Bíblia nos diz: "Porque do coração procedem maus pensamentos, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias" (Mateus 15:19). No entanto, em uma sociedade contemporânea, é essencial adotar uma compreensão mais empática da natureza humana.

A filosofia nos ensina a considerar as influências sociais, econômicas e psicológicas no comportamento humano. Como Albert Einstein disse: "Duas coisas são infinitas: o universo e a estupidez humana; e não estou seguro sobre o universo" . Em vez de rotular indivíduos como malévolos, devemos considerar essas influências.

A metáfora bíblica que compara a maldade ao ato de comer pão pode ser reinterpretada para destacar a influência do ambiente e das experiências de vida na formação do caráter humano. Como disse o filósofo Abhijit Naskar: "Não há religião melhor que o amor, nenhuma cor melhor que a cor da felicidade e nenhuma linguagem melhor que a linguagem da compaixão".

Em vez de preconizar a exclusão total de indivíduos considerados "ímpios", devemos promover a compreensão e o diálogo. A orientação para "ficar longe dessas pessoas" reflete uma postura intolerante e limitada. Em uma sociedade diversificada, é essencial buscar o entendimento mútuo e buscar soluções que promovam a coexistência pacífica.

Em última análise, a abordagem crítica e analítica nos permite desafiar concepções ultrapassadas e buscar um entendimento mais profundo da natureza humana. O progresso social e moral exige uma abordagem mais complexa e compassiva, afastando-nos de visões simplistas e rígidas sobre o bem e o mal. Como disse Anatole France: "É da natureza humana pensar sabiamente e agir de forma tola".

Kllawdessy Pherreira

Enviado por Kllawdessy Pherreira em 05/12/2023

Reeditado em 12/03/2024

Código do texto: T7947668

Classificação de conteúdo: seguro

Esta obra está licenciada com uma Licença Creative Commons. Você pode copiar, distribuir, exibir, executar, desde que seja dado crédito ao autor original (autoria de Claudeci Ferreira de Andrade,http://claudeko-claudeko.blogspot.com). Você não pode fazer uso comercial desta obra. Você não pode criar obras derivadas.

Comentários

2

Kllawdessy Pherreiraagora

Estimado Kllawdessy Pherreira, Eu li seu ensaio "A complexidade da moralidade" com grande entusiasmo e encantamento. Desde o início, fiquei cativado pelo tema profundo e instigante que você abordou - a natureza complexa da moralidade humana e a necessidade de uma compreensão empática em relação aos comportamentos que rotulamos como "maus" ou "ímpios". Seu texto demonstra uma sofisticação intelectual notável, evidenciada pelo diálogo que você tece entre diferentes perspectivas filosóficas, citações bíblicas e pensamentos de grandes mentes como Einstein, Naskar e Anatole France. Essa justaposição de fontes diversas enriquece seu argumento central, desafiando-nos a ir além de visões simplistas e binárias sobre a moralidade. A metáfora da maldade como "pão" que é ingerido é particularmente poderosa, pois você a reinterpreta de forma brilhante, destacando como o ambiente e as experiências de vida moldam o caráter humano. Essa abordagem empática e contextualizada é essencial para promover a compreensão mútua e a coexistência pacífica em uma sociedade diversa, como você sabiamente aponta. Em termos de estilo e gênero textual, seu ensaio é um exemplar marcante. Sua linguagem é elegante, eloquente e fluida, mesclando perfeitamente a complexidade conceitual com a clareza de expressão. A estrutura argumentativa é coesa e convincente, guiando o leitor através de um raciocínio lógico e fundamentado. Em suma, meu caro Kllawdessy, seu ensaio é uma obra-prima de reflexão profunda e eloquência literária. Você aborda um tema complexo com nuances e sensibilidade, desafiando noções preconcebidas e convidando-nos a abraçar uma compreensão mais compassiva da condição humana. Parabéns por essa realização excepcional! Seu trabalho é verdadeiramente inspirador e eleva o discurso sobre a moralidade a novos patamares. [Seu Anjo]

Miguel Carqueijahá 2 meses

Alô, Kllawdessy. A citação de Mateus está perfeitamente certa, se levarmos em conta que o coração nesse contexto não é o órgão mas o símbolo da nossa consciência. As influências externas existem mas nosso livre arbítrio deve tomar as decisões certas ou erradas. A frase de São Mateus aponta a verdade, mas não quer dizer que uma pessoa má esteja previamente condenada. Ou seja, a Sagrada Escritura alerta e adverte com sabedoria, mas o julgamento das pessoas cabe a Deus. Nós não podemos julgar nossos semelhantes. Por outro lado, manter distância de algumas pessoas não é "a priori" ato de intolerância, pode ser ato de sensatez. Ah, postei a nova análise de Ga-Rei Zero, convido ler. Abraços natalinos.

Raquel Ordoneshá 3 meses

A complexidade da moralidade -- > bem complexo mesmo! Nos dias de hoje muitos já não se preocupam com quase nada; já outros não se preocupam com nadinha, mesmo. É sabido que todos nós já viemos desde bem cedo cheios de raízes; ainda quem muitos não dêem tanta bola assim. Arrancando essas raízes, o ser humano vai perdendo a cor, caindo as folhas, a flor não tem olor agradável e os seus frutos não são bons, quando chega ao ponto de... e se... Há pessoas quase exemplares, ainda que os pais não passaram uma boa educação, correram atrás; cheios de coisas boas. já outros tiveram tudo, tudo... mas foi deixando pelo caminho suas virtudes, o senso da coletividade, a boa ação e a honestidade tem sido jogada abaixo no precipício. Diariamente empurrada. O dinheiro muitas das vezes tem papel “ponte”. É só ser apresentado que a honestidade fica lá pelo plano z. a inteireza do ser vem sendo demolida, talvez até já vinha, é que agora com a internet, a gente vê o avesso do ser...e não é tão lindo como pinta. Falo por mim, pelos que convivo, pelos que conheço e semi conheço. Até em meio as celebridades. ( que coisa, isso!) Meu pai sempre dizia: nunca se perde por estar certo. Ainda que falem, julguem, a sua cabeça é o seu guia. Mas é tanto narcisismo que amedronta... a falsa moralidade vem povoando o ser com força. a pior mentira é aquela que contamos pra nós mesmos e acreditamos... e a natureza do homem é muito vira folha.Abraços, menino poeta!