A Nova Aula: O Silêncio das Telas ("É preciso aprender a usar a tecnologia com sabedoria, para que ela seja uma ferramenta a serviço da educação, e não um obstáculo." Autor: CiFA)
O início de cada ano letivo sempre carrega consigo uma mistura de expectativas e desafios. Mas este 2025, com suas novidades e anúncios de proibições, me trouxe uma reflexão que há tempos vinha se acumulando em minha mente. O celular, essa ferramenta que se tornou inseparável da nossa rotina, agora se vê impedido de cruzar as portas das salas de aula. E foi isso o que me levou a pensar em como, cada vez mais, a educação, em sua busca constante por novos modelos, se vê entre o antigo e o moderno, entre o que já não serve mais e o que ainda precisa ser testado.
É impossível ignorar o impacto das tecnologias sobre a vida dos estudantes. Há alguns anos, a ideia de retirar o celular das escolas seria vista como uma provocação, quase uma afronta à modernidade. Como assim? Um mundo sem conectividade? Como viver sem as redes sociais, sem a constante comunicação, sem a sensação de pertencimento que os aparelhos proporcionam? E, no entanto, a medida parece estar ganhando terreno, como uma tentativa desesperada de resgatar a atenção e o foco das novas gerações.
E não se trata apenas de impedir que o aluno fique mexendo no celular durante as aulas, não. A simples proximidade do aparelho já se mostrou suficientemente capaz de desviar a atenção e prejudicar o aprendizado. A pesquisa da Unesco é clara: até mesmo sem uso direto, o celular funciona como uma espécie de "ancora" emocional que interrompe o fluxo do conhecimento. Como se cada vibração, cada notificação fosse uma ameaça àquilo que é fundamental: a concentração.
A realidade de muitos professores, como Pedro Cavalcante de Miranda, é um reflexo disso. Ele, que, na tentativa de manter a atenção da turma, se vê constantemente repetindo a frase que já virou mantra em tantas escolas: "Tira o celular, presta atenção". E, nesse esforço diário, muitos estudantes confessam que a distração não é intencional, mas sim uma espécie de hábito inconsciente, como se a mente fosse programada para buscar algo novo, algo que distraia.
E, se é difícil imaginar como seria uma aula sem as interrupções das telas, a experiência de escolas que começaram a aplicar a proibição está mostrando que o retorno à "vida real", ao convívio físico, está sendo, de fato, um respiro. Com a ausência do celular, a comunicação entre os estudantes melhora, as brincadeiras retornam e, até as notas, surpreendentemente, mostram resultados positivos.
Quando a medida foi implantada em algumas escolas do Rio de Janeiro, muitos estudantes, como Victor Hugo Pereira da Costa, afirmaram que suas notas e seu comportamento melhoraram drasticamente. Para eles, o celular não era só uma distração, mas uma fonte de isolamento. Nas palavras de Aline Pereira de Oliveira, mãe de Victor, a mudança na vida do filho foi evidente: “Antes, ele tinha muita reclamação, porque ele não dormia direito, ficou um pouco mais agressivo. Mas agora ele está ótimo, graças a Deus”.
Na verdade, é na infância e na adolescência que o impacto do celular tem se mostrado mais devastador. O pediatra Daniel Becker faz uma reflexão profunda sobre o prejuízo causado pelas telas. As horas gastas com conteúdos inadequados, a falta de socialização, o sedentarismo e o atraso no desenvolvimento social são só alguns dos muitos efeitos. E, assim, a proibição do celular nas escolas se apresenta, não como uma luta contra a modernidade, mas como uma tentativa de preservar algo vital: o tempo da infância e da adolescência para a brincadeira, para a experimentação do mundo real.
E não se engane: a mudança não é simples. Muitos, como a estudante Juliana Almeida Pimentel, dizem não gostar das regras. Mas, em sua essência, elas têm um propósito: devolver ao aluno o direito de ser criança, de brincar, de se desviar da rigidez das telas e se entregar ao que realmente importa.
A infância sem brincadeira não é infância. O desenvolvimento humano, como bem disse Becker, só acontece no "mundo real", onde a atenção é plena, o pensamento é crítico e as relações acontecem de forma genuína. A tecnologia é uma aliada poderosa, mas precisa ser usada com sabedoria, com equilíbrio.
Ao longo dos meses, tenho refletido sobre os desafios que enfrentamos em sala de aula, tentando entender o que os alunos realmente precisam. E a resposta, muitas vezes, é simples: eles precisam de um tempo para crescer de maneira orgânica, sem que a tecnologia se coloque como obstáculo. O celular, em sua essência, não é o vilão. Mas a sua presença constante, sem limites, sem uma mediação responsável, tem sido um inimigo invisível.
Sejamos sinceros: o celular trouxe um novo paradigma à educação, mas também nos fez perder a noção do que é essencial. E talvez, ao desligá-lo por algumas horas, possamos reconectar com o que realmente importa: o aprendizado genuíno, as conversas face a face e a capacidade de se concentrar, de realmente viver o momento presente.
Vamos elaborar 5 questões discursivas sobre o texto que você forneceu, no formato de perguntas simples, adequadas para alunos do Ensino Médio:
1. De que forma a proibição do uso de celulares nas escolas impacta a rotina dos estudantes?
2. Quais são os principais argumentos a favor e contra a proibição do uso de celulares nas escolas?
3. Como a presença constante de celulares pode prejudicar o desenvolvimento social e emocional de crianças e adolescentes?
4. Qual o papel da escola na educação para o uso consciente e responsável da tecnologia?
5. De que maneira a proibição de celulares nas escolas pode contribuir para a construção de um ambiente escolar mais saudável e propício ao aprendizado?
Observação: Estas perguntas têm como objetivo estimular a reflexão crítica dos alunos sobre o tema do uso de celulares nas escolas, levando em consideração os diferentes pontos de vista e as possíveis consequências dessa medida.
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